Friday, November 27, 2009

ADVENTO!!!!!!





Em At 9.1-2 diz: “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém”.

Em At 19.23 diz: “Por esse tempo, houve grande alvoroço acerca do Caminho”.

Os primeiros cristãos eram chamados de: “os do Caminho” e o Projeto de Deus era chamado de: “o Caminho”.

Falando em “caminho” nos lembramos da família camponesa sem terra Abraão e Sara que caminhou, sob a orientação de Deus, da Mesopotâmia em direção à Terra Prometida.

A família camponesa escrava no Egito de Moisés e Miriam caminhou com seu povo pelo deserto, guiados pela luz de Deus, em direção à Terra Prometida com a proposta de construir uma nova sociedade sem classes, onde não haveria escravos e senhores.

Os juízes palestinos Gideão e Débora caminharam por Canaã para organizar os camponeses israelitas a fim de manter a terra conquistada e o Projeto de Deus que queria uma sociedade sem classes sociais, sem Estado, sem Templo, livre, onde todos tem acesso à terra e uma sociedade, que propõe conforme Dt 15.4: “para que entre ti não haja pobre”.

Os profetas Isaías e Zacarias caminharam pela Palestina para advertir o povo de seus pecados e para falar da esperança do Messias, que vem como Servo Sofredor.

João Batista caminhou pelo deserto da Judéia para anunciar que o Messias irá chegar. Como preparo batizava no rio Jordão, longe do Templo e de graça, para a remissão de pecados, pois a salvação nos é dada de graça pela fé.

A família camponesa nazarena, José e Maria, caminhou para Belém, por causa de uma ordem opressora imperialista romana, para se recensear; e neste processo nasce marginalizado numa estrebaria aquele que libertará a todos de todas as opressões e morte e fará todas as pessoas livres, como lembra o apóstolo Paulo em Gl 5.1: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão”.

Os magos, que eram estrangeiros, caminharam por terras longe de sua pátria na procura do rei dos judeus que não foi encontrado no palácio do rei Herodes, mas numa estrebaria, rodeado por pastores empobrecidos e marginalizados, deitado numa manjedoura à margem da cidade de Belém.

Os 12 discípulos e o grupo de mulheres, que seguiam Jesus e serviam, caminharam com Jesus pela Palestina para anunciar que o reino de Deus já “está dentro de vós” (Lc 17.21), dizendo ainda, conforme Lc 6.20: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”.

Jesus caminhou para Jerusalém para ser crucificado e ressurreto no terceiro dia para nos mostrar a vitória de Deus sobre a morte e sobre todas as mortes em vida.

Nós hoje caminhamos com estas luzes porque somos a luz do mundo, como nos falou o Cristo, enquanto camponês peregrino sem terra e sem teto Jesus de Nazaré, conforme Mt 5.14 dizendo: “Vós sois a luz do mundo”. Jesus lembra ainda em Mt 5.16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Pois: “Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte” (v. 14).

Sejamos, pois, luz do mundo. Sempre!

Günter Adolf Wolff

Thursday, November 26, 2009

Um pouco de política


IMPRESSIONANTE O QUE UM TORNEIRO MECÂNICO PODE FAZER.

BALANÇO BRASIL 2009
O ex-presidente FHC mandou um recado esta semana pela televisão ao Senhor Lula da Silva para que trabalhasse mais, mentisse menos e não pensasse em terceiro mandato.
Com base em dados publicados pela imprensa, tomo a liberdade de fazer um pequeno balanço comparativo dos 8 anos do governo FHC com 7 anos do governo LULA.
Balanços comparativos são previstos na Lei das Sociedades Anônimas (art. 176),

DADOS DO GOVERNO

F H C

L U L A

RISCO BRASIL

2.700 PONTOS

200 PONTOS

SALÁRIO MÍNIMO

78 DÓLARES

210 DÓLARES

DÓLAR

R$ 3,00

R$ 1,78

DIVIDA FMI

NÃO MEXEU

PAGOU

INDUSTRIA NAVAL

NÃO MEXEU

RECONSTRUIU

UNIVERSIDADES NOVAS

NENHUMA

10 (2 NA BAHIA)

EXTENSÕES UNIVERSITÁRIAS

NENHUMA

45 (3 NA BAHIA)

ESCOLAS TÉCNICAS

NENHUMA

214

VALORES E RESERVAS DO TESOURO NACIONAL

185 BILHÕES DE DÓLARES NEGATIVOS

209 BILHÕES DE DÓLARES POSITIVOS

CRÉDITOS PARA O POVO - PIB

14%

34%

ESTRADAS DE FERRO

NENHUMA

03 (EM ANDAMENTO)

ESTRADAS RODOVIÁRIAS

90% DANIFICADAS

70% RECUPERADAS

INDUSTRIA AUTOMOBILIÍSTICA

EM BAIXA 20%

EM ALTA 30%

CRISES INTERNACIONAIS

04 ARRASANDO O PAÍS

NENHUMA PELAS RESERVAS ACUMULADAS

CÂMBIO

FIXO: ESTOURANDO O TESOURO NACIONAL

FLUTUTANTE: COM LIGEIRAS
INTERVENÇÕES DO BACEN

TAXA DE JUROS SELIC

27%

8,75 %

MOBILIDADE SOCIAL

2 MILHÕES DE PESSOAS SAÍRAM DA LINHA DE POBREZA

23 MILHÕES DE PESSOAS SAÍRAM DA LINHA DE POBREZA

EMPREGOS

780 MIL EMPREGOS

11 MILHÕES DE EMPREGOS

INVESTIMENTOS EM INFRAESTRURA

NENHUM

504 BILHÕES DE REAIS PREVISTOS ATÉ 2010

POLICIA FEDERAL

80 PRISÕES

2.750 PRISÕES

ROMBO NO ESTADO BRASILEIRO

30 BILHÕES (ou mais) NAS PRIVATIZAÇÕES

200 MILHÕES DE REAIS PELOS MENSALEIROS

MERCADO INTERNACIONAL

SEM CRÉDITO PARA COMPRAR UMA CAIXA DE FÓSFORO

INVESTIMENT GREAT

ECONOMIA INTERNA

ESTAGNAÇÃO TOTAL COM DESINFLAÇÃO INERCIAL

INCLUSÃO DE CONSUMIDORES E SURGIMENTO DE INVESTIDORES

REFORMAS POLITICA, ADMINISTRATIVA, TRIBUTÁRIA

NENHUMA

NENHUMA







Obs.: O Presidente e mais alguns aliados, conseguiram ainda dois do maiores Eventos Esportivos do planeta, ou seja o Campeonato Mundial de Futebol 2014 e os Jogos Olímpicos para 2016... tudo isso, deverá gerar Investimentos da ordem de U$ 70 bilhões, ainda a Geração de Emprego e Renda cerca de 2 milhões de novos empregos.

Günter Adolf Wolff

Monday, November 23, 2009

IECLB comemora 60 anos de sua constituição

O Pastor Presidente Walter Altmann fala sobre a formação e constituição da IECLB. É uma igreja comseus problemas, como todas as instituições humanas, mas que procura se manter fiel ao Evangelho de Cristo e aos principios do luteranismo.

É uma igreja com suas divisões, mas que procura manter sua unidade em meio a pluralidade.

Uma igreja que, mesmo em meio à dificuldades de toda ordem, não se entrega à teologia da prosperidade, ao show da fé, ao comércio de crendices, á busca irresponsável de membros.

Saturday, November 21, 2009

Vivemos ávidos de felicidade


Ricardo Gondim

Ébrios, buscamos a felicidade; encarnamos personagens pascalinos – “Até os suicidas se enforcam na ânsia de serem felizes”. Os parachoques de caminhão ensinam que "dinheiro não traz felicidade". O contrário, menos popular, também é verdadeiro: Esmolamos qualquer dinheiro para ser felizes. A felicidade ganharia qualquer concurso como padroeira última e maior da existência.

Por anos imaginei que bastaria professar a fé cristã para, automaticamente, encontrar um Nirvana de delícias. Contudo, aprendi, ao longo dos anos, que muitos cristãos, na verdade, nunca experimentaram nenhuma nesga do Paraíso.

Aliás, já deparei com não cristãos gozando uma vida mais ajustada, mais redonda, mais plena do que muitos piedosos. Pastores e sacerdotes deveriam ser mais claros e avisar: A fé cristã não significa felicidade automática.

Há pouco, ouvi um programa evangélico alardeando: “Se você passa por dificuldades, se tem tribulação, basta dizer sim para Jesus e será feliz”. Sem gaguejar, o pregador declarou: “Deus está à sua disposição. Ele quer lhe tirar do sufoco". Depois emendou: “Repita a oração que eu garanto, sua vida será transformada em um piscar de olhos”.

Basta uma semana em qualquer comunidade evangélica para constatar que não acontece assim. Inúmeros convertidos lutam contra miséria em periferias urbanas. Os mais favorecidos não entendem o porquê de mesmo com folga financeira continuarem angustiados, apavorados, sufocados por dívidas no cartão de crédito, ansiosos, irritadiços, insones e nervosos. A pregação, “se converta e você será feliz” é tão falsa quanto um diamante vendido por vinte dólares.

Vida abundante não se acha, é construída. No Sermão da Montanha, os bem-aventurados são chamados de "felizes" não porque passaram por uma experiência mística ou esotérica, mas como resultado do jeito que vivem.

Felicidade não cai do céu. Não vem de fora para dentro, mas flui de dentro para fora. Anjos não brindam as pessoas com alegria. Na cartilha de Jesus o caminho é outro. Buscar o reino de Deus e sua justiça faz brotar os ingredientes que geram felicidade. Para ele, felicidade nunca é estação, mas maneira de viajar.

Eis o motivo porque ser feliz parece difícil. Os caminhos que conduzem a um patamar mais excelente passam por ações pouco atrativas. Quem se arrisca preferir os outros ou esvaziar-se do sonho de virar um semideus? Humildade, indisposição para a arrogância são o contraponto do Evangelho. Daí: “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”.

Cristo foi diretivo: “Aprenda a chorar”. Paradoxal ao mundo, felicidade tem a ver com sensibilidade, ternura, fragilidade. Por isso: ”Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados”.

Também insistiu em um tema pouco popular: “Queira ser manso”. Jesus entendia que mansidão significa abrir mão de reivindicar prerrogativas egoisticamente; significa desistir de querer sempre ganhar. Por isso: “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra”.

Cristo indicou o código para uma mente tranquila. “Atreva-se a amar o que é digno”. Os que almejam a felicidade devem, em todos os atos, fazer sempre a pergunta: “Será que isto é justo?”. Para ele, quem ama a justiça e nutre um desejo enorme de vê-la praticada, será feliz. Então: “Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão fartos”.

As palavras de Jesus ainda ressoam: “Queira ser misericordioso para com os fracos, paciente com os que não conseguem alcançar seu padrão e compreensivo com os que se atrasam, fracassam e tropeçam em seus próprios erros”. A atitude empática para com os derrotados desemboca na felicidade. Tal pessoa encontrará compreensão no dia em que precisar, portanto: “Bem-aventurados os misericordiosos porque eles encontrarão misericórdia”.

Jesus convocou seus seguidores a serem coerentes: “Busque ser limpo de coração”. Não permita sombras, caminhos dobres, torpeza, hipocrisia, falsidade ou dolo. Para ele, quem vive uma vida honesta, será feliz. E sua declaração chegou às raias da mais esplêndida ousadia: “Bem aventurados os puros de coração porque eles verão a Deus".

Jesus incentivou a concórdia e ordenou que se promovesse a paz: Não seja agente de cizânias, jamais catalise ódios, não suscite a vingança e nunca espalhe dissensão. Reconcilie os que se odeiam, reuna os diferentes, promova o amor e você será feliz. Daí o texto: “Bem aventurados os pacificadores porque eles serão chamados filhos de Deus”.

Ele aconselha a seus seguidores que sejam pessoas de idéias nítidas, convicções sólidas, pontos de vista verdadeiros. Se essa postura trouxer o ódio alheio e se sua fé não for bem aceita, continue, a história premiou todos os que se comportaram assim. Os claudicantes, os pusilânimes, os covardes jazem nos armazéns do Hades. Ninguém lembra o opressor, os perseguidos são lembrados. O texto reza: “Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e mentindo disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”.

Felicidade não é circunstancial, ponto final.

Soli Deo Gloria

Citação de texto de Ricardo Gondim em

www.ricardogondim.com.br

Persistência


A persistência é uma deliberada, energética e próspera atitude individual de insistir numa rota de ação independentemente dos possíveis obstáculos ou impedimentos que, por ventura, apareçam no caminho. Ela é uma conatural capacidade humana que auxilia as pessoas no processo de conseguimento dos seus objetivos.

A persistência, numa rota honorável, também pavimenta fascinantes trilhas que guiam o indivíduo pelas paisagens da superação, da inovação e do aprimoramento onde, a cada novo passo caminhado, existem inexprímiveis possibilidades, assim como renovações, pois a pessoa passa por um exuberante processo de modificação, assim como auto-valorização.

Ademais, ela é tão inerente a cada indivíduo como as asas são para os pássaros. Basta observar as crianças quando estão aprendendo a caminhar, quantas vezes elas caem antes do fantástico êxito de manterem-se firme, sem nenhum apoio externo? Imaginem se todo o bebê desistisse na primeira tentativa? Imagine se toda a criança parasse de tentar aprender se ela não conseguisse repetir as primeiras palavras que ouvisse?

Indubitavelmente, na fase pueril da vida, a persistência assemelha-se mais à um processo de repetição mecânica que induz à memorização da habilidade ou conhecimento expostos pelos familiares ou sociedade do que à uma resolutiva idéia resultante de uma volição pessoal.

Mesmo assim, a cognição desta realidade que permeia a vida humana é de primordial importância para a vida de qualquer ser humano, pois, com o passar do tempo, normalmente afetados por uma miríade de circunstâncias exteriores, assim como internas, muitas pessoas, de alguma maneira, esquecem-se desta característica que lhes é nata e, como consequência, paulatinamente, acabam abdicando do processo de lutar pelo que elas desejam, acabam procrastinando o início de alguma atividade até o dia que o desejo tenha desaparecido da mente e, como resultado, aquelas veneráveis faíscas que instigavam, motivavam e inspiravam a pessoa, acabam ofuscando-se.

Ademais, depois de certa altura da vida, tais indivíduos concluem que, infelizmente, o tempo já passou e que, consequentemente, já não é mais possível voar até a nuvem encantada do sonho pessoal. Então, normalmente segundo o status quo social, as pessoas casam-se e, quando os filhos aparecem, todos aqueles desejos não satisfeitos, em muitos casos, são transferidos para os descendentes. (Esta é uma das grandes causas dos conflitos entre pais e filhos, mas este é um assunto para outro dia)

No entanto, tais pessoas esquecem-se que Arthur Rubenstein, aos 90 de idade, interpretava Chopin como ninguém. Oscar Niemeyer, esta imortal luz brasileira, mesmo depois de um século de vida continua presenteando o mundo com sua pródiga e arquitetônica imaginação. Nelson Mandela, uma estrela de perseverança, passou 27 anos na prisão por acreditar num ideal de liberdade, igualdade e fraternidade. Na Índia, muitos MahAtmas (grandes almas) investem décadas de suas existências na busca do conhecimento sobre a real essência do homem. Ademais, neste fascinante planeta, existem milhares de exemplos que demonstram a magia da persistência na vontade humana.

Assim sendo, quando um indivíduo conscientiza-se dos benefícios da persistência, assim como de sua natureza sendo inerente à própria existência humana, tal pessoa encontra as energias, as volições e a coragem para ir em busca dos seus sonhos, independentemente da idade e da situação em que se encontra e, como resultado, tal indinvíduo decora sua própria vida com uma encantadora, iluminadora e inesquecível obra de arte pessoal.



Carpe diem,

Soli Deo Gloria


Cargnin dos Santos, Tadany. Persistência. Uma Nobre Qualidade. www.tadany.com®

Saturday, November 07, 2009

Nossa ligação com Deus

Meditação em Marcos 12.38-44


Pa. Mara Parlow
São Sepé, RS, Brasil

Provavelmente, em sua cidade ou na localidade em que vive, há um lugar onde acontece certa aglomeração de pessoas, volta e meia. Normalmente, na área urbana, isso acontece em alguma esquina, nos dias chamados "úteis": gente pra lá e pra cá; gente que entra, gente que sai; um alô rápido de alguém que passa do outro lado da rua; alguém que atravessa essa mesma rua para dar aquele abraço em outro alguém que não via há tempos; acenos; cumprimentos; conversas rápidas; pressa... Enfim, bastante movimento... Também, porque geralmente, nesse local, encontram-se os estabelecimentos bancários.

Em cidades pequenas, isso é notável: muita agitação até certa hora da tarde e, então, calmaria outra vez. Nesse caso, quem encontra paciência (e tempo!) para se sentar e para apreciar a movimentação, pode perceber toda a qualidade de deslocamentos e de jeitos que se somam nessas horas. Há gente demonstrando preocupação. Há gente contente. Há gente apressadíssima. Há gente tranquila. Há gente agitada. Há gente aparentando nível social alto. Há gente aparentando pertencer a classes, digamos, populares.

Quando li e meditei no texto de Marcos 12.38 a 44, ponderei imediatamente sobre a imagem de Jesus, assentado próximo ao "recinto das ofertas" ou "câmara dos tesouros" (gazofilácio, cf. v. 41). Este recinto, por sua vez, era situado no pátio das mulheres, ou seja, na parte do Templo de Jerusalém à qual todas as pessoas tinham livre acesso. Ocorreu-me, pois, a figura de Jesus a observar a movimentação... Um cenário tenso - como as esquinas de "negócios" de nosso lugar - contudo, nosso Mestre e Senhor com olhos mansos, numa postura ensinante e atenta ao que se dava no seu entorno.

Eis o ponto de partida em meu meditar e a partir do qual vamos refletir a seguir.

Naquelas "alturas do campeonato" - quero dizer: no contexto em que o evangelista Marcos escreve a passagem bíblica citada -, Jesus já estava ciente do seu processo revelatório que se dava em Jerusalém. E já estava em conflitos e ruptura definitiva com os líderes de seu povo. Assim, na ocasião descrita por Marcos, Jesus estava sentado no Templo e alertou severamente quem o seguia para a hipocrisia dos escribas que se autoafirmavam nos primeiros bancos das sinagogas e faziam "longas orações", mas exploravam viúvas. Junto ao pátio das mulheres, também podia ver o movimento no gazofilácio e, assim, perceber diferentes atitudes: a de ricos que depositavam grandes quantias e a da viúva (que nem precisa ser dita pobre, porque assim o eram todas as viúvas na época!). Ela doa "tudo o que possui".

Jesus olha, repara e declara, então, que a viúva, ao colocar duas moedas, ou seja, ao dar de sua pobreza "tudo que possuía" (v. 44), colocou toda a sua vida perante Deus. Ela demonstra a atitude da fé como total entrega confiante a Deus. Em suma, o escrito bíblico que, sob o Santo Espírito de Deus é recebido por nós como luz para os pés e lâmpada para o caminho, coloca em evidência fortes CONTRASTES. A nutrição de nossa fé pela Palavra vem, portanto, do reconhecimento destes contrastes...

O redator do evangelho claramente fez oposição entre a atitude dos mestres da lei (escribas) e a atitude da viúva. Marcos junta as duas porções: "Jesus censura os escribas", nos vs. 38-40, e "A oferta da viúva pobre", nos vs. 41-44. E ele o faz por contraste, sendo o termo viúva o "gancho" para isso. Possivelmente, seja ela justamente uma das viúvas exploradas pelos mestres da lei que Jesus aponta para exemplificar a atitude verdadeira de doação e de devoção. Jesus condena, com rigor, o fato de que os escribas, de alguma forma, tiram os recursos das viúvas - os recursos destinados a elas pela caixa comunitária ou algo assim - e hipocritamente consideram-se "melhores" na adoração a Deus ("sentam nas primeiras cadeiras nas sinagogas") e "melhores" na vida cidadã ("saudações nas praças").

Na sociedade israelita da época, a viúva era marginalizada porque dependia inteiramente dos demais para sobreviver. Viúvas estavam no nível de pedintes, caso não tivessem algum amparo com posses. Portanto, para além do contraste fundamental e mais óbvio no registro do evangelista (v. 41: ricos e v. 42: viúva pobre), Jesus "desloca" a viúva da situação de sujeito marginal trazendo-a para o centro. A viúva é feita referência de devoção e de fé. E não os "senhores da lei".

Jesus não compara, simples e apressadamente, ricos e pobres... Mas, compara o que realmente FAZ DIFERENÇA na ATITUDE das pessoas crentes. Jesus coloca a atitude da viúva como exemplo quando todos viam a postura dos mestres da lei como exemplo. A Palavra revela, principalmente, a distinção para as ações (cf. o v 44: o que tem mais valor? Dar o que sobra ou "todo o seu sustento"?) e para a atitude devocional, a atitude de fé. Porque no desprendimento e na entrega confiante as duas moedas da viúva valem mais do que o "caminhão" de orações dos escribas. A atitude da viúva a (re)liga mais a Deus do que os discursos, as performances públicas e as preces vazias dos escribas.

Há, pois, um contraste substancial nos jeitos de "temer e amar a Deus": pois, há mais religião (ação que (re)liga a pessoa a Deus) no ato da viúva pobre do que nas atitudes de quem se arroga a melhor condição público-cúltica (escribas) ou de quem, mesmo possuindo muito, destina como oferta apenas o que lhe sobra.

Concluindo, podemos arrematar nossa meditação com uma Palavra da Carta de Tiago (1.27): "A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e a si mesma(o) guardar-se incontaminada(o) do mundo".

Que nosso olhar, pois, seja manso, observante e verdadeiramente devoto, diante da movimentação tensa do mundo, enquanto participantes da mirada redentora de Jesus Cristo!

Amém!

Até quando????????



Até quando? - Gabriel Pensador

Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer e muita greve
Você pode e você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão, virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus sofreu
Num quer dizer que você tenha que sofrer

Até quando você vai ficar usando rédea
Rindo da própria tragédia?
Até quando você vai ficar usando rédea
Pobre, rico ou classe média?
Até quando você vai levar cascudo mudo?
Muda, muda essa postura
Até quando você vai ficando mudo?
Muda que o medo é um modo de fazer censura

Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ficar sem fazer nada?
Até quando você vai levando porrada, porrada?
Até quando vai ser saco de pancada?

Você tenta ser feliz, não vê que é deprimente
Seu filho sem escola, seu velho tá sem dente
Você tenta ser contente, não vê que é revoltante
Você tá sem emprego e sua filha tá gestante
Você se faz de surdo, não vê que é absurdo
Você que é inocente foi preso em flagrante
É tudo flagrante
É tudo flagrante

A polícia matou o estudante
Falou que era bandido, chamou de traficante
A justiça prendeu o pé-rapado
Soltou o deputado e absolveu os PM's de Vigário

A polícia só existe pra manter você na lei
Lei do silêncio, lei do mais fraco:
Ou aceita ser um saco de pancada ou vai pro saco

A programação existe pra manter você na frente
Na frente da TV, que é pra te entreter
Que pra você não ver que programado é você

Acordo num tenho trabalho, procuro trabalho, quero trabalhar
O cara me pede diploma, num tenho diploma, num pude estudar
E querem que eu seja educado, que eu ande arrumado que eu saiba falar
Aquilo que o mundo me pede não é o que o mundo me dá

Consigo emprego, começo o emprego, me mato de tanto ralar
Acordo bem cedo, não tenho sossego nem tempo pra raciocinar
Não peço arrego mas na hora que chego só fico no mesmo lugar
Brinquedo que o filho me pede num tenho dinheiro pra dar

Escola, esmola
Favela, cadeia
Sem terra, enterra
Sem renda, se renda. Não, não

Muda, que quando a gente muda o mundo muda com a gente
A gente muda o mundo na mudança da mente
E quando a mente muda a gente anda pra frente
E quando a gente manda ninguém manda na gente

Na mudança de atitude não há mal que não se mude nem doença sem cura
Na mudança de postura a gente fica mais seguro
Na mudança do presente a gente molda o futuro

Thursday, November 05, 2009

Deus é Único!


Nossa Confissão de fé.

Dt 6.1-9 e Mc 12.28-34

Qual é a base de nossa confissão? Onde “começa” a nossa fé?

A fé cristã é uma fé monoteísta! Ainda que Deus tenha três pessoas, continua sendo monoteísta, pois é um só Deus em três diferentes maneiras de apresentar seu amor. Por isto a fé cristã tem seu princípio na mesma confissão das outras duas grandes cren

ças monoteístas, o Judaísmo e o Islã.

A grande confissão de fé do Islã é اشهد ان لا اله الا الله (Ash-hadu anna lā ilāha illallāh) – Eu testemunho que Alah é Deus – é o princípio de toda oração, ou de toda confissão de fé de um povo. A fé de Israel confessa שְׁמַע יִשְׂרָאֵל יְהוָה אֱלֹהֵינוּ יְהוָה

אֶחָד׃ (Sh’ma Ishrael Iahweh Elohenu Iahweh ehad) – Ouve Isarel Iahweh nosso Deus é único – a ser recitada ao menos três vezes ao dia. Tanto na fé islâmica como na judaica, se busca que estas confissões estejam entranhadas na vida do indivíduo.

A fé cristã não difere de modo algum destas confissões. A confissão de que Deus é um está em todos os credos elaborados pela fé cristã através da história. Vejamos:

O mais antigo, Credo Apostólico, se inicia dizendo: “Creio em Deus pai todo poderoso, criador do céu e da terra”. O Credo Niceno-Constatinapolitano diz Creio em um só Deus,Pai todo-poderoso,Criador do céu e da terra,de todas as coisas visíveis e invisíveis.” A Confissão Valdense diz que “Cremos que há um só Deus - o Pai, Filho e Espírito Santo.” Poderia continuar citando outros credos da igreja antiga e todos começam mais ou menos da mesma forma, ou seja, colocando a crença em um deus único, senhor de todas as coisas e criador de tudo. Da mesma forma, as confissões da reforma, como a Confissão de Augsburgo, o

Credo de Lutero, O Credo de Calvino, dentre outros, colocam a fé das igrejas da reforma, de uma mesma forma.

Em primeiro lugar, ensina-se e mantém-se, unanimemente, de acordo com o decreto do Concílio de Nicéia,1 que há uma só essência2 divina, que é chamada Deus e verdadeiramente é Deus. E todavia há três pessoas nesta única essência divina, igualmente poderos

as, igualmente eternas, Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, todas três uma única essência divina, eterna, indivisa, infinita, de incomensurável poder, sabedoria e bondade, um só criador e conservador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E com a palavra persona se entende não uma parte, não uma propriedade em outro, mas aquilo que subsiste por si mesmo, conforme os Pais usaram esse termo nessa questão.3 (Confessio Augustana, art. 1o.)

Mas aí se pergunta, o ponto central da reforma não exatamente em Cristo? Sola fide, sola gracia, sola scriptura, solo Cristus! Diz a frase mais conhecida da reforma.

A confissão de que Deus é um só não é apenas a confissão da unidade de Deus, mas a confissão de seu amor infinito. Com toda a certeza, nossa mente humana não conseguirá nunca captar os mistérios e desígnios de Deus. A confissão, islâmica, judaica e cristã, aponta não só para a unidade, ou singularidade – termos não captam a grandiosidade da confissão – mas apontam para o infinito amor deste Deus, na sua criação ou, simplesmente, na sua existência.

Aqui entra a diferença do cristianismo. Ainda que a mesma confissão seja o ponto de partida, o amor encarnado e o caminho encontrado por Deus para efetivar este amor às e pelas pessoas. Este amor infinito se torna concreto, palpável quando se encarna em Jesus Cristo (Jo 1.1 – “e o verbo se fez carne e habitou entre nós”).

Se a confissão em um único Deus é a confissão não só de seu poder, mas também de seu amor por nós, a confissão de que Jesus é a encarnação deste poder e amor, torna este poder e amor maior ainda. É o Deus que se faz presente, que olha por nós, que nos ama ao extremo, a ponto de se esvaziar deste amor.

Somente um Deus todo poderoso, único, sem igual, é capaz de ultrapassar a sua própria unicidade pra mostrar seu poder e seu amor.

Amém!

Monday, November 02, 2009

Finados - Gottfried Bakemeier


Reflexão em Marcos 5:21-24, 35-43

Frente à morte toda esperança acaba. É o que a experiência humana ensina. Quando uma pessoa chega ao pronto socorro já sem vida, não há mais nada a fazer. Os recursos da medicina chegaram ao fim. Assim pensa também o povo que acompanha Jesus em sua trajetória pela Galiléia. Vejamos a história que esse texto do evangelho de Marcos nos conta. Jesus é procurado por certo homem, chamado Jairo, um dos chefes da sinagoga, portanto pessoa ilustre. Ele cai aos pés de Jesus e pede que vá à sua casa. Sua filha, de doze anos, está gravemente enferma. Jairo está angustiado, insiste em pressa, quer que Jesus chegue a tempo para curar o mal da filha e arrancá-la das garras da morte. E Jesus vai com ele. Mas ele se atrasa, e quando finalmente chega, a filha já morreu. Gente da casa de Jairo vai ao encontro de Jesus e comunica o falecimento. Ai que dor! Agora já não mais há possibilidade de cura. Agora só resta o luto. Por isto o pessoal diz a Jairo: Desiste de incomodar o Mestre. Tudo está perdido. É a voz da resignação. Frente à morte toda esperança acaba. Mas aí é que eles se enganam. Jesus não dá atenção às palavras daquela gente. Pelo contrário. Ele tenta dar ânimo a Jairo com as palavras: "Não tenha medo; tenha fé." A fé não capitula diante do poder da morte. Continua crendo, teimando, resistindo. A morte é forte, sim. Não há poder igual a ela. E toda tecnologia humana, toda ciência, todas as artes se mostram ineficientes quando se defrontam com a força arrasadora dessa inimiga da vida. Apesar das assombrosas conquistas da medicina moderna, ela tem na morte barreira intransponível. Nós não conseguimos ressuscitar a quem faleceu. Quem morreu já era. Finados não voltam jamais, algo muito doloroso quando sofremos sob a perda de pessoas queridas. A morte é cruel. Mesmo assim, a fé não se dá por vencida. Jesus diz a Jairo: "Não tenha medo; tenha fé." Pois é! Será que fé adianta mesmo? Será que vai fazer alguma diferença? Que é que devemos crer? Que significa ter fé no caso de Jairo? Ora, Jesus mesmo dá a resposta. Ele entra na casa do chefe da sinagoga, onde familiares e amigos choram e estão em pranto. A situação em torno da menina morta é tumultuada. E a primeira coisa que Jesus diz é: Parem de gritar. "A criança não está morta, mas dorme." Eu imagino que num primeiro momento se fez um grande silêncio. Que foi que este homem disse? A menina não morreu? Ela só adormeceu? Isto é ridículo! Nós bem conhecemos os sintomas da morte. Também não se trata de coma. A menina morreu mesmo. Nós bem sabemos distinguir entre a morte e o sono. Este homem está delirando. E começaram a caçoar de Jesus. Riam-se dele. Acontece, porém, o imprevisto. Depois de botado todo mundo para fora e ficado somente com os pais da criança e seus discípulos, Jesus toma a mão da menina e diz: "Talita cumi", o que significa: "Menina, levanta-te." E ela se levantou e, para o espanto de todos, começou a andar. Jesus calou a boca dos que antes tinham zombado dele, e certamente provocou o júbilo de Jairo e de sua esposa. Lágrimas foram transformadas em riso. O luto cedeu espaço para a alegria. O poder de Jesus é superior ao poder da morte. É inútil especular sobre como Jesus conseguiu reavivar a menina. Todas as explicações científicas fracassam. Mas quer me parecer que isto é secundário. Importante mesmo é a mensagem contida nesta história. E ela diz: "A morte não é todo-poderosa." Ela encontra seu limite em Deus, de quem Jesus é representante. Deus é capaz de ressuscitar mortos e de devolver vida. Verdade é que a filha de Jairo voltou a morrer. Ela foi reavivada, não propriamente ressuscitada. Vários anos depois ela morreu de novo e foi sepultada, aguardando a ressurreição para a vida eterna. Nós não temos nenhum registro dizendo que ela viveu para sempre. Ressurreição é outra coisa do que reavivamento temporário. Quem de fato ressuscitou, não morre nunca mais. E, no entanto, o reavivamento desta moça é sinal do poder que Deus tem sobre a morte. Realmente, para ele os mortos estão como que dormindo. Não se foram para sempre. Caíram num sono, do qual Deus vai despertá-los para nova vida. Prezada comunidade! Hoje é o dia dos finados. Lembramo-nos de um modo muito especial das pessoas que nos deixaram e já não estão conosco. E é bom que o façamos. Vamos ao cemitério para levar flores e expressar assim o nosso carinho. Não, não podemos simplesmente esquecer os nossos entes queridos levados à sepultura. Não podemos ficar apáticos. Somente gente fria, sim, eu quase diria "desumana", não se importa com os familiares falecidos. Luto é um sentimento profundamente humano. Não precisamos envergonhar-nos dele. Pelo contrário, ele é um sinal de amor. Quem de fato amou a pessoa falecida não pode apagar a memória e fazer de conta como se ela nunca tivesse existido. A lembrança é dolorosa, sim. Pessoas falecidas deixam um vazio nas nossas vidas. Fazem com que nos sintamos mais sozinhos, às vezes até mesmo abandonados. A morte nos faz sofrer. Mas aí vem Jesus e diz: "Não tenham medo, tenham fé!" Ele disse essas palavras a Jairo, ele as diz também a nós. Jesus nos consola. O cemitério é lugar de memória, sim, mas ele não é a estação final. Todos os caminhos levam à sepultura, mas não terminam aí. Existe gente que não o acredita. Continua convicta de que frente à morte toda esperança acaba, muito à semelhança da multidão que acompanhava Jesus naquela época. Ora, nós não cremos na morte. Cremos em Deus, o criador de céus e terra. Ele ressuscitou Jesus no dia da Páscoa, e vai ressuscitar também a nós no último dia. O destino do ser humano não é o nada, a destruição, a aniquilação. Seu destino é a vida, a vida eterna, a vida junto a Deus. Por isto somos tristes, sim, quando a morte bate à nossa porta e ceifa nosso pai, nossa mãe, nosso filho, nossa filha, o esposo ou a esposa ou quem quer que seja. E quando vamos ao cemitério sentimos uma dor em nosso peito e uma grande saudade. No enterro nós choramos e às vezes até mesmo nos revoltamos. Tudo isto é natural. Mesmo assim não precisamos desesperar. É isto que o texto para a pregação de hoje afirma. "Talita cumi" - estas palavras transformaram a vida de Jairo e de sua família. Fizeram a menina morta levantar-se e devolveram a alegria àquela casa. É esta a promessa que Deus tem também para nós, bem como para os mortos de que hoje nos lembramos. Onde estão as pessoas que partiram desta vida? É muito comum uma criança querer saber o lugar, onde está a avó falecida. Para onde foi o irmãozinho que morreu? Foram para o céu, sem dúvida. Melhor é responder que estão nas mãos de Deus. Quando tento imaginar o céu tenho diante de meus olhos exatamente isto, a saber, duas grandes mãos que acolhem e protegem. Nas mãos de Deus estamos bem guardados, já não mais ameaçados, livres de tudo o que nos amedronta. Por isto não precisamos ter medo. Jesus nos chama à fé. Amém.


P. Gottfried Brakemeier
Nova Petrópolis, RS, Brasilien

10 anos da Declaração Conjunta da Doutrina da Justificação