A paz é um valor fundamental em todas as religiões, expressa a mensagem final da Convocatória Ecumênica Internacional pela Paz (CEIP), reunida em Kingston, Jamaica, de 17 a 25 de maio. “Através da intensificação do diálogo inter-religioso, temos que procurar um terreno comum para todas as religiões do mundo”, anseia.
Susan Kim
quarta-feira, 25 de maio de 2011
Os 1 mil participantes da Convocatória reconheceram que cada igreja e cada religião traz consigo uma perspectiva diferente sobre o caminhar rumo a uma paz justa. Alguns começam a partir de um ponto de vista de conversão pessoal e moral, outros sublinham a necessidade de foco de apoio mútuo e correções dentro do corpo de Cristo, enquanto outros, ainda, incentivam o compromisso das igrejas com grandes movimentos sociais e do testemunho público da igreja.
"Cada abordagem tem um mérito", defende o texto da mensagem, que foi elaborado por comissão de sete pessoas, presidida pelo bispo Ivan Abrahams, da Igreja Metodista da África do Sul. Essas abordagens não são mutuamente exclusivas. “Na verdade, são inseparáveis. Mesmo na diversidade, podemos falar numa só voz”, disse.
O documento reconhece que a igreja, muitas vezes, obstruiu o caminho para a paz justa. "Percebemos que, muitas vezes, os cristãos têm sido cúmplices de sistemas da violência, injustiça, militarismo, racismo, intolerância e discriminação. Pedimos a Deus que perdoe nossos pecados e nos transforme em agentes de justiça e defensores da paz justa."
“A mensagem final da CEIP captura apenas parte deste evento histórico", disse o pastor brasileiro Walter Altmann, moderador do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), que recebeu a mensagem do encontro em nome do organismo ecumênico internacional.
"Levamos conosco muito mais do que um texto. Levamos conosco uma profunda experiência ecumênica", disse ele. "A complexidade das questões que abordamos certamente vai exigir mais trabalho, reflexão e ação."
A Convocatória marca o fim da Década para a Superação da Violência. Mas ela também é também um novo começo, frisou Altmann. "À medida que voltamos para nossos países, cada um de nós torna-se uma carta viva do encontro”, afirmou.
O secretário geral do CMI, reverendo Olav Fykse Tveit, manifestou orgulho aos participantes da CEIP, que desafiaram a si e uns aos outros a alcançarem, com determinação, novos níveis de entendimento.
"Somos chamados a ser um só em nosso testemunho", disse Tveit. "Vemos, também, que o caminho rumo a uma paz justa nos uniu. Este é um presente para todos nós e vamos usá-lo bem”, prometeu.
A participação de mais de 90 jovens na CEIP foi reconhecida durante o encerramento do evento. Sanna Eriksson, representando a Igreja da Suécia, falou em nome dos jovens participantes, que se envolveram em várias atividades e tiveram grande visibilidade.
A CEIP expressou agradecimentos aos anfitriões da Jamaica e do Caribe. O secretário-geral do Conselho de Igrejas do país, reverendo Gary Harriot, assinalou que toda a região do Caribe ficou orgulhosa e animada por sediar o evento.
"Foi muito mais do que planejar um evento. Algumas novas formas de relacionamento locais foram criadas e esperamos que permaneçam intactas mesmo após a CEIP", disse.
A mensagem final pode estar pronta, mas o trabalho da CEIP apenas começou, lembrou o moderador do comitê preparatório do encontro, Fernando Enns. "Estamos apenas começando a compreender as possibilidades que temos quando realmente respeitamos uns aos outros. A Igreja não deve apenas falar com os marginalizados. A Igreja deve ser o lugar onde os marginalizados estão", afirmou.
O texto completo da mensagem final encontra-se em www.overcomingviolence.org
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