O que estamos acompanhando é o fracasso de uma geração de evangélicos que foi durante anos alimentada pela "cultura gospel".
Sim, essa geração de "evangélicos" lotou os estádios em nome de "Jesus", mas não se comprometeu com os valores pregados pelo Nazareno; bebeu muita água da lagoa da Lagoinha com suas músicas melódicas e letras individualistas, mas desprovidas de espírito profético; levantou as mãos, fechou os olhos, considerou os arrepios como "presença do Espírito Santo de Deus", mas desconsiderou o ensino claro do NT de que o Espírito Santo aponta para Jesus, sendo o responsável por fazer com que os discípulos caminhem na pegadas do Cristo.
Sim, essa geração que criou a "moda gospel" e lançou "fragrância de Jesus" para vender como perfume, é a mesma geração que aprendeu a odiar os marginais com o seu slogan maldito "bandido bom é bandido morto" e achar que os desfavoráveis da sociedade estão onde estão por falta de competência mesmo.
Sim, foi essa geração que criou a tal "machonaria" julgando que a igreja não estava dando o devido valor aos machos, produzindo um discurso fundamentalista e machista para colocar a mulher, dizem, no seu devido lugar, são os mesmos que desconsideraram as inúmeras passagens em que Jesus de Nazaré rompeu barreiras culturais para valorizar as mulheres.
Sim, foi essa geração que, pela primeira vez, fez arminha com as mãos dentro de seus templos para apoiar um candidato e passou a idolatrar a violência como único caminho possível para resolver os problemas do país, é a mesma que não leu a Bíblia e principalmente os profetas e por isso a ausência de uma postura crítica política e socialmente.
O fracasso de uma geração de evangélicos está vendo a conta chegar. Ainda não fechou essa conta e quando fechar saberemos o real preço que foi pago.