Eu já ouvi a triste história, e não somente uma vez, de uma paróquia
que afastou seu pastor, porque "ele não visitava os membros o
suficiente." Com certeza, eu, lá no fundo, tenho a esperança de que este não foi o único
motivo dos afastamentos, mas isso de modo algum me deixa otimista sobre o
futuro da igreja.
"Visitação aos membros" tornou-se uma prescrição comum
do trabalho de pastores e pastoras cerca de um século atrás, quando estes
acompanhavam as pequenas comunidades de imigrantes e eram pastores e
professores e faziam o trabalho dos agentes de saúde e de enfermeiros e de assitentes sociais.
Hoje isso é um péssimo sinal.
Eu de maneira alguma estou defendendo que os pastores não devam visitar
as pessoas da comunidade, mas o que me deixa preocupado é que tais expectativas estão muito além daqueles
com necessidades graves e de emergência.
A verdade que precisamos assumir é: Seu pastor não deveria fazer muita visitação.
Aqui estão 15 razões.
1.
É
antibíblico. Efésios 4:12 diz que os pastores tem a função de treinar os
santos ou crentes, ou membros, para fazer o trabalho do ministério. A bíblia
não diz que os pastores devem fazer todo o trabalho do ministério.
2.
Priva os
membros de exercer suas funções e oportunidades de Corpo de Cristo. A
segunda parte de Efésios 4:12 nos informa claramente que o ministério é para
todos aqueles na igreja. Quando o pastor faz tudo ou a maior parte do
ministério, os membros são privados de uma oportunidade e tarefa dada por Deus.
3.
Pastorcentrismo
promove uma mentalidade de clube de campo. "Nós pagamos o salário do
pastor. O pastor trabalha para nós para fazer o trabalho e servir-nos.” Neste
tipo de pensamento dízimos, contribuições e ofertas tornam-se quotas de clubes para
ser servido e o pastor é empregado dos membros.
4.
Transforma
a igreja em algo egoísta. Os membros estão sempre se perguntando o que o
pastor está fazendo para eles ou por eles, em vez de perguntar como eles podem
servir à Deus e ao próximo através da igreja.
5.
A
visitação rouba de preparação do Palavra. Esses mesmos membros que se
queixam de que um pastor não os visita são os mesmos que reclamam da má
preparação da pregação ou do “culto fraquinho”.
6.
Ela muda
de foco missionário do pastor. Se os pastores passam todos ou a maioria de
seu tempo visitando, como eles podem ser exigidos para entrar na sociedade e
compartilhar o evangelho?
7.
Ela tira
a liderança vital do pastorado. Como podemos esperar que os pastores liderem
se nós não damos o devido tempo para
conduzir uma vez que eles estão visitando membros?
8.
Visitação
acaba promovendo comparações pouco saudáveis entre os membros. "O
pastor visitou o Scmidt duas vezes este mês, mas ele só me visitou uma
vez."
9.
Nunca é o
suficiente. Isto é o pior! Quando as igrejas esperam que os seus pastores a
fazer a maior parte da visita, eles têm uma mentalidade de direito adquirido,
de senhorio sobre um serviço. Tal mentalidade nunca se satisfaz, sempre quer
mais.
10.
Ele leva
ao esgotamento pastoral. É impossível para os pastores para manter o ritmo
que se espera de todos os membros cumulativamente, especialmente na área de
visitação. A agenda de uma paróquia hoje é um absurdo. Os pastores e pastoras
trabalham, em sua maioria, em três turnos.
11.
Isso leva
a alta rotatividade pastoral, com
troca frequente de pastores. Burnout, esgotamento, cansaço, tristeza vão
levar a uma alta rotatividade pastoral, numa troca de pastores ao final de cada
TAM. Pastorados de curto prazo não são saudáveis para as igrejas.
12.
Visitação
pastoral coloca uma tampa hermética sobre o crescimento da Igreja. Uma das
grandes barreiras de crescimento de igrejas é a expectativa de que uma só pessoa
faça a maior parte do ministério, especialmente visitação. Tal
dependência de uma única pessoa coloca um sério limite no crescimento. O
exemplo das igrejas pentecostais e mórmons mostra que o crescimento está na
visitação dos membros PELOS MEMBROS! Quando a comunidade, como um todo, mostra
que se importa.
13.
Isso leva
os pastores a obter a sua afirmação a partir da fonte errada. Tornam-se
pessoas para agradar os membros e presbitérios em vez de Deus para agradar. No
final até o anúncio da Palavra caba se tornando para agradar pessoas.
14.
Isso faz
com que os membros da igreja com base bíblica se retirem. Muitos dos
melhores membros da igreja vão abandonar a comunidade porque sabem que a igreja
não deve funcionar dessa maneira. A igreja, portanto, torna-se cada vez mais
fraca.
15.
Exigir visitação
é um sinal de que a igreja está morrendo. Os dois comentários mais comuns
de uma igreja morrendo: "Nós nunca fizemos isso dessa maneira antes"
e "Por que o pastor não me visitar?"
A mentalidade generalizada em muitas igrejas é o pastor é o
principal visitante na igreja ou que esta é sua primordial tarefa.
No entanto é um sinal fundamental de uma comunidade doente.
É um claro passo em direção à morte.
Parabéns. É assim que penso também. O problema é que na IECLB, pensar assim, é ser taxado de terrorista.
ReplyDeleteMuito bom, Armin! É assim que penso também!
ReplyDeleteVisitação (exclusidade pastoral) não tem base e fundamentação bíblica. Basta uma simples observação pra perceber a inutilidade de realizar visitas. Postura de capelão. Membros se comportam como pacientes e só gritam por atendimento (usam o termo 'visita') pra satisfazer suas necessidades imediatas. Pastor, deve focar Efésios 4, "treinar os santos pra obra do ministério". Pastor não é capelão, nem empresário pra satisfazer clientes. Pastor deve guia e mentoriar discípulos para missao e serviço.
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