O documento em anexo, parecer da Comissão de Teologia e Relações Eclesiásticas, CTRE, foi aprovado na Convenção da IELB, que se encerra amanhã.Tinha mais de 1200 votantes e foi aprovada por ampla margem. Com isto deve terminar , nas poucas comunidades que ainda a praticavam, a exclusividade de membros da IELB na S;Ceia. Na minha opinião, esta medida já deveria ter sido tomada a muito tempo. O foco do proximo amplo debate deve ser o ministério feminino.
Convite
para a participação na Santa Ceia
1.
Fundamentos
a.
A
Santa Ceia é instituição do Senhor Jesus Cristo,[1] portanto é Ceia “do
Senhor” e não de alguma igreja ou denominação, em particular, nem mesmo da
Igreja Luterana. É claro, por outro lado, que, embora sendo "do
Senhor", a Ceia foi entregue à Igreja para ser administrada ou alcançada a
todos aqueles a quem ela foi destinada.[2] Assim, a Ceia "é o verdadeiro
corpo e sangue de Cristo SENHOR, em e sob o pão e vinho, que a palavra de
Cristo ordena a nós cristãos comer e
beber," (Catecismo Maior, 4ª
parte: Do Sacramento do Altar, 8; ênfase acrescentada), isto é, a seus
seguidores, as ovelhas que ouvem a sua voz,[3] que, havendo-se examinado
(1Co 11.28), dela participam para receber a remissão de seus pecados, vida e
salvação.[4]
b.
Desde
os primeiros anos da história da Igreja cristã, desenvolveu-se o zelo pastoral
no sentido de que a Ceia fosse celebrada condignamente e fosse recebida por
aqueles a quem se destina e não por pessoas declaradamente não-cristãs ou hereges
manifestos. Com o surgimento do denominacionalismo, há denominações que têm adotado
a prática de restringir a participação na Ceia do Senhor apenas aos membros constantes
no seu rol de membros. Isso passou a se denominar de "comunhão
fechada". No entanto, sendo a Santa Ceia instituição do Senhor Jesus
Cristo, Paulo, em conformidade com isso, em 1Coríntios 10.21 se refere a ela
como "mesa do Senhor" e, em 1Coríntios 11.28, atribui a cada cristão
o ônus de se examinar "a si mesmo, e assim coma do pão e beba do
cálice". Assim, a CTRE entende que a expressão "comunhão
fechada" até pode ser usada, mas no sentido bíblico de que, sim, a comunhão
é "fechada" a cristãos, e somente a cristãos. Em linha com isto, no Catecismo Menor, Lutero, explicando as
palavras "Dado em favor de vós" e "derramado para remissão dos
pecados", diz (VI 8; ênfase acrescentada): "E o que crê nessas palavras tem o que elas dizem e expressam, a
saber, 'remissão dos pecados'." Conclui-se, pois, que isto, obviamente, ocorre,
independente da denominação cristã a que externa ou visivelmente essa pessoa
"que crê nessas palavras" esteja vinculada.[5]
c.
Por
outro lado, a partir de 1Coríntios 11.27, se há feito referência ao perigo de
participar da Ceia "indignamente" e, assim, se há restrito o acesso à
Ceia do Senhor, ou, até, intimidado pessoas a buscar a Ceia, em sua fraqueza.
Lutero, porém, esclarece isso de forma contundente, no Catecismo Maior (4ª parte: Do Sacramento do Altar, 58-59, 61-62):
"Consequentemente, deve distinguir-se aqui entre as pessoas. Aos
insolentes e asselvajados cumpre dizer que se abstenham do sacramento, pois não
estão preparados para receber a remissão dos pecados, já que não a desejam e
não gostam de ser justos. Os outros, entretanto, que não são pessoas rudes e
dissolutas assim e gostariam de ser justas, não devem afastar-se do sacramento,
muito embora de resto sejam débeis e frágeis.... Por isso deve essa gente
aprender que a máxima sabedoria é saber que nosso sacramento não se fundamenta
em nossa dignidade, pois não nos batizamos como tais que sejam dignos e santos;
nem nos confessamos como se fôssemos puros e sem pecado; mas, ao contrário,
como pobres e míseros homens, e precisamente por sermos indignos. A menos que
se trate de alguém que não deseja graça e absolvição e não tem a intenção de
corrigir-se. Aquele, porém, que gostaria de alcançar graça e consolo, deve
impelir a si mesmo e a ninguém permitir que o intimide."[6] E Lutero ainda acrescenta:
"Ademais, deveria impelir-te, por causa de ti mesmo, a tua própria
necessidade, que te pesa na cerviz e constitui a razão desse mandar, atrair e
prometer. Pois o próprio Cristo diz: 'Os sãos não precisam de médico, e sim os
doentes', quer dizer, os que estão cansados e sobrecarregados com o pecado, o
medo da morte e as tentações da carne e do diabo. Por conseguinte, se estás
sobrecarregado e sentes a tua fragilidade, então vai alegremente ao sacramento
e recebe refrigério, consolo e vigor. Porque se queres esperar até que estejas
livre de tais coisas, a fim de chegares puro e digno ao sacramento, então terás
de abster-te para sempre" (Ibid.,
71-73).[7] Pois, ao contrário da visão distorcida da
dignidade, Lutero, no Catecismo Menor,
de modo muito simples descreve quem é realmente digno: "Mas
verdadeiramente digno e bem preparado é aquele que tem fé nesta palavra: 'Dado
em favor de vós' e 'derramado para remissão dos pecados' " ("VI
Sacramento do Altar", 10).
d.
Na
Ceia, pois, o Senhor Jesus oferece e dá o seu próprio corpo e o seu próprio
sangue[8] para perdão dos pecados, para
o fortalecimento da fé e a certeza da vida eterna[9]; isso ele oferece e dá a todos os cristãos, que, arrependidos
de seus pecados, anseiam pelo perdão e buscam fortalecer-se em sua luta contra
o pecado, a morte e o diabo.[10] Portanto, a Ceia do
Senhor destina-se a cristãos batizados que, sabendo examinar-se, reconhecem
serem pecadores miseráveis, incapazes de se apresentarem diante de Deus sem o
perdão que é oferecido de modo especial através da Ceia, e, assim,
apresentam-se à Mesa do Senhor, para, na comunhão do verdadeiro corpo e do
verdadeiro sangue de Cristo, serem perdoados e fortalecidos em sua fé.
e.
De
modo que, na Ceia do Senhor, cada cristão, ao tomar e comer, em, com e sob[11] o pão, o corpo de Cristo,
e, ao tomar e beber, em, com e sob o vinho, o sangue de Cristo, experimenta e
usufrui, por um lado, a mais íntima comunhão possível com Cristo, neste mundo; e,
por outro lado, experimenta e usufrui também a comunhão mais íntima possível
com os irmãos comungantes, visto que todos comem e bebem do mesmo corpo e
sangue de Cristo, o cabeça da Igreja.
2.
Convite Oral:
Partindo destes fundamentos, sugere-se que, no culto com Santa Ceia, siga-se o
seguinte procedimento:
a.
Antes
de tudo, é o pastor, conforme lemos na Confissão de Augsburgo, quem exerce, em
nome da igreja, "o poder das chaves ...(que) é o poder e ordem de Deus de
pregar o evangelho, remitir e reter pecados e administrar e distribuir os
sacramentos".[12] Isto ressalta a
importância do cuidado pastoral também em relação à administração da Ceia do
Senhor.
b.
Em
segundo lugar, nos cultos com Santa Ceia, que, felizmente, são cada vez mais
frequentes ou até dominicais, é importante, ao realizar o ato litúrgico da
"Confissão e Absolvição", o pastor relacione este ato de rendição à
graça perdoadora de Deus à busca da Santa Ceia.[13] A Confissão de Augsburgo acertadamente diz: "Pois conserva-se
entre nós o costume de não dar o sacramento àqueles que não foram previamente
examinados e absolvidos" ("Artigo XXV: Da Confissão", 1).[14]
c.
Em
terceiro lugar, é importante que, também na pregação, o pastor, ao anunciar o
evangelho, inclua referência à Ceia a ser celebrada a seguir e aos benefícios
que o cristão dela obtém com sua participação.[15] Na verdade, como diz
Lutero, faça-se "exortação e animação no sentido de que não se deixe
passar em vão esse grande tesouro" (Catecismo Maior, 4ª parte: Do Sacramento do Altar, 39.)
d.
Finalmente,
segue o ato litúrgico da instituição da Ceia, após o qual, o pastor, sempre
lembrado de sua responsabilidade de "cura d'almas", dirige a todos os
cristãos presentes no culto o convite para participarem da Ceia do Senhor, mais
ou menos nestas palavras:
(1)
Conforme
nos ensina a Palavra de Deus, a Mesa do Senhor está agora preparada com os
alimentos mais preciosos da parte de Deus, a saber, o próprio corpo e sangue do
Senhor Jesus Cristo, oferecidos e distribuídos juntamente com o pão e o vinho;
e ele mesmo, o Senhor Jesus, nos convida a recebê-los.
(2)
Portanto,
a.
se você, que é cristão batizado e aqui confessou a verdadeira fé cristã, nas
palavras do Credo Apostólico (ou, Niceno);
b.
se você, conforme teve oportunidade também de confessar, está arrependido
dos seus pecados e sente-se como quem precisa de ajuda em sua luta contra o
pecado, contra o temor da morte e as forças do inferno;
c.
se você crê que o corpo de Cristo, oferecido e distribuído no pão,
"foi dado em favor de você", e que o sangue de Cristo, oferecido e
distribuído no vinho, "foi derramado para remissão dos seus pecados";
e,
d.
se você quer, com a ajuda de Deus e este alimento celestial, obter
perdão, força, consolo e crescer na comunhão íntima e profunda com o Salvador
Jesus, e, assim, melhorar a sua vida;
e.
venha à "mesa do Senhor" (1Co 10.21); venha e receba aqui, na
comunhão do verdadeiro corpo e sangue de Jesus, o perdão dos pecados, o fortalecimento
da fé e da esperança e da comunhão no Salvador Jesus Cristo.
(3)
No
entanto, se alguém de vocês tiver alguma dúvida ou sentir alguma inquietação
para vir à Ceia, procure o pastor após o culto ou durante a semana, para buscar
esclarecimento maior e, então, jamais deixar de participar desta Ceia
confortadora de Jesus.
3.
Convite Escrito (no boletim ou programa do culto): Há igrejas que distribuem todos os
domingos, no início do culto, um boletim informativo ou um programa do culto. Sugere-se,
portanto, que, neste boletim ou programa, o pastor, em seu cuidado pastoral,
utilize também este meio para ajudar os participantes na compreensão dos
benefícios da Ceia do Senhor e, assim, costumeiramente coloque o seguinte:
Santa Ceia: Em nosso culto, hoje, haverá a celebração da Santa Ceia.
Como cristãos luteranos, cremos, conforme as Escrituras Sagradas o expressam,
que na Santa Ceia o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue do Senhor Jesus
Cristo são distribuídos e recebidos no pão e no vinho, para o perdão de todos
os nossos pecados e para o fortalecimento de nossa fé. Se você é cristão
batizado, foi instruído sobre o que é a Ceia e os seus benefícios, e que
confessa os seus pecados a Deus e deseja viver uma nova vida em Cristo, você é
convidado a celebrar a Ceia do Senhor conosco. Eis algumas perguntas que podem ajudar
você na preparação para a participação proveitosa na Ceia do Senhor:
a.
Estou
convencido de ser um pecador e me sinto mal por causa dos meus pecados e
arrependido por tê-los cometido?
b.
Creio
eu que o corpo e o sangue de Cristo são oferecidos e distribuídos na Ceia, para
perdão dos meus pecados, para fortalecimento da minha fé e comunhão mais íntima
e profunda com o próprio Cristo?
c.
Pretendo,
realmente, com a ajuda de Deus e deste alimento celestial, melhorar a minha
vida?
Se a sua resposta for “sim”, seja bem-vindo à Ceia do Senhor
e receba perdão, vida e salvação! Se, porém, houver alguma dúvida ou falta de
clareza a respeito da Ceia do Senhor, não hesite de procurar o pastor, seja
após o culto, em outro dia, ou por telefone, e-mail, etc. Importante mesmo é
buscar o quanto antes a Ceia do Senhor, pois nela, de modo único, se
aprofundará a nossa comunhão com o Salvador Jesus Cristo.
Comissão de Teologia e Relações
Eclesiais
Documento de Estudo - 2013
[1]
Os textos bíblicos que relatam a instituição da Santa Ceia são os seguintes:
Mateus 26.26-28; Marcos 14.22-24; Lucas 22.19-20; e 1Coríntios 11.23-25.
[2]
Já houve vários momentos em que a CTRE se pronunciou sobre um ou mais aspectos
da Santa Ceia, como, por exemplo, em "Pessoas leigas na celebração
(consagração e distribuição) da Santa Ceia" (Parecer 01/2003). No caso
específico do presente documento, uma carta conjunta dos presidentes da IELB e
IECLB, foi produzida e enviada em junho de 1999, sobre "Acolhimento
Mútuo", dando algumas recomendações. Consulta a estes documentos poderá
ajudar na compreensão de um assunto tão sensível.
[3]
É assim que Lutero se refere à Igreja Cristã (Artigos de Esmalcalde, XII 1-2): "Pois, graças a Deus, uma
criança de sete anos sabe o que é a igreja, a saber, os santos crentes e 'os
cordeirinhos que ouvem a voz de seu pastor' (Jo 10.3)."
[4]
No Catecismo Menor, Lutero descreve
assim o proveito que nos traz a Ceia do Senhor (VI 6): "Isto nos indicam
as palavras: 'Dado em favor de vós' e 'derramado para remissão dos pecados', a
saber, que por essas palavras nos são dadas no sacramento remissão dos pecados,
vida e salvação. Pois onde há remissão dos pecados, há também vida e
salvação."
[5]
No Catecismo Maior, Lutero, falando
sobre "qual a pessoa que recebe esse poder e proveito", diz assim (4ª
parte: Do Sacramento do Altar, 33-34): "É, em palavras bem sumárias,
conforme ficou dito acima, no batismo, e em muitos outros lugares, aquele que
crê conforme rezam as palavras e o que trazem. Pois não são ditas ou
proclamadas a pedras e paus, mas àqueles que as ouvem. A esses diz: 'Tomai e
comei', etc. E como oferece e promete perdão dos pecados, não pode ser recebido
de outra maneira senão pela fé." A eclesiologia luterana é precisamente
esta: é a mais ecumênica de todas, pois não dizemos que só luteranos são
igreja, nem repetimos batismo e até reconhecemos que, mesmo sob uma espécie, a
ceia não deixa de ser ceia, por mais que seja incompleta.
[6]
Ver também Mateus 11.28: "Vinde a mim todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei." Este versículo é citado por Lutero,
no Catecismo Maior, seguido do
seguinte: "De forma nenhuma se há de considerar o sacramento como se fosse
coisa prejudicial, da qual cumprisse fugir, mas como medicina inteiramente
salutar e consoladora, que te ajuda e te dá a vida, tanto na alma quanto no
corpo. Porque onde está restaurada a alma, aí também está auxiliado o corpo.
Por que então essa nossa atitude como se se tratasse de veneno em que a gente
comesse a morte para si mesmo?" E, pouco mais adiante: "Aqueles,
porém, que sentem sua fraqueza, e dela gostariam de ver-se livres, e desejam
auxílio, cumpre-lhes que considerem e utilizem o sacramento unicamente como
precioso antídoto contra o veneno que têm consigo. Pois aqui deves receber, no
sacramento, perdão dos pecados da boca de Cristo, perdão que encerra em si e
traz consigo a graça e o Espírito de Deus, juntamente com todos os seus dons,
proteção, defesa e poder contra a morte e o diabo e toda desgraça" (4ª
parte: Do Sacramento do Altar, 68 e 70).
[7]
Quanto aos realmente "indignos", a Fórmula de Concórdia esclarece (Epítome VII, 18): "Cremos,
ensinamos e confessamos também que existe apenas uma espécie de convivas
indignos, a saber, os que não creem. A respeito deles está escrito: 'O que não
crê já está julgado.' Por uso indigno do santo sacramento esse juízo cresce,
torna-se maior e é agravado. 1Co 11.(27,29)."
[8]
Como diz a Confissão de Augsburgo (X 1):
"Da ceia do Senhor se ensina que o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue
de Cristo estão verdadeiramente presentes na ceia sob a espécie do pão e do
vinho e são nela distribuídos e recebidos." (cf. Apologia da Confissão, X)
[9]
Na Confissão de Augsburgo (XXIV:30),
temos: "o santo sacramento foi instituído ... a fim de que por ele se nos
desperte a fé e se consolem as consciências, as quais pelo sacramento percebem
que Cristo lhes promete a graça e a remissão dos pecados."
[10]
No Catecismo Maior, Lutero descreve o
quanto o cristão precisa deste fortalecimento, em vista dos ataques do pecado,
do mundo e do diabo (4ª parte: Do Sacramento do Altar, 23-27):
"Conseguintemente, é com razão que se chama alimento da alma, que nutre e
fortalece o novo homem. Pelo batismo primeiramente nascemos de novo. Todavia,
como ficou dito, permanece no homem, não obstante, a velha pele, em forma de
carne e sangue. São tantas as obstaculizações e acometidas do diabo e do mundo,
que muita vez ficamos cansados e débeis, e vez que outra também claudicamos.
Por isso o sacramento nos é dado para diária pastagem e alimentação, para que a
fé se restaure e fortaleça, a fim de que nessa peleja não sofra revés, porém se
faça incessantemente mais vigorosa. Pois que a vida nova será de constituição
tal, que cresça e progrida sem solução de continuidade. Terá de sofrer,
entretanto, muita oposição. Pois o diabo é inimigo assim furioso: quando vê que
lhe resistimos e atacamos o velho homem, e que ele não nos pode surpreender à
força, então por todos os lados anda à solapa e rodeia, experimenta todas as
artimanhas, e não desiste até cansar-nos afinal, de modo que ou renunciamos a
fé ou desanimamos e nos tornamos apáticos ou impacientes. É para isso que é
dado o consolo, a fim de que o coração busque aqui nova força e refrigério,
quando sente que a coisa se lhe vai tornando demasiadamente pesada."
[11]
As Confissões Luteranas usam, às vezes, uma destas preposições, outras vezes,
duas. Werner Elert, referindo-se a esta variação no uso das preposições,
conclui que isso "prova que elas não têm a tarefa de dar uma definição
precisa. Segundo o autor, parafraseiam o simples fato de que pão e vinho
continuam pão e vinho, sendo, porém, no ato sacramental, portadores da
presença, do oferecimento e da recepção do corpo e sangue de Cristo" (nota
44 de Arnaldo Schüler, sob "Artigo X: Da Santa Ceia", da Confissão de Augsburgo, traduzida do
alemão).
[12]
Confissão de Augsburgo, Artigo
XXVIII, 5.
[13]
Em dias especiais, quando a Ceia, por exemplo, for objeto também da pregação, o
pastor até poderia, embora isso não seja de acordo com a ordem tradicional, deslocar
a Confissão e Absolvição para depois do sermão. Em favor disso, pode-se
argumentar da seguinte forma: (1) Poucas congregações têm, inserido em seu
culto, uma alocução confessional, no início do culto, antes da confissão e
absolvição, em dias da celebração da Ceia, como se fazia em outros tempos. (2)
Sem tal alocução, mas com um sermão focado na Ceia, o deslocamento da confissão
e absolvição para depois da pregação poderia ser muito benéfico. (3) Além do
mais, por várias razões, boa porção de comungantes, infelizmente, chega
atrasada e não participa da confissão e absolvição, no início do culto; de modo
que o seu deslocamento eventual para depois da pregação compensaria isto também.
[14]
A Apologia da Confissão ("Artigo
XXIV: Da Missa") também enfatiza isto, ao dizer: "Pois entre nós
realizam-se missas todos os domingos e em outros dias de festa, nos quais o
sacramento é administrado aos que querem fazer uso dele, depois de terem sido
examinados e absolvidos."
[15]
Lutero, por exemplo, no Catecismo Maior
(4ª parte: Do Sacramento do Altar, 31-32), enfatiza este ponto.
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