Em At 9.1-2 diz: “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém”.
Em At 19.23 diz: “Por esse tempo, houve grande alvoroço acerca do Caminho”.
Os primeiros cristãos eram chamados de: “os do Caminho” e o Projeto de Deus era chamado de: “o Caminho”.
Falando em “caminho” nos lembramos da família camponesa sem terra Abraão e Sara que caminhou, sob a orientação de Deus, da Mesopotâmia em direção à Terra Prometida.
A família camponesa escrava no Egito de Moisés e Miriam caminhou com seu povo pelo deserto, guiados pela luz de Deus, em direção à Terra Prometida com a proposta de construir uma nova sociedade sem classes, onde não haveria escravos e senhores.
Os juízes palestinos Gideão e Débora caminharam por Canaã para organizar os camponeses israelitas a fim de manter a terra conquistada e o Projeto de Deus que queria uma sociedade sem classes sociais, sem Estado, sem Templo, livre, onde todos tem acesso à terra e uma sociedade, que propõe conforme Dt 15.4: “para que entre ti não haja pobre”.
Os profetas Isaías e Zacarias caminharam pela Palestina para advertir o povo de seus pecados e para falar da esperança do Messias, que vem como Servo Sofredor.
João Batista caminhou pelo deserto da Judéia para anunciar que o Messias irá chegar. Como preparo batizava no rio Jordão, longe do Templo e de graça, para a remissão de pecados, pois a salvação nos é dada de graça pela fé.
A família camponesa nazarena, José e Maria, caminhou para Belém, por causa de uma ordem opressora imperialista romana, para se recensear; e neste processo nasce marginalizado numa estrebaria aquele que libertará a todos de todas as opressões e morte e fará todas as pessoas livres, como lembra o apóstolo Paulo em Gl 5.1: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão”.
Os magos, que eram estrangeiros, caminharam por terras longe de sua pátria na procura do rei dos judeus que não foi encontrado no palácio do rei Herodes, mas numa estrebaria, rodeado por pastores empobrecidos e marginalizados, deitado numa manjedoura à margem da cidade de Belém.
Os 12 discípulos e o grupo de mulheres, que seguiam Jesus e serviam, caminharam com Jesus pela Palestina para anunciar que o reino de Deus já “está dentro de vós” (Lc 17.21), dizendo ainda, conforme Lc 6.20: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”.
Jesus caminhou para Jerusalém para ser crucificado e ressurreto no terceiro dia para nos mostrar a vitória de Deus sobre a morte e sobre todas as mortes em vida.
Nós hoje caminhamos com estas luzes porque somos a luz do mundo, como nos falou o Cristo, enquanto camponês peregrino sem terra e sem teto Jesus de Nazaré, conforme Mt 5.14 dizendo: “Vós sois a luz do mundo”. Jesus lembra ainda em Mt 5.16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Pois: “Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte” (v. 14).
Sejamos, pois, luz do mundo. Sempre!
Günter Adolf Wolff