Não é bom para a democracia que alguns decidam pelos outros (...) Mas é pior ainda para a religião, seja qual for, pressionar os seus adeptos para que votem em determinados candidatos, ou proibir que votem em determinados outros em nome de convicções religiosas. A religião que não é capaz de incentivar a liberdade de consciência dos seus seguidores, que se retire de campo. Seja quem for, bispo, padre, pastor, ninguém se arrogue o direito de decidir pela consciência do outro." (Dom Demétrio Valentin)
"A Aliança de Batistas do Brasil vem a público levantar o seu protesto contra o processo apelatório e discriminador que nos últimos dias tem associado o Partido dos Trabalhadores às forças da iniquidade. Lamentamos a participação de líderes e igrejas cristãs nesses discursos e atitudes, que lembram muito a preparação das fogueiras da inquisição". (Pronunciamento da Aliança de Batistas do Brasil)
Chamando a atenção para as palavras das lideranças religiosas acima citadas, a Direção Nacional do CEBI vem a público denunciar as práticas de setores de algumas igrejas que buscam forçar seus fiéis a não votar em certa candidatura por meio de informações manipuladas ou falsas, acerca de temáticas de cunho ético, como, aborto, união civil de pessoas do mesmo sexo ou outras.
Denunciamos que esse tipo de manipulação religiosa, do ponto de vista legal é crime de preconceito e de incitação à intolerância; e do ponto de vista religioso, é atitude contrária ao Evangelho de Jesus Cristo.
Reforçamos que a liberdade de consciência é direito inalienável da pessoa humana e que não é papel das instituições religiosas estimular a intolerância religiosa. Certas apelações e alguns temas que tentam implantar medo e terrorismo no imaginário do povo, já foram tentados nas eleições de 1989, resultando, naquela ocasião, na derrota das forças progressistas.
Reconhecemos que as duas candidaturas que disputam o 2º turno têm posturas próximas do ponto de vista econômico, ambiental, ético, moral e religioso. Entretanto, entendemos que a candidata do PT ainda significa a possibilidade de maior investimento no campo social e de menor perseguição às lutas populares.
É imprescindível que cada cidadão e cidadã decida seu voto com base em avanços ou retrocessos na qualidade de vida do nosso povo. Sugerimos que a sociedade livremente avalie as melhorias que as populações empobrecidas tiveram nos últimos oito anos e apoie sua continuidade. E que se organize ainda mais para a cobrança do que é direito do povo e dever do Estado.
No comments:
Post a Comment