Elevo os meus olhos para os
montes; de onde me vem o socorro?
O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
Salmos 121:1,2
O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
Salmos 121:1,2
Uma morte estúpida! Não que outras mortes não sejam, a morte
em si é estúpida, então todas as mortes o são. Mas um jovem, no início da vida,
ser assassinado por um motivo fútil, como uma pedra lançada contra uma casa e
um vidro quebrado. Não se entra no mérito da questão se o jovem jogou ou não a
pedra, mas a morte.
Que mundo é este em que vivemos em que um vidro de janela,
uma telha de uma casa, ou a tinta na parede, valem mais do que uma vida humana?
Que mundo é este onde as mortes se tornam fúteis e banais?
Este é o mundo criado a imagem e semelhança do ser humano,
de sua animalidade – ou racionalidade animal. Neste mundo se molda e se monta a
realidade de acordo com o ego próprio, o egoísmo, onde o próximo, o outro não
tem vez. O valor está em meus objetos ostentados, com um animal que coleciona
coisas e as defende com unhas e dentes.
Este é mundo do “macho alfa”, arremedo de líder, que
arreganha os dentes de quem é contrário. Que estabelece cercas e murros para
demarcar seu quintal para deixar o outro de fora, de fora da festa, de fora da
comunidade, de fora das benesses, de fora da vida. Mesmo se somos animais ditos
cristãos, que seguem aquele que disse que quer vida e vida em abundância “PARA
TODOS!” (Jo 10.10)
Este é o mundo das certezas efêmeras e dos fake News propaladas pelas mídias
sociais. Um mundo de divisões onde o diferente, diferente de pele, diferente de
religião, diferente de ideia, diferente de classe social, não pode ter vez nem
voz e as pessoas se permitem ao ataque de ódio ao próximo que diverge.
Este é o mundo das polarizações políticas, religiosas,
sociais, onde ofensas verbais podem levar às ofensas físicas. Onde opiniões não
são mais discutidas nem respeitadas.
Este é o mundo onde o ser humano deixou de ser humano, mas
não tornou-se algo pior, pois abriu mão de sua humanidade e consegue ser animalesco
em sua racionalidade. Este não é o ser humano criado por Deus, a sua imagem e
semelhança, mas algo diferente, pior, muito pior. É um ser racional,
autocriado, afastado de Deus, feito à sua própria imagem, ou de imagem
distorcida, um deus mamon, que não consegue mais ver o humano, muito menos ver
Deus no próximo.
Elevo meus olhos para os montes e clamo por socorro! Deus, o
deus de todos os nomes, Iahweh, Elohim, El, Alah, que já teve piedade da
humanidade se fazendo humano em Jesus Cristo. É Jesus que nos mostra que o
humano pode ser restaurado, que ainda somos imagem e semelhança deste Deus.
Basta nos voltarmos para Deus, como nos voltamos para o espelho e vemos a nossa
imagem, só assim, nos voltando para Deus podemos ver o Deus e o humano em nós.
Só nos voltando para Deus podemos ver o novo mundo,
prometido por Deus, um mundo de vida em abundância, um mundo de vida para
todos, um mundo conforme Deus criou.
O mundo que vemos é criação do ser humano, que perdeu sua
humanidade e ultrapassou os limites da animalidade. Que perdeu a sua divindade,
a imagem de Deus, que deveria refletir, quando se afastou de Deus.
O mundo tem fome e sede. Fome e sede de Deus, fome e sede de
justiça e paz, fome e sede de respeito e longanimidade. Estes as pessoas só
encontrarão novamente quando entrarem em contato com o criador, que os fez num gesto
de amor.
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