Friday, February 24, 2017

Família Pastoral e ministerial para a 1ª Convenção Nacional de Obreiros da IECLB

Comentário proferido pelo pastor Nelson Weingärtner a partir da palestra de Dorothea Wulfhorts, na 1a. Convenção Nacional de Pastores e Pastoras da IECLB, no ano de2009, em Curitiba.

Como jovem eu gostava de ajudar um tio, que era ferreiro e fabricava ferramentas para o trabalho na lavoura.

Um pedaço de ferro ou de aço era colocado nas brasas até ficar incandescente... depois era martelado e batido até pegar a forma da ferramenta desejada... mas, até que a ferramenta ficava pronta, ela precisava voltar várias vezes ao braseiro.

Nossa convenção aqui em Curitiba é parecida com tal ferraria.

Os assuntos aqui tratados foram quentes e nós, obreiros e responsáveis pelos serviços de formação e administração na IECLB, fomos o aço que é colocado no braseiro, e fomos martelados e malhados  para pegar a forma que  Deus quer ver em seus ministros..

A Dorothea colocou – com grande sabedoria e empatia - diante de todos nós – a história, as alegrias e as dores da Família Ministerial.

O que vamos fazer agora com esta palestra, que mexeu conosco, que despertou concordância e certamente também discordância?

Permitam sublinhar e acrescentar alguns tópicos ao que ouvimos:

Desde o tempo da Reforma, a família pastoral, ou ministerial, como se prefere hoje, ocupou um lugar de destaque nas comunidades evangélicas e sempre tinha um status especial  e diferenciado.

O pastor, quase sempre, era muito respeitado e em certo sentido temido – muitos membros ficavam inibidos diante dele e bancavam ser, o que na verdade não eram.

Uma pequena história pessoal:

Em princípios de 1962, eu assumi meu primeiro pastorado na paróquia de Santa Isabel, minha terra natal.

Präses Stoer, presidente do Sínodo, reuniu, antes de minha designação, os membros da Comunidade e lhes explicou, que eles receberiam agora um filho da comunidade como seu pastor e acentuou:

Vocês devem amá-lo e respeitá-lo como o vosso pastor. Ele agora não é mais o filho, sobrinho, primo e amigo de vocês – mas o pastor de vocês”.
  
Quando cheguei com minha mudança, fui calorosamente recebido como pastor...mas era muito estranho, ser chamado “Herr Pfarrer” – Sr. Pastor  por meus tios, primos e ex-colegas de escola.

Quando fui celebrar o primeiro culto numa Comunidade filial, na Segunda Linha, montando o meu “Baio”, lembrei que há 14 anos passados, eu ganhava um dinheirinho de bolso para ficar de guarda, no final da tarde dos Domingos em que havia culto na 2ª Linha.

Quando o pastor aparecia lá na curva dos Rassweiler, eu saía em disparada para a venda, onde os.homens jogavam cartas e onde circulava um copo com uma cachacinha, e gritava: “Der Pfarra kemmt” = 0 pastor vem..

O copo com a caninha desaparecia e as cartas eram escondidas... sentavam em cima delas, até que pastor passara.

Nesse dia, quando voltei no fim da tarde, e cheguei lá na curva dos Rassweiler .. vi meu sobrinho sair em disparada...

Quando cheguei na venda, saltei do cavalo, entrei e fui cumprimentar os homens sentados ao redor da mesa ... eles fizeram uma pequena menção de levantar... mas não podiam... porque estavam sentados em cima de suas cartas.

Rindo, eu segurei a mão de meu tio e padrinho e disse: Vor dem pastor muss man richtig aufstehn, Onkel Betti...  e o puxei para cima, tomei suas cartas e joguei uma rodada com eles...

Assim, aos poucos, a distância entre membros e pastores diminuiu e foi superada.

Experiências semelhantes, outros colegas também tiveram.

Hoje, eu gostaria de perguntar: Será que essa superação – duma certa distância entre pastor e membros – foi bom para os serviços pastorais?

Certamente, foi necessário libertar o pastor, a Frau Pastor e os filhos do casal dum status que os forçava a aparentar algo, que na realidade eles não eram e não queriam ser.

Mas decorrer dos últimos anos aconteceu um nivelamento entre pastores e membros que, em meu entender, prejudicou os serviços pastorais, porque afetou a função pastoral, o específico do pastor.

Um certo distanciamento entre pastor e membro, como entre médico e paciente, professor e aluno é de vital importância, pois o ser humano necessita de  um parâmetro de vida.

É bom lembrar que num passado, um pouco mais distante, o respeito ao pastor tinha suas raízes na sua função e não na sua pessoa.

Exemplifico: Quando, como menino, perguntei minha avó por que a gente tinha que usar sapatos e a melhor roupa para ir a igreja, ela respondeu: porque lá vamos nos encontrar com Deus!

Como na época só acontecia um culto por mês, ninguém faltava.

Lá ao redor da igreja, antes do culto, todos se cumprimentavam e conversavam animadamente.

Cinco minutos antes de o culto iniciar tocava o sino.

Todos tiravam o chapéu e entravam na igreja com respeito e em profundo silêncio, faziam sua oração e sentavam.

Quando o pastor, paramentado, entrava na igreja e se dirigia ao altar, o sino tocava novamente e toda a comunidade se colocava de pé.

No culto vamos nos encontrar com Deus!

Essa frase é uma confissão de fé.

Nossos ancestrais sabiam o que eles estavam dizendo e fazendo quando iam ao culto.

O encontro com Deus na igreja era um momento muito dinâmico e o povo experimentava verdadeiro recondicionamento nesse encontro.

No “Gottesdienst” o pastor tinha uma dupla função: ele era porta voz de Deus na pregação, na absolvição dos pecados e na Bênção.

E era o porta voz da comunidade na confissão dos pecados e nas intercessões.

O pastor estava ciente e consciente da grande responsabilidade que lhe cabia nesse encontro com Deus e a comunidade também o sabia.

O Pastor se dirigia ao altar e ao púlpito com temor e tremor porque neste encontro ele era porta voz de Deus, e falava em nome de Deus.

A palavra Gottesdienst sempre era entendida em sentido duplo: Deus nos serve através do perdão dos pecados, através da pregação de sua palavra e da Bênção e a comunidade serve a Deus com seu canto de louvor e adoração, através da confissão de sua fé e da oração.

O culto, assim entendido e celebrado, alimentou os nossos ancestrais luteranos durante mais de cem anos.

Não havia outros serviços e as comunidades só cresciam, mesmo que restrito aos descendentes de alemães.

Pergunto: Será que o culto, de nossos dias, ainda é sentido e experimentado como um Encontro com Deus?

A igreja ainda representa um lugar santo e sagrado, diante da qual, em tempos passados, as pessoas tiravam o chapéu ao passarem por ela?

Nós pastores ainda estamos cientes e conscientes que no culto somos porta voz de Deus quando pregamos, anunciamos perdão e colocamos a Bênção sobre a Comunidade?

Gostaria de lembrar que colocar a Bênção é  muito mais que desejar a Bênção!!!  Veja Números 6,23 -27.

O culto assim entendido  é celebração genuinamente luterana.

Tenho a impressão que a reforma litúrgica dos últimos tempos, esvaziou a sobriedade e dinamicidade do nosso culto e tornou os membros inseguros... muitos de nossos membros, quando participam de cultos em outros lugares, não reconhecem mais sua Igreja.

Pergunto: Será que muitas das crises vividas hoje por pastores e suas famílias não estão relacionadas com certo esvaziamento da função pastoral?

Esse esvaziamento do “próprium” da função pastoral tem sua origem em uma serie de fatores. Cito alguns:

1)    Nossos pastores estão sobrecarregados com programas e programações. Vivem correndo para os mais diferentes grupos de trabalho nas comunidades e nos Sínodos.

2)    A conseqüência  desse corre...corre é que eles não tem mais tempo para ler, meditar, orar e preparar uma boa prédica, para então subir no púlpito como porta voz de Deus.  

3)    A falta de tempo para o Studier= e Betzimmer, - A sala de estudo e oração – como era entendido o escritório do pastor, gera muitos conflitos, por exemplo: O pastor que precisa pregar e ensinar a palavra de Deus, e não tem tempo para se preparar, torna-se superficial e no decorrer do tempo perde a sua auto-estima e autoconfiança, e, torna-se um barato mestre de cerimônias.

4)    Nesse contexto também nossas conferências de obreiros precisam ser avaliadas. Nessas conferências há espaço e tempo para reflexão teológica com exegese e temas atuais? Ou gastamos esse tempo precioso com assuntos de agenda?

5)    É preciso acentuar ainda, que todo pastor e todos os obreiros dos demais ministérios ordenados, para poderem servir bem as comunidades a eles confiadas, precisam de muita autoconfiança e auto-estima. Isso não num sentido de auto-elevação e autoritarismo, mas a partir da função e autoridade que lhes foram conferidas na sua ordenação.

A Dorothea nos forneceu, em sua palestra, muitos aspectos das dores que atormentam nossos obreiros e suas famílias e indicou possíveis saídas.

Eu gostaria de propor agora, que à partir dessa convenção, sejam tomadas algumas medidas bem concretas, precisamos ir fundo e analisar: por que há tanto descontentamento e tanta frustração entre obreiros da IECLB.

Arrisco algumas sugestões, porque somos luteranos e temos o direito de protestar:

1)    Os obreiros da IECLB precisam ser mais valorizados à partir da função para a qual foram ordenados – eles não podem continuar sendo tratados como meros empregados ou funcionários, cujo trabalho é medido pela produção.

2)    Precisamos ouvir – sem rancor e desarmado – o clamor de obreiros, que acusam nossa IECLB de estar se transformando numa Empresa e que nela reina “um espírito empresarial”!

3)    Um dos grandes culpados, que estão gerando esse clima não bom na IECLB, é “A avaliação dos obreiros”.

4)    A maneira como a avaliação é realizada não condiz com a dignidade ministerial.

5)    Já o contrato de trabalho para um período de quatro anos cerceia a dignidade ministerial e transforma o ministro em funcionário.

6)     Por isso sou de opinião que todo o sistema de avaliação e “contratação” dos obreiros deve ser revisto e encontrada outra forma de acompanhamento dos mesmos,..

7)    Obreiros cientes e conscientes de sua função não precisam ser avaliados, mas visitados por pessoas capacitadas para escutá-los, consolá-los, aconselhá-los e quando necessário também admoestá-los e mesmo repreende-los.

8)     Será que há disposição para tal mudança? E será que temos pessoas capacitadas para esse serviço?

9)    Imagino que sim. Além dos Pastores Sinodais, aos quais cabe esse serviço em primeiro lugar, podem ser convocados obreiros aposentados e outras pessoas com tato e experiência em aconselhamento.

10)                      Em meu entender, também os obreiros aposentados precisam ser mais valorizados e suas experiências mais usadas.

11)                      Outro tópico importante, que precisa ser tratado com muito carinho: Nossas famílias de obreiros, de todos os ministérios ordenados, precisam saber e sentir que elas são importantes para a nossa IECLB, que elas podem contar com sua Igreja em momentos dor, doença e crise. Em todos os Sínodos deveriam existir equipes de profissionais da saúde física e mental, credenciadas pelas respectivas instâncias da Igreja, para atender nossas famílias ministeriais.

Por fim, gostaria de dizer ainda:

Sejam criativos, estimados colegas, aprendam a discernir o central e essencial nos serviços ministeriais.

Se dediquem a esses serviços com alegria e entusiasmo e tenham coragem para dizer não aos serviços, que não são necessariamente atribuições do obreiro

Se assim procederem, com certeza, também vão encontrar espaço e tempo  para vocês mesmo e para as famílias de vocês.

Que assim seja.


Timbó, outubro de 2009                                Nelso Weingärtner

Thursday, February 23, 2017

Paróquias devoradoras de ministérios.

SEIS PRINCIPAIS TRAÇOS DAS IGREJAS DEVORADORAS DE MINISTÉRIOS.
Paróquias devoradoras de ministérios? Isto existe?

Eu nunca tinha pensado algo assim até que eu me tornei um pastor e vi a agonia de muitos colegas – e também já vivi esta agonia.

Enquanto eu estava servindo como pastor em uma paróquia, um representante do comitê de eleição de outra paróquia me chamou. Ela queria saber se eu de, em espírito de oração, considerar vir à sua igreja.

Imediatamente após a chamada, como a maioria dos ministros e ministras faz, eu fiz contato  com um amigo que serviu como pastor em uma paróquia vizinha. O que ele sabia sobre a outra paróquia em seu sínodo, uma paróquia vizinha? Suas palavras foram, pelo menos na época, estranhas e enigmáticas para mim.
"Nem pense nisso. Essa é uma paróquia de destruidora de ministérios. "

Com o tempo eu descobri o que ele queria dizer. Uma paróquia devoradora de ministérios tem uma série de ministros e ministras de muito curto prazo, raramente renovam o TAM e os pastores que partem têm poucas palavras positivas a dizer sobre eles. Como meu amigo pastor observou: "Aquela igreja te comerá vivo."
Tendo 25 anos de pastorado, em quatro sínodos, com muitas conferencias ministeriais, eu aprendi muito sobre as paróquias devoradoras de ministérios. Vi colegas abandonarem o ministério, enfartarem antes dos 50 anos, morrerem de câncer, lúpus, esclerose ou entrarem num divórcio, tudo isso muito acima da média. Na maioria das vezes, eles podem ser descritos com seis traços principais:
1.      Seus pastores não ficam por muito tempo. Essas paróquias dificilmente conhecem seus pastores antes de irem embora. Alguns pastores saem voluntariamente, mas infelizes. Outros se sentem coagidos a sair. E muitos são demitidos.
2.   A igreja tem agressores e grupos de poder. Aqueles bullies e membros do grupo de poder vêem seus papéis como primeiramente para fiscalizar o pastor no seu ministério e dirigir o seu trabalho, dizendo como deve fazê-lo. Quando o pastor se recusa, é hora de fazer o pastor seguir em frente. Muitas vezes, o grupo de força é conectado a uma única família ou a um grupo de trabalho de uma comunidade.
3.       A paróquia está em perpétuo conflito, seja entre grupos, seja entre comunidades. Mesmo os que não congregam ou são membros da paróquia ou comunidade sabem sobre os seus conflitos. As reuniões de negócios da paróquia se tornam zonas de guerra. Pastores muitas vezes acabam sucumbindo debaixo de fogo inimigo e fogo amigável.
4.       A paróquia tem expectativas não-bíblicas para o seu pastor. Pastores são bem-vindos para permanecer enquanto eles forem oniscientes, onipresentes e onipotentes, mas se eles não conseguem fazer uma só visita, ou não estiverem o tempo todo visitando, seu tempo acabou.
5.       A igreja não acredita que os pastores devem ser devidamente compensados, aliás, de preferência ele deve trabalhar voluntariamente, sem receber nada. Eu realmente ouvi uma forma desta citação direta pelo menos uma dúzia de vezes: "Se pagarmos ao nosso pastor o mínimo possível, isso vai ensinar-lhe humildade." Claro, é óbvio, que o orador dessas palavras tão bem colocadas não tinha a mínima intenção de praticar a mesma humildade. Aliás, pastor não faz voto de pobreza na ordenação.
6.       A família do pastor não é apoiada. Eu tive essa conversa com um pastor um dia. Ele disse: "Eu tive que deixar a paróquia porque não se importavam com minha família. Se minha esposa não aparecesse quando eles exigiram que ela fizesse, eles falaram sobre ela incessantemente. Muitas vezes até atrapalharam seu emprego. E eles tinham expectativas de meus filhos que eles nunca esperam de seus próprios. "
Eu bem sei. Pastores também não são perfeitos. Mas este post não é realmente sobre pastores. É sobre aquelas paróquias que acabam por trocar seus pastores no final do 1° Termo de três anos.
Eles são chamados paróquias devoradoras de ministérios. Muitas dessas igrejas vão acabar tendo dificuldade em encontrar pastores logo, logo.

Eu até imagino porque.

Wednesday, February 15, 2017

Pelo direito de ser intolerante

Vivemos num mundo onde muito se pode, “tudo me é lícito”, escreve o apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Coríntios, (I Co 10.23 a), e as pessoas parecem seguir isto ao pé da letra, esquecem-se da segunda metade do versículo, onde Paulo escreve “mas nem tudo convém”.  Parece a mesma coisa com relação às liberdades que se tomou, somos bem luteranos, dizem alguns, levamos a liberdade ao pé da letra. Não escreveu Lutero “somos livres de tudo e de todos, não estando preso nem a nada nem à ninguém?”. Faz-se questão de se esquecer a segunda metade, “somos servos de tudo e de todos, estando sujeitos a tudo e a todos por amor de Cristo”.
Bem sabemos que a tolerância é necessária, e o próprio Paulo conclama os cristãos à tolerância e ao cuidado com os mais fracos (Rm 14 e 15). No entanto tem sido confundido tolerância e cuidado com condescendência e a permissividade, pois estas não são fundamentadas no amor, mas na individualização.
Desta forma, a partir do Evangelho de meu Senhor (Mt 5 – Mt 7), venho clamar pela necessidade de sermos intolerantes:
·         Sermos intolerantes com a injustiça, pois precisamos ser saciados;
·         Sermos intolerantes com a fome, pois precisamos ser alimentados;
·         Sermos intolerantes com a corrupção, pois ela produz injustiça e fome;
·         Sermos intolerantes com a opressão, pois é mãe da corrupção;
·         Sermos intolerantes com desmandos de lideranças, pois mostram o egoísmo;
·         Sermos intolerantes com o egoísmo, individualismo, egocentrismo, pois acaba com a comunhão;
·         Sermos intolerantes com a violência, pois desumaniza os violentos e os violentados;
·         Sermos intolerantes com as guerras, pois não só desumanizam, mas matam a criação de Deus;
·         Sermos intolerantes com a poluição; pois destrói a beleza da criação divina;
·         Sermos intolerantes com os cegos pelas ideologias e pelas religiões, pois não permitem que o diferente se pronuncie;
·         Sermos intolerantes com o fundamentalismo, cristão, muçulmano, indi, shinto, etc., pois considera o próximo desamado por Deus e quer fazer de Deus objeto de sua crença cega;

Precisamos ser intolerantes até com a intransigência que não consegue ver que o diferente é possível. Jesus nos deixou um novo mandamento e dentro deste mandamento está a tolerância, mas ser tolerante em amor, em cuidado em carinho, não ser tolerante para, simplesmente deixar que tudo aconteça, o que tudo se possa.

Tuesday, February 14, 2017

9 QUESTÕES PARA DETERMINAR SE VOCÊ É UM LÍDER CRISTÃO

Muitos de nós, ministros, ministras, presbitérios, obreiros e obreiras, nos encontramos em posições de liderança, mas às vezes nos perguntamos se estamos realmente liderando. E, francamente, às vezes há pessoas ao nosso redor que também se perguntam se estamos liderando. Aqui estão algumas perguntas a fazer-se para ver se você está realmente líder como um líder cristão.

1.       Se outros conhecessem minha vida intimamente, eles gostariam de me seguir? Esta questão, é claro, cobre a parte "cristã" da liderança cristã. Se você não está vivendo de tal maneira que você modelo Cristo (1 Coríntios 11: 1), você não está dirigindo como um cristão deve.
2.       Estou incomodado com o status quo? Mesmo quando as coisas estão indo bem, os líderes fortes estão sempre orando e buscando os próximos passos para realizar o melhor de Deus. Se você está confortável com onde você e sua igreja estão, você pode estar em modo de manutenção, em vez de modo de liderança.
3.       Eu tenho uma visão de um futuro brilhante? Esta é a questão da visão. Se você não é capaz de ver o que Deus pode querer fazer através de seu ministério no futuro - ou se você simplesmente desistiu do futuro - você provavelmente está reagindo mais do que liderar.
4.       Eu vejo as pessoas como o dom de Deus ou como um meio para um fim? Se as pessoas são apenas um meio para um fim, vamos usá-los ao invés de guiá-los - e isso não é cristão. Quando os vemos como o dom de Deus, os levaremos a caminhar com Ele e a experimentar o Seu melhor. Como você vê sua congregação?
5.       Alguém está me acompanhando ou seguindo? John Maxwell e outros têm apontado que um líder sem seguidores está apenas a dar um passeio. Nenhum líder faz com que todos sigam (mesmo Jesus não o fez), mas alguém vai embarcar com um líder cristão genuíno que capta e lança a visão de Deus. Você provavelmente não está levando bem se ninguém está seguindo.
6.       Estou investindo em alguém pessoalmente? É difícil ler o Novo Testamento e não ver Jesus e Paulo como líderes que intencionalmente discipularam outros. Com base em seus modelos, a boa liderança cristã inclui derramando sua vida em algumas pessoas. Não fazer isso é perder uma das melhores oportunidades para realmente líder.
7.       Se eu sair, o ministério continuará bem? O verdadeiro teste de nossa liderança não é quando estamos "no chão"; É quando Deus nos chama e a igreja deve continuar sem nós. Se o ministério de sua igreja sofre quando você se foi, você não tem sido o melhor líder. Na verdade, é possível que você tenha construído seu próprio reino, em vez de Deus.
8.       Eu continuo aprendendo? Líderes que acham que já sabem tudo vão levar apenas até o agora. Inevitavelmente, eles irão atingir o limite de sua formação e conhecimento. Nesse ponto, tudo o que eles podem fazer é viver em modo de manutenção a menos que eles comecem a aprender novamente. Se você não está continuamente lendo, estudando, ouvindo, etc, você pode ter atingido o seu teto de liderança.
9.       Sou contrariado por alguém por minha piedade? Esta pergunta nos leva de volta ao primeiro. Se você é um líder cristão genuíno, você está garantido que Satanás o atacará (1 Pedro 5: 8). Os melhores líderes cristãos implementaram salvaguardas de responsabilidade contra os ataques do inimigo.

Quais outras perguntas você acrescentaria?

Friday, February 10, 2017

Perdemos a humanidade e ultrapassamos a animalidade.

Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro?
O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
Salmos 121:1,2

Uma morte estúpida! Não que outras mortes não sejam, a morte em si é estúpida, então todas as mortes o são. Mas um jovem, no início da vida, ser assassinado por um motivo fútil, como uma pedra lançada contra uma casa e um vidro quebrado. Não se entra no mérito da questão se o jovem jogou ou não a pedra, mas a morte.
Que mundo é este em que vivemos em que um vidro de janela, uma telha de uma casa, ou a tinta na parede, valem mais do que uma vida humana? Que mundo é este onde as mortes se tornam fúteis e banais?
Este é o mundo criado a imagem e semelhança do ser humano, de sua animalidade – ou racionalidade animal. Neste mundo se molda e se monta a realidade de acordo com o ego próprio, o egoísmo, onde o próximo, o outro não tem vez. O valor está em meus objetos ostentados, com um animal que coleciona coisas e as defende com unhas e dentes.
Este é mundo do “macho alfa”, arremedo de líder, que arreganha os dentes de quem é contrário. Que estabelece cercas e murros para demarcar seu quintal para deixar o outro de fora, de fora da festa, de fora da comunidade, de fora das benesses, de fora da vida. Mesmo se somos animais ditos cristãos, que seguem aquele que disse que quer vida e vida em abundância “PARA TODOS!” (Jo 10.10)
Este é o mundo das certezas efêmeras e dos fake News propaladas pelas mídias sociais. Um mundo de divisões onde o diferente, diferente de pele, diferente de religião, diferente de ideia, diferente de classe social, não pode ter vez nem voz e as pessoas se permitem ao ataque de ódio ao próximo que diverge.
Este é o mundo das polarizações políticas, religiosas, sociais, onde ofensas verbais podem levar às ofensas físicas. Onde opiniões não são mais discutidas nem respeitadas.
Este é o mundo onde o ser humano deixou de ser humano, mas não tornou-se algo pior, pois abriu mão de sua humanidade e consegue ser animalesco em sua racionalidade. Este não é o ser humano criado por Deus, a sua imagem e semelhança, mas algo diferente, pior, muito pior. É um ser racional, autocriado, afastado de Deus, feito à sua própria imagem, ou de imagem distorcida, um deus mamon, que não consegue mais ver o humano, muito menos ver Deus no próximo.
Elevo meus olhos para os montes e clamo por socorro! Deus, o deus de todos os nomes, Iahweh, Elohim, El, Alah, que já teve piedade da humanidade se fazendo humano em Jesus Cristo. É Jesus que nos mostra que o humano pode ser restaurado, que ainda somos imagem e semelhança deste Deus. Basta nos voltarmos para Deus, como nos voltamos para o espelho e vemos a nossa imagem, só assim, nos voltando para Deus podemos ver o Deus e o humano em nós.
Só nos voltando para Deus podemos ver o novo mundo, prometido por Deus, um mundo de vida em abundância, um mundo de vida para todos, um mundo conforme Deus criou.
O mundo que vemos é criação do ser humano, que perdeu sua humanidade e ultrapassou os limites da animalidade. Que perdeu a sua divindade, a imagem de Deus, que deveria refletir, quando se afastou de Deus.

O mundo tem fome e sede. Fome e sede de Deus, fome e sede de justiça e paz, fome e sede de respeito e longanimidade. Estes as pessoas só encontrarão novamente quando entrarem em contato com o criador, que os fez num gesto de amor.

Thursday, January 19, 2017

SETE PRINCIPAIS RAZÕES PESSOAS ESCOLHEM UMA IGREJA OU COMUNIDADE

Por que você escolheu participar desta comunidade?
Eu faço a pergunta muitas vezes por ano, especialmente para as pessoas que se juntaram à nossa comunidade e não nasceram luteranos.
Agora apareceu uma pesquisa que nos dá razões específicas pelas quais as pessoas decidem sobre uma determinada igreja. A pesquisa não é brasileira, nas feita pela Pew Research (http://www.pewglobal.org/respondents/brazil/), uma empresa norte-americana que tem um estudo enorme sobre os padrões de comportamento de membros e convidados de igrejas daquele país. Bem sei que muito não se aplica nas nossas comunidades da IECLB, mas ajuda.
Em seu estudo mais recente, os entrevistados observaram sete razões principais para escolher uma igreja. Eles foram autorizados a oferecer mais de uma razão. Aqui estão as sete principais respostas:
1.   Qualidade dos sermões (83%). A primazia do púlpito é o fator número um para aqueles que procuram uma igreja que possam chamar de sua. O problema é que infelizmente, as exigências à muitos pastores tornam difícil para eles colocar o tempo que eles precisam na preparação do sermão. Visitação, reuniões, grupos, etc. Sermão bem preparado exige tempo de estudo e dedicação.
2.   Sentimento de boas-vindas pelos líderes da comunidade (79%). É muito importante para pastores e lideranças leigas possam assumir a função de acolher os membros e visitantes. Não, obviamente não é suposto fazer todo o acolhimento, mas seu papel tem um impacto enorme.
3.   Dinâmica dos cultos (74%). Eu adoraria poder descompactar essa resposta um pouco mais. Uma coisa, no entanto, é clara. As pessoas ainda continuam escolhendo igrejas pelos estilos de adoração das comunidades, forma litúrgica, canto. Os números são esmagadores. Três de quatro candidatos à frequentarem uma igreja dizem que o estilo de adoração é um fator para a igreja que escolhem.
4.   Localização (70%). Eu preciso ter muito cuidado para não mostrar coisas além do que esses números têm a dizer. Mas eu suporia que a posição é mais importante hoje do que era dez anos há. Essa realidade explicaria, pelo menos em parte, o aumento dramático comunidades de vários locais. As igrejas estão indo para as comunidades onde estão as pessoas, bem como que as pessoas hoje não querem mais se deslocar. Este dado também nos leva a seguir as tendências das grandes paróquias, que acabam se subdividindo. Será que as pessoas preferem cada vez mais uma igreja em sua própria comunidade ao invés de dirigir para a igreja regional?
5.   Educação para crianças (56%). Este número é incrivelmente alto, especialmente porque muitas famílias não têm filhos em casa. Obviamente, aqueles que têm filhos em casa consideram esta questão de vital importância. "Educação" provavelmente se refere a mais do que o ministério de ensino para crianças; provavelmente isto abrange o âmbito total do ministério das crianças, mas eu olho para o Culto Infantil. O ministério do Culto Infantil sempre será de extrema importância às comunidades.
6.   Ter amigos ou família na comunidade (48%). Conexões relacionais são muito importantes. Vemos essa questão tão importante que criamos um ministério (Convide o Seu Amigo!) para gerar uma atitude de convidar. As igrejas pentecostais trabalham muito esta questão, já os luteranos, leia-se IECLB, tem dificuldades para convidar parentes para participar, imagine então amigos e vizinhos. Essas mesmas conexões sempre desempenham um papel crucial no processo de crescimento e de assimilação na igreja também.
7.   Disponibilidade de oportunidades de voluntariado (42%). Este fator foi muito encorajador para mim. As pessoas já não querem apenas sentar e mergulhar; Eles querem se envolver. Se os convidados sabem que há oportunidades de se envolver rapidamente na igreja, eles são mais propensos a escolher essa igreja, no entanto é preciso convidar. 
Da minha perspectiva, esses sete fatores não são enormes surpresas; estes são realmente afirmações de muito do que já temos visto, conversado e compartilhado com você.

A verdadeira questão não é o que é apontado por essa pesquisa, mas o que eu, você e nossa comunidade e paróquia fará a respeito. Eu adoraria ouvir seus comentários e ideias, então, venha ao culto, participe das reuniões e assembleias.

Thursday, December 29, 2016

SETE RESOLUÇÕES QUE TODAS AS LIDERANÇAS DE IGREJA DEVERIAM FAZER PARA UM NOVO ANO

Bah. Só nos iludimos!

Eu admito. Eu costumava odiar resoluções de Ano Novo. Eles pareciam tão artificiais e com prazo de validade já vencidas. Eu provavelmente tive resoluções de correr mais de 10.000 km ao longo da minha vida e de ficar marombado de tanto exercício.

Obviamente, minhas resoluções sempre careceram de poder de permanência.

Ainda assim, eu vejo o tempo de Ano Novo como um tempo para o recomeço e re-foco. E embora seja simplesmente a mudança da página de um calendário, ainda é um bom momento para ser lembrado sobre as áreas que são mais importantes em nossas vidas.

Com isso em mente, tenho sete sugestões para os líderes da igreja, seja presbitérios, diretorias ou ministros e ministras. Considere estas sete resoluções como declarações de renovação. Para tanto é preciso pedir aos outros membros de comunidades para mantê-lo responsável. Acima de tudo, peça a Deus a sabedoria, a força e a perseverança para levar esses compromissos de renovação à realidade. Aliás, aqui vale muito a oração do AA:
Concedei-nos, Senhor, a Serenidade necessária 

para aceitar as coisas que não podemos modificar, 

Coragem para modificar aquelas que podemos, 

e Sabedoria para distinguir umas das outras. Amém.

1.      Um compromisso de ir além do impulso interna de autopreservação em nossas comunidades e igreja. Não demora muito para que uma comunidade e paróquia perca seu foco exterior, seu foco missionário. Não leva muito tempo para a tirania do urgente, principalmente financeiro, substituir a prioridade do que é realmente importante. Não demora muito para que a maioria dos ministérios e atividades sejam focados interiormente em vez de externamente em direção à comunidade e sociedade onde nos localizamos, onde servimos.


2.      Um compromisso para renovar nossa atitude. Conduzir uma comunidade e paróquia é muito difícil e extenuante. Os membros da igreja podem ser críticos e exigentes – luteranos ainda mais. Mas Deus nos chamou para servir na confusão da vida e das pessoas. Todos nós podemos usar a renovação de nossa atitude para com os outros e para a nossa situação de vida bem como para a situação de nossas paróquias e comunidades.

3.      Um compromisso para se tornar um líder mais grato. Acaba sendo bem natural para se concentrar no negativo, o eterno negativista, o perfeccionista, e detalhista. Mas precisamos recorrer à oração e pedir ajuda ao Todo-poderoso e Todo-amoroso para nos concentrarmos em todas as bênçãos que Deus nos dá. Uma revisão de Filipenses 4: 8 seria útil também.
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.

4.      Um compromisso de ser uma liderança de maior fé e coragem. Novamente, esse compromisso não pode ser realizado em nossa própria força e poder, ou por nossa vontade. Mas podemos fazer todas as coisas em Cristo que nos fortalece.

5.      Um compromisso de ser o líder que realiza a nossa família é a nossa primeira linha de ministério. Não podemos cair na armadilha de colocar a família em oposição à igreja, ou de dar mais peso à comunidade e paróquia que à família. Este é, principalmente o problema de muitos ministros e ministras.  I Timóteo 3: 5 (Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus) é um claro lembrete de que nossas famílias são a nossa primeira linha de todo ministério. Nós não podemos ser abençoados na totalidade de nosso ministério se estamos faltando lá. Nenhuma comunidade ou paróquia será abençoada se as suas lideranças não derem o devido cuidado às suas famílias.

6.      Um compromisso para limpar a igreja de desordem e atividades. Por desordem, eu quero dizer todas as maneiras que manter os nossos membros ocupados. A mesma coisa é esperada dos ministros e ministras, sendo estes empurrados a um ativismo desenfreado. Ofícios, ensino, música, visitação... Muitas vezes, esperamos que nossos membros participem de tantas atividades que implicitamente os desencorajam de cuidar de suas famílias, sua saúde e seus ministérios.

7.      Um compromisso de ser um líder de Atos 6: 4. (Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra.) Se não estamos dando atenção focalizada à oração e, principalmente, ao ministério da Palavra, está mais que na hora de sair do ministério vocacional, de deixar a liderança para outros. O ministério tem se tornado cada vez mais mundano do que centrado em Deus.

Eu permaneço um otimista odioso sobre as comunidades e paróquia. Eu insisto em ver Deus trabalhando de muitas maneiras. Não tenho nenhuma razão para acreditar que 2017 não será um grande ano para nossas comunidades, especialmente se nossas lideranças estiverem dispostas a assumir essas resoluções de ano novo.


Feliz Ano Novo.

Tuesday, November 29, 2016

QUATORZE SINTOMAS QUE IDENTIFICAM LIDERANÇAS TÓXICAS DA IGREJA

Na conversa com colegas ministros e ministras nos últimos meses ficamos muito assustados com a situação que vemos. Muito do que vemos colocam índices alarmantes entre as pessoas que estão em função ministerial. São altos os índices de divórcio, depressão, alcoolismo e doenças psicossomáticas, principalmente o câncer e algumas demências.
Bem certo é que não há uma causa para isto tudo, mas diversos fatores que levam a estes índices.  A começar pela solidão do ministério, o alto estresse, a falta de horários e pouco descanso, a alta exigência – dos presbitérios e auto exigência, ativismo extremado, entre outros. Estes fatores se mesclam nos ministérios e trazem problemas físicos e psicológicos para o ministério e problemas aos campos de atividade ministerial.
Apesar disto, há um fator, que não está citado acima, mas que sempre está junto de todos eles. Um fator que veio à tona nos fatos acontecidos no Sínodo Norte-Catarinense, e nos diálogos com colegas nas atividades sinodais. Nós temos em nossas comunidades, paróquias e uniões paroquiais muitas lideranças tóxicas.
Na verdade a maioria das lideranças da igreja são de pessoas piedosas e saudáveis. No entanto uma liderança de igreja tóxica, que é figurativamente venenosa para a organização, é rara, porém existem muitas. O problema é que é uma liderança de igreja que traz grande prejuízo para a sua comunidade, traz grandes dificuldades para o ministério ordenado e faz uma péssima propaganda para todas as organizações cristãs. A verdade é que a liderança fere toda a causa de Cristo, quando a palavra viaja sobre tal toxicidade.
Eu agora quero viajar para o extremo da toxicidade e fornecer sintomas da pior espécie de líderes da igreja, os líderes da igreja tóxicos. Vejam que estes sintomas doentios podem aparecer em maior ou em menor grau, um sintoma isolado, muitos sintomas, ou todos.
1.      Eles raramente demonstram o fruto do Espírito citados por Paulo. Paulo observa esses atributos específicos em Gálatas 5: 22-23: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão e auto-controle. Você não vai ver muitos destes atributos em muito em líderes lideranças tóxicas.
2.      Eles sempre querem uma estrutura minimalista de prestação de contas e “enxugar” o orçamento. Na verdade, se eles acabar com qualquer orçamento fariam, eles trabalham de forma totalmente autocrática, com tirania, liderança de cima para baixo.
3.      Eles esperam comportamento dos outros que não esperam de si mesmos. "Faça como eu digo, não como eu faço."
4.      Eles veem quase todos os outros como inferiores a si mesmos. Você vai ouvi-los criticar outras lideranças para poder se engrandecer em cima de críticas ácidas.
5.      Eles sempre mostram favoritismo. É claro que eles têm uns poucos favorecidos, enquanto eles marginalizam o resto.
6.      Eles têm explosões de raiva frequentes. Esse comportamento ocorre quando eles não conseguirem o que querem ou quando alguém os confronta, sejam outras lideranças, sejam os ministros ou as ministras, seja o sínodo.
7.      Eles dizem uma coisa para algumas pessoas, mas coisas diferentes para outros. Esta é uma forma suave de dizer o que acontece.
8.      Eles procuram descartar ou marginalizar as pessoas antes de tentar desenvolvê-las. As pessoas serão são meios para os seus fins; os outros, a comunidade, as paróquias são vistas como projetos próprios, não como pessoas de Deus, ou projetos de Deus, que precisam de mentoria e auxílio para estar em desenvolvimento.
9.      Eles são grandes manipuladores. Sua tática mais comum é usar verdades parciais para obter o seu caminho, muitas vezes manipulando textos bíblicos e regulamentos. Se é em seu favor são citados veemente, senão são deixados de lado.
10.  Eles carecem de transparência. Lideranças autocráticas raramente são transparentes. Se elas podem ser pegas abusando de seu poder, eles podem ter que perder sua função de poder.
11.  Eles não permitem e não admitem derrotas ou discordâncias. Quando alguém discordar, seja ministro seja outra liderança, ele ou ela se torna vítima da raiva e da marginalização do líder.
12.  Eles se cercam de bajuladores. Seu círculo interno, assim, muitas vezes inclui amigos próximos e membros da família, bem como uma série de pessoas que concorda em tudo, afinal esta liderança “entende do assunto”.
13.  Eles se comunicam mal entre eles e com os outros. Em essência, qualquer clareza de comunicação iria revelar o seu comportamento autocrático, por isso é que eles mantem suas comunicações e as comunicações da igreja ininteligíveis e obtusas.
14.  Eles são auto-absolvidos. Na verdade, eles dificilmente poderiam ver neles mesmos qualquer um destes sintomas.
Sim, ainda bem que as lideranças tóxicas são uma minoria distinta de líderes cristãos, pois nem cristãos eles na verdade são. Seu deus é eles mesmos. Mas eles podem fazer mal à causa de Cristo muito desproporcional aos seus números. E eles podem se safar com o seu comportamento durante anos, porque muitas vezes eles têm uma personalidade carismática e encantadora. Encantador como uma cobra.

Será que temos quaisquer lideranças tóxicas em nossas comunidades, paróquias, uniões paroquiais e sínodo? Será que algum desses sintomas parecem familiares para nós?