Friday, December 22, 2017

Oração interreligiosa

Os teus olhos
Que estejam vivos em algum lugar
Os teus olhos –
Não importa onde se demorem,
Que coisas afaguem, que outras molestem,
Importa que estejam vivos e curiosos
Esses olhos
E olhem para dentro alguma vez
E o que vejam
Seja alguma força de sequóia
Presa à terra desde o império
De outros tempos
E seja ainda uma fonte de pedra,
Sejam águas correntes e o privilégio
De uma calma repleta
(O regozijo da sombra
Passado o terror das guerras)
Que dessa multidão, desse rubor de sumo
E segredo de floresta
Se encham os teus olhos,
E só então se esfumem, e só então se fechem.
Fonte: Mariana Ianelli. O amor e depois. São Paulo: Iluminuras, 2012, p. 43

Friday, December 15, 2017

[Official Video] Little Drummer Boy - Pentatonix

Sunday, December 03, 2017

Oração inter-religiosa: A mão que conduz

O Instituto Humanitas, em parceria com o Prof. Dr. Faustino Teixeira, teólogo, professor e pesquisador do PPG em Ciências da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora(MG), apresenta orações de mestres espirituais de diferentes religiões.

 Boa leitura!


A mão que conduz A palavra ainda não me chegou à língua, e tu, Senhor, já a conheces inteira.
Tu me envolves por trás e pela frente, e sobre mim colocas a tua mão.
É um saber maravilhoso, e me ultrapassa, é alto demais: não posso atingi-lo!
Para onde ir, longe do teu sopro?
Para onde fugir, longe da tua presença?
Se subo aos céus, tu lá estás; se desço até o abismo, estás presente.
Se tomo as asas da alvorada para habitar nos limites do mar, mesmo lá é tua mão que me conduz, e tua mão direita que me sustenta.
Se eu dissesse: ´Ao menos a treva me cubra, e a noite seja um cinto ao meu redor` – mesmo a treva não é treva para ti, tanto a noite como o dia iluminam.
Sim! Pois tu formaste os meus rins, tu me teceste no seio materno.
Eu te celebro por tanto prodígio, e me maravilho com as tuas maravilhas!

 – Fonte: Salmo 139. Publicado pelo Instituto Humanitas, 04/08/2017.

Saturday, October 07, 2017

CINCO PASTORES DIFÍCEIS DE SUCEDER

"Esse não é o jeito como o Pastor Balbach faria isso".

Para o membro da igreja que falou, isso pode ter o significado de quem quer ajudar, mas suas palavras calaram fundo o novo pastor, parecendo uma crítica bem destrutiva. Afinal, ele tinha estado naquela paróquia por apenas três meses, e ele já havia ouvido essa frase expressa mais de uma dúzia de vezes e de mais diferentes maneiras.

Ele sabia que ele estaria sempre à sombra de uma lenda, de um fantasma. Ele não tinha idéia de quão grande seria essa sombra e de quantas “viúvas” o antigo pastor tinha deixado.

Existem várias situações na sucessão de pastores que as deixam muitas vezes bem mais difíceis do que outras situações. Em 25 anos de ministério eu ouvi isto em minhas próprias paróquias e ouvi de colegas. Quero colocar cinco situações mais comuns:

1.       O pastor de longo prazo. Se um pastor anterior esteve na igreja dez ou mais anos, você pode ter certeza de que o pastor atual ouvirá muitas comparações. Todo pastor traz uma nova cultura para a igreja. Muitas vezes, os membros da igreja precisam se ajustar.

2.       O pastor que divide a paróquia. Este pastor saiu da paróquia com muita raiva. Talvez o pastor tenha sido mandado embora pelo conselho paroquial ou tenha ficado irado com algo que aconteceu na igreja. Em vez de buscar outro Campo de Atividade Ministerial antes que as coisas se tornem muito difíceis, o ministro decide, junto com a parte do CAM que o apóia, criar uma nova paróquia. Muitos membros da paróquia seguem e apoiam este ministro. Quando o novo ministro chega, ele precisa lidar com comunidades e membros doloridos e irritados. Alguns membros realmente irão se dividir em família ao escolher lados. Não é uma situação divertida para liderar.

3.       O pastor com falha moral. Quando há uma falha moral pastoral, os membros da igreja ficam feridos. Alguns ficam com muita raiva. Muitos dos membros de comunidades, devido a fatos acontecidos, não sabem se podem confiar em um ministro novamente. O novo ministro começa em uma situação muito difícil. Ele agora tem que lidar os pecados de seu antecessor.

4.       O pastor omnipresente. Este pastor pareceu visitar todos os membros todos os meses. Ele estava em todas as casas. Ele participou de todos os eventos, comemorações festas e aniversários. Ele visitou o hospital dúzias de vezes por dia. Ele aconselhou as pessoas todos os dias. Ele foi até a funerais e casamentos que ele não oficiou. Ele era um super pastor. Exceto para sua família sofreu muito. Exceto que a paróquia sofreu porque ele nunca negava nada, nem sabia dizer não. Na verdade ele apenas gostava, o precisava, muito da atenção. E agora os membros que se sentem abandonados por aquele “Super-Pastor”, querem saber por que o novo ministro não os está visitando em suas casas nove dias por semana, 31 dias por mês.

5.       O pastor bom de oratória. O pastor anterior poderia pregar com excelência aparentemente incomparável. Seus sermões e prédicas eram lendárias. Os membros iam ao culto só para ouvir as suas palavras que eram tão reconfortantes, e saiam do culto enlevadas. As comparações são freqüentes e não são lisonjeiras para o novo ministro. Seus sermões e prédicas são bem preparados, mas “não é a mesma coisa!”

Essas situações parecem familiares a alguns pastores? Já aconteceram na tua comunidade e paróquia?

Precisamos nos lembrar, seja como membro de comunidade, seja como ministro ou ministra, que a nossa identidade está em Cristo e que a razão de ser igreja está em servir, a Deus e ao próximo.

Por isso precisamos estar confortáveis em como Deus nos faz e se conecta conosco.

Na verdade, nós não temos nada a provar no jogo de comparação entre ministros e comunidades. Cada qual tem sua característica própria e seu estilo próprio. A identidade de uma pessoa ou comunidade não pode ser imposta sobre a outra.

Perseverar, perseverar, e perseverar na palavra de Deus, na vontade de Deus e no amor de Deus é o que deve nos mover.

Para ministros e ministras precisamos lembrar que este tempo de lidar com o passado desaparecerá em novas oportunidades que farão com que os membros olhem para o futuro com entusiasmo e antecipação, principalmente quando todos se unem e compartilham da tarefa dada por Cristo:
“Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei; que dessa mesma maneira tenhais amor uns para com os outros.” João 13.34


Traduzido e adaptado de http://thomrainer.com/2017/10/five-difficult-pastors-follow/

Friday, September 29, 2017

Prédica para 01 de outubro de 2017 - 17° de Pentecostes

Tomar responsabilidade
Ezekiel 18; 1-4,25-32

A palavra do Senhor veio para mim. "O que vocês querem dizer ao citar este provérbio sobre a terra de Israel:" Os Pais comem uvas verdes e azedas, e os dentes das crianças ficam ásperos. "Assim como eu vivo, declara o Soberano Senhor, você não citará mais Este provérbio em Israel. (Ezequiel 18: 3-4)

As leituras de hoje enfocam a responsabilidade pela nossa ação.

Um paciente estava acamado no hospital, incapaz de caminhar e acidentalmente derrubou um copo de água que se derramou no chão ao lado da cama do paciente. O paciente estava com medo de que alguém pudesse escorregar na água, então ele pediu ajuda a um enfermeiro para limpá-lo. A paciente não sabia disso, mas a política do hospital era que os pequenos derramamentos eram da responsabilidade dos auxiliares de enfermagem, enquanto grandes derramamentos deveriam ser movidos pelo grupo de limpeza e higienização do hospital.
A enfermeira, muito solícita, decidiu que o derramamento podia ser considerado grande, então ela ligou para o departamento de arrumação. Uma administradora de limpeza chegou para avaliar a situação e declarou o derramamento um pequeno. Uma longa discussão se  seguiu sobre quem teria que limpá-lo aquela água derramada.
"Não é minha responsabilidade", disse a ajuda da enfermeira, "porque é uma poça grande". A administradora de limpeza não concordou. "Bem, não é meu", disse ela. "A poça é muito pequena".
O paciente exasperado ouviu isso por um tempo, então pegou um jarro de água da mesa noturna e serviu tudo no chão. "Isso é uma poça grande o suficiente para vocês duas decidir pela limpeza?" ele perguntou. Foi, e esse foi o fim do argumento.

Querida comunidade, o que parece esta história? Ela ilustra a incapacidade das pessoas de assumirem a responsabilidade. A culpa é sempre de outra pessoa, e não queremos ser responsabilizados. Nós culpamos nossas ações em nossos pais, nossa genética, o ambiente em que fomos criados, instâncias da nossa infância, coisas que aconteceram nos dias escolares e, quantas vezes dissemos isso, porque estamos passando por tanto estresse. Hoje, mais do que nunca, há uma epidemia de não querer responsabilidade, de não assumir responsabilidades.

Esta é uma condição que tem atormentado o ser humano a queda no pecado. Hoje, no Livro de Ezequiel, lemos um provérbio sobre o qual as pessoas estavam bem familiarizadas nos tempos bíblicos. "O pai come uvas verdes e os dentes das crianças estão embotados". Isso significa que a razão pela qual as pessoas eram pecaminosas e não seguiram os caminhos de Deus nos tempos do Antigo Testamento não era sua culpa, pelo menos eles alegavam. Eles disseram que não eram culpados por não seguir os caminhos do Senhor, seu Deus e obedecer a todos os seus mandamentos. Foi culpa de seus pais.
Deus estava cansado disso e prometeu ao seu povo que ele não aceitaria o "jogo de empurra a culpa" que eles estavam jogando. Então, ele disse: "Basta disso. A gente não pode mais dizer que não é culpa nossa, que a gente não pode desistir do mal que praticamos e me seguir. Paremos de procurar desculpas para se recusar continuamente a fazer minha vontade. De agora em diante você saberá, a pessoa que pecar é aquela que pagará pelos pecados ".

Quando examinamos a lei de Deus para determinar como devemos viver como Seu povo, encontramos algumas coisas difíceis para nós vivermos. Quando lemos a Bíblia, somos confrontados com o fato de que não estamos vivendo do jeito que devemos ser. Temos duas escolhas antes de nós. Um leva à morte e o outro leva à vida.

O caminho até a morte é quando deixamos de assumir a responsabilidade pelo nosso pecado. Por exemplo, diz o Senhor, não matarás. No valor nominal, concordamos de todo o coração com este mandamento. Mas, quando examinamos cuidadosamente, achamos que isso significa que não devemos apenas condenar aqueles que assassinam pessoas inocentes, mas também devemos cuidar de todos os que honestamente precisam de nossa ajuda. Então, por que nos calamos frente à corrupção e desvios de verbas que causam a morte por todos os cantos do país?

No momento que somos questionados ou nos sentimos pressionados pela lei de Deus, nós dizemos coisas como: "Não é minha culpa que as pessoas sejam pobres e morrem na fila dos hospitais. Eles deveriam ter ficado na escola, não gastariam todo seu dinheiro, não ficariam doentes. Talvez eles estejam preguiçosos. Se seus pais apenas lhes ensinassem como ganhar a vida. Eu pago impostos, por que o governo não faz alguma coisa? " Aliás, não é minha culpa a corrupção e roubalheira, eu votei no fulano. ”

Nós nos gostamos de empurrar a responsabilidade de cuidar do nosso próximo, e nós jogamos a culpa em outro lugar, em outra pessoa. E se esse mandamento não provar o meu ponto, há outros nove que você pode se candidatar.

Quando deixamos de assumir a responsabilidade pelo nosso pecado, mas culpamos a maneira como estamos em outras causas ou outras pessoas, perdemos a oportunidade de nos arrepender e receber o perdão de Deus. Este é o caminho da vida. Jesus foi à morte para perdoar não só os pecados que prontamente admitimos, mas todos os pecados, especialmente os que temos dificuldade em assumir a responsabilidade.

Isso quer dizer que não existem dois tipos de pessoas na terra, ou dois tipos de igreja, uma boa que realmente tentam ser seguidores obedientes de Deus, mas nem sempre podem fazê-lo por causa de sua situação, e o outro tipo de pessoas que não presta. Todos somos pecadores diante de Deus. Todos estávamos mortos em delitos e pecados, como diz a Palavra de Deus.

É por isso que, quando nos reunimos como comunidade, oramos a Deus e confessamos sempre os pecados em culto:

Deus misericordioso, confessamos que somos por natureza pecadores e impuros. Nós pecamos contra você em pensamento, palavras e ações, pelo que fizemos e pelo que deixamos desfeito. Nós não o amamos com todo o coração; nós não amamos nosso próximo como nós mesmos. Nós merecemos justamente a morte, presente e eterna.

Nós realmente acreditamos nisso, ou são apenas palavras que murmuramos porque são parte da liturgia do culto?

Precisamos assumir a responsabilidade pelo nosso pecado. Se a vida não está indo como você quer, não jogue a culpa disso em outra pessoa. Veja-se como um pecador miserável e pergunte-se por que você mereceria a Deus para lhe dar uma vida melhor? Então você começará a entender a graça de Deus.

Quando alguém aponta que está errado em nosso país, estado, município, ou até no mundo, não podemos vir com todos os tipos de razões para justificar nossas ações. Precisamos admitir a nossa natureza injusta e buscar o perdão. Não deixe o orgulho evitar que você seja reconciliado com Deus e com seu irmão ou irmã.

O nosso problema é que nos recusamos a assumir a nossa responsabilidade. Por exemplo, sabemos que a destruição da natureza é um atentado contra a criação de Deus. Por outro lado, não nos preocupamos muito com o lixo gerado em nossas casas. Sabemos que a água é pouca, mas não nos preocupamos com um consumo consciente. Esse fracasso em aceitar a responsabilidade por nossos próprios maus usos da criação será a nossa destruição de toda a humanidade.

Assumamos a responsabilidade pelo nosso pecado, mas demos toda a responsabilidade a Deus por nossa salvação. Se Deus atuasse do jeito que fazemos, ele teria examinado o mundo no primeiro dia, quando Adão e Eva desobedeceram ao único comando e os obliteraram. Nós nunca teríamos surgido. Mas Deus os salvou, ao salvar todos os que se voltaram para ele, prometendo entrar em nosso mundo e sacrificar-se para nos resgatar. Ele assumiu a responsabilidade quando nenhum de nós podia. Todo crédito, agradecimento e louvor é para Deus, o Pai e o Senhor Jesus Cristo, que estamos aqui hoje vivendo neste mundo. Deus nos deu a chance de viver como Seu povo. Nenhum de nós merece o seu perdão, mas Ele oferece a todos os que invocam o nome de Jesus.

A história que Jesus contou sobre o filho, que disse que iria trabalhar e não foi, e o outro filho que disse que não iria, mas depois mudou de ideia e foi trabalhar me lembra de como esquecemos nossas responsabilidades cristãs.
Quando Deus nos dá um filho, agradecemos que traga essa criança à igreja para o santo batismo e prometa ensinar à criança os caminhos de Deus e providenciar suas instruções cristãs. Esta é a maior responsabilidade de ser um pai.

Muitos pais hoje estão tentando fazer o que é certo e dar aos seus filhos todas as oportunidades para experimentar a vida. Eles os conduzem aqui e ali, inscreva-os em todas as aulas e oportunidades, procurando a melhor escola, o melhor esporte, o melhor programa. Mas quando se trata do que é mais importante, aprender a Palavra de Deus, de cumprir a promessa feita no batismo desta criança, de ensinar o Pai Nosso, os Dez Mandamentos e ensiná-los a orar, nunca há tempo sobrand0. Quando as crianças crescem e se afastam do Senhor e abandonam sua promessa de batismo e confirmação, os pais ficam angustiados. Em seguida, a única responsabilidade que resta é admitir o seu fracasso em guiar seus filhos no caminho certo como eles prometeram, buscar o perdão de Deus e comprometer seus filhos crescidos ao Senhor. No entanto o que se faz é empurrar a responsabilidade para igreja que não buscou o filho em casa para o culto infantil, ou não ofereceu JE – ainda que não se dispunham a participar, ou o pastor que não “converteu” o filho no EC.

Deixa eu dar outros exemplos de tentação de empurrar a culpa. "Nossa igreja não era atrativa o suficiente. A comunidade não tinha os programas certos. O culto era muito litúrgico e formal. As pregações do pastor eram muito longas. Os bancos da igreja são muito duros". Em vez disso, devemos deixar cada pessoa confessar seus pecados a Deus e buscar a graça de Deus. Deixe-nos assumir a responsabilidade por nós mesmos e confiar no poder de Deus para curar nossos fracassos.

Assumir a responsabilidade por si mesmo. Se a gente quer uma vida com Deus, mas achamos que ser um cristão é difícil, não culpemos ninguém além de nós mesmos. Não são os nossos pais, nem o nosso trabalho, nem a nossa situação financeira atual. Reconheçamos que a gente tem um coração de pedra e pedimos a Deus para quebrar.

Olha, meus irmãos, se a gente quer que a Igreja seja uma força na vida, devemos ficar com ela. Se a gente quiser crescer na compreensão do caminho de Deus, devemos nos envolver na aprendizagem da Bíblia, nos trabalhos da comunidade. Se a gente quer um culto infantil ou JE para seus filhos ou netos para participar, devemos nos envolver generosamente que isso pode acontecer. Se a gente quiser que a Palavra do Senhor vá até os confins da terra, não podemos esperar que algum outro cristão cuide para que isso aconteça. Devemos, unidos, ir adiante e fazer acontecer.

Assumir a responsabilidade parecerá perigoso no início, mas lembre-se, quando vivemos pela graça, tudo o que tememos é perder o orgulho em nós mesmos. Quando você decide pintar sua casa sozinho, e você escalará essa escada até o topo do pico do telhado, é tudo o que você pode fazer para segurar as duas mãos. Mas como você vai pintar se você não soltar uma mão e pegar o pincel? Depois de um tempo você se envolve com a pintura, você quase esquece o quão alto está, e o trabalho se torna mais fácil. É o mesmo quando nos esquecemos das desculpas que usamos para não nos envolvermos com a missão de Deus e nos comprometermos com o Seu caminho. Deus nos agracia com o perdão e nos coloca no trabalho, e seguimos a partir daí, sempre dependendo de Sua Graça. Às vezes, olhamos para baixo e dizemos: "Uau, eu esqueci que eu estava bem aqui".

Nossos pais podem ter comido uvas verdes, mas não é por isso que nossos dentes não se colocam nos caminhos de Deus. Nossos pais formaram a comunidade, mas isso não nos libera de servir este Deus. Se não estamos tão perto de Deus como costumávamos, não é culpa de ninguém, é só nossa. Mas Deus deseja que retornemos a Ele hoje e todos os dias. Somos irresponsáveis ​​com as coisas mais importantes, e precisamos de sua misericórdia e perdão mais do que nunca.

A vida com Deus é muito melhor, muito melhor do que ter tudo o que poderíamos desejar ao viver sem Ele. Por isso precisamos assumir a responsabilidade agora. Confessemos nossos pecados e apeguemo-nos a sua misericórdia mais firme do que qualquer coisa. Deus nunca irá falhar com a gente.


A misericórdia de Deus será sempre nossa força. Amém.

Thursday, September 21, 2017

Friday, September 15, 2017

5 coisas que perderemos se tomarmos a Bíblia muito literalmente

Todos queremos certezas. Entendo. Isso nos faz sentir melhor sobre nós mesmos. Nos faz sentir agradáveis e confortáveis por dentro. Isso nos faz sentir como se o grande e ruim monstro que chamamos de "Dúvida" não nos devorará.

Portanto, não é de admirar que, ao abordar as Escrituras, muitos de nós optem pelo fundamentalismo acima de tudo. Isso nos dá essa sensação de segurança, essa sensação de que temos uma compreensão real e incontestável sobre a situação. No entanto, descobri durante toda a minha longa e sinuosa jornada que a segurança que recebemos do fundamentalismo bíblico não é mais do que uma fraca fachada. E, quando essa base fundamental na construção da nossa fé, meticulosamente construída, é arrancado, tudo se esvai; nossa fé desmorona e nos deixamos sem uma base básica. Para usar uma analogia, ficamos com um apartamento vazio sem nada dentro.

Além disso, quando nos aproximamos da Bíblia muito literalmente, não estamos fazendo nada além de embarcar em uma aventura em perder o ponto essencial. É claro, pensamos que estamos sendo servos fiéis do Deus Todo-Poderoso, e de nosso SENHOR Jesus Cristo - e talvez alguns de nós realmente o sejam -, mas o que estamos fazendo principalmente é nada além de defender uma posição que, ironicamente, a Bíblia nunca nos pede para defender. E quando fazemos isso, acabamos perdendo uma tonelada de grandes coisas que acontecem em toda a Bíblia. Gostaria de mencionar 5 destas.

1. A teologia de jesus


Há tantas coisas ditas sobre Deus na Bíblia, desde o pouco obscuro até o totalmente insano. Eu não vou entrar em todos eles aqui - como se tivéssemos tempo ou espaço e quem está lendo isto tivesse tempo - mas aqueles de nós que usamos nossos cérebros de vez em quando sabem do que estou falando. Então, quando acreditamos que toda reivindicação teológica feita por todo escritor de todos os livros da Bíblia é inegavelmente verdade, que é teologicamente apontada a cada passo, dificilmente deixamos qualquer espaço para que Jesus ofereça qualquer crítica. Por exemplo, quando literalmente acreditamos na afirmação de Deuteronômio de que "Se você não observar diligentemente todas as palavras da lei que estão escritas neste livro [Torah], temendo o nome glorioso e fantástico, o Senhor seu Deus, então o Senhor vai abalar você e sua prole com aflições severas e duradouras e doenças graves e duradouras ", então, quando nos voltamos para João 9, acabamos com um enigma. Por quê? Porque isso não é o que Jesus ensina.

Em João 9, quando Jesus está pressionado sobre a questão das maldições intergeracionais, Jesus não afirma a norma cultural de que pessoas são afligidas por Deus com doenças dolorosas e duradouras por não ter observado todas as notas, pontos, vírgulas e títulos da Torá, mas isso é doloroso e duradouro. Doenças afligem as pessoas para que "as obras de Deus possam ser reveladas". Quais são as obras de Deus? Ao contrário do Deuteronômio 28, onde se afirma que Deus é um Deus bendito e maldito, as obras de Deus são totalmente com o propósito de benção (Mateus 5:45), para curar e restaurar: "Quando ele disse isso, ele cuspiu na raspou e fez barro com a saliva e espalhe a lama no rosto do homem, dizendo-lhe: "Vá, lave na bacia de Siloé." Então ele foi e lavou e voltou capaz de ver ".

Na verdade, existem outros casos em que Jesus reorienta nosso modo de teologizar, mas não tenho espaço para discutir isso aqui. No entanto é bom refletir sobre isso.

2. O Diálogo do Antigo Testamento


Isso pode ser uma surpresa para alguns, mas não é apenas Jesus que critica as opiniões de seu povo. Os escritores (principalmente os profetas – e estes são mais importantes que os salmos!) da Bíblia hebraica fazem isso também. Em outras palavras, o Antigo Testamento é um diálogo sobre, entre outras coisas, Deus e a natureza de Deus. Por exemplo, considere o que aconteceu com Jezreel.

Em 2 Reis 9, há um relato de um massacre neste lugar pelas mãos de um homem chamado Jeú. O que acontece é que Jeú é ordenado - e sim, ungido - pelo profeta Elias para derrubar toda a casa de seu mestre, Acabe, construída sobre a tirania e a maldade (2 Reis 9: 7-8). Então, ele faz! E ele é defendido como um homem justo de Deus por fazê-lo.

Poucas gerações depois, no entanto, o profeta Oséias vê as coisas de maneira diferente. Falando em nome do Senhor, Oséias escreve: "Pois em algum tempo punirei a casa de Jeú pelo sangue de Jezreel, e acabarei com o reino da casa de Israel" (Hos 1, 4). Em outras palavras, de acordo com Oséias, Deus não está tão satisfeito com o que o assassino zelote Jeú fez com a casa de Acabe. Isso, apesar de Elias ter mandado tal coisa.

Este afastamento da violência é um componente chave para a meta-narrativa bíblica global, mas é um movimento que está longe de ser uma linha direta bem desenhada. Em vez disso, a Bíblia é um "texto em trabalho de parto", como René Girard o chama, e, como tal, o que precisa acontecer é que a Bíblia precisa ser "corretamente partilhada", em vez de ser sempre tomada de forma tão literal.

3. A oportunidade de ser crível no mundo moderno



É bastante risível que, até hoje, alguns de nós pensem que Gênesis 1 está tentando apresentar uma explicação científica da criação. Quero dizer, você pensaria que o fato de que o sol não é dito ser criado até o quarto dia seria evidência suficiente para que possamos concluir que os dias nesta história são algo além de períodos literais de 24 horas. E, no entanto, muitos de nós continuamos em nossa ignorância.
Eu acho isso triste, porque não só esse fundamentalismo raso nos impede de recolher alguns dos nuggets teológicos e antropológicos reais que Gênesis 1 apresenta (como em, quando a comparamos com o mito babilônico Enuma Elish[1]), também nos obriga a subvalorizar todas e quaisquer descobertas científicas. E quando isso acontece, acabamos parecendo bastante bobos no processo. Qualquer um que usa seu cérebro sabe que é ridículo pensar que, de alguma forma, de alguma maneira, Noé literalmente colocou todas as milhares de espécies de animais em uma arca de madeira e cuidou por eles durante meses sem ter todos os modos de caos; que leões e tigres e ursos - Oh meu! - todos juraram não serem carnívoros porque entenderam que a sobrevivência de suas espécies dependia de que eles se tornassem veganos. Então, quando os cristãos desligam o cérebro e dizem o contrário, ele simplesmente desliga as pessoas de pensar criticamente, e assim poderiam realmente usar o Evangelho em suas vidas. Tudo para ler a Bíblia literalmente, de um modo fundamentalista.

4. A Psicologia da "Queda"


As cobras não falam, animais não falam! No entanto muitos leitores da Bíblia apontam para Gênesis 3 como prova de que algumas cobras fazem. Isso é bobo. Precisamos olhar para a Bíblia e descobrir que algo mais está acontecendo aqui, algo com o qual perderemos uma leitura fundamentalista de Gênesis 3 e 4. Começarei dizendo que a serpente é usada como uma analogia. Representa o tipo de desejo corrompido e retorcido que surge quando as proibições são colocadas sobre as coisas. Observe a corrupção na primeira questão perguntada a Eva: "Deus não disse:" Não comerás de nenhuma árvore no jardim? "(Gênesis 3: 1). Como sabemos, não é isto o que Deus disse. Existe apenas uma árvore proibida, nada mais e nada demais. Esta é uma armadilha. Claro, Eva inicialmente corrige a serpente, mas ela então imita a serpente inventando sua própria mentira. É sutil, mas está lá, claro como o dia. Ela responde: "Não comerás do fruto da árvore que está no meio do jardim, nem a tocarás, nem morrerás" (Gênesis 3: 3, ênfase minha). Então, o que começou com uma proibição agora foi torcido em duas proibições.
Inicialmente, no entanto, nada acontece com Eva. É somente depois que o homem – que, sejamos claros, estava lá com ela o tempo todo - come do fruto é que os olhos de ambos são abertos. Isso sugere que todos os três personagens - a serpente, Eva e Adão - estão conectados de uma certa maneira. Em outras palavras, como diz Michael Hardin: "Tudo isso sugere literalmente que o homem, a mulher e a serpente são uma grande figura do processo de desejo mediado e suas conseqüências." Quais são essas conseqüências? Inicialmente, acusações e bode expiatório: o homem culpa tanto a Deus quanto à mulher (Gênesis 3:12), então a mulher continua buscando um bode expiatório, voltando-se para a serpente (Gênesis 3:13).

A história continua, e seguem-se mais consequências. O que começa com uma mentira no capítulo 3 rapidamente se transforma em um assassinato no capítulo 4. Ao entender a benção de Deus, Caim mata Abel. Irmão ergueu-se contra o irmão. Então Caim fundou uma cidade; civilização construída sobre o sangue. A partir daí a violência se intensifica até que todo o mundo seja corrupto e cheio de perversidade.

Mais uma vez, ler a "queda" literalmente garante que perderemos grande parte desse olhar em nossa psicologia e como ela se relaciona com a violência. Garante que, em vez de cavar mais fundo para outros níveis de significado, nos contentaremos em simplesmente receber o que está na superfície.

5. A Profundidade do Apocalipse de João


O livro do Apocalipse é assustador, amigo? Pelo menos isso foi para mim. Quero dizer, a profusão de imagens assustadoras, de dragões e fogo e destruição e morte - isso é suficiente para manter qualquer criança acordada toda noite. Mas isso tudo mudou agora, já que não aceito mais tudo tão literalmente.

E uma vez que eu deixei de acreditar em criaturas literais de cabeças múltiplas e multi-chifres que iriam devorar meu rosto, aí eu pude ver o quão profundo esse livro realmente é. Estudei ele com as mulheres da OASE e com um grupo de estudo bíblico em Fraiburgo. Então, exemplo, eu pude ver os insights que este livro dá sobre a origem da violência do império romano; e em contraste, pude ver o quão poderoso o Evangelho pode ser para superar essa violência e dar ânimo e força às comunidades em meio às perseguições. Antes, porém, não podia; Eu quase não conseguia ficar louco sobre se eu seria arrebatado ou não, se eu fosse jogado em um lago de fogo literal ou não.

Vivemos a analisar se devemos levar a sério ou não onde toda a violência humana hoje está levando a humanidade, uma violência que é vista desde o aparecimente do ser humano neste planeta. Isso em si é assustador. Mas, se podemos voltar atrás e olhar para a floresta, apesar de todas as árvores individuais, podemos ver que temos uma promessa: as portas da Nova Jerusalém nunca foram fechadas (Ap 21:25). Então, talvez possamos prestar atenção às advertências neste livro para que possamos ajudar a promover, na medida do possível, o reino de Deus. E todos podem nos unir na chamada para entrar na cidade abençoada.

Nota:
[1] http://mitosgrupoum.blogspot.com.br/2008/04/enuma-elish.html 

Wednesday, September 13, 2017

Dos mandamentos para compromissos - Romanos 14: 1-12

Um rabino e um padre católico romano estavam sentados um ao lado do outro em um evento inter-religioso. Quando o jantar foi servido, alguém desatento colocou um bifão de pernil suíno no prato do rabino. O rabino não reclamou, mas simplesmente continuou a comer outras coisas que sua fé e o seu médico permitiam. O padre católico romano se inclinou em direção ao rabino e disse. "Rabino Cohen, você e eu sabemos que os tabus dietéticos do Antigo Testamento foram desenvolvidos em um momento da história em que a carne de porco era realmente perigosa devido à falta de refrigeração e baixa temperatura na culinária. É claro que a triquinose era epidêmica e seus antepassados ​​na fé consideraram como sendo melhor proibir comer porco para salvar a vida de muitos israelitas. Aqueles dias se foram, a carne de porco é muito segura, de baixo colesterol e de baixa gordura e não há motivo para se apegar a práticas antiquadas ou antigas da tradição. Quando você vai comer o seu primeiro bocado de presunto, aquela costelinha assada com farinha de mandioca, aquele pernil assado no forno... O Rabino fez uma pausa brevemente e depois respondeu: "no seu casamento, padre Maguire, no seu casamento"
As Escrituras para este domingo nos mostram o desenvolvimento da religião que era a fé que alimentou Jesus, desde a rígida adesão aos mandamentos, até o compromisso de servir a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo, como diz em Dt 6.4, repetido por Jesus em Mt 22.37-39. Êxodo 20.1-17 é um dos dois lugares onde encontramos os Dez Mandamentos entregues por Moisés à nação israelita aos pés do monte Sinai, o outro é Dt 5.1-21. Esses mandamentos são um bom primeiro passo para ajudar a criar uma nova comunidade a partir de um grupo de escravos que simplesmente estavam acostumados a só obedecer cegamente às ordens de seus mestres egípcios. A lei é a primeira aliança jurídica entre Deus e o povo de Israel, construída sobre a relação entre o Deus libertador com sua imensa graça e os servos emancipados. É muito importante o que chamamos de preâmbulo: "Eu sou o Senhor seu Deus, que o expulsou da terra do Egito”, não está separado de "Você não terá outros deuses antes de mim". É quase como se Deus estivesse dizendo "olhe o quanto eu fiz para você e quão pouco você tem que fazer por mim" E o pouco que você tem que fazer para mim vai é seguir estas normas que vai ajudá-lo a criar e sustentar sua nova comunidade ".
Mas o povo de Israel esqueceu a parte da relação, a parte de compromisso e depois de alguns anos os mandamentos foram separados dos compromissos de criar e manter a vida da comunidade e se tornaram apenas leis. Então, Deus enviou os profetas de Israel para lembrar às pessoas que Deus não tinha a intenção de substituir o compromisso de vida para chicotear com a regra do legalismo. Que a comunidade, que os mandamentos tornaram possíveis, foi sustentada através de um relacionamento correto com Deus e com o próximo, através de compromissos com Deus e com a vida do próximo.
A classe sacerdotal nunca gostou dos profetas e mataram muitos deles. Os sacerdotes debulharam os mandamentos, multiplicando estes numa série de leizinhas, que eles interpretaram sozinhos. Os Dez Mandamentos se multiplicaram em 613 regras e regulamentos. Romper qualquer um deles exigiu o pagamento do sacrifício certo e a realização do ritual correto, que eram mais leis cultuais. Os sacerdotes cobravam por estes dois para que a salvação das pessoas também se tornasse um bom negócio. Os profetas, precursores de nosso Senhor Jesus Cristo – este também considerado um profeta por israelitas e islamitas, denunciaram esta condição injusta, imposta pela classe sacerdotal, e injusta em termos inequívocos.
Quando Jesus entrou em cena, ele foi nutrido muito mais pela tradição profética do que pela classe sacerdotal. Os primeiros seguidores do Cristo Ressuscitado foram impulsionados e obrigados por textos que emanavam da tradição profética de Isaías, Amós e Ezequiel. Os primeiros apóstolos de Jesus, no entanto, se dividiram entre aqueles que acreditavam que uma adesão cuidadosa à lei era essencial para o novo movimento e aqueles, como Paulo, que acreditavam que Cristo havia nos libertar da escravidão da lei. Tendo passado vários anos como um observador cuidadoso e fascinante da lei como fariseu, ele é soube que não era na adesão aos mandamentos e cumprimentos de leizinhas, regras e normas, onde a salvação reside, mas no compromisso de ser um fiel seguidor do Senhor ressuscitado. Ele sabia o quão ridículo poderia tornar-se para continuar fazendo leis para tentar controlar todas as atividades diárias de uma pessoa. Ele também sabia como a lei às vezes serve para magnificar, extrapolar de proporção as coisas negativas que fazemos, chamando mais atenção ao pecado do que à salvação. Então, quando ele se aproxima do final da carta, que ele está escrevendo para os romanos, ele pede tolerância e compreensão com aqueles que discordam, pensam diferente, agem diferente. Em vez de criar mais e mais mandamentos, ele quer mais compromisso um com o outro e com a nova comunidade cristã em Roma. Algumas pessoas querem comer carne sacrificada no templo do deus Apolo? Deixe eles. Eles querem ser vegetarianos, p’ra não pecar comendo carne sacrificada a um falso deus? Deixe eles. Eles querem observar um determinado dia? Querem santificar o sábado? A sexta? O Domingo? E daí. Eles querem honrar seus mortos, levando flores ou comida no cemitério, com orações memoriais?
Onde está o dano? Você quer fazer novas regras, novas leis, e depois se julgar com essas novas regras? Cuidado! Há apenas um juiz, um senhor, um deus. O mesmo que deu os mandamentos e pede nossos compromissos, não por nossa obediência cega e não por uma discussão besta entre cristãos sobre quem obedece mais às leis que os outros, quem é salvo e quem não é, ou quem é cristão e quem não é.
Nosso relacionamento com Deus e uns com os outros está muito além da quantificação e esse é o ponto do texto evangélico em que Pedro pergunta a Jesus sobre o número de vezes que devemos nos perdoar um ao outro. Este não é um problema que surgiu para Pedro. Ele surgiu na comunidade inicial dos seguidores de Jesus e é por isso que Mateus tem que escrever sobre isso. Graças a Deus por isso, porque isso ainda acontece entre os cristãos hoje, tanto que precisamos se profetas e lembrar que nossos compromissos com Deus e com o próximo são muito mais importnates do que nossos mandamentos.
Mateus coloca Pedro em uma boa luz. Em outras palavras, ele também está colocando aqueles membros de sua igreja que estão dispostos a perdoar algumas vezes em uma boa luz. Perdoar sete vezes foi excelente da perspectiva de uma perspectiva legalista. Sete é um número místico, os dias da semana, as sete janelas para o mundo que Deus colocou em nossas cabeças, nossos dois olhos, duas orelhas, duas narinas e uma boca.
Sete, no entanto, ainda eram legalistas. Jesus dá uma resposta que não é legalista. Setenta vezes sete não é 490! É uma expressão usada para esticar a mente e o espírito daqueles que ouvem a resposta. É um apelo à comunidade para um compromisso de ir além dos mandamentos. Jesus, em Mateus continua a reforçar o ponto do que ele está dizendo, adicionando a parábola em que um empregado muito endividado é tratado com compaixão por seu mestre, enquanto ele, por sua vez, negocia de uma maneira a partir da lei e tiranicamente com um servo que o deve muito pouco. Ecoa no fundo desta história parte da oração do Senhor "nos perdoa nossas dívidas enquanto perdoamos nossos devedores". Comunidade recebem de Deus compromissos, não mandamentos.
Agora, vamos avançar para o início do terceiro Milênio da era cristã. Os seguidores de Jesus Cristo que vieram livrar-nos da escravidão à lei, todos os admiradores de Paulo, o apóstolo dos gentios que derrotou habilmente os judaizantes, o partido da circuncisão, que queria que o cristianismo fosse uma seita do judaísmo confinado e controlado pelas leis de Moisés. Os crentes do Deus de Israel, que deveriam nos libertar agora, se opõem um contra o outro, passando lei, sobre lei, proibição em cima de proibição. A maioria das principais denominações autoproclamadas evangélicas, a seção do cristianismo que nasceu em rebelião contra o controle de leis e dogmas agora multiplicam regras e regulamentos em uma fútil tentativa de ditar aos outros como nossa vida comum deve ser vivida. Esquecendo nossos compromissos, vemos ao redor que estamos retornando aos mandamentos e legalismo como forma de organizar nossa vida cultual e missionária. Em nossa reação em pânico à perda de membros e influenciamos nós, como Esaú, estamos dispostos a negociar o direito da graça evangélica, uma sã e sonora doutrina para o prato macio do imperialismo legalista que escravisa.
Possuo, em minha pequena biblioteca, alguns exemplares dos escritos de Lutero, além de outros de teologia luterana. Conheço o catecismo menor e o maior e já li alguns dos escritos de Lutero e sou defensor ferrenho da graça e da fé cristã de confissão luterana. O problema é que também esta é a fé através do qual alguns de nós desejamos controlar os outros. Os Catecismos e o Livro de Concórdia, por exemplo, originalmente são destinados a ordenar a nossa vida comunitária, mas também pode destruí-la. Como os antigos israelitas, nós também, e eu não quero dizer apenas luteranos da IECLB, mas cristãos em geral, esqueceram nossos compromissos e multiplicamos nossos mandamentos. Se a questão é a sexualidade ou o cuidado do meio ambiente, ou questão de gênero, ou vida paroquial, aprovamos resoluções, regras criadas e ações mandatadas que têm pouco a ver com o anúncio do incrível amor de Deus por nós. Nós multiplicamos setenta vezes sete. Pretendemos colocar nossos irmãos de fé em algum tipo de prisão, esquecendo a incrível dívida que Deus perdoou a cada um de nós.
Ao ouvir em todo o país, você sabe do que estou falando. Presbiterianos, Luteranos, Metodistas Unidos etc., etc., estamos todos envolvidos em batalhas internas em que nossos livros de ordem, por qualquer nome, ameaçam suplantar a Palavra de Deus contida na Escritura.

À medida que vamos a nossas igrejas neste final de semana de setembro, em um momento em que costumamos realmente nos voltar para a igreja, retornemos ao amor que criou nossa comunidade de fé, que moveu nossa comunidade. Movamo-nos, como Deus quis, de mandamentos para compromissos.

Monday, September 04, 2017

Expectativas injustas com as famílias ministeriais.

Eu nunca vi este tipo de expectativa com as esposas de médico, ou de um engenheiro. Bem sei que o ministério não é profissão, mas vocação. No entanto as pessoas colocam expectativas estranhas na família ministerial que não colocariam  na família de outros profissionais.

Eu digo para vocês que esposa ou o esposo do ministro ou da ministra, bem como toda a família, em muitas paróquias carrega pesados ​​fardos.

Às veze os membros colocam muitas expectativas sobre a família dos ministros e ministras, na maioria das vezes, são expectativas impossíveis e, diga-se claramente, muito injustas.

Aliás, para ser justo, esta postagem poderia se referir a qualquer pessoa das lideranças da comunidade ou paróquia, homem ou mulher, no entanto e preferi me referir aos chamados de cônjuge dos ministros e ministras. Um motivo é simplificar, outro é porque eu principalmente, com minha família, faço parte deste grupo.

Então, quais são algumas dessas expectativas injustas? Aqui estão as dez melhores expectativas impostas aos cônjuges de ministros e ministras.

  1. "Espero que compareçam a todas as funções da igreja". Uma esposa nos disse que os membros da igreja se ressentem quando ela é vista fazendo algo fora da igreja, ou assume um emprego que não permite ela estar no grupo da OASE.
  2. "Muitos membros da igreja esperam que eu saiba tudo o que está acontecendo na igreja". Em outras palavras, eles devem saber tudo o que seu ministro / marido ou ministra/esposa sabe. Minha filha se queixou de diversas vezes cobrarem dela conhecimentos bíblicos, afinal ela “é filha do pastor”.
  3. "Nós temos vários membros da igreja que se sentem livres para reclamar sobre meu marido", disse uma esposa de pastor. Então, sua igreja tem vários membros que faltam em inteligência emocional.
  4. "Os membros da Igreja pensam em mim como a secretária pessoal do pastor, me dando mensagens para ele". Uma esposa compartilhou conosco que recebeu onze mensagens para dar ao marido depois de um serviço de culto específico.
  5. "Ainda estou espantado com quantos membros da igreja esperam que eu atue como um segundo ministro". Alguns devem liderar música ou tocar piano. Espera-se que outros atuem em um papel específico do ministério, como diretor de estudantes ou crianças, coordenadora da OASE, líder da JE.
  6. "Alguns dos membros esperam que nossos filhos sejam perfeitos e atuem perfeitamente." Uma esposa explicou que ela e seu marido eram novos em uma igreja quando um membro da igreja os confrontou sobre seus filhos com boa frequência. Seu pecado extravagante era que a criança, de cinco anos, estava correndo na igreja depois de um culto.
  7. "Eu sempre deveria ser perfeitamente formado e vestido quando eu sair da casa." Um membro da igreja expressou sua consternação com a esposa de um pastor que entrou em um supermercado sem maquiagem, vestindo jeans e camiseta. Você não pode fazer essas coisas!
  8. "Eu não tenho liberdade em nossa igreja para ser tudo menos que perfeitamente emocionalmente composto." Esta é uma das muitas que se ouve, o cônjuge do ministro ou da ministra precisa ser emocionalmente impecável. Conta-se de uma liderança comunitária que chamou a atenção  da esposa de um pastor por derramar lágrimas na igreja quatro dias depois que seu pai morreu.
  9. "Eu acho que alguns dos nossos membros da igreja esperam que minha família faça um voto de pobreza". Ela estava especificamente se referindo à crítica que recebeu por terem comprado um novo carro.
  10. "Tantos membros da igreja esperam que eu seja seu melhor amigo". E, obviamente, a esposa de um pastor não pode ser o melhor amigo de todos, então ela decepciona ou irrita os outros.

Estes são alguns dos comentários que a gente escuta ao longo dos anos das esposas dos pastores, muitas vezes feitos em tom de brincadeira, mas refletindo a verdade diária. E parece que estes comentários são mais tendenciosos quando se observa o gênero. Por exemplo, o marido de uma ministra pastora comentou que raramente tem a pressão e as expectativas que ele vê impostas às cônjuges dos ministros. Será por que se cria a expectativa de que esta viva na dependência?

Mas, mais do que outros cargos de pessoal, o pastor é, naturalmente, o foco de atenção e, muitas vezes, críticas.


E a família do pastor, por extensão, torna-se o foco de expectativas injustas e nada razoáveis.

Friday, August 25, 2017

A vida não tem sentido, tem propósito!



E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2

Guiseppe Mazzini Nenhuma sociedade verdadeira pode existir sem uma fé comum e propósito comum. ... O que precisamos, o que as pessoas precisam - e o que a idade está chorando para que possa encontrar um problema do abismo do egoísmo, dúvida e negação em que está submersa - é a fé, na qual nossas almas, deixam de vagar em busca de fins individuais, podem marchar juntos na consciência de uma origem, uma lei e um objetivo. Toda fé forte que surge nas ruínas das crenças antigas e ultrapassadas muda a ordem social existente, pois toda fé forte inevitavelmente influencia todos os departamentos da atividade humana. Em diferentes formas e graus diferentes, a humanidade repete as palavras da Oração do Senhor: "O teu reino vem na terra como no céu". Fonte: Mazzini

Jesus não vem para dar sentido à vida, Deus se faz gente em Jesus para que a vida como um todo tenha um propósito. Isto fica muito claro no dito de em João 10.10, eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância. ” (Jo 10.10 – JFA) A filosofia diz que o ser humano tem necessidade de encontrar um sentido para a vida, no entanto Jesus nos aponta que a vida só existe num propósito. O propósito da vida, morte e ressurreição de Jesus está expresso nestes versículos, trazer vida, e vida por completo, para as ovelhas do rebanho.

Isso acaba nos confrontando com a nossa existência, seja de indivíduo, seja de igreja – comunidade e paróquia. Como indivíduo, batizado em Cristo, sou feito filho, ou filha de Deus. Como igreja somos “Corpo de Cristo” (I Co 12.12ss; Ef 4.1ss). Desta forma estamos todos aí para cumprir os propósitos de Deus para este mundo. 
Na busca do cumprimento de seu propósito Deus nunca se conformou com os caminhos que o ser humano havia dado a si próprio e ao mundo, não se conformou a ponto de se esvaziar de sua divindade (Fp 2.6-11) e, para alcançar o seu propósito se faz gente em Jesus. A história da igreja nos traz os exemplos de pessoas que assumem a sua filiação e, por conseguinte, o propósito de Deus em suas vidas, até as últimas consequências. Os apóstolos, os diversos mártires, Lutero e os príncipes na reforma (o livro de Concórdia é o resumo de um inconformismo com os caminhos da igreja naquela época).

Como igreja hoje somos chamados a não nos conformarmos com o mundo em que vivemos. Partindo de Jesus devemos buscar na história as forças e lições para cumprirmos os propósitos de Deus onde estamos. Levar vida, vida em abundância é o propósito primordial. Para chegarmos lá precisamos ouvir atentamente as palavras de Jesus e recebermos o conselho de Paulo: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.Romanos 12:2

Como podemos fazer isso?


Oremos: Conceda-nos o seu Espírito, Senhor nosso Deus, para discernir a sua vontade boa, aceitável e perfeita. Dê-nos alegria na luta do seu lado, de modo que o que é bom, aceitável e perfeito pode ser dado ao mundo. Onde quer que estejamos, e seja qual for o trabalho que façamos, nos dê zelo para atendê-lo e guiar-se por você, para que a sua vontade seja feita e seu reino venha, de modo que já hoje possamos encontrar felicidades mesmo que apenas em esperança. Amém.

Wednesday, August 23, 2017

Antes de não renovar o TAM com seu ministro ou ministra.

O tempo de renovar o TAM – Termo de Atividade Ministerial – é uma época estressante e extenuante para ministros e ministras, pois paira sobre estes o fantasma da não renovação e a necessidade de busca de outro Campo de Atividade Ministerial em até noventa dias.
Isso já aconteceu com colegas, e não uma só vez.
Lembro do que um colega pastor me relatou; o presbitério pediu sua renúncia, pois o TAM não seria renovado. O motivo? Ninguém estava realmente claro sobre isso, mas uma das questões levantadas era a financeira. O melhor que posso discernir é a mudança, ou o ritmo da mudança.
Existem paróquias e comunidades que, de forma despreocupada, são referidas entre ministros e ministras como uma "paróquia devoradora de ministros". Nos encontros de ministros e ministras, nas conferencias ministeriais se refere figurativamente de que paróquias devoram ministros e ministras e tornam o ministério ordenado um fardo terrível. E isto acontece muito.
Devo deixar bem claro: A culpa não é sempre dos presbitérios e dos membros das paróquias. Tem muitos ministros e ministras que não são, de maneira alguma, perfeitos, e muitos fizeram algumas coisas que fazem por merecer o pedido dos presbitérios – algumas coisas realmente difíceis de engolir, mas isto não é o caso que quero levantar. Esse, infelizmente, não é o caso da grande maioria das situações conflituosas entre ministros, ministras e presbitérios de paróquias que são trazidas à discussão de colegas nos diversos encontros.
Declarado simplesmente, muitos pastores estão sendo demitidos por quem manda. E a falta de vagas na IECLB faz sobrar ministros e ministras fazendo com que a ameaça de ser mandado embora no final do TAM coloque mais stress ainda sobre a questão. Muitos estão sendo simplesmente desligados.
Então, por favor, lideranças da igreja, considerem minhas palavras antes de não renovar o TAM de seu ministro ou ministra. Respire profundamente, medite calmamente e veja se alguma das questões que levanto não são pertinentes.
1.   Orem com muito fervor sobre a questão. Vocês estão prestes a tomar uma decisão que moldará sua paróquia, o ministro e a família do ministro nos próximos anos. Certifiquem-se de terem orado e orado e orado sobre essa decisão.
2.   Compreenda plenamente a consequência para sua paróquia. Uma paróquia fica marcada toda vez que trata mal seu ministro ou ministra. Acontece de membros saírem. Os membros em potencial acabam ficam longe. A moral das comunidades acaba sendo dizimada. A paróquia acaba tendo que passar por um período prolongado de cura, onde não há remédio externo, mas apenas feridas abertas a serem curadas.
3.   Ouça outras vozes. Muitas vezes, os presbitérios, diáconos ou anciãos decidem se livrar de um ministro ou ministra porque escutam algumas lideranças descontentes. Conheço uma paróquia que mandou o ministro embora antes do período de renovação do TAM por que alguns membros do presbitério não gostavam dele. E eles nunca pediram para ouvir o lado do pastor da história ou ouviram os representantes do Campo de Atividade Ministerial onde este atuava.
4.   Considere em como ficará a reputação da paróquia na sociedade – também como ficará a reputação entre os ministros e ministrasVocê está prestes a receber o rótulo: "A igreja que demitiu seu pastor". Essa será sua identidade por muito tempo e ao publicar a vaga esta será a primeira coisa que virá a mente dos possíveis candidatos.
5.   Procure mediação para os conflitos. Existem algumas fontes de mediação muito boas disponíveis, como o Conselho Sinodal, a Comissão Jurídica Doutrinária, o Pastor Sinodal, ou, presbitérios de paróquias próximas. Por que não, pelo menos, dar uma chance antes de tomar uma decisão precipitada e muitas vezes desinformada?
6.   Deixe seu ministro ou ministra saber o porquê. Olhe para o número três novamente. Essa paróquia nunca disse ao pastor por que ele estava sendo demitido. A sério. Acho que é difícil explicar que a diretoria do presbitério e o orquestraram um golpe de sucesso. Estou impressionado com quantos ministros e ministras não sabem por que o TAM não será renovado. Isso não é semelhante a Cristo.
7.   Considere um plano de transição. Outra paróquia abordou sua situação com maior sabedoria e ação cristã. Eles compartilhavam com tristeza o pastor de que a química não estava funcionando entre ele e muitas partes da congregação. Mas, ao invés de manda-lo embora, verificaram junto um planejamento para encaminhar a situação. Quando todos assumem seus fardos e falhas é que se descobre igreja.
8.   Seja generoso. Entrementes se sua paróquia tomar a decisão de não renovar o TAM de seu ministro ou ministra, seja generoso e cuidadoso. Não trate seu pastor como uma empresa secular trata um empregado. Mostre a compaixão e generosidade do mundo cristão, dando o devido tempo para a família ministerial se adequar à situação.
As cessões forçadas de TAM de ministros e ministras são, infelizmente, comuns. Considere estes oito pensamentos antes de sua paróquia tomar uma decisão tão séria e dolorosa.

Monday, August 21, 2017

POR QUE LEVA DE CINCO A SETE ANOS PARA SE TORNAR REALMENTE “O MINISTRO OU MINISTRA” DE UMA PARÓQUIA.

Ano passado passei pelo processo de “Renovação do TAM”. Para que não conhece o sistema, é um processo doloroso pelo qual os ministros e as ministras ordenadas da IECLB passam a cada três ou quatro anos. Agora já estou na metade do quinto ano nesta paróquia, com meu TAM – Termo de Atividade Ministerial – renovado por mais quatro anos.
Pelo EMO – Estatuto do Ministério com Ordenação – o tempo mínimo de um TAM deve ser de três anos e este também é o tempo mínimo de permanência de um ministro ou ministra em um CAM – Campo de Atividade Ministerial. Já depois de renovado, não há mais prazo mínimo para a permanência.
Eu já tenho uma experiência razoável no ministério e esta tem me mostrado que três anos é muito pouco para se tornar pastor ou pastora de uma paróquia. É um fato conhecido e acontecido com muitos colegas, quando já há três anos em uma paróquia sempre aprece alguém que fica contente em conhecer “o novo pastor”.

“Você é o novo pastor da igreja! ” Esta frase é bastante comum vindo de membros, mas para ministros e ministras isto pode ser bem verdade, mesmo depois de três anos em uma paróquia. A gente, quando chega em uma paróquia, tem muitas expectativas que são importantes, tanto da nossa parte como na parte dos membros. Mesmo depois de devidamente instalados em ofício especial pelo Pastor ou Pastora Sinodal ainda vai levar muito tempo até verdadeiramente nos instalarmos no CAM.
Minha pergunta é: Você está pronto para liderar e mover a paróquia para a frente. Afinal, você é o pastor ou pastora. Certo?
Errado.
Na maioria das paróquias estabelecidas, há um período bem prolongado de conhecimento mútuo e adaptação antes que os membros das comunidades como um todo nos abracem como ministro ou ministra. E, quando chega esta hora, a maioria de nós pode, então desfruta dos seus maiores e mais alegres anos de ministério.
Mas a maioria dos ministros e ministras nunca chega ao ano cinco, muito menos o ano sete, acaba se retirando, ou sendo retirado, na primeira renovação do TAM. Então, por que leva cinco a sete anos para ser abraçado como o pastor das igrejas mais estabelecidas? Aqui estão sete razões comuns.
1.    Demora muito tempo para entrar em padrões de relacionamento estabelecidos. Muitos dos membros estão lá há décadas. Eles têm seus amigos, familiares e grupos de relacionamento. Os ministros e ministras não entrarão significativamente em muitos desses relacionamentos por vários anos. Luteranos, principalmente de origem germânica, tem problemas de abrir seus relacionamentos.
2.    Você está criando novas formas de fazer as coisas. Você pode não pensar que você é um grande agente de mudança, mas sua presença como ministro ou ministra muda as coisas de forma significativa em uma paróquia. Cada um lidera de forma diferente. Cada um prega de forma diferente. Cada família é diferente. A paróquia e as comunidades tem que se ajustar a todas as mudanças que a gente, como ministro ou ministra, traz antes de começar a abraçar completamente como ministro ou ministra.
3.    A maioria dos relacionamentos não se estabelece totalmente até que eles passem por um ou dois grandes conflitos. O primeiro ano ou dois são os anos de lua de mel. A paróquia acha que você é absolutamente excelente. Então você faz algo, lidera algo, ou muda algo que seja contrário às suas expectativas. Acontece o conflito. Você não é mais o melhor. Então você tem dois anos de lua de mel, um a dois anos de conflito, e um a dois anos para chegar do outro lado do conflito. Então você se torna pastor em cinco a sete anos.
4.    As paróquias estão acostumadas a ministros e ministras de curto prazo. Muitas igrejas raramente vêem um pastor chegar ao quinto, sexto ou sétimo ano, pelos mais diversos motivos, como o stress da renovação do TAM, finanças ou a maneira de ser das lideranças. Eles nunca aceitam completamente o ministro ou ministra, porque eles não acreditam que este ou esta irá superar o primeiro grande conflito.
5.    Pastores anteriores feriram alguns membros da igreja. Muitas vezes quando lemos o quadro de vagas da IECLB já identificamos alguns destes conflitos. Há muitas razões para essa realidade, algumas compreensíveis e outras não. Em ambos os casos, um ministro ou ministra anterior prejudicou alguns membros da igreja, e os membros levam vários anos para aceitar um novo ministro ou ministra e aprender a confiar novamente.
6.    A confiança sempre é cumulativa, não imediata. Essa realidade é especialmente verdadeira em paróquias estabelecidas. Independentemente de como o ministério se desenrola, simplesmente leva tempo antes que os membros da paróquia estejam dispostos a dizer com convicção: "Esse é o meu pastor".
Eu sei. Gostaria que pudéssemos jogar fora os medos e desfrutar da confiança imediata. Mas, na maioria das paróquias isto simplesmente não vai acontecer rapidamente. Serão necessários de cinco a sete anos.

A gente está disposto a ficar para desfrutar o fruto de um ministério de longo prazo?