Wednesday, December 28, 2011

Tolerância é parte do ser cristão


Ricardo Gondim coloca de uma maneira muito simples a necessidade que o cristianismo tem de tolerância. Excelente entrevista.

Friday, December 02, 2011

calendário de advento

Wednesday, November 30, 2011

Grecia e Italia: la Gran Pervesión


Leonardo Boff
30/11/2011

Para resolver la crisis económico-financiera de Grecia y de Italia se han formado, por exigencia del Banco Central europeo, gobiernos solo de técnicos sin participación de ningún político. Se partía de la ilusión de que se trata de un problema económico que debe resolverse económicamente. Quien solo entiende de economía, acaba no entendiendo ni siquiera la economía.

La crisis no es de economía mal manejada, sino de ética y de humanidad. Ambas muy relacionadas con la política. Por eso la primera lección de un marxismo básico es entender que la economía no es parte de la matemática y de la estadística sino un capítulo de la política. Gran parte de la obra de Marx está dedicada a desmontar la economía política del capital. Cuando en Inglaterra ocurrió una crisis semejante a la actual y se creó un gobierno de técnicos, Marx hizo duras críticas mofándose con ironía, pues preveía un fracaso total, como efectivamente ocurrió. No se puede usar el veneno que creó la crisis como remedio para curarla.

Para dirigir los respectivos gobiernos de Grecia y de Italia han llamado a gente que pertenece a los altos niveles bancarios. Los bancos y las bolsas han sido los que han provocado la presente crisis que casi hundió todo el sistema económico. Estos señores son como talibanes fundamentalistas: creen de buena fe en los dogmas del mercado libre y en el juego de las bolsas. ¿En que lugar del universo se proclama el ideal de greed is good, la codicia es buena? ¿Cómo hacer de un vicio (y, digámoslo también, de un pecado) una virtud?

Están sentados en Wall Street de Nueva York y en la City de Londres. No son raposas que guardan las gallinas, sino que las devoran. Con sus manipulaciones transfirieron grandes fortunas a unas pocas manos y cuando estalló la crisis fueron auxiliados con miles de millones de dólares sacados de los trabajadores y de los jubilados. Barack Obama se mostró débil, inclinándose más por ellos que por la sociedad civil.

Con los dineros recibidos continuaron la farra, ya que la prometida regulación de los mercados financieros quedó en letra muerta. Millones de personas están en el paro y la precarización, especialmente los jóvenes, que están llenado las plazas, indignados, contra la codicia, la desigualdad social y la crueldad del capital.

¿Es que gente que tiene la cabeza formada por el catecismo del pensamiento único neoliberal va a sacar a Grecia y a Italia del atolladero? Lo que está ocurriendo es el sacrifico de toda una sociedad en el altar de los bancos y del sistema financiero.
Ya que la mayoría de los stablishment no piensan (no lo necesitan) vamos a intentar entender la crisis a la luz de dos pensadores que en el mismo año de 1944, en Estados Unidos, nos dieron una clave iluminadora. El primero fue el filósofo y economista húngaro-canadiense Karl Polanyi con su clásica obra La Gran Transformación. ¿En qué consiste? Consiste en la dictadura de la economía. Después de la Segunda Guerra Mundial que ayudó a superar la Gran Depresión de 1929, el capitalismo dio un golpe maestro: anuló la política, mandó al exilio la ética e impuso la dictadura de la economía. A partir de entonces no ha habido como siempre antes una sociedad con mercado, sino una sociedad de mercado. Lo económico estructura todo y have de todo una mercancía regida por una cruel competencia y una ganancia descarada. Esta transformación desgarró los lazos sociales y profundizó el foso entre ricos y pobres dentro de cada país y a nivel internacional.

El otro es un filósofo de la escuela de Frankfurt, exiliado en Estados Unidos, Max Horkheimer, que escribió El eclipse de la razón (1944). Ahí se dan las razones para La Gran Transformación de Polanyi, que consisten fundamentalmente en esto: la razón ya no se orienta por la búsqueda de la verdad y por el sentido de las cosas, sino que es secuestrada por el proceso productivo y rebajada a mera función instrumental, «transformada en un simple mecanismo tedioso de registrar hechos». Lamenta que «justicia, igualdad, felicidad, tolerancia, juzgadas inherentes a la razón durante siglos, han perdido sus raíces intelectuales».

Cuando la sociedad eclipsa a la razón, se vuelve ciega, pierde el sentido del estar juntos y se ve atascada en el pantano de los intereses individuales o corporativos. Es lo que hemos visto en la crisis actual. Los premios Nobel de economía más humanistas, Paul Krugman y Joseph Stiglitz, han escrito reiteradamente que los players de Wall Street deberían estar en la cárcel por ladrones y bandidos.

Ahora, en Grecia y en Italia la Gran Transformación ha adquirido otro nombre: se llama la Gran Perversión.

Monday, November 28, 2011

Mamãe.com



Queridos marido e filhos.
Em primeiro lugar, Mamãe gostaria de agradecer a presença de todos nesta Primeira Convenção Familiar.
Mamãe sabe como foi difícil abrir um espaço nas agendas de cada um de vocês: papai tinha uma lavagem de carro praticamente inadiável, Júnior já tinha marcado de se trancar no quarto, Carol estava para receber pelo menos três telefonemas importantíssimos de uma hora e meia cada um.
Mamãe está comovida.
Muito obrigada.
Bem, conforme Mamãe já tinha mais ou menos antecipado, esta convenção é para comunicar ao público interno - papai, Júnior e Carol - todas as modificações nos produtos e serviços da linha Mamãe.
Como vocês sabem, a última vez que Mamãe passou por reformulações foi há 14 anos, com o nascimento do Júnior. De lá para cá, os hábitos e costumes, o panorama cultural, a economia e o mercado passaram por transformações radicais.
Mamãe precisa acompanhar a evolução dos tempos, sob pena de ver sua marca desvalorizada.
Para começar, Mamãe vai mudar a embalagem. Mamãe sabe que esta é uma decisão polêmica, mas, acreditem, é o que deve ser feito.
Mamãe sai desta convenção direto para um spa, e de lá para uma clínica de cirurgia plástica.
Nada assim tão radical. Haverá pouquíssimas alterações de rótulo, vocês vão ver.
Mamãe vai continuar com praticamente o mesmo formato, só que com linhas mais retas em alguns lugares e linhas mais curvas em outros.
Calma, papai! Mamãe já captou recursos no mercado.
Mamãe vai ser patrocinada por uma nova marca de comida congelada. Lei Rouanet, porque Mamãe também é cultura. Junto com o lançamento da nova embalagem de Mamãe, no entanto, acontecerá o movimento mais arriscado deste plano de reposicionamento.
Sinto informar, mas Mamãe vai tirar do mercado o produto Supermãe...
Não, não, não adianta reclamar. Supermãe já deu o que tinha de dar. Trata-se de um produto anacrônico e superado, antieconômico e difícil de fabricar.
Mamãe sabe que o fim da Supermãe vai aumentar a demanda pela linha Vovó, que disputa o mesmo segmento. Paciência. Você não pode atender todos os públicos o tempo todo.
No lugar da Supermãe, Mamãe vai lançar (queriam que eu dissesse 'vai estar lançando', mas eu me recuso) novas linhas de produtos mais adequados à realidade de mercado.
Vocês vão poder consumir Mamãe nas versões Active (executiva e profissional), Light (com baixos teores de pegação de pé), Classic (rígida e orientadora), Italian (superprotetora) e Do-It Yourself (virem-se, fui passear no shopping).
Mas uma de cada vez, sem misturar.
Ah, sim, Mamãe detesta esses nomes em inglês, mas me disseram que, se não for assim, não vende. Mamãe gostaria de aproveitar a oportunidade para lançar seus novos canais de comunicação.
De hoje em diante, em vez de sair gritando pela casa, vocês vão poder ligar para o SAC-Mamãe, um 0300 que dá direto no meu celular (apenas 27 centavos por minuto, mais impostos).
Mamãe também aceita sugestões e críticas no endereço mamae@mamae.net
Mais uma vez Mamãe agradece a presença e a atenção de todos.
(Autoria Desconhecida - mas, um GÊNIO!)

Tuesday, November 22, 2011

Fim do mundo Fail






















É meu povo, nunca na historia desse país.. ops, não foi dessa vez que presenciamos o fim do mundo! Calma gente, ainda temos chances.. afinal religiosos malucos e má interpretações da bíblia é o que não falta, e quem sabe um dia Deus canse e entre nessa brincadeira também, nunca se sabe. Passado o 11/11/11, arrebatamento não sucedeu (propaganda enganosa? falta de estrutura pra suportar o evento? dinheiro de volta?), passado o dia mais normal do mundo e o décimo fim do mundo que eu me lembre,pensamos seriamente no que significa o bendito fim para essa sociedade.
Como já dizia alguém.. “Viva todos os dias como se fosse o ultimo”
Porque sinceramente, do jeito que as coisas são hoje em dia, terremotos e tsunamis seriam coisa do passado pra terminar o mundo com chave de ouro. Usemos a nossa criatividade para imaginar um fim do mundo mais condizente com essa nossa louca realidade… O mais previsível e que se encaixaria melhor seria o que?´O Tiririca sendo eleito presidente do Brasil? Um Brasil cuja religião oficial é o neopentecostalismo??????

O que me faz pensar que sortudos foram os dinossauros que apenas tiveram que esperar um meteoro (mais interessante que o do Luan Santana) cuidar de toda a parte chata e não tiveram que passar por isso:

Políticos e seus milhões suspeitos e não declarados, Dilma e sua suposta “faxina” inacabável, Tiririca e sua inteligência já esquecidos por nós, Ellen Jabour pegando Pe Lanza,vídeos e mais vídeos idiotas e de sucesso astronômico, Michel Teló e o seu Ai se eu te pego arrasando nossas mentes, maconheiros revolucionários, pérolas e mais pérolas do ENEM que mostram a inteligência de nossas criancinhas, igualdade por aqui significa cotas em faculdades, felicidade é bolsa família, justiça é cesta básica, casais gays apanhando simplesmente por serem felizes, mulheres fruta – nada a declarar -, funks ensinando novinhas a como dar com estilo, Sandy devassa! nos ensinando que é possível ter prazer com anal, homens achando que pegar todas é a melhor maneira de provar que realmente são homens e mulheres achando que piriguetismo life style é uma boa opção!


Tuesday, November 01, 2011

Pastor transgênico????!!!!!


Por Cristina Scherer
"A maioria das paróquias gostaria de ter pastores “transgênicos”: com genes do Sílvio Santos e do Faustão misturados aos do Roberto Carlos para realizar o ‘show da fé’ para encher a igreja. Lutero diz com ironia e sarcasmo: “O pregador, como o mundo agora o quer, deve ter as seis seguintes características:
1. ser erudito;
2. ter boa pronúncia;
3. ser eloquente;
4. ter boa aparência, para ser amado pelas mocinhas e senhoritas;
5. não aceitar, mas ainda por cima distribuir dinheiro;
6. falar aquilo que o pessoal quer ouvir”.

Falando agora da coerência do/a pregador/a, Lutero diz: “Um bom pregador deve ter as seguintes qualidades e virtudes.
Primeiro, deve saber ensinar direito e corretamente.
Segundo, deve ter boa cabeça.
Terceiro, deve ser bem articulado.
Quarto, deve ter boa voz.
Quinto, boa memória.
Sexto, deve saber parar.
Sétimo, deve estar certo do que fala e ser aplicado.
Oitavo, deve investir na sua tarefa o corpo e a vida, os bens e a honra.
Nono, deve saber aturar o desprezo de todos”.

Aquilo que anunciamos a vocês não se baseia em erros ou em má intenção; e também não tentamos enganar ninguém. Pelo contrário, sempre falamos como Deus quer que falemos, porque ele nos aprovou e nos deu a tarefa de anunciar o evangelho. Não queremos agradar as pessoas, mas a Deus, que põe à prova as nossas intenções. Pois vocês sabem muito bem que não usamos palavras bonitas para enganar vocês, nem procuramos tapear vocês para conseguir dinheiro. Deus é testemunha disso” (1Ts 2.3-5 NTLH)."

"sprintrade network"

Tuesday, October 25, 2011

O boato do filme Corpus Christi



Uma das coisas mais incômodas deste mundo, sem caixas postais e caixas de correio cada vez mais vazias nos portões das casas, é o lixo que enche as nossas caixas de e-mail. Circula coisa de todo tipo. E bota circular nisso.

Está voltando com tudo e de maneira irritantemente insistente, nesses tempos de polêmica em torno do homossexualismo, um e-mail conclamando para um abaixo-assinado contra o lançamento de um tal filme chamado Corpus Cristi. O e-mail pede por assinaturas contra o lançamento do filme. E no último que eu recebi tem muita gente da nossa querida IECLB que, na tocada, também assinou o e-mail. A gente vai botando o nome e não olha muito, acreditando estar defendendo uma grande causa.

Atenção, e isso é importante:
1) O filme não existe! Talvez, por nossa insistência, algum diretor resolva enfim rodá-lo.
2) Este e-mail é um hoax e está circulando desde que a internet existe. Aliás, já circulava antes da internet, pelo correio, na forma de abaixo-assinado por carta. Ele está por aí desde o longínquo ano de 1984!
3) O e-mail que é citado como receptor das assinaturas é homasg@softhome.net. Quem enviar uma mensagem para esse endereço vai receber como resposta:homasg@softhome.net has been canceled for abuse. Ou seja, foi cancelado por receber tantas assinaturas que não suportou, e foi cancelado pelo provedor.
4) Maiores detalhes sobre essa história deste filme inexistente você pode ler aqui.

A coisa mais certa a fazer quando se recebe pedidos dessa ordem é checar. No caso do filme Corpus Christi, eu simplesmente digitei o termo no Google e os alertas choveram. Faça isso sempre que tiver dúvida sobre algo muito "importante e urgente" que recebe por e-mail.


P. Clóvis Horst Lindner - (por ele mesmo)
Aos 57 anos, já fiz muitas coisas. Sou pai e avô, escrevi um livro sobre Cidadania e cultivo um jardim. Sou pastor luterano (IECLB) e empresário de comunicação. Sou editor (www.jornalocaminho.com.br e www.novolhar.com.br). Comunicação é minha paixão.

Os Operários da Fé.


Os Operários da Fé.

Vi o filme “Carne e Osso” que fala sobre as condições de trabalho dos operários e das operárias nos frigoríficos de gado e frango e me lembrei que no pastorado também temos algo parecido. Os operários nos frigoríficos trabalham extenuadamente em ritmo acelerado e repetitivo as suas 8 horas e ficam doentes e inválidos para o trabalho por isso. Nós pastores/as trabalhamos de 10 a 14 horas diárias, não num ritmo semelhante aos operários/as dos frigoríficos, mas nunca trabalhamos o suficiente. Nos sábados e domingos são dois cultos por turno e tem que sair correndo pelas estradas estreitas e cuidar para não sofrer acidente, pois não pode chegar atrasado ao próximo culto que acontece 30 minutos após o primeiro.
Vendo este filme me dei conta de nosso turno de trabalho e do nosso ritmo de trabalho e de não termos 8 horas fixas de trabalho e depois descanso. Trabalha-se muitas semanas durante 7 dias e não se pode reclamar porque afinal somos vocacionados para o trabalho pastoral. Pastor não é uma profissão, é uma vocação. Como é vocação tem que trabalhar dobrado e sem reclamar. Diz-se que nós fazemos a nossa agenda, o que é verdade e também não.
Nunca falamos muito disso porque fica feio reclamar do estresse e da sobrecarga de trabalho, pois o pastorado é a nossa vocação. O povo e a diretoria da comunidade não querem saber quantas horas trabalhamos durante o dia. Temos 3 turnos diários: manhã, tarde e noite. Não existe esta história de hora extra e trabalho noturno e por isso não temos carteira assinada pelas leis da CLT, para que se possa explorar melhor os Operários da Fé. Basear-se pela CLT aumenta os custos da paróquia. Quer-se custos baixos e muito trabalho, como é de praxe numa sociedade capitalista. Falar do excesso de trabalho parece coisa de pastor preguiçoso. Ser preguiçoso é coisa feia no meio de uma sociedade movida pela Ideologia do Trabalho. Quem é pastor/a sabe de como as comunidades tratam os/as zeladores/as e qual é o salário deles/as. Se a igreja não tivesse nos anos 60 imposto um salário base para o/a pastor/a receberíamos salário parecido de zelador. As comunidades se escandalizam quando o zelado entra na justiça pedindo os direitos trabalhistas e sempre ganha. Por que sempre ganha? Por que a comunidade paga um salário justo e respeita as leis trabalhistas? Não me parece. Os membros que são agricultores sempre reclamam do preço da soja, do leite e do milho e os operários dos baixos salários, mas quando eles deveriam pagar um salário justo para o/a zelador/a não o fazem. Reproduzem o pensamento capitalista de patrão explorador. Nos últimos anos as comunidades começaram a assinar a carteira de trabalho do zelador, antes nem isto faziam. Coloco isto para deixar claro qual a mentalidade reinante em nossas comunidades cristãs.
Pastor/a tem que falar da vida familiar e cuidar da vida familiar do povo, mas não tem vida familiar. Eu não vi meus filhos crescer; de repente estavam grandes e de repente já tenho um neto. Como pode? O tempo passou tão depressa, nem vi passar.
Em 1978, em 1º julho, comecei a trabalhar na Paróquia de Cunha Porã. Havia ali 13 comunidades e 11 pontos de pregação o que dava 9 a 10 cultos por fim de semana (sexta à noite um, sábado pela manhã 2 e 2 à tarde; domingo pela manhã 2 e à tarde 2 e às vezes ainda um no domingo à noite e no sábado à noite tinha grupo de JE na cidade), além de atender 4 grupos de OASE, 7 grupos de jovens e 9 grupos de estudo bíblico, aulas de ensino religioso na escola e as demais coisas que se faz numa paróquia, além de fazer o trabalho da secretaria, pois no começo não tinha secretária e ainda acompanhava as lutas dos sem terra, luta sindical, do movimento dos atingidos por barragens, da CPT da Diocese de Chapecó e dos estudos bíblicos no grupo do CEBI, participava uma vez ao ano dos encontros de estudos da realidade em Araras, RJ, coordenados pelo Baeske, as Conferências de Obreiros eram mensais e sempre de dois dias além de se acompanhar as atividades distritais, ajudei na criação da PPL além de ajudar na elaboração do material do ensino confirmatório, que era um trabalho coletivo do Distrito Uruguai, e imprimir este material no sótão da casa paroquial de Cunha Porã até altas horas da madrugada ajudado por um colega vizinho. Isto me dava o privilégio de a cada ano, em outubro ou novembro, baixar no hospital totalmente estressado. Eu era jovem e achava isto normal. Nunca alguém veio me perguntar se estava trabalhando demais ou de menos, afinal eu era pago para fazer e não para reclamar e muito menos para pensar. Afinal as coisas deveriam ser feitas, isso que havia leitores para celebrar cultos de leitura porque eu não conseguir dar a volta sozinho e não precisava dar ensino confirmatório. Cada comunidade tinha 2 cultos ao mês e o ponto de pregação 1 culto ao mês. E mesmo assim na comunidade de Vera Cruz, na assembléia, sempre tinha alguém que pedia que o pastor desse o ensino confirmatório, que isso seria tão bonito. Imagine, mais 13 grupos de ensino confirmatório do 1º e 2º anos! Trabalhando de segunda à sexta de manhã e pela tarde não daria conta nem do ensino confirmatório; isto mostra que o povo da comunidade só conhece a sua comunidade e, além disso, não existe mais nada. Antes de mim o Silvio Meincke e o Milton Schwantes trabalhavam em Cunha Porã nestas condições e hoje trabalham nesta paróquia 3 pastores, já melhorou. Este ritmo de trabalho não era apenas o meu os demais pastores e pastoras na época no Distrito Uruguai tinham o mesmo ritmo.
Como não analisamos a nossa vida e a vida da igreja pelo lado da luta de classes não podemos falar das condições de trabalho extenuantes a que os Operários da Fé estão sujeitos. De repente ouve-se que o pastor se divorciou. É aquele escândalo na comunidade. Como pode o pastor se divorciar, ele tem que dar o exemplo de vida familiar! Que vida familiar com 10 a 14 horas de trabalho diário, muitas vezes até na segunda feira? O membro chega à casa pastoral na segunda feira dizendo: Pois é, já que eu vim para a cidade aproveito para falar com o pastor. O pastor o recebe sorrindo, dizendo: Vamos entrar. E o pior é que quando um dia não tinha uma jornada de 3 períodos (manhã, tarde e noite) a gente se sentia como peixe fora d’água e com consciência suja de preguiçoso.
Outros abandonam o pastorado para abrir um negócio qualquer ou vão lecionar numa universidade, pois a igreja pagou o seu mestrado ou o doutorado. Menos horas de trabalho, mais salário e menos cobranças.
Não temos esteira de produção como os operários dos frigoríficos e nem precisamos fazer 90 a 120 cortes por minuto, mas temos agendas cheias de reuniões, visitas, etc. e se o pastor ainda não visitou aquele doente, que ele nem sabia que estava doente, vem reclamação: Estive no hospital e o pastor não me visitou. Mas não se animem muito, pois nos anos 90 quando o neoliberalismo estava em alta vários presbíteros do Distrito e depois do Sínodo falavam em implantar o Programa da Qualidade Total na igreja, como havia nas empresas capitalistas, para que se pudesse avaliar a produtividade da pastorada. O TAM e a Avaliação são o resultado desta mentalidade. É claro: nuca se diz isto e nunca vai se admitir isto.
Quando o pastor corta grama na segunda feira na frente da casa passa o membro e diz: Trabalhando pastor! Pois trabalho de pastor não é trabalho; só sai andando de carro para cima e para baixo. Me lembro que o Pastor Hans Trein contou um caso de um agricultor lá pelos fundões do Mato Grosso que dizia que vida de pastor era um luxo viajando para cima e para baixo. Aí o Hans o convidou a ir junto numa viagem de uma semana pelo Mato Grosso afora. O coitado na primeira hora já pôs o bucho para fora chacoalhando no toyotão pelas estradas de chão a fora e nunca mais falou da vida boa que o pastor leva.
Uma pastora que trabalha junto com outra pastora numa paróquia de três pastorados (um está vago) e as duas tem que dar conta do trabalho de três falou na diretoria que estava estressada e alguém da diretoria disse: Duvido que você trabalha mais que eu! Significa: Não queremos saber se está arrebentada ou não, vire-se e fique quieta! Vai trabalhar vagabundo! Sei também que tem diretorias que tem sensibilidade para a questão da jornada de trabalho da pastorada. Em Xingu a diretoria ficava preocupada com o excesso de trabalho do pastor, mas fazer o que? O número de comunidades não diminuía e as distâncias também não ficavam menores e a pobreza do povo também não diminuía. Ali a paróquia atende 7 municípios e não tem dinheiro para pôr mais um obreiro. Só tem uma saída: se rebentar. E se o pastor trabalha com o movimento sindical e popular vem o povo da MEUC e o querem mandar embora porque o missionário da MEUC não faz isto, então o pastor da IECLB também não pode fazer isto: apoiar as lutas por justiça do povo oprimido. Não querem nem saber se você já está arrebentado de tanto correr. Afinal, você é pago para fazer e falar o que o povo da direita quer ver e ouvir.
Aí a pastorada está estressada, desanimada, desmotivada e ainda tem que se cuidar para a avaliação não pegar feio depois de três anos (sempre tem alguma coisa que você não conseguiu fazer e sempre tem alguém que não gostou de alguma coisa de que você fez ou não fez, mesmo que você não diga que o capitalismo é coisa do diabo), pois o TAM não vai ser renovado e a igreja se admira e se pergunta: Por que a pastorada não faz campanha de vocações. Também não se deve dizer que as leis do TAM e Avaliação são leis repressivas, isto é uma palavra muito feia! Imagina, não existe repressão na igreja. Na igreja tudo é feito a partir do amor, do respeito e da compreensão. Na igreja também não existe esta coisa chamada de luta de classes porque a igreja vive numa redoma de cristal apartada da realidade do mundo capitalista. A igreja toda se baseia só no Evangelho e esta questão da Ideologia da Classe Dominante nem existe como mecanismo de reprodução do capitalismo. Luta de classes, isto nem existe mais na sociedade! Isso era coisa dos anos 80. Só maluco fala destas coisas ou comunista. Vai trabalhar vagabundo!
Pois é, pastor falar do ritmo de trabalho e da jornada de trabalho é coisa muito feia; não somos CLT e nem sindicalizados. Temos apenas uma coisa chamada APPI, da qual a maioria da pastorada não faz parte porque ela não consegue solucionar os problemas que temos. A pastorada acaba acomodada esperando que alguém outro resolva a sua situação. Coitado! Ninguém vai resolver nossos problemas além de nós mesmos colocarmos os pés na estrada e nos organizarmos na APPI, na Conferência de Obreiros, na Assembléia Sinodal e no Concílio da Igreja, além de fazermos grupos de estudo de teologia onde também podemos discutir as nossas questões. Mas como em nossa cabeça vivemos num mundo harmônico e não num mundo movido pela luta de classes não conseguimos nos organizar e cada um se arrebenta sozinho. Quanto mais sozinho, mais vai trabalhar, mais vai ser fiscalizado, mais vão exigir dele, mais vai se arrebentar e mais vai ser pressionado pela direita a falar o que ela quer ouvir e baubaus a pregação pura e reta do Evangelho! As leis repressivas (TAM, Avaliação), que foram feitas para nos acuar e amedrontar para não falarmos o que tem que ser falado, não vão se mudar sozinhas a não ser que comecemos a pressionar a direção da igreja e olha que o momento é oportuno.
O ser Pastor é uma vocação e o vocacionado tem que trabalhar 24 horas por dia sem reclamar. O único problema é que pastor/a é também um ser humano que se cansa e se estressa e se a coisa não mudar ele salta fora, como muitos já fizeram. Mas pastor/a não pode falar disso porque é pago para trabalhar e não para reclamar e nem para pensar. É muito feio escrever sobre as (más) condições de trabalho dos Operários da Fé. Que vergonha! Logo agora que faltam pastores na igreja! Só pode ser coisa deste boca aberta do ...!

P. Günter Wolff - Lobo

Monday, October 10, 2011

O dia em que a Terra chegou no seu limite!


- É...cada dia que passa a coisa piora.

http://www.aprendaavalorizar.com/2011/10...imite.html

Dia 27 de Setembro de 2011, esse e o dia em que a Terra chegou no seu limite!


Mas como assim? Melhor irmos por partes para entender o fato.

Um instituto de pesquisas independente em prol da sustentabilidade chamado Global Footprint Network faz um estudo anual, o"Earth Overshoot Day" com base em um metodologia desenvolvida pela The New Economics Foundation que e um instituto de pesquisas indepemdente com o objectivo de trabalhar para um "novo modelo de criação de riqueza", baseada na diversidade, igualdade e estabilidade econômica.

O calculo dessa metodologia de modo mais simplificado e assim:

(Biocapacidade do planeta* / Pegada ecológica mundial*) x 365

Sendo que:

Biocapacidade do planeta ou capacidade biológica é a capacidade de ecossistemas de produzirem materiais biológicos úteis para o ser humano, e absorver os resíduos gerados pelos seres humanos.

Pegada ecológica mundial é uma estimativa da quantidade de recursos necessária para produzir, de uma forma continuada, os bens e serviços que consumimos, e absorver ou eliminar todos os resíduos e poluentes que produzimos.

365 são a quantidade de dias em um ano.

*Obs.: Os valores são em Hectares Globais.

O resultado desse calculo e 135%. O que quer dizer que nós gastamos 35% a mais do que a Terra pode se recuperar (veja a imagem abaixo). Ela gasta 1 ano e 4 meses aproximadamente para recupérar o que gastamos em um ano.

Mas o que isso tem haver com o dia 27/09/11? Tem haver que nesse dia segundo os calculos acima acabamos com nossos recursos em 270 dias (ou 10 mês se achar melhor) que deveriam durar 365 dias. Então estamos consumindo 95 dias de recursos que são do ano que vem!

O consumismo em execesso e a principal causa desse defice(deficit). Existem algumas saidas para contornarmos essa situação:

Diminuir drasticamente o consumo de modo geral;
Não diminuirmos o consumo mas sim a polulação;
Diminuir o consumo de quem consome mais recursos (veja a imagem abaixo);

Você pode conferir o conteudo completo na pagina do Global Footprint Network (em inglês), e só clicar aqui!

Baseado no "A Terra no Limite" do Diario Verde.

Fontes: Diario Verde, Global Footprint Network, Wikipedia, The New Economics Foundation

Thursday, October 06, 2011

Palestra de Nelso Weingärtner na Convenção de Curitiba

Depois de receber um e-mail do Lobo, para ajudar na discussão, e refrescar a memória de colegas, posto aqui a reflexão do P. Nelso Weingärtner.


Família Pastoral e ministerial para a 1ª Convenção Nacional de Obreiros da IECLB

Como jovem eu gostava de ajudar um tio, que era ferreiro e fabricava ferramentas para o trabalho na lavoura.

Um pedaço de ferro ou de aço era colocado nas brasas até ficar incandescente... depois era martelado e batido até pegar a forma da ferramenta desejada... mas, até que a ferramenta ficava pronta, ela precisava voltar várias vezes ao braseiro.

Nossa convenção aqui em Curitiba é parecida com tal fe

rraria.

Os assuntos aqui tratados foram quentes e nós, obreiros e responsáveis pelos serviços de formação e administração na IECLB, fomos o aço que é colocado no braseiro, e fomos martelados e malhados para pegar a forma que Deus quer ver em seus ministros..


A Dorothea colocou – com grande sabedoria e empatia - diante de todos nós – a história, as alegrias e as dores da Família Ministerial.

O que vamos fazer agora com esta palestra, que mexeu conosco, que despertou concordância e certamente também discordância?


Permitam sublinhar e acrescentar alguns tópicos ao que ouvimos:

Desde o tempo da Reforma, a família pastoral, ou ministerial, como se prefere hoje, ocupou um lugar de destaque nas comunidades evangélicas e sempre tinha um status especial e diferenciado.

O pastor, quase sempre, era muito respeitado e em certo sentido temido – muitos membros ficavam inibidos diante dele e bancavam ser, o que na verdade não eram.

Uma pequena história pessoal:

Em princípios de 1962, eu assumi meu primeiro pastorado na paróquia de Santa Isabel, minha terra natal.

Präses Stoer, presidente do Sínodo, reuniu, antes de minha designação, os membros da Comunidade e lhes explicou, que eles receberiam agora um filho da comunidade como seu pastor e acentuou:

Vocês devem amá-lo e respeitá-lo como o vosso pastor. Ele agora não é mais o filho, sobrinho, primo e amigo de vocês – mas o pastor de vocês”.

Quando cheguei com minha mudança, fui calorosamente recebido como pastor...mas era muito estranho, ser chamado “Herr Pfarrer” – Sr. Pastor por meus tios, primos e ex-colegas de escola.

Quando fui celebrar o primeiro culto numa Comunidade filial, na Segunda Linha, montando o meu “Baio”, lembrei que há 14 anos passados, eu ganhava um dinheirinho de bolso para ficar de guarda, no final da tarde dos Domingos em que havia culto na 2ª Linha.

Quando o pastor aparecia lá na curva dos Rassweiler, eu saía em disparada para a venda, onde os.homens jogavam cartas e onde circulava um copo com uma cachacinha, e gritava: “Der Pfarra kemmt” = 0 pastor vem..

O copo com a caninha desaparecia e as cartas eram escondidas... sentavam em cima delas, até que pastor passara.

Nesse dia, quando voltei no fim da tarde, e cheguei lá na curva dos Rassweiler .. vi meu sobrinho sair em disparada...

Quando cheguei na venda, saltei do cavalo, entrei e fui cumprimentar os homens sentados ao redor da mesa ... eles fizeram uma pequena menção de levantar... mas não podiam... porque estavam sentados em cima de suas cartas.

Rindo, eu segurei a mão de meu tio e padrinho e disse: Vor dem pastor muss man richtig aufstehn, Onkel Betti... e o puxei para cima, tomei suas cartas e joguei uma rodada com eles...

Assim, aos poucos, a distância entre membros e pastores diminuiu e foi superada.

Experiências semelhantes, outros colegas também tiveram.

Hoje, eu gostaria de perguntar: Será que essa superação – duma certa distância entre pastor e membros – foi bom para os serviços pastorais?

Certamente, foi necessário libertar o pastor, a Frau Pastor e os filhos do casal dum status que os forçava a aparentar algo, que na realidade eles não eram e não queriam ser.

Mas decorrer dos últimos anos aconteceu um nivelamento entre pastores e membros que, em meu entender, prejudicou os serviços pastorais, porque afetou a função pastoral, o específico do pastor.

Um certo distanciamento entre pastor e membro, como entre médico e paciente, professor e aluno é de vital importância, pois o ser humano necessita de um parâmetro de vida.

É bom lembrar que num passado, um pouco mais distante, o respeito ao pastor tinha suas raízes na sua função e não na sua pessoa.

Exemplifico: Quando, como menino, perguntei minha avó por que a gente tinha que usar sapatos e a melhor roupa para ir a igreja, ela respondeu: porque lá vamos nos encontrar com Deus!

Como na época só acontecia um culto por mês, ninguém faltava.

Lá ao redor da igreja, antes do culto, todos se cumprimentavam e conversavam animadamente.

Cinco minutos antes de o culto iniciar tocava o sino.

Todos tiravam o chapéu e entravam na igreja com respeito e em profundo silêncio, faziam sua oração e sentavam.

Quando o pastor, paramentado, entrava na igreja e se dirigia ao altar, o sino tocava novamente e toda a comunidade se colocava de pé.

No culto vamos nos encontrar com Deus!

Essa frase é uma confissão de fé.

Nossos ancestrais sabiam o que eles estavam dizendo e fazendo quando iam ao culto.

O encontro com Deus na igreja era um momento muito dinâmico e o povo experimentava verdadeiro recondicionamento nesse encontro.

No “Gottesdienst” o pastor tinha uma dupla função: ele era porta voz de Deus na pregação, na absolvição dos pecados e na Bênção.

E era o porta voz da comunidade na confissão dos pecados e nas intercessões.

O pastor estava ciente e consciente da grande responsabilidade que lhe cabia nesse encontro com Deus e a comunidade também o sabia.

O Pastor se dirigia ao altar e ao púlpito com temor e tremor porque neste encontro ele era porta voz de Deus, e falava em nome de Deus.

A palavra Gottesdienst sempre era entendida em sentido duplo: Deus nos serve através do perdão dos pecados, através da pregação de sua palavra e da Bênção e a comunidade serve a Deus com seu canto de louvor e adoração, através da confissão de sua fé e da oração.

O culto, assim entendido e celebrado, alimentou os nossos ancestrais luteranos durante mais de cem anos.

Não havia outros serviços e as comunidades só cresciam, mesmo que restrito aos descendentes de alemães.

Pergunto: Será que o culto, de nossos dias, ainda é sentido e experimentado como um Encontro com Deus?

A igreja ainda representa um lugar santo e sagrado, diante da qual, em tempos passados, as pessoas tiravam o chapéu ao passarem por ela?

Nós pastores ainda estamos cientes e conscientes que no culto somos porta voz de Deus quando pregamos, anunciamos perdão e colocamos a Bênção sobre a Comunidade?

Gostaria de lembrar que colocar a Bênção é muito mais que desejar a Bênção!!! Veja Números 6,23 -27.

O culto assim entendido é celebração genuinamente luterana.

Tenho a impressão que a reforma litúrgica dos últimos tempos, esvaziou a sobriedade e dinamicidade do nosso culto e tornou os membros inseguros... muitos de nossos membros, quando participam de cultos em outros lugares, não reconhecem mais sua Igreja.

Pergunto: Será que muitas das crises vividas hoje por pastores e suas famílias não estão relacionadas com certo esvaziamento da função pastoral?

Esse esvaziamento do “próprium” da função pastoral tem sua origem em uma serie de fatores. Cito alguns:

1) Nossos pastores estão sobrecarregados com programas e programações. Vivem correndo para os mais diferentes grupos de trabalho nas comunidades e nos Sínodos.

2) A conseqüência desse corre...corre é que eles não tem mais tempo para ler, meditar, orar e preparar uma boa prédica, para então subir no púlpito como porta voz de Deus.

3) A falta de tempo para o Studier= e Betzimmer, - A sala de estudo e oração – como era entendido o escritório do pastor, gera muitos conflitos, por exemplo: O pastor que precisa pregar e ensinar a palavra de Deus, e não tem tempo para se preparar, torna-se superficial e no decorrer do tempo perde a sua auto-estima e autoconfiança, e, torna-se um barato mestre de cerimônias.

4) Nesse contexto também nossas conferências de obreiros precisam ser avaliadas. Nessas conferências há espaço e tempo para reflexão teológica com exegese e temas atuais? Ou gastamos esse tempo precioso com assuntos de agenda?

5) É preciso acentuar ainda, que todo pastor e todos os obreiros dos demais ministérios ordenados, para poderem servir bem as comunidades a eles confiadas, precisam de muita autoconfiança e auto-estima. Isso não num sentido de auto-elevação e autoritarismo, mas a partir da função e autoridade que lhes foram conferidas na sua ordenação.

A Dorothea nos forneceu, em sua palestra, muitos aspectos das dores que atormentam nossos obreiros e suas famílias e indicou possíveis saídas.

Eu gostaria de propor agora, que à partir dessa convenção, sejam tomadas algumas medidas bem concretas, precisamos ir fundo e analisar: por que há tanto descontentamento e tanta frustração entre obreiros da IECLB.

Arrisco algumas sugestões, porque somos luteranos e temos o direito de protestar:

1) Os obreiros da IECLB precisam ser mais valorizados à partir da função para a qual foram ordenados – eles não podem continuar sendo tratados como meros empregados ou funcionários, cujo trabalho é medido pela produção.

2) Precisamos ouvir – sem rancor e desarmado – o clamor de obreiros, que acusam nossa IECLB de estar se transformando numa Empresa e que nela reina “um espírito empresarial”!

3) Um dos grandes culpados, que estão gerando esse clima não bom na IECLB, é “A avaliação dos obreiros”.

4) A maneira como a avaliação é realizada não condiz com a dignidade ministerial.

5) Já o contrato de trabalho para um período de quatro anos cerceia a dignidade ministerial e transforma o ministro em funcionário.

6) Por isso sou de opinião que todo o sistema de avaliação e “contratação” dos obreiros deve ser revisto e encontrada outra forma de acompanhamento dos mesmos,..

7) Obreiros cientes e conscientes de sua função não precisam ser avaliados, mas visitados por pessoas capacitadas para escutá-los, consolá-los, aconselhá-los e quando necessário também admoestá-los e mesmo repreende-los.

8) Será que há disposição para tal mudança? E será que temos pessoas capacitadas para esse serviço?

9) Imagino que sim. Além dos Pastores Sinodais, aos quais cabe esse serviço em primeiro lugar, podem ser convocados obreiros aposentados e outras pessoas com tato e experiência em aconselhamento.

10) Em meu entender, também os obreiros aposentados precisam ser mais valorizados e suas experiências mais usadas.

11) Outro tópico importante, que precisa ser tratado com muito carinho: Nossas famílias de obreiros, de todos os ministérios ordenados, precisam saber e sentir que elas são importantes para a nossa IECLB, que elas podem contar com sua Igreja em momentos dor, doença e crise. Em todos os Sínodos deveriam existir equipes de profissionais da saúde física e mental, credenciadas pelas respectivas instâncias da Igreja, para atender nossas famílias ministeriais.

Por fim, gostaria de dizer ainda:

Sejam criativos, estimados colegas, aprendam a discernir o central e essencial nos serviços ministeriais.

Se dediquem a esses serviços com alegria e entusiasmo e tenham coragem para dizer não aos serviços, que não são necessariamente atribuições do obreiro

Se assim procederem, com certeza, também vão encontrar espaço e tempo para vocês mesmo e para as famílias de vocês.

Que assim seja.

Timbó, outubro de 2009 Nelso Weingärtner

Tuesday, October 04, 2011

Impaciência. Uma reflexão sobre Êxodo 32.1-14


Estive lendo Êxodo 32 com meus confirmandos – para quem não quer ou não tem paciência de procurar na bíblia, é a história do Bezerro de ouro – e cheguei à conclusão que o problema não é a idolatria, é a impaciência!

Desde o momento em que os israelitas deixaram suas casas no Egito e se dirigiram até a beira do mar em seu caminho para o deserto, eles estavam saturados com impaciência. Inicialmente eles pensaram exército de Faraó estava indo para matá-los todos.Em seguida, eles pensavam que iriam morrer de fome e, oh! “Lembre-se daqueles pepinos que tínhamos no Egito!” Em seguida, eles ficaram com sede e pensaram que morreriam de sede. Então eles queriam carne, porque o pão milagroso, o Manah, começou a ser um pouco demais, eles já estavam fartos daquela coisa.

Então Moisés estava demorando demais em cima da montanha falando com Deus, como o trovão e os terremotos de presença imanente de Deus rugindo sobre suas cabeças.

"... Quanto a este Moisés, aquele homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que aconteceu com ele."

Você tem que amá-lo. "Este Moisés."

Sim, lembre-se, o cara que projetou a liberdade do Egito ... o único que falou cara a cara com Deus que enviou as pragas. E dividiu o mar. E a coluna de nuvem e fumaça. Lembram-se dele?

Já nem lembramos do seu nome.....

Sim, não temos idéia do que aconteceu com ele. Talvez ele resolveu ficar com Deus. Talvez ele esteja a aproximar-se na beira da praia. Talvez ele voltou para o Egito. Nunca se pode saber...

Eles não podem apenas ficar parados, e se deleitando com a gratidão à Deus de que eles não estão mais fazendo tijolos e empilhando pedras.

E, não demorou muito para ficar com o “bicho carpinteiro” e agoniados demais. Tempo suficiente para fazer um ídolo.

Esta é uma daquelas lições que não devemos ter problema com a identificação. Pois, se há algo que temos uma grande dificuldade em nossa cultura, é esperar e ter paciência!

Não temos paciência. Esperamos que tudo aconteça muito rapidamente. Imediatamente. Na velocidade de bits e Bites.

Quer dizer, pensemos nos momentos que nós (certamente) tivemos em algum momento desta semana, quando a conexão com a Internet começou a ficar um pouco lenta. Quando o nosso celular teve dificuldades de pegar o sinal. Quando nós enviamos um e-mail 20 minutos atrás, e outra parte ainda não respondeu.

Tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac...

Há grande tesouro aguardando para ser encontrado na prática de cultivar a paciência. É uma prática que aumenta a fé e dá uma profunda confiança de que Deus está trabalhando, e em movimento, mesmo quando as coisas parecem não estar indo a lugar algum. E que o tempo de Deus, é o momento certo. Que as geleiras se movem, mesmo com todas as aparências em contrário.

É uma prática que nos obriga a colocar nossas próprias necessidades um pouco de lado, e se concentrar em ver o mundo e os desdobramentos do plano de Deus e da revelação que Deus se desdobrando no mundo ao nosso redor.

Pode ser frustrante. Mas, ele também pode ser bonito.

... E você tem que amar a ironia divina, que é a resposta de Deus às crianças impacientes de Israel é fazê-los esperar quarenta anos para chegar onde eles estão indo. Quarenta anos a viajar algumas centenas de quilômetros.

Apenas respirar. Relaxar. Entregar as cargas....

E ter alguma paciência. Deus vai nos levar no próprio e adequado tempo de Deus.