Wednesday, September 30, 2009

Dureza Pastoral

O lado duro da liderança pastoral
Vlademir Hernandes
Publicado em 28.09.2009

Se examinarmos cuidadosamente a vida dos líderes da Bíblia, principalmente as dificuldades que tiveram e os obstáculos que enfrentaram ao longo do seu ministério, nós, pastores da atualidade, poderemos entender melhor muitos dos problemas pelos quais já passamos, e até prognosticar realisticamente os obstáculos em potencial que ainda poderão se manifestar.
A liderança pastoral tem um lado duro, que colocará à prova muitas virtudes da fé cristã, como a perseverança, a paciência, o domínio próprio, a cordialidade, a confiança no Senhor e o amor às ovelhas. Esta constatação sobre a dura realidade da liderança pastoral, deveria também influenciar nas decisões que os aspirantes ao ministério precisam tomar quanto a manterem ou não suas investidas por se tornarem pastores.
Liderar a igreja de Cristo envolverá a necessidade de superação constante de obstáculos, assim como a necessidade de suportar, com longanimidade, os constantes sofrimentos que serão impostos nas mais variadas esferas desta experiência. Esta realidade é inerente à grandiosidade da tarefa e à desesperada oposição do inimigo, já derrotado, mas temporariamente ativo e aplicado a infringir derrotas aos homens de Deus chamados para pastorear Sua igreja que prevalecerá contra as portas do inferno.
Para suportar esse lado duro, o pastor precisará desenvolver uma "pele grossa" que resiste às inúmeras fontes que podem ferir até mortalmente os mais sensíveis e melindrosos, que logo se perceberão inaptos para o ministério, tamanha a dor que sentem.
Reflitamos em algumas experiências de líderes da Bíblia:
Quando Paulo escreve aos Coríntios, notamos que o apóstolo se defende de algumas críticas injustas que recebia ali. Em 1 Coríntios 9:1-2 Paulo se aplica a defender sua autoridade apostólica, não aceita por alguns crentes carnais daquela igreja. Em 2 Coríntios 10:8-11 Paulo se defende da acusação de ser duro por carta, mas frouxo pessoalmente.
As críticas são como pedras lançadas contra o pastor, visando machucá-lo quando atiradas diretamente ou visando machucar a sua imagem quando desferidas nas fofocas e maledicências praticadas pelas ovelhas menos maduras.
Algumas críticas terão fundamento, outras não. Algumas serão feitas para ferir outras ferirão mesmo que esta não tenha sido a intenção de quem a fez. Precisamos aprender a lidar com elas. Algumas serão proveitosas e fomentarão nosso crescimento, outras deverão ser tratadas como pecado e as medidas bíblicas contra elas deverão ser tomadas corajosamente, mas com o espírito de brandura típico dos maduros na fé, conforme Gálatas 3:1. Já outras, colocarão nosso ego à prova e desqualificarão rapidamente aqueles que não admitem, por orgulho próprio, que sejam atacados, contrariados ou mesmo rejeitados.
Igualmente tão desafiador quanto enfrentar críticas pessoais, quem desempenha a liderança pastoral também tem que tratar com as murmurações. Moisés experimentou essa dura realidade. Em Êxodo 15:24, 16:2, 17:3, Números 16:41 estão alguns relatos do povo murmurando contra Moisés e Arão. Em Números 21:5 vemos o povo murmurando contra o próprio Senhor, que os castiga com serpentes para que se arrependam da sua postura de reclamação.
O pastor sempre encontrará pessoas reclamando de alguma coisa, descontentes com alguma situação, preferindo que as coisas sejam diferentes do que são. A murmuração é uma manifestação de carnalidade, e muitas vezes ela vem de pessoas sobre as quais nutríamos uma expectativa de uma postura mais madura e tolerante, causando em nós frustração e eventualmente, dor por ter que lidar com elas.
E por mencionar manifestações de carnalidade, há de se lembrar que existem outras situações em que os mais carnais lançam comentários contundentes para machucar os pastores.
Lamentavelmente, tem se avolumado os casos de pastores injustamente perseguidos e até destituídos dos seus ministérios sem receber nenhum respaldo. Às vezes porque discordaram de algum membro ou líder influente, ou ameaçaram a hegemonia ditatorial de alguma família que quer exercer primazia, ou porque combateram alguma prática pecaminosa fazendo com que alguns se sentissem ameaçados e vulneráveis.
Há muitos "Diostrefes" por aí perseguindo injustamente homens de Deus, tal como aquele de 3 João, que boicotava os missionários que vinham de longe para pregar o evangelho, não lhes dando acolhida e proibindo o restante da igreja de os receberem, pois "gostava de exercer a primazia" e não dividia sua posição de honra com ninguém.
Neemias foi caluniado, como vemos em Neemias 6:6. Pessoas queriam causar-lhe mal (Neemias 6:2). Eles até subornaram profetas para lhe falar mentiras em nome de Deus, para prejudicá-lo.(Neemias 6:10-14).
Não é difícil entender que um pastor íntegro e comprometido com a Palavra de Deus torna-se facilmente uma ameaça em igrejas corrompidas pela carnalidade. Receber oposição covarde e agressiva nesse cenário não é um fato surpreendente.

A Palavra de Deus nos avisa, em 2 Timóteo 3:12, que todos que quiserem viver piedosamente serão perseguidos. No caso dos pastores piedosos, às vezes a perseguição vem de dentro da sua própria igreja!

Monday, September 14, 2009

Fragilidade humana - encontro com Deus


Salmos 8
1Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, tu que puseste a tua glória dos céus! 2Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários para fazeres calar o inimigo e vingador. 3Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste, 4que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites? 5Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste. 6Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés: 7todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, 8as aves do céu, e os peixes do mar, tudo o que passa pelas veredas dos mares. 9Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra!
Fragilidade Humana e encontro com Deus.

Quão frágeis e pequenos que nós, seres humanos, somos! Somos frágeis e dependentes de tudo quando nascemos e levamos uma infância e uma adolescência toda para adquirirmos independência. Nossa vida é um nada – ou quase nada. Nosso corpo é frágil sujeito a dores e a ataques de doenças de todos os lados. O tempo de nossa vida passa tão rápido que quando nos apercebemos estamos nos encaminhando para a velhice e a morte. Num piscar de olhos, na menor distração, nossa vida pode ser ceifada. Corremos em busca pela vida e acabamos perdendo ela nesta busca. “Quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou que diria o homem em troca da sua vida?” (Mc 8.38) Frágeis que somos, não nos apercebemos que o encontro da vida só existe no encontro com o divino.
  • Somente no encontro com o divino deixamos nossas fragilidades.
  • Somente no encontro com o divino encontramos a vida.
  • Somente no encontro com o divino somos fortes, pois ainda que fracos, nele somos fortes, disse o apóstolo.
  • Somente no encontro com o divino, nos tornamos centro da criação, auxiliares de Deus na construção de um mundo novo.
  • Somente no encontro com o divino conseguimos ver a grandeza da criação, e nós dentro dela.
  • Somente no encontro com o divino conseguimos ver o próximo, que de nós precisa.
  • Somente na busca pelo próximo conseguimos encontrar o divino.
  • Somente parando em nosso corre-corre e apreciando a natureza criada por Deus, conseguimos encontrar o divino.
  • Somente saindo de nosso egoísmo na busca do coletivo, conseguimos encontrar Deus.
  • Somente quando abandonamos nossa busca cansativa da vida a qualquer custo, principalmente tendo como custo a vida do próximo, e nos colocamos nas mãos do divino, ele nos concede a graça eterna de sermos divinos.

Sermos FILHOS E FILHAS DE DEUS.