Eles não se contradizem.
Eles gostam muito de ter uma conversa com os que participam de uma
comunidade e frequentam a igreja regularmente.
Eles, na verdade, não estão afastados da igreja pelos
motivos que normalmente se pensa.
Eles são os sem igreja, ou sem comunidade religiosa. Acontece que muitos líderes e membros ativos da igreja têm percepções errôneas sobre eles, e aí as igrejas muitas vezes não conseguem alcançá-los, ou o que é pior, nem tentam ou
se importam em alcançá-los.
Em um dos estudos mais abrangentes já realizados em pesquisa
sobre os desigrejados, ou os afastados da igreja, a LifeWay Research, em parceria com o Billy Graham Center for
Evangelism em Wheaton, se pesquisou 2.000 americanos sem igreja. Eles definiram
como "sem igreja" alguém que não foi a nenhum tipo um serviço religioso
pelo prazo de no mínimo seis meses. A pesquisa é norte-americana, mas as
conclusões bem que se encaixam também na realidade brasileira.
Um terço dos entrevistados não eram brancos. O que também
faz sentido no Brasil, já que temos uma população negra bem grande, variando de
região para região. Os gêneros eram quase igualmente representados (53% do sexo
masculino) e quase metade tinham um diploma do ensino médio ou menos.
A maioria dos sem igrejas verdadeiramente tem uma base de
igreja, ou seja, nasceram em uma família religiosa e receberam as bases de sua
denominação, frequentaram educação cristã, na sua maioria. Ao contrário de
algumas percepções, a grande maioria dos sem igreja tem um contexto de igreja.
Quase dois terços deles (62 por cento) frequentaram a igreja regularmente como
uma criança.
A maioria das pessoas sem comunidade, ou sem igreja não
conseguiram abandonar completamente do hábito da sua congregação. Certamente, alguns
deles deixaram igrejas por razões negativas, mas isso não é verdade para a
maioria.
Um terço dos sem igreja faz planos de voltar à igreja no futuro.
Isso chama a atenção. Um em cada três americanos sem igreja está
realmente planejando voltar para a igreja, diz a pesquisa. Como seria esta questão no Brasil,
ou na IECLB, com aqueles que se afastaram. A pergunta é, sempre se a nossa
igreja está ativamente convidando aqueles que se afastaram, ou para a maioria
isto nem importa mais?
A pesquisa mostra que os sem igreja estão muito abertos a
uma conversa religiosa. Quase metade (47%) interagiria livremente em tal
conversa. Outro terço (31%) ouviria ativamente sem participar. Pausemos por um
momento. Olhe bem para esses números. Quase oito dos dez americanos sem igreja
receberiam uma conversa evangélica. No Brasil é a mesma coisa. Cada um dos
membros afastados da IECLB, ou de outra igreja, se questionados, uma boa parte
estaria aberta a uma conversa. Nos Estados Unidos a pesquisa mostrou também que
outros 12% discutiram isso com algum desconforto, e apenas 11% mudariam o
assunto o mais rápido possível. Não podemos usar a pobre desculpa de que os sem
igreja realmente não estão interessados em conversar sobre a sua relação com
a comunidade. Na realidade, são os membros da igreja que provavelmente não
estarão interessados em iniciar conversas evangélicas ou se engajar na busca
pelos afastados.
Se a gente convidasse, eles viriam. Uma vez uma comunidade
iniciou uma campanha para trazer membros afastados. A campanha foi chamada de
"Convide alguém." Na campanha notaram que entre os inexplorados, 55%
disseram que iriam à igreja se fossem convidados por um membro da família. E
51% disseram que participariam da igreja se forem convidados por um amigo ou
vizinho. Esses números são surpreendentes. As oportunidades são incríveis. O problema é que, muitas vezes, se espera do ministro ou da ministra esta tarefa.
É verdadeiramente uma oportunidade incrível.
Mas eu me pergunto quantas comunidades e paróquias aproveitariam esse momento
dado por Deus.
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