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Por que queimam igrejas no Chile?
NÃO APOIO USO DE RECURSOS VIOLENTOS NEM MESMO QUANDO ORIUNDOS DE CAUSAS JUSTAS. AO CONTRÁRIO. ALÉM DE SEREM RECRIMINÁVEIS EM SI, SÃO CONTRAPRODUCENTES PARA A PRÓPRIA CAUSA QUE DEFENDEM. MAS É IGUALMENTE IMPORTANTE ENTENDER O CONTEXTO EM QUE TAIS ATOS OCORREM. O artigo de Rodrigo Lopes no site GZH ajuda a entender.
Por que queimam igrejas no Chile?
Templos católicos representam o establishment, alvo da revolta dos manifestantes
19/10/2020 - 15h28minAtualizada em 19/10/2020 - 19h45min
RODRIGO LOPES
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Duas igrejas foram destruídas em Santiago no domingo (18)Martin Bernetti / AFP
As lamentáveis cenas de duas igrejas em chamas em Santiago, no Chile, correram o mundo no final de semana e se tornaram trending topics no Twitter no Brasil,nesta segunda-feira (19), em meio à polarização sobre uma suposta "cristofobia" vigente na sociedade. O termo, citado pelo presidente Jair Bolsonaro em seu discurso na 75º Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, significa aversão ao cristianismo ou por quem professa a fé cristã.
Antes de chegar à tribuna da ONU, a palavra era utilizada por parlamentares da bancada evangélica no Congresso - nesta segunda-feira (19), foi trazida de volta pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), em sua conta no Twitter, para criticar setores de esquerda:
"Ontem a esquerda 'comemorou' um ano do início dos ataques comunistas para desestabilizar o Chile. Para isso, entro outros crimes, destruíram igrejas históricas. O presidente @Jair Bolsonaro está certo ao falar em CRISTOFOBIA. Alguma dúvida de quanto o comunismo odeia a fé Cristã?", escreveu o parlamentar.
O controverso papel político da Igreja Católica no Chile, no entanto, é bem anterior à apropriação do termo "cristofobia" por personalidades ligadas ao governo brasileiro. Remonta à época da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que se dizia "católico apostólico romano". Documentos dos anos 1970 do Departamento de Estado americano, vazados pelo WikiLeaks, revelaram que o Vaticano, na época do pontificado de Paulo VI, teria minimizado crimes do regime militar chileno, considerando as repressões reportadas como "propaganda comunista". O golpe deflagrado por Pinochet também foi apoiado, inicialmente, pela alta cúpula da Igreja chilena.
Refletindo divisões da época da Guerra Fria, entretanto, o clero chileno não era uniforme. Em Santiago, por exemplo, personalidades da Igreja mudaram de lado tão logo a perseguição a líderes católicos começou. A Igreja constantemente denunciou as violações dos direitos humanos e encabeçou movimentos populares pela "transição democrática", tendo no cardeal Raúl Silva Henríquez uma das vozes mais eloquentes.
No entanto, grupos religiosos conservadores e leigos continuaram a apoiar Pinochet - durante seu regime e depois, na queda de braço, por seu retorno a Santiago, após sua prisão em Londres, em 1998. Em uma amostra dos sinais contraditórios enviados pela Igreja, o papa João Paulo II desatou uma polêmica quando, em abril de 1987, em visita ao Chile, apareceu ao lado do ditador, saudando um grupo de partidários do regime nos balcões do La Moneda ainda marcado por balas do dia do golpe de 11 de setembro de 1973.
Há outros fatos que atraem a ira de manifestantes contra a Igreja no país. O Chile é uma das 25 nações com mais graves abusos sexuais por parte de membros do clero católico - em janeiro deste ano, o Ministério Público chileno informou que existiam 166 inquéritos contra 221 pessoas por supostos casos de pedofilia e abusos sexuais envolvendo religiosos no país. No ano passado, todo o episcopado local apresentou renúncia ao Papa pelos escândalos. A própria passagem de Francisco por Santiago, em 2018, foi tensa porque, inicialmente, ele chamou de "calúnia" as acusações contra o bispo de Osorno, Juan Barros, que, segundo as vítimas, acobertou abusos de padres locais (posteriormente, o Papa pediu perdão no voo de retorno a Roma e convidou três das vítimas a irem ao Vaticano). Barros é um dos que pediu para sair.
A Igreja no Chile, a despeito dos ventos progressistas do pontificado do papa Francisco, é vista como parte do establishment combatido pelos manifestantes - os mais radicais, exigem algo do tipo "que se vayan todos". Por isso, se tornou alvo. Um dos templos incendiados no domingo (18) é uma espécie de símbolo dessas divisões: a Igreja São Francisco de Borja, a primeira destruída, é usada regularmente pelos carabineiros para cerimônias institucionais. A polícia militarizada chilena, uma das mais truculentas da América Latina, está profundamente identificada com a ditadura. Sua atuação na repressão aos protestos atuais é denunciada por organismos como Human Rights Watch e Anistia Internacional, que a acusam de violações aos direitos humanos.
A outra igreja destruída é a de La Asunción, uma das mais antigas da capital. Não foi a primeira vez que templos foram atacados. Em novembro do ano passado, no auge dos protestos, a Igreja de São Francisco de Valdívia, havia sido incendiada por vândalos. Imagens sagradas e a mobília foram destruídas
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Criação - por Emílio Voight
E Deus disse: — Que a terra produza relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja no fruto sobre a terra. E assim aconteceu. E a terra produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E Deus viu que isso era bom.
E Deus disse: — Que a terra produza seres vivos, conforme a sua espécie: animais domésticos, animais que rastejam e animais selvagens, segundo a sua espécie. E assim aconteceu. E Deus fez os animais selvagens, segundo a sua espécie, e os animais domésticos, conforme a sua espécie, e todos os animais que rastejam sobre a terra, segundo a sua espécie. E Deus viu que isso era bom (Gênesis 1.11-12, 24-25).
Pela palavra divina, a terra produziu. Como uma mãe, a terra deu à luz. Talvez tenha sido um parto dolorido, seguido de alegria e gratidão. Agora, a mãe terra sente a dor das queimadas e a morte das criaturas que fez nascer.
Eu queria poder escrever uma oração de conforto, mas só posso expressar uma lamentação e um temor. Somos um fragmento da criação divina, mas não nos compreendemos como parte dela. Procedemos com indiferença ou como terríveis ocupantes. O que Deus dirá da intervenção humana? A oração que resta neste momento é um pedido por clemência. Que Deus tenha piedade de nós em seu julgamento!
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Saturday, September 05, 2020
SOU CONSERVADOR! Telmo Noé Emerich
"SOU CONSERVADOR
Me perguntaram se eu sou conservador.
Claro que sim!
Conservo as boas tradições da igreja! Como eu amo os hinos de Lutero e outros tantos magníficos.
Conservo o respeito pelos idosos, pelos pais, pelos avós.
Conservo a oração do Pai Nosso e o Credo Apostólico.
Conservo o amor pelos gatos, pelos bichinhos que estão por aí... quantas vezes maltratados.
Conservo o gosto pelo rock, pelos Bee Gees, pelo U2, por Elton John, AC/DC, Beatles, Scorpions, Metallica, etc...
Conservo o gosto por andar pelas areias da praia de mãos dadas com meu amor.
Por tomar uma cerveja gelada com gente de bem, por um chimarrão amigo, por um churrasco gaúcho, por uma boa caipirinha...
Conservo a minha visão de que as mulheres não podem continuar sendo exploradas e que os homens estão muito aquém do que deveriam ser.
Conservo a minha revolta com salários de miséria para com os operários enquanto poucos se apropriam da maior parte do bolo...
Conservo o meu amor para com os professores tão maltratados e tão maravilhosos.
Conservo meu respeito pelo pessoal da saúde! Gente boa demais!
Conservo a minha revolta contra toda a forma de preconceito, contra toda a indiferença... E, pasmem, tudo isso com roupagem religiosa.
Conservo a minha fé diante de um monte de absurdos teológicos que pipocam a cada dia.
Conservo a visão profética da igreja que não se une a governo algum, pois, quando faz isso, perde a sua vocação profética.
Conservo o meu amor pelas coisas simples.
Conservo meu amor pela minha família.
Conservo a minha paixão pela natureza, meu apego à toda criação de Deus.
Conservo a paixão por Fernando Pessoa,
por Nietzsche, por Rubem Alves.
Conservo a alegria de viver,
de ser um ser amado por Deus...
Conservo o amor por Esse Deus tão incrível
que é capaz de me amar do jeito que sou,
por Esse Jesus que não tem jeito,
o Cara é Bom demais,
e por Esse Espírito Santo
que sopra toda manhã sobre mim
e traz uma alegria que faz meus olhos chorarem,
mas de prazer por uma companhia única...
Conservo o amor pelo próximo,
pelo carente,
pelos sem nada...
É isso!
Sou conservador.
Não tem jeito.
(Telmo Noé Emerich)
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Wednesday, September 02, 2020
Saturday, August 29, 2020
O FRACASSO DE UMA GERAÇÃO - Alonso Gonçalves
O que estamos acompanhando é o fracasso de uma geração de evangélicos que foi durante anos alimentada pela "cultura gospel".
Sim, essa geração de "evangélicos" lotou os estádios em nome de "Jesus", mas não se comprometeu com os valores pregados pelo Nazareno; bebeu muita água da lagoa da Lagoinha com suas músicas melódicas e letras individualistas, mas desprovidas de espírito profético; levantou as mãos, fechou os olhos, considerou os arrepios como "presença do Espírito Santo de Deus", mas desconsiderou o ensino claro do NT de que o Espírito Santo aponta para Jesus, sendo o responsável por fazer com que os discípulos caminhem na pegadas do Cristo.
Sim, essa geração que criou a "moda gospel" e lançou "fragrância de Jesus" para vender como perfume, é a mesma geração que aprendeu a odiar os marginais com o seu slogan maldito "bandido bom é bandido morto" e achar que os desfavoráveis da sociedade estão onde estão por falta de competência mesmo.
Sim, foi essa geração que criou a tal "machonaria" julgando que a igreja não estava dando o devido valor aos machos, produzindo um discurso fundamentalista e machista para colocar a mulher, dizem, no seu devido lugar, são os mesmos que desconsideraram as inúmeras passagens em que Jesus de Nazaré rompeu barreiras culturais para valorizar as mulheres.
Sim, foi essa geração que, pela primeira vez, fez arminha com as mãos dentro de seus templos para apoiar um candidato e passou a idolatrar a violência como único caminho possível para resolver os problemas do país, é a mesma que não leu a Bíblia e principalmente os profetas e por isso a ausência de uma postura crítica política e socialmente.
O fracasso de uma geração de evangélicos está vendo a conta chegar. Ainda não fechou essa conta e quando fechar saberemos o real preço que foi pago.