Sunday, October 24, 2010

"Wikileaks" revela encobrimento de tortura a civis no Iraque

2010-10-22


"Wikileaks" revela encobrimento de tortura a civis no Iraque

O site "Wikileaks" revelou, através de diversos órgãos de informação como o "New York Times", o "Guardian", ou a "Al-Jazeera", cerca de 400 mil relatórios militares secretos relativos à condução americana da guerra do Iraque.

Os documentos do WikiLeaks revelam que o exército norte-americano "ocultou casos de tortura de civis nas prisões iraquianas" e que existirão relatórios norte-americanos que implicam o primeiro ministro iraquiano em funções, Nuri al Maliki, na formação de "equipas encarregadas de realizar torturas e matanças".

"Apesar de um dos objectivos da guerra do Iraque foi o encerrar dos centros de tortura de Saddam Hussein. Os documentos do Wikileaks mostram numerosos casos de tortura e abuso de prisioneiros iraquianos por polícias e soldados iraquianos. Mais, revelam que os EUA estavam ao corrente da tortura autorizada pelo Estado [iraquiano] mas ordenou às tropas para não intervir."

Os ficheiros compreendem um período entre Janeiro de 2004 a 31 de Dezembro de 2009.

A informação publicada pelo "Wikileaks" assegura também que "o número de mortos civis é muito maior ao que se estipula oficialmente".

Segundo os documentos revelados, desde a invasão americana do Iraque, em Março de 2003 até ao final de 2009, morreram 109 mil iraquianos, 63% dos quais são civis.

Um balanço norte-americano, publicado no fim de julho no site do Comando Central do Exército (Centcom), indica que entre janeiro de 2004 e agosto de 2008, o período mais sangrento em sete anos de guerra, foram mortos cerca de 77 mil iraquianos, dos quais 63 185 civis e 13 754 membros das forças de segurança.

Foram ainda revelados novos casos de tiroteios contra civis americanos em que está envolvida a Blackwater, a empresa privada de segurança Blackwater.

Os documentos estão acessíveis no endereço http://warlogs.wikileaks.org/.

Pentágono pediu a não revelação dos relatórios

O Pentágono, que divulgou há cerca de uma semana ter mobilizado 120 pessoas para avaliar as possíveis consequências da divulgação destes documentos, pediu segunda-feira aos meios de comunicação social para não fazerem eco dos documentos que venham a ser divulgados pelo site.

O site Wikileaks, lançado em 2006, tornou-se conhecido do grande público, quando difundiu em finais de Julho 77 mil documentos secretos e pormenorizados sobre a guerra no Afeganistão, provocando a fúria do Pentágono.

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