Saturday, April 29, 2017

Cinco razões por que "Evangelho da Prosperidade" é, na verdade, uma religião não-cristã.



Ser um cristão bom e fiel resulta em boa saúde, longa vida, abundância de bens e riqueza material?
Essa é a crença sutil - nem  tão sutil - de um tipo de cristianismo que muitas vezes é chamado de "evangelho da prosperidade".
Há um número crescente de cristãos que acreditam que - uma quantidade chocante, na verdade. E não apenas nos Estados Unidos e no Brasil, infelizmente esta é uma crença crescente em todo o mundo. Acho que isso está acontecendo em grande parte porque o cristianismo carismático é a marca de crescimento mais rápido do cristianismo em muitos lugares, e o evangelho da prosperidade é algo que parece ter infectado círculos carismáticos mais do que outros.
Enquanto eu acredito que nós como cristãos devemos ter cuidado ao declarar quem está dentro e quem está fora  e não sermos julgadores - eu sinto a ira dos caçadores hereges, então eu sei como é isso - , quando se trata deste sistema de crenças que associa ser um bom cristão com o materialismo, a saúde e a riqueza, não podemos ficar em silêncio ou pontuar em palavras: o evangelho da prosperidade está completamente fora da religião cristã. Não é cristianismo, ponto final!
Aqui estão cinco razões que uso de argumento:

 5. O evangelho da prosperidade nos encoraja a sermos focados em dinheiro em vez de focados em pessoas, no próximo.
Dentro do movimento da prosperidade, o objetivo final é como chegar daqui - falta de riqueza material - para lá - uma abundância de riqueza material.
Isso coloca o foco último desta religião no materialismo - mas não é nisso que o cristianismo é focado.
O cristianismo é uma religião que se concentra em outras pessoas - como amar outras pessoas, como discipular outras pessoas nos caminhos de Jesus e como ser o agente tangível de Deus na vida dos outros. Nada sobre o verdadeiro cristianismo é sobre o individualismo ou individualidade - na verdade, Jesus disse para se tornar um cristão que você realmente teve que morrer para si mesmo.

4. O evangelho da prosperidade promove uma religião baseada no desempenho.
O cristianismo não é uma religião sobre desempenho, mas o evangelho de prosperidade é tudo sobre desempenho.
O evangelho da prosperidade ensina que se você faz X, Y e Z - um deles geralmente envolve o envio de dinheiro para um cara, um pregador, na TV -  você receberá mais em troca - um conceito que eles chamam de "semeadura". Este paradigma vê o favor de Deus como algo que você ganha fazendo, em vez de algo que você recebe livremente pela graça de Deus.
Na verdade, Jesus acabou com este conceito quando ele descreveu o amor e o favor de Deus como sendo como a chuva que cai sobre aqueles que fazem o bem e aqueles que fazem o mal. Ele até chegou a dizer que Deus é realmente gentil com os ímpios.
Mas em vez de ver o amor e a bênção de Deus como algo livremente dado através de sua graça, o evangelho da prosperidade associa o favor de Deus com o comportamento correto, e interpreta tempos difíceis como Deus impedindo seu favor. Mas de acordo com a Bíblia, nada disso é verdade.

3. O evangelho da prosperidade promove um dos pecados mais freqüentemente condenados nas Escrituras: a ganância.
O evangelho da prosperidade é um evangelho sobre o ter mais, e que se opõe completamente ao que o cristianismo é.
Um dos pecados mais freqüentemente condenados nas escrituras é o da ganância, chegando mesmo a dizer que a ganância é idolatria. Na verdade, o apóstolo Paulo achou que a ganância é uma forma tão repulsiva de idolatria que ele ordenou aos cristãos que se recusassem a compartilhar refeições com alguém que se dizia cristão, mas era ganancioso.
Em vez disso, a mensagem cristã é aprender a contentar-se com o que você tem. Nos 10 Mandamentos somos ensinados a não "cobiçar" o que é o mesmo que dizer, "ficarás contente com o que tens". Mais uma vez, Paulo fala sobre isso e reconhece que a vida terá ciclos onde você tem abundância e Ciclos onde você não tem o suficiente, mas que o que Deus quer para nós em todos esses lugares é se contentar com o que temos.
Resumindo: se você tem o que você precisa, mas ainda quer mais - especialmente enquanto os outros estão sem - você é ganancioso, e este pecado é biblicamente considerado maldade, mesmo que a sociedade moderna - e o cristianismo americanizado, implantado no Brasil - desculpa.

2. O evangelho da prosperidade promove o elitismo entre o corpo de Cristo.
Uma das crenças centrais do cristianismo é que estamos todos em um campo de jogo igual aos olhos de Deus. Somos todos criados à imagem de Deus e temos um valor insuperável, tanto que Jesus morreu por nós. Para aqueles de nós que são cristãos, a Bíblia diz que todos somos parte de "um corpo" e que somos iguais. No entanto, o evangelho da prosperidade tem uma maneira de criar um status de elite dos cristãos - porque se você é realmente rico, deve ser porque você está fazendo isso melhor do que todos os outros.
Há alguns anos atrás, os pregadores da prosperidade, Kenneth Copeland e Jesse Duplantis, argumentaram que precisavam voar em jatos particulares porque voar em uma companhia aérea era como entrar num "tubo comprido com um bando de demônios". Eles também lamentavam o quão irritante seria para as pessoas a chegar até eles e pedir oração ... assim, eles "precisam" para voar em jatos particulares.
Este tipo de elitismo nojento não está apenas fora do cristianismo, é oposto ao cristianismo. De modo algum reflete o Jesus sem-teto, que não tinha onde “reclinar a cabeça” que saía com o pior dos pecadores.

1. O evangelho da prosperidade perverte o propósito de Deus na bênção material.
Deus pode abençoar com excesso material? Certamente! A Bíblia diz que todo dom bom e perfeito que recebemos vem de Deus. Mas o evangelho da prosperidade esquece que, nas ocasiões em que Deus abençoa alguém com excesso financeiro ou material, essa bênção vem com um propósito específico: abençoar os outros.
Quando Deus nos dá mais do que o que precisamos, ele o faz com a esperança de honrá-lo, compartilhando-o com outros que não têm o suficiente. A igreja primitiva no livro de Atos realmente fundou a primeira comunidade cristã nesta premissa - quando eles tinham mais do que necessário, eles compartilhavam suas riquezas com quem não tinha e não havia "nenhum pobre entre eles".
A ideia de que Deus dá a algumas pessoas mais do que o que elas precisam para que possam desfrutar da alta vida de luxo, enquanto as pessoas ao seu redor morrem de fome e doença, é uma repugnante perversão atual do Evangelho.
...
Há muitas coisas que estão matando a igreja hoje, mas uma das maiores coisas que matam a igreja é a ascensão de uma religião falsa e anti-Cristo que tantas pessoas acreditam erroneamente que é parte do cristianismo.

Deixe-me ser contundente: o evangelho da prosperidade e aqueles que o pregam não fazem parte da fé cristã. Acabaram por criar a sua própria religião do materialismo e estão falsamente chamando esta de "cristão".

Adaptado de http://www.patheos.com/blogs/formerlyfundie/5-reasons-prosperity-gospel-actually-non-christian-religion/?utm_campaign=shareaholic

Thursday, April 27, 2017

Estatísticas no Ministério


Vi estatísticas que me assustaram, principalmente por que as entendo como sendo verdadeiras. Note-se que estas estatísticas são dos pastores norte-americanos, e de diversas igrejas, mas cabem bem para as igrejas no Brasil, na sua maior parte.

90% dos pastores relatam trabalhar entre 55 a 75 horas por semana.
80% acreditam que o ministério pastoral afetou negativamente suas famílias. Muitos filhos de pastores já não frequentam a igreja agora por causa do que a igreja tem feito a seus pais.
95% dos pastores não oram regularmente com seus cônjuges, nem tem tempo para orar sozinhos.
33% afirmam que estar no ministério é um perigo para si e para sua família.
75% relatam crise significativa relacionada ao estresse pelo menos uma vez em seu ministério. Estes acarretam problemas psicossomáticos, gastrite, câncer, doenças cardíacas. O índice de suicídio é alto.
90% sentem-se inadequadamente treinados para lidar com as demandas do ministério.
80% dos pastores e 84% de seus cônjuges se sentem desqualificados e desestimulados como o papel dos pastores.
90% dos pastores disseram que o ministério era completamente diferente do que eles pensavam que seria antes de entrarem no ministério.
50% sentem-se incapazes de atender às demandas do trabalho.
70% dos pastores combatem constantemente a depressão.
70% dizem que têm uma auto-imagem mais baixa agora do que quando começaram.
70% não têm alguém que consideram amigo íntimo.
40% relatam conflito sério com um paroquiano pelo menos uma vez por mês, muitos destes conflitos são com o presbitério.
33% confessam ter envolvido em comportamento sexual inapropriado com alguém na igreja.
50% dos pastores se sentem tão desanimados que deixariam o ministério se pudessem, mas não têm outra maneira de ganhar a vida.
70% dos pastores se sentem muito mal pagos.
50% dos ministros começando não vai durar 5 anos.
Só 1 em cada 10 ministros realmente se aposentará como ministro de alguma forma. Com a reforma da previdência no Brasil.....
94% das famílias do clero sentem toda as pressões do ministério do pastor.
80% dos cônjuges sentem que o pastor está sobrecarregado.
80% dos cônjuges sentem-se excluídos e subestimados pelos membros da igreja.
80% dos cônjuges dos pastores desejam que seu cônjuge opte por uma profissão diferente. Muitos desejam que busque uma igreja ou fé diferente.
66% dos membros da igreja esperam que um ministro e família vivam em um padrão moral mais elevado do que eles mesmos.
Os valores morais de um cristão não são diferentes daqueles que se consideram não-cristãos.
O americano médio dirá 23 mentiras por dia. No Brasil eu não sei, mas é por aí também.
A profissão de "Pastor" está perto da camada inferior de uma pesquisa das profissões mais respeitadas, logo acima do "vendedor de carros". O pastor, por aqui também já foi mais respeitado no passado, hoje nem suas paróquias os respeitam mais.
4.000 novas igrejas começam a cada ano e 7.000 igrejas fecham.
Mais de 1.700 pastores deixaram o ministério todos os meses no ano passado.
Mais de 1.300 pastores foram mandados embora pela igreja local a cada mês, muitos sem causa.
Mais de 3.500 pessoas por dia deixaram a igreja no ano passado.
Muitas denominações relatam uma "crise de púlpito vazia". Eles não conseguem encontrar ministros dispostos a preencher posições. Na IECLB diminui cada ano o número de ingressos e de egressos nas faculdades de teologia.
Razão número 1 de os pastores deixar o ministério - pessoas na Igreja - especialmente presbitério - não estão dispostos a ir a mesma direção e objetivo do pastor. Pastores acreditam que Deus quer que eles vão em uma direção, mas as pessoas não estão dispostos a seguir ou mudar.

Estatísticas fornecidas pelo The Fuller Institute, George Barna e Pastoral Care Inc. Encontrada em http://www.pastoralcareinc.com/statistics/

Tuesday, April 25, 2017

DEUS ESTÁ COMIGO LÁ ONDE EU ESTIVER - Pastor Renato Luiz Becker

Oi! Durante as últimas semanas escrevi como se estivesse acamado; como se sentisse dor; como se ansiasse por cura; como se esperasse apoio de quem estivesse próximo. Pois está aí o texto completo. Você tem alguém na sua família ou no seu círculo de amigos que passa por esta experiência? Leia o texto. Ele pode te ajudar a servir quem precisa de ti. Abraços!
ESTOU HOSPITALIZADO
Quero organizar meus pensamentos. Eles se embaralham na minha cabeça. Hoje pela manhã eu ainda estava em casa, junto das pessoas que me querem bem. Agora, de repente, fui guindado a outro “mundo”. Estou muito abatido por causa de todo o esforço de adaptação neste novo lugar que cheira a remédios. Vou ter que aguentar o tranco – pensei. Enquanto isso as pessoas se esforçam para me colocar na cama. Neste momento divido um quarto muito simples com outras pessoas adoentadas como eu. Tomara que nos entendamos. Será que ficarei muito tempo aqui neste espaço? Tenho medo do que ainda vou viver. Os aposentos, as pessoas – tudo é muito estranho – até eu me sinto assim. Vou ter que me entregar na mão de outras pessoas. Será que elas vão dar tudo de si em favor de mim?
Do Salmo 139
Ó SENHOR Deus, tu me examinas e me conheces. Sabes tudo o que eu faço e, de longe, conheces todos os meus pensamentos. Tu me vês quando estou trabalhando e quando estou descansando; tu sabes tudo o que eu faço. Antes mesmo que eu fale, tu já sabes o que vou dizer. Estás em volta de mim, por todos os lados, e me proteges com o teu poder.
TUDO ESTÁ INCERTO
Às vezes sinto vontade de fugir daqui. Sinto-me preso. Quero ir para casa e experimentar novamente a saúde. Espero que tudo volte a ser como antes. Para tal, preciso enfrentar esta circunstância, mesmo como medo e incertezas arranhando meu peito. Sim, desconfio destas pessoas vestidas de branco que se dispõe a ajudar. Sinto-me entregue às suas mãos. Elas me alcançam medicamentos e dizem: - Isso vai ajudar. O senhor só precisa ter paciência. Eu quero acreditar nestas palavras; crer que esta gente vai fazer de tudo para me curar desta enfermidade. Mas, porque a demora em minha melhora? Ah se eu pudesse acalmar-me, não sentir mais medo do futuro!
Do Salmo 13
Ó Deus, até quando esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei de suportar este sofrimento? Olha para mim e responde-me! O meu coração ficará alegre, pois tu me salvarás.
ANTES DA OPERAÇÃO
As enfermeiras me disseram que amanhã será o dia. Eu ouvi o recado e só afirmei meu entendimento com um leve aceno da cabeça. Agora estou só. “Solito” comigo mesmo, apesar das minhas companheiras e dos meus companheiros de dor estar em camas próximas. Essa gente próxima já passou por essa experiência. Também o medo da cirurgia já lhes é coisa do passado. Porque é que esse povo não conversa comigo? Será que ele não percebe meu desespero? Ah se apenas uma dessas pessoas acamadas me dirigisse a palavra para me libertar de medo e angústia... Essa pessoa só precisaria sentar ao meu lado, segurar minha mão e dizer: - Estou contigo! Eu poderia repartir tudo com ela: Da insegurança que sinto por causa da agulha portadora da anestesia que me promoverá a escuridão; da mexida que vão fazer dentro do meu corpo; do receio que sentirei na hora de acordar e do silêncio daquelas e daqueles que estarão na minha volta e, por fim, da angústia pelo resultado de toda esta ação. Senhor! Ajuda-me. Cuida de mim. Me segura Contigo!
Do Salmo 73
No entanto, estou sempre contigo, e tu me seguras pela mão. Ainda que a minha mente e o meu corpo enfraqueçam, Deus é a minha força, ele é tudo o que sempre preciso.
O PÓS-OPERATÓRIO
Acabou a cirurgia. Tudo passou, graças a Deus! A médica disse que a operação transcorreu bem e que não houve complicação. Isso é bom. Mas, mesmo assim, eu me preocupo. Porque é que esses fios e tubos plásticos precisam ficar ligados ao meu corpo? Esses profissionais que me servem não devem estar sendo de todo transparentes. De repente eles sabem muitos detalhes da dor que eu carrego, mas me a omitem. Sim, essa incerteza me machuca. Quando é que eu saberei de tudo, tintim por tintim? Será que precisarei inquiri-los? Os meus pensamentos mais se parecem com cordões recortados. Eles se cruzam por todos os lados e acabam arrebentando. Preciso paciência. Preciso esperar. Primeiro vou me recuperar e, depois me alegrar pelo fato de ainda estar vivo. Vou esperar até voltarem minhas forças e, então, reolhar o horizonte, esteja ele nublado ou cheio de sol.
Do Salmo 37
Ponha a sua vida nas mãos do SENHOR, confie nele, e ele o ajudará. Tenha paciência, pois o SENHOR Deus cuidará disso.
E ESSA DOR QUE NÃO ME DEIXA?
Para aguentar a dor, controlo minha respiração. A enfermeira sugere que eu respire calmamente. O problema é que a dor perpassa meu organismo, interfere em todo meu corpo. Eu não consigo mais pensar noutra coisa a não ser no sofrimento que experimento. Eu ainda só consigo resmungar e reclamar. Eu sou só dor. Aliás, sinto-me como se estivesse me afogando num lago de fogo. Acho que agora essa dor já passou - penso - mas ela logo recomeça. Ah como eu gostaria de inspirar e respirar silenciosamente, longamente, normalmente. Será que ninguém pode me puxar para fora dessa experiência dolorosa?
Do Salmo 38
Estou muito aflito. Ó SENHOR Deus, não me abandones! Não te afastes de mim, meu Deus! Ajuda-me agora, ó Senhor, meu Salvador!
OS MÉDICOS DÃO ESPERANÇA
Não aguento mais. Já passei pelo medo da operação e pelas dores que vieram depois. É duro aguentar este estado horizontal, aqui neste leito hospitalar. Já contei centenas de vezes todas as manchas na pintura do teto. As minhas forças me abandonaram. Meu corpo parece estar completamente esvaziado. Não sinto mais chão debaixo de mim. Como é que eu vou resistir a tudo isso? Sim, eu gostaria de me segurar nas palavras destes médicos que impostam a voz como se deuses fossem: - O sr. vai passar por esta, aguente só mais um pouco! Como é que eu vou conseguir isso? O fato é que eu não vejo luz no fim do túnel. Sobre quantas pedras ainda precisarei tropeçar? Eu já espero a próxima curva. O que é que me espera depois dela? Ah se eu pudesse voltar a tratar minhas galinhas e, junto, colher ovos. Aí então eu poderia voltar a acreditar em mim mesmo e em todas aquelas e aqueles que querem meu bem.
Do Salmo 38
Ó Senhor, tu ouves todos os meus gemidos. O meu coração bate depressa, estou fraco, e os meus olhos perderam o brilho.
ESTOU MELHORANDO
Já sonhei muito aqui nesta cama. Num dos meus sonhos eu caminhava por um caminho aberto. Do lado da estradinha corria um límpido riacho e o horizonte se mostrava aberto, azul celeste. Perto de mim eu também ouvia um “coral” de pássaros. Minha corrida era leve e solta, naquele risco de terra no meio da grama verde. Coisa boa poder carregar minhas queridas e meus queridos nos braços. Coisa boa aquele exercício movido pelo amor. A porta se abre. É o médico, sorridente, comunica: - Alta senhor! Eu sentia que iria recebê-la. As dores ainda só me visitavam aqui e ali, mas eram suportáveis. De vez em quando eu já meio que só ao banheiro; já me movimentava aos poucos, sempre segurando em móveis e ou no ombro de quem me oferecia apoio. Está dando certo o tratamento. Consigo caminhar novamente. Eu vou voltar. Eu vou vencer. Tudo vai melhorar...
Do Salmo 23
O SENHOR é o meu pastor: nada me faltará. Ele me faz descansar em pastos verdes e me leva a águas tranquilas. O SENHOR renova as minhas forças e me guia por caminhos certos, como ele mesmo prometeu.
SEMANAS DIFÍCEIS
As últimas semanas foram bem difíceis para mim. Consigo relembrar cada momento vivido: Meu medo, minha operação e minhas que não passavam. Minhas tentativas de caminhar sem apoio e as boas palavras das pessoas mais próximas: Você vai vencer mais esta! Estou pronto. Há um novo caminho que se abre diante de mim, uma nova oportunidade para viver. Vou seguir este novo rumo passo a passo. Vou refletir sobre todos os detalhes que vierem ao meu encontro. Vou mergulhar na proposta deste novo, alegrar-me com aquilo que pode me trazer alegria. Agradeço às pessoas que me ajudaram a chegar até aqui. Não quero esquecer daquilo que ficou para trás. Esse tempo marcado pela dor ensinou-me a enfrentar a dificuldade. Aquela “árvore” que estava sem folhas voltará a produzir “flores”.
Do Salmo 116
Meu ser inteiro, continue confiando em Deus, o SENHOR, pois ele tem sido bom para mim! Deus me livrou da morte, fez parar as minhas lágrimas e não deixou que eu caísse na desgraça. Por isso, no mundo dos que estão vivos, viverei uma vida de obediência a ele.

Saturday, April 22, 2017

Dispensacionalismo: uma doutrina mais perigosa que o próprio inferno

Theopedia define o dispensacionalismo como um "sistema teológico que ensina a história bíblica que é melhor compreendida à luz de um número de sucessivas administrações do trato de Deus com a humanidade, o que esta doutrina chama de" dispensações". Há sete ao todos: a dispensação da inocência (Criação → A morte de Adão), de consciência (Adão → Noé), de governo (Noé, Abraão), de governo patriarcal (Abraão, Moisés), de Lei Mosaica (Moisés, Cristo), de graça Reino (ainda por vir). De acordo com a teologia dispensacional, estamos atualmente na dispensação da graça, também conhecida como a era da Igreja.
Essencial para a cosmovisão do dispensacionalismo é uma teoria chamada de "arrebatamento" (quando os cristãos são "apanhados" para o céu), que desempenhará um papel crucial na inauguração do reino milenar da sétima dispensação. Com base em minhas relações com pessoas que defendem essa visão, parece que o arrebatamento acontecerá a qualquer momento. É claro, desta vez eles estão certos! Como estavam a última vez, e aquela vez antes desta, ah, também estavam certos naquela vez antes da anterior. E isto vai quase ad infinitum. Bem, como ad infinitum como você pode começar a partir do ano 1830 em diante, que é mais ou menos quando John Nelson Darby veio com todo esse hocus-pocus absurdo dispensacional.
O que é tão assustador sobre dispensationalismo é que é em grande parte (mas não inteiramente) baseado em uma leitura altamente literal e fundamentalista do livro de Apocalipse. Se você, caro leitor, não está familiarizado com a Revelação de João, ele é intenso e bastante gráfico. Não vou entrar em detalhes aqui, mas é cheio de imagens chocantes de criaturas mitológicas multi-cabeça, multi-chifres, taças de ira, trombetas de apocalipse, guerra sangrenta, um lagar de fúria, um lago de fogo e, em seguida, finalmente, um cordeiro vitorioso que introduz no reino dos céus. A compreensão dispensacional do Apocalipse reflete-se na popular série Deixada para Trás de livros e filmes. Aqui está essencialmente como o pessoal de Deixados Para Trás literaliza - quero dizer, interpreta-tudo:
Os crentes serão arrebatados para o céu. Então, a ira e a fúria de Deus serão desatadas na terra. Mil milhões serão mortos. Eles serão então lançados no inferno, para sofrerem para sempre. Tudo isso não só será endossado por Jesus, mas ele será o líder. Os crentes se alegrarão. Aleluia! AMÉM!
Coisas assustadoras, estou certo?
Mas observe que a primeira parte em particular - os crentes serão arrebatados para o céu, levados para estar com Jesus no momento oportuno.
Quão conveniente! Ou, como a Senhora da Igreja de Zorra Total diria, "bem, isso não é especial?"
Infelizmente, essa compreensão cria não só a apatia completa e absoluta, mas algo muito pior. Claro, há apatia pelo meio ambiente e apatia pela humanidade, mas, como uma espada de dois gumes, também uma promulgação das próprias coisas que os dispensacionalistas acreditam que devem acontecer antes que o fim possa vir, antes que eles possam ir ao seu partido no céu. Isso resulta em atitudes como esta, da comentarista conservadora Ann Coulter: "Deus nos deu a terra. Temos domínio sobre as plantas, os animais, as árvores. Deus disse: 'A Terra é sua. Pegue. Viole-a. É sua.'" Dá-me arrepios!
Perdoe-me enquanto vomito.
Esta atitude, que eu admito, não está simplesmente contida dentro do dispensacionalismo, ou mesmo o cristianismo para esse assunto, tem, não surpreendentemente, de fato levado a uma violação da terra, uma violação dos povos da terra, e uma violação que Continua e continua e aparentemente continuará até o fim - porque alguns acham que isto é simplesmente o modo de Deus (por favor note o sarcasmo!). Mas aqui está a coisa irônica e louca de tudo isso: parece que tudo está se tornando realidade como uma profecia auto-realizada, com muitos na igreja brincando e proeminente jogando bem com essa teologia equivocada, sem sequer uma pista de que eles são, Francamente, na verdade, um anti-Cristo.
Ufa, enfim eu disse.
Mas é verdade.
É por isso que o dispensacionalismo é tão perigoso. Porque a terra deve ser consumida no fogo, toda a paz é uma paz falsa (veja Dan. 9:27). Assim, em tempo real, a paz é violentamente sabotada em quase todos os turnos e a todo custo. E porque a violência é cíclica, ela continua escalando e escalando, mimeticamente, como uma panela de pressão defeituosa.
E falando de "mimético", não só os cristãos deste tipo acreditam que é assim que a história termina, mas também o fazem muitos fundamentalistas muçulmanos, e até mesmo muitos judeus:
Alguns muçulmanos acreditam que, para que o Madhi (o redentor do Islã) retorne, ele deve ser precedido pela violência, pela guerra e pelas fitnas intensificadas (tempos de provação, aflição e angústia). Então alguns desses muçulmanos fazem o que quiserem para trazer tudo isso.
Alguns judeus acreditam que quando o Messias (o redentor de Israel) vier, ele deve trazer violência e guerra aos seus inimigos, porque, como o profeta Isaías claramente afirma, o Dia do Jubileu é também "o dia da vingança de nosso Deus". Isaías 61: 2). Então, alguns desses judeus fazem a sua maldição para infligir sua própria vingança por amor de Deus.
É tudo altamente coincidente ou, de fato, a teoria mimética de Girard está correta em que os inimigos muitas vezes se assemelham uns aos outros. Nesse caso, parece que os inimigos se modificam mutuamente a um semelhante.
É por isso que acredito que uma visão de mundo como o dispensacionalismo é ainda mais perigosa do que o próprio inferno. O inferno, no "sentido tradicional" (como um lugar de sofrimento eterno), está contido no abstrato, o que pode ser chamado de "vida após a morte". Assim, embora possa nos fazer experimentar um tipo de inferno na terra (sendo uma doutrina francamente monstruosa). O inferno não força a sua entrada como dispensationalismo faz. Já o inferno na terra é necessário pelo dispensacionalismo. Todo esse fogo e ira deve acontecer – e quanto mais rápido, melhor. É um inferno garantido, ao passo que um inferno após a morte pode, no máximo, ser apenas especulativo.
É hora de combatermos esta doutrina claramente estúpida (por falta de uma palavra melhor), já que já causou bastante dano. Uma doutrina que é pregada por evangélicos e católicos carismáticos, pentecostais e testemunhas de Jeová, adventistas e mórmons. Se o evangelho é a paz (Efésios 6:15), mas nossa escatologia envolve um Jesus, ou um Mahdi, ou um Messias ainda não revelado, que traz a guerra ou está envolvido na guerra, então precisamos repensar a nossa prática Doutrinária, e trocá-la por boas notícias, o EVANGELHO.
Nossos pensamentos sobre o fim precisam ser vistos à luz da Cruz, à luz da pregação de cristo e de sua ressurreição, não o contrário. Lembre-se, Deus prefere se tornar um ser humano e morrer em uma cruz do que infligir violência contra nós - e se você disser o contrário, então você realmente não tem o Evangelho e não pode ser chamado de cristão.

Traduzido e adaptado a partir do texto de Matthew Distefano. Dispensationalism: A Doctrine More Dangerous Than Hell Itself - http://www.patheos.com/blogs/unfundamentalistchristians/2016/10/dispensationalism-a-doctrine-more-dangerous-than-hell-itself/

Monday, April 10, 2017

Eu não vou à igreja.

Claro, eu já visitei a igreja  várias vezes, mas finalmente desisti.

Na maioria das vezes, as pessoas eram frias nas comunidades. Ninguém me cumprimentou a menos que fosse algum tempo de saudação artificial, como o tal do abraço da paz. Ninguém se deu conta de mim enquanto se reuniam em seus sagrados abraços. Um membro da igreja sentou-se perto de mim e disse-me que eu estava sentando-se em seu banco e seu lugar. Decidi sair então.

Eu não vou à igreja.

Mas eu realmente gostaria de saber mais sobre o cristianismo. Infelizmente, a maioria dos sermões que eu ouço parece diluída. Muitos dos pregadores tendem a se esquivar de lidar diretamente com o texto bíblico. Eu quero aprender, mas eles só parecem querer agradar, parece que eles têm medo de alguém. Parece que pregam o que mandam, não o que pede o evangelho

Eu não vou à igreja.

Posso fazer uma lista de mais de 1000 coisas pelas as quais as igrejas estão contra, ou proíbem. Os temas vão desde o sério ao ridículo, se preocupam com a sexualidade, mas não com a corrupção. Gritam bem alto contra o “beijo gay”, mas se calam com a opressão. Eu com certeza gostaria de encontrar uma igreja que me mostrasse mais amor e me levasse a viver este amor ao meu próximo. Não foi isso que Jesus pediu?

Eu não vou à igreja.

O que eu mais preciso é de ajuda. Eu sei que preciso de ajuda, muita ajuda. Há momentos em que eu me machuco e fico procurando respostas. Eu esperava encontrar algumas dessas respostas na igreja. Eu esperava conhecer pessoas que se importassem comigo. Eu esperava estar no lugar onde eu fosse tratado com dignidade e cuidado.

Eu não vou à igreja.
Meu colega de trabalho vai à igreja. Eu até sei onde ele um membro, qual comunidade ele pertence. Mas ele nunca me convidou. Meu vizinho vai à igreja. Meus filhos brincam com seus filhos. Vejo sua família ir à igreja todos os domingos. Mas ela nunca me convidou. Eu iria se ela o fizesse. Gostaria definitivamente.

Eu não vou à igreja.

Mas os membros da igreja não parecem se importar comigo. Eles parecem muito ocupado para cuidar ou se importar com alguém mais que não eles mesmos. Ninguém fala comigo. Ninguém me convida. Ninguém mostra preocupação por mim. Custa dar uma palavra, ligar, passar um whatsapp convidando?

Eu não vou à igreja.

Olha, eu não sou anti-igreja. Eu não sou anti-cristão, também acho que não sou ateu. Estou realmente buscando respostas. Estou realmente à procura de pessoas que se importam.

Eu não vou à igreja.


Mas eu acho que eu gostaria de ser.