Tuesday, June 06, 2017

Minha comunidade não faz evangelismo e missão.


Se fizéssemos uma pesquisa sobre missão da igreja, o que teríamos como resposta de nossos membros hoje? E das diretorias e presbitérios?
Fiz um exercício de imaginação de entrevista com membros:

Pergunta: Você acredita que a missão e o evangelismo devem ser uma prioridade na igreja?
"Com toda a certeza."
Pergunta: A missão e o evangelismo são uma prioridade na nossa paróquia?
"Na verdade, não. Nosso pastor não é muito de fazer evangelismo ou missão. E não recebemos ajuda da nossa igreja ou do sínodo para isso ".
Pergunta: O que você está fazendo pessoalmente para ser mais evangelista e missionário e convidar pessoas a participar da comunidade? Vir aos cultos? Participar da IECLB? Visita membros afastados, pelo menos? Convida pessoas para vir ao culto pelo celular ou whatsapp?
(daria para ouvir grilos, e bem distante!)

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Não é nem preciso se aborrecer com estatísticas sobre o declínio do ímpeto missionário e evangelístico em nossas comunidades, aliás, já dizemos que a IECLB é igreja de imigração e não de missão. Então ninguém precisa de mim, um reles pastor, para convencer quem quer eu seja que a maioria das nossas comunidades e paróquias não está chegando aos seus arredores com o evangelho, seja em palavra seja em ações. Na maioria das vezes nossas comunidades, preocupadas com sua sustentabilidade, não se apercebe que é exatamente na missão e evangelismo que está a sustentabilidade.  Também ninguém precisa de mim para fornecer dados que mostrem que nossas comunidades e paróquias não estão atingindo nem direito aos seus membros inscritos, que de lá quem é de fora.

O que nossas comunidades e paróquias está fazendo com a missão e o evangelismo? Estamos aí com mais uma campanha de missão na IECLB. A décima edição. TEMPO DE AGRADECER O meu coração bate pela missão! e precisamos nos questionar muito em nossas comunidades e paróquias sobre como nos posicionamos em nossas comunidade com relação à missão e ao evangelismo.

A questão levantada poderia ser respondida de várias perspectivas. Mas uma das principais explicações é simplesmente um problema de atitude de cada membro batizado. Existem várias atitudes perigosas e debilitantes em comunidades e paróquias que estão matando a missão e o evangelismo. Quero me referir a algumas:

1.       "É o que pagamos ao nosso pastor ou a pastora para fazer e ganha bem pago para isso". A atitude da mão-de-obra em relação à Grande Comissão é debilitante e acaba minando todo o trabalho. O ministério não é visto como ordenação ou comissão de Jesus (Mt 28.19-20), mas como uma relação de trabalho entre uma paróquia (empregadora) e um ministro, uma ministra (empregado), representado pela diretoria, e ministro ou ministra. Desta visão doentia na igreja emana de uma atitude de conforto e direito adquirido entre os membros das comunidades que pagam a anualidade – ao invés de ofertar por gratidão. Isto, acima de tudo, é totalmente não bíblico, é uma visão clubista.
2.       "Os membros leigos de nossas comunidades simplesmente não são missionários e evangelistas". Essa citação vem de ministros, ministras e outros lideranças da igreja. É o outro lado da moeda do jogo de culpa e de empura-empurra observado na colocação um acima. Os ministros e ministras que fazem esses comentários tipicamente também não são missionários e o presbitério está ficado apenas na sustentabilidade financeira. E o fator correlativo número um de uma igreja evangelística é um ministério evangelístico. Se os ministros e  ministras, bem como presbitérios são sérios sobre suas igrejas então se tornam instrumentos da Grande Comissão, e passam a se ver junto com a comunidade e o restantes dos membros, como um corpo.
3.       "A IECLB e o sínodo não nos ajuda." Essa atitude é uma continuação da questão da culpa e deflexão e jogo de empurra-empurra. As igrejas missionárias e evangelísticas não dependem de denominações para levá-los a compartilhar o evangelho, para executar a missão, que é “missio Dei” no seu âmbito de atuação. Eles veem a Grande Comissão como uma questão de responsabilidade da igreja local e de cada um dos membros.
4.       "Enfatizamos o evangelismo uma vez por ano em nossa igreja". Se o evangelismo é apenas mais uma ênfase na igreja, está morto na chegada. Deve ser “A” prioridade permanente da igreja. A Grande Comissão não é apenas outro evento, ou um evento evangelístico com um palestrante convidado; Está vivendo a igreja onde a prioridade é de compartilhar o evangelho, seja em palavras, seja em ação diaconal. Palavra pregada e diaconoa é missão e evangelismo
5.       "Eu não conheço ninguém bem, que não é cristão". Essa atitude faz parte da maior questão do amontoado sagrado de auto idolatria em muitas igrejas. Se os membros da igreja não estão desenvolvendo relações intencionais com pessoas que não são cristãs, ou desigrejadas, ou sem religião, ou de outras religiões, o evangelismo e a missão simplesmente não acontecerão. Uma igreja voltada somente para os seus, para seu próprio umbigo, vira gueto e acaba enfraquecendo, pois não alcança mais nem o crescimento biológico. Aqui está um teste a considerar. Quantos grupos de trabalho ou estudo em sua paróquia ou comunidade estão procurando regularmente se conectar com os de fora da lista de membros?
6.       "Nós não temos os recursos". As igrejas evangelísticas e missionárias mais eficazes dependem de dois recursos fundamentais: oração e obediência.

O declínio no evangelismo e da missão em nossas comunidades e paróquias não se resume apenas a estas questões-chave, a questão é bem mais complicada a ser avaliada. Meus pontos acima podem ser até bastante simplistas. O problema sempre é que muitos crentes veem o evangelismo e a missão como a responsabilidade de outra pessoa. Estreitamente relacionado com essa questão é culpa. É culpa do ministro ou da ministra (geralmente estes acabam recebendo a culpa e tem de buscar outro Campo de Atividade). É culpa do presbitério (ninguém quer este cargo, então se elege alguém sob pressão). É culpa dos membros da igreja. É culpa da igreja institucional. É culpa da economia do país.

Eu já vi comunidades fazerem mudanças dramáticas no seu jeito de ser quando apenas uma pessoa decidiu ser radicalmente obediente à Grande Comissão e começar um trabalho missionário e evangelístico, por menor que fosse.

A questão não deve ser: "E quanto a eles?"


A questão deveria ser: "E quanto a mim?"

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