Tuesday, July 28, 2009

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Monday, July 20, 2009

Você tem fome de quê?



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Você tem fome de quê?
“Graça e paz, da parte daquele que era que é e que sempre será!”
Prezada Comunidade, irmãos e irmãs em Cristo.
Um rock composto por Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, intitulado “Comida” iniciava dizendo:
“Bebida é água. comida é pasto. você tem sede de que? você tem fome de que?”
Qual é a fome que nos traz aqui? Qual é a sede que nos traz aqui? O que nós queremos de Jesus? O que nós queremos da Igreja? O que nós queremos da vida? (fazer breve silêncio para as pessoas pensarem).
Havia uma grande multidão que seguia Jesus onde quer que ele fosse. O que buscava esta multidão? O que queria esta multidão? Depois da multiplicação dos pães, quando Jesus alimento 5.000 pessoas com cinco pães e dois peixes, a multidão só aumentou. Esta multidão erra carregada atrás de Jesus pelas suas muitas necessidades; fome, sede, doença, medo, miséria.... e muitos milagres Jesus tinha feito. Quando da multiplicação dos pães Jesus os viu como “um rebanho sem pastor” e teve compaixão deles.
Qual era a fome que os movia? Qual era a sede que os empurrava?
A população de Cafarnaum, bem como de quase toda a Palestina era de uma pobreza bastante grande, ao que se acrescenta a exploração do império Romano, com seus impostos extorsivos. Todo este povo estava sem assistência nenhuma. Tendo como preocupação maior a sobrevivência. Jesus parece ser a última esperança. Nele e em seus milagres este povo vê a solução para seus problemas mais prementes e urgentes. Jesus é a solução para tudo que é negado pelos governantes e pelo sistema. É desta preocupação tão natural ao ser humano que Jesus se refere quando pergunta pelo pão que o povo procura. A busca pela sobrevivência é o que nos coloca no mesmo nível dos animais. Não é pra menos que Jesus chama a multidão de “rebanho sem pastor”. Aliás, quando Jesus se reporta a esta questão como em Mt 6, quando fala de nossa ansiedade pela sobrevivência, coloca que os animais e as plantas se encontram, muitas vezes, em um patamar superior, pois vivem na certeza de que Deus provê.
Na busca pela sobrevivência e por ter a necessidades atendidas a multidão não se iguala aos animais apenas, mas também perde a sua noção do outro.
O que queria a multidão? Alguns queriam que Jesus continuasse os alimentando, dando o pão de cada dia e a cada dia; outros buscavam o linimento para as diversas doenças e dores e outros queriam tão somente acompanhar o espetáculo dos muitos milagres. Pão e circo!
Jesus não condena por esta busca, ela é essencial para a sobrevivência do indivíduo. Seus milagres e sinais atendiam esta solicitude pela sobrevivência, seja curando leprosos, portadores de deficiência, possessos ou alimentando 5.000 pessoas famintas. O que Jesus faz é alertar que para haver humanidade, ou semelhança com Deus, é preciso muito mais.
Jesus chama a si mesmo de “pão da vida” em que quer dar muito mais do que solucionar problemas momentâneos de indivíduos, Jesus quer dar vida “e vida em abundância”. Isto significa que quer auxiliar na sobrevivência, sim, mas quer que as pessoas também busquem mais.
Assim como ao se alimentar do pão, cujas vitaminas passam a fazer parte de nosso corpo, assim se alimentar do “pão da vida” também toma conta de nosso corpo, passa a fazer parte de nosso ser. “Já não sou eu que vive, mas Cristo que vive em mim” disse Paulo. Jesus propõe, além da busca por pão, a busca que é do próprio Deus, a busca por Vida, no sentido mais amplo da palavra e vida para todos!
Olhando para o nosso viver, descobrimos que nos encontramos na mesma situação do povo em Cafarnaum. Vivemos na maior parte em uma ansiosa solicitude pela vida. Nós mesmos costumamos dizer que vivemos correndo atrás da máquina! Que não vivemos, mas apenas sobrevivemos. Vivemos carregados de ansiedades pelo dia de hoje e pelo de amanhã, mas qual é a sede que nos move? Qual é a fome que nos movimenta? O que dá sentido a nossa vida no dia-a-dia?
O corre-corre diário também tem tirado a humanidade das pessoas. Andamos junto com o rebanho, mas é um rebanho sem pastor. Vivemos na busca ansiosa pela vida, mas esquecemos de viver. “Quem quiser ganhar sua vida, perdê-la-á”, disse Jesus. Jovens correm atrás da vida em um hedonismo desenfreado, de festa em festa, de boate em boate; adultos correm atrás do dinheiro para ter um padrão de vida inalcançável; idosos correm atrás da saúde perdida na juventude e na idade adulta. Qual são a sede ou a fome que nos movimentam?
Qual é a sede que nos trás às igrejas ou as inúmeras religiões concomitantes?Onde se participa de duas ou mais religiões, com confissões aparentemente excludentes? Alimenta a nossa sede e fome a participação clubista nas comunidades? Será que a busca por batizado, confirmação, casamento e sepultamento, é só o que eu preciso da igreja?
Na vida social nos acomodamos em receber os nossos direitos públicos, mas não queremos nos envolver com a transformação de um país de um mundo onde se podem colocar sinais do Reino de Deus.
Jesus chama para trabalhar “não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna”. Esta é sede que nos movimenta, esta é a fome que nos empurra e não nos damos conta. Muito mais do que viver, precisamos vida plena, em abundância, por completo. Jesus se apresenta como o “pão da vida”, o pão que alimenta muito mais do que o corpo, que atinge os nossos mais profundos anseios. Deixar-se alimentar por este pão devolve-nos a humanidade, retira-nos da bestialidade da sobrevivência e faz-nos ver o rebanho como um todo. O amor de Jesus, sua morte e ressurreição, nos fazem descobrir que a vida é muito mais do que comer, beber e morrer. Ele nos mostra sinais de reino de Deus, onde o próprio Deus se coloca como nosso pastor e nos concede vida.
Buscar a Jesus pelo pão da vida é poder dizer também as outras palavras da poesia de Arnaldo Antunes.
a gente não quer só comida,
a gente quer comida, diversão e arte.
a gente não quer só comida,
a gente quer saída para qualquer parte
a gente não quer só comida,
a gente quer bebida, diversão, balé.
a gente não quer só comida,
a gente quer a vida como a vida quer.
a gente não quer só comer,
a gente quer comer e quer fazer amor.
a gente não quer só comer,
a gente quer prazer pra aliviar a dor.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer dinheiro e felicidade.
a gente não quer só dinheiro,
a gente quer inteiro e não pela metade.
bebida é água.
comida é pasto.
você tem sede de quê?
você tem fome de quê?
Que nossa fome e sede nos levem sempre a buscar este pão da vida
Amém

Tuesday, June 23, 2009

Linkado com Deus


Estes dias eu assistia a um programa na TV sobre a busca pela “Arca da Aliança”. Aquele artefato, construído em acácia, cuja ordem de construção foi dada pelo próprio Deus (Ex 25.10). Nesta arca estariam colocadas as tábuas com os “dez mandamentos” e a aliança estabelecida com Deus. Este artefato sumiu, provavelmente, durante o tempo de Jeremias, na primeira destruição do templo e ninguém mais teve notícias dela. Muitos têm tentado encontrá-la e muito já rendeu esta busca, em termos de romance e de filmes.

Esta busca não vem ao caso, mas sim a necessidade que se havia de marcar a presença física de Deus entre o povo, o que a arca executava muito bem (Ex 30.6). Este artefato conseguia, ao mesmo tempo, dar uma resposta a necessidade humana por uma conexão concreta com Deus e respeitar o segundo mandamento “Não farás para ti imagem esculpida, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra” (Ex 20.4). A arca não é uma imagem, não é Deus, não se adora esta arca, no entanto ela representa o poder, a força, o amor e a aliança estabelecida por Deus. A arca era uma maneira de se criar uma ligação concreta com este Deus. Usando a linguagem atual, ela linkava o povo com Deus.

Hoje, entre os cristãos das diferentes denominações se discute muito o uso de imagens na adoração, Esta discussão começou já durante a primeira grande cisão, onde se discutia a diferença entre ícones e esculturas como imagens de veneração – veneração é diferente de adoração. Durante a Reforma esta discussão voltou forte, havendo inclusive iconoclastia nas igrejas da Europa. Nos dias de hoje, quando o movimento ecumênico entra em crise, esta discussão parece ganhar uma certa força novamente.

Em Jr 3.16 o profeta Jeremias prevê que num futuro ninguém em Jerusalém iria mais precisar da arca, pois o próprio Deus iria habitar no meio de seu povo. No Salmo 132.8 se pede à Jahweh que este venha habitar o santuário construído e não ser preciso nenhum símbolo pra linkar com Deus, mas poder se referir diretamente com Deus. Em Jesus Deus se faz presente fisicamente em Jerusalém e no Espírito Santo, entregue no Pentecostes (At 2) esta presença se mantém. Desta forma, o próprio Deus nos liberta da necessidade de termos um link físico com Deus, pois o próprio Deus se coloco não só ao nosso lado, mas dentro de nós.

No entanto, o ser humano tem necessidade do concreto, do físico, do palpável. Assim precisamos de nossas igrejas, carregadas de simbologias, para podermos estabelecer uma conexão com este Deus, ainda que saibamos, que sintamos, que presenciamos a sua presença, principalmente nos sacramentos. Aqui cabe a consideração clara de respeito a esta necessidade de termos imagens e símbolos de veneração, pode não ser uma estátua, ou um ícone, mas são objetos sagrados que nos conectam com o Deus, que não está, nem é este objeto.

Tuesday, June 02, 2009

IECLB - Nossa Igreja

A IECLB é uma igreja que existe no Brasil desde que o primeiro imigrante germânico chegou ao Brasil em 1824. Desde lé ela se mantém fiel aos princípios da teologia luterana.

Palavras conseguem contar muito pouco, mas imagens mostram. Vejam o vídeo institucional criado para divulgação


e

Trabalho da IECLB!!!!

A IECLB é uma igreja pequena em número de membros, mas o seu trabalho diaconal é expressivo. Na semana de oração pela unidade dos cristãos o Jornal Nacional da Rede Globo mostro um destes trabalhos, o do Centro de Apoio ao Pequeno Agricultor, na região de Pelotas, RS. Ainda existem outros, que deveriam ser mostrados.

A reportagem foi ao ar no dia 29 de Maio de 2009.

Monday, March 09, 2009

Água


Ping, ping, ping, ping...

Como o tic-tac de um relógio, marcando o passar do tempo, a água pinga fazendo um barulhão. Talvez esteja pingando na beirada de uma pedra, ou no telhado, quando chove plenamente. Quem sabe é de uma torneira mal fechada onde o recurso mais precioso e vital da sociedade é inconscientemente desperdiçado.
O barulho da água pingando é saudado com alegria, depois do tempo da seca. O som destas gotas atingindo o solo traz a promessa de transformação, de sementes germinando, de plantações trazendo frutos, de esperança para o futuro, de frescor. Este gotejar é também o som da justiça.
Há mais de dois mil anos o profeta Miquéias chamava a humanidade para as três dobras da espiritualidade da resistência e da persistência. “Pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus” . É para espiritualidade da persistência, para esta espiritualidade da sustentabilidade que nós, cristãos, somos chamados quando a inicia um novo tempo da quaresma.
Séculos atrás o profeta romano Oviedo disse que o gotejar da água quebra a pedra, não por força, mas por persistência. Numa sociedade onde tudo é apressado e de soluções instantâneas, as virtudes da disciplina da quaresma não são fáceis de serem vendidas. O tripé da espiritualidade de Miquéias nos chama a sermos a água gotejando sobre a pedra, continuamente, para salientar os temas da água e da justiça em nossas próprias comunidades e através do mundo.
Loren Kerkof, um padre franciscano, dos EEUU, também nos encoraja a desenvolver o tripé da espiritualidade como resposta à realidade ecológica de nosso planeta, realidade que aponta para a necessidade de aprofundar a relação com Deus; o senso de responsabilidade moral e o chamado para promover o reino de justiça de Deus.
“A eco-espiritualidade se dá conta que a terra é um reflexo do divino; esta vê o universo como um sacramento de Deus, uma encarnação de Deus. Contemplar a beleza e a presença de Deus em todas as coisas pode nos levar a uma metanoia, uma conversão que nos move a responder à crise enfrentada por nosso planeta, nossa casa, a criação de Deus.”
Como o cervo que anseia pelas correntes de águas puras no Salmo 42, há o anseio para que em nosso mundo as coisas sejam diferentes, por água límpida, por uma relação mais profunda com Deus, por uma maneira mais justa de relacionamentos e vida entre as pessoas.
A crise de água e a falta de justiça no acesso à água é parte da crise em que nosso planeta se encontra. Kerkof diz que a questão que enfrentamos hoje é tão somente “Como então iremos viver?”
Desta maneira quaresma é muito mais sobre tomar tempo de se questionar, olhar para a maravilhosa criação de Deus, se dar conta de como cada um de nós leva a vida nos dias de hoje e está conectado ao todo da vida neste precioso e frágil planeta, e perguntar a nós mesmo o que significa, frente a esta realidade, seguir Jesus. É sobre contemplar um belo lago, uma fonte de água pura ou apenas um copo de água gelada. É também assumir um compromisso de ser parte da longa luta por justiça e água para todos.
Enquanto andamos humildemente com Deus através da quaresma nós também olhamos adiante, para a promessa de um mundo de valores transformados oferecidos pela ressurreição de Cristo na Páscoa. Esta transformação precisa começar por cada um de nós.
Conseguir justiça e água para mais de um bilhão de pessoas em nosso planeta, que não tem acesso à água pura e limpa para beber não vai acontecer de um dia para o outro. Este será sempre um longo processo de defesa gotejando, de campanhas e ação direta. Algumas vezes vai parecer como se não tivesse impacto algum. Exige de nós não só o compromisso intelectual e político, mas também precisa da espiritualidade da persistência, que nos sustenta enquanto seguimos Jesus e tentamos ser água que coroe as montanhas de injustiça.
A promessa é de Cristo, a fonte de água viva, nos sustentará enquanto caminhamos adiante e regamos as novas sementes de justiça.
Amém.

Água é o tema proposto para meditação para a quaresma pelo Conselho Mundial de Igrejas. Visite em http://www.oikoumene.org/en/activities/ewn-home/resources-and-links/seven-weeks-for-water.html

Saturday, June 07, 2008

Ecumenismo e eu

Minha Igreja no movimento ecumênico


Uma frase que ouvi de um renomado doutor em teologia: “Eu amo minha IECLB”. Esta frase foi proferida pelo P. Dr. Gottfried Brackemeier em uma atualização teológica aos pastores do Sínodo Centro-Campanha Sul, em 2005 e reflete um posicionamento do qual compartilho.

Fui batizado dentro da IECLB, mas sou apenas a segunda geração de minha família nesta Igreja. Os Hollas através do mundo são, em sua maioria, Católicos Romanos, meu avô se tornou luterano por opção, pois foi habitar em uma localidade onde havia somente a “Igreja do Sínodo Luterano”. Em todos os casos, a IECLB é a Igreja onde fui batizado, educado, confirmado, me
casei e batizei minha filha, sem contar que fui ordenado pastor, função que cumpro em uma paróquia com nove comunidades.


É importante falar do amor pela IECLB, pois com ela partilho e dela aprendi minhas convicções teológicas e confessionais e isto inclui meu posicionamento radical de respeito às demais confissões e religiões. A minha IECLB é ecumênica por excelência, ainda que parte dos membros desta igreja não entenda assim, e isto também é por força de seu posicionamento de respeito às diferentes opiniões.

Criei-me em meios diversos dentro de uma mesma igreja e isto moldou muito meu modo de sentir e ser igreja. Enquanto meus pais viviam um modo tradicional, pendendo ao pietismo, participava dos meios carismáticos da IECLB nos arredores de São Leopoldo. Na época da Faculdade, Escola Superior de Teologia, ainda mantinha esta dualidade, sem ser esquizofrênico.

Enquanto me aproximava de movimentos mais ligados à Teologia da Libertação, mantinha minha membrezia na comunidade onde havia sido confirmado,na Scharlau.

“Unidade na Pluralidade” não foi somente um discurso, mas sempre consegui visualizar e manter a minha fé e confissão mesmo em ambientes que para muitos parecia tão diverso, por um lado freqüentar uma comunidade ligada ao movimento carismático na IECLB, por outro me interessar pelos rumos mais revolucionários da teologia, ou por uma teologia que atendesse mais aos anseios sociais e antropológicos dos membros. Por um lado, o anseio pelo mágico do carismatismo, por outro as necessidades físicas e sócias das pessoas.

Este convívio com extremos dentro de uma mesma Igreja faz perceber que também dentro das diversas denominações há divergências, mas que quando olhadas como parte de uma mesma fé produzem crescimento e partilha.

Da mesma maneira é o convívio e relacionamento com outras religiões. Muitos usam o termo tolerância, mas de minha parte eu prefiro utilizar respeito. Lembro que em minha entrevista de admissão na EST – então chamada de FACTEOL – me foi perguntado sobre o meu posicionamento com relação às outras religiões, como cristão. Lembro-me que falei que eu era cristão e que o cristianismo o único caminho, até que alguém me provasse o contrário. Um dos professores então analisou de eu não estar firme na minha fé, ao que eu respondi que não foi o que eu tinha falado, mas que devemos sempre considerar a possibilidade de o outro poder estar certo, respeitando a sua opinião, pois quando colocamos de antemão o posicionamento de que o outro está errado, fechamos automaticamente a possibilidade de diálogo. Este é um posicionamento que tenho para a minha vida, seja no diálogo com outras denominações, seja no diálogo com outras religiões. Eu parto do princípio que, no ponto de vista do interlocutor este está certo, bem como eu, de meu ponto de vista.

Em meus trabalhos paroquiais tive experiências diversas. Na primeira paróquia, Gravataí, em meio ao movimento carismático da IECLB, não havia a possibilidade de trabalho conjunto com as igrejas históricas, mas havia possibilidade e cooperação com as igrejas pentecostais e batistas. Em Sobradinho, onde estou atualmente, sempre houve diálogo e cooperação mútua, seja com a Igreja Católica Romana, seja com as igrejas pentecostais e igreja batista. Com a Igreja católica Romana chegamos a co-celebração mútua, seja na matriz católica, seja no templo da IECLB. Também a colaboração mútua com as igrejas pentecostais e celebração conjunta em eventos públicos.

Não há como fugir da ecumene, ela é parte integrante da fé cristã. Se nos desligamos dela sofremos o risco de nos tornarmos guetos, trancados em nós mesmos que perdem o sentido de ser, ou a base de ser cristão, a busca pelo outro, pelo próximo, pelo diferente, pelo apartado, pelo marginalizado.


Tuesday, January 15, 2008

Identidade

Identidade

A identidade de um indivíduo não pode ser concebida no individualismo, egoistamente. Identidade somente se estabelece a partir do coletivo e comunitariamente. Daí procede a nossa identidade divina, a nossa “semelhança e imagem de Deus”, a partir do coletivo. Apesar dos biblistas falarem de “plural magestático” quando, na história da criação (Gn 1), quando Deus diz “façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, este cabe mais ser analisado como “plural comunitário”

A definição individualista da identidade de um indivíduo, que caracteriza a sociedade ocidental, se iniciou na Idade Moderna – Dês Cartes “Penso, logo existo” – trouxe prejuízo à humanidade, com o hedonismo exacerbado, o lucro a qualquer custo e o acúmulo infinito de bens por um indivíduo.

Friday, December 07, 2007

Credos


Credo da Juventude

Cremos no Deus criador e solidário.

Cremos em Jesus Cristo, amor que se fez gente.

Cremos no Espírito Santo, sopro de vida e criatividade.

Cremos na juventude.

Cremos na coragem da juventude de mudar o mundo.

Cremos no poder da indignação e no engajamento da juventude.

Cremos na esperança, na alegria e na beleza de sonhar.

Cremos na força e na felicidade do amor.

Cremos na solidariedade ecumênica e na sua força renovadora da sociedade.

Cremos no serviço a favor da vida e no amor ao próximo.

Cremos no direito de todas as pessoas à cidadania.

Cremos na luta apaixonada pelo direito à vida abundante.

Cremos que agora é o momento de agir.

Cremos na unidade.

Cremos na diversidade.

Cremos na justiça.

Cremos na paz!

(Elaborado na Consulta da Juventude sobre Cidadania e Diaconia: Gente Nova Construindo um Novo Mundo, promovida pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE, de 2 a 5/7/01, Salvador/ BA).

Creio

Creio que nunca estou sozinho. O Pai está comigo.

Mas também entre as pessoas eu não estou só.

Ao meu lado está a grande comunhão da Igreja.

Ela é constituída de gente que o Espírito Santo ama,

E por isso ela é chamada SANTA.

Ela não existe apenas em minha própria comunidade ou em meu país;

Ela está em todos os lugares, em todos os países do mundo,

Em todas as partes da terra e entre pessoas de todas as raças.

Eu faço parte dela.

Eu a reconheço no batismo, no sinal da água.

Eu a reconheço na Ceia do Senhor, no pão e no vinho, nos quais Cristo está presente.

Eu a reconheço quando encontro pessoas que falam de Jesus

E que divulgam a sua palavra e a sua vontade.

Creio que nós cristãos estamos bem perto uns dos outros,

Apesar de muitas coisas nos separarem.

Creio que aqueles que pertencem ao Espírito Santo e que por isso são chamados “santos”

São UM ao redor de todo o nosso planeta, porque Cristo nos mantém unidos.

Lutero

Creio em Deus que criou a mim e a todas as criaturas, que me deu e sustenta meu corpo com todos os seus membros e meu espírito com todas as suas faculdades; que me provê abundante e diariamente o alimento, vestimenta e habitação e todo o necessário para a vida. Que me ampara contra todo perigo e me protege e guarda de todo mal; e tudo isto Ele faz sem nenhum mérito ou dignidade de minha parte, por sua pura bondade e sua divina misericórdia. Isto é certamente verdade.

Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é meu Senhor. Me redimiu a mim, perdido e condenado, libertando-me do pecado, da morte e do poder do maligno, não com ouro ou com prata, mas com seu sangue e seus sofrimentos

e por sua morte inocente, para que eu lhe pertença para sempre e viva uma vida nova como Ele mesmo, que ressuscitou dentre os mortos, vive e reina eternamente. Isto é certamente verdade.

Creio que o Espírito Santo me chama pelo Evangelho, me ilumina com seus dons e me santifica, me mantém na verdadeira fé, na Igreja que Ele congrega dia a dia.

É Ele também quem perdoa plenamente meus pecados, assim como a todos os crentes. É Ele quem no derradeiro dia me ressuscitará dentre os mortos e me dará, com todos os fiéis em Cristo, a vida eterna.

Isto é certamente verdade. (Martinho Lutero).

Credo jovem

Cremos em Deus, que nos ensina a perdoar, que nos dá esperanças, para não pensar que tudo está perdido, que nos dá forças para superar os momentos difíceis e que nos á fé.

Cremos em Deus, amigo, companheiro, Deus, que nos dá tempo.

Cremos em Deus, que nos pede que sejamos seus missionários e que nos guia para que sejamos cada dia melhores.

Cremos em Deus, que nos protege em meio aos perigos da vida.

Cremos em seu Filho Jesus, que se deu por cada um de nós e que, por isso, nos ensina a nele confiar.

E cremos no Espírito Santo, que uma vez mais reviveu em nós a força da unidade.

Creio em Deus Criador

Creio em Deus Criador.

Creio que ele, movido pelo seu eterno e inexplicável amor, tomou a iniciativa de servir a humanidade com o seu poder criador, presenteando-nos com a criação do universo, todo ele integrado e completo, para ser nosso lar.

Serviu-nos com a sua própria imagem, dando-nos a liberdade e a capacidade para participarmos de sua obra criadora.

Creio que o poder criador de Deus, concedido às nossas mãos vazias, nos permite estar a serviço da vida neste mundo.

Creio em Jesus Cristo. Creio que ele, movido pelo seu eterno e inexplicável amor, tomou a iniciativa de nos servir com a sua vida, cruz e ressurreição, reconciliando o mundo com Deus.

Creio que o poder reconciliador de Cristo, concedido às nossas mãos vazias, nos permite estar a serviço da reconciliação neste mundo.

Creio no Espírito Santo. Creio que ele, movido pelo seu eterno e inexplicável amor, tomou a iniciativa de nos servir com a criação da Igreja de Cristo, despertando e consolando as pessoas que crêem.

Creio que o poder mobilizador do Espírito Santo, concedido às nossas mãos vazias, nos permite ser uma Irmandade corajosamente solidária, que está a serviço da vida neste mundo.

Creio

Creio em Deus, Criador do universo, que criou mulher e homem à sua imagem, entregou aos dois o cuidado do mundo e viu que isto era muito bom.

Creio em Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido de Maria de Nazaré, que escutava

e valorizava as mulheres e as protegia contra os seus acusadores; que tinha mulheres discípulas, que o seguiam e serviam, que apareceu primeiro a Maria Madalena e às mulheres e as enviou para levar a mensagem da Ressurreição aos discípulos de Jesus.

Creio no Espírito Santo, que foi derramado sobre homens e mulheres no dia de Pentecostes.

Creio no Espírito Santo, que anima a comunidade da Igreja cristã em direção

à igualdade, pois todos, homens e mulheres, são um em Cristo Jesus.

Friday, September 14, 2007

Lá vem o PATO!!!!!!!!!!!!!!!



"Lá vem o pato,
pato aqui,
pato acolá.
Lá vem o pato
só pra ver o que é que há."

Esta é o pedaço de uma letra de uma canção infantil do Chico Buarque, mas hoje, 14 de setembro de 2007, bem que podia ser o hino nacional do povo brasileiro. Afinal este é o sentimento que temos após a votação no senado do processo por falta de decoro parlamentar do Sen. Renan Calheiros.

A gente se sente um verdadeiro PATO que sustenta uma corja de poíticos que não faz absolutamente nada, a não ser maracutaias para gastar o dinheiro dos impostos. É mensalão, obra superfaturada, licitação fraudada, obra inexistente e por aí afora.

Devemos fechar o congresso? Isto já foi feito, lembra das aulas de história? Foi fechado o congresso e iniciou uma ditadura que durou 2o anos.

O que precisa é aprendermos a votar. Votar não obedecendo interesses, agradecimentos ou amizade, mas votar na busca de um Brasil melhor. Eu ainda penso que a pior das democracias é melhor que a melhor das ditaduras, mas devemos aprender a utilizar o poder do voto.

Wednesday, August 29, 2007

De casamentos e bicicletas!


"Não sei se caso ou se compro uma bicicleta!" Este é um ditado bastante popular que mostra uma pessoa que se encontra com um grande dilema. Este dilema se caracteriza entre o ficar com está ou mudar por completo a vida.
Há muitos momentos na vida em que gostaríamos de jogar tudo para o alto, dar um chute na bunda do chefe, começar do zero, mudar por completo o que se está fazendo ou o modo de viver. É aí que entra este dito popular.
No entanto, na maioria das vezes optamos por continuar como está. Ou não temos alternativa viável - a noiva para casar é feia pra dedéu! - ou temos medo da novidade de vida - apesar da noiva ser bonita, não sabemos como será o convívio com a sogra!
Chegamos a conclusão que o melhor, apesar da vontade de buscar algo novo, é nos acomodarmos e ficarmos como estamos - "comprar a bicicleta".
É por estas e outras que nos acomodamos, preferimos a certeza do momento do que a incerteza do futuro. E assim vão se repetindo os políticos do nosso congresso, os governos municipais desde sempre, o jeito de ser igreja e por aí afora.
Afinal, onde buscar coragem?
"Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?"(Romanos 8.31)
Podemos até dizer que sabemos isto, aliás, temos até certeza, mas certeza mesmo temos das coisas como estão. É melhor não mexer com o time que está dando certo! está mesmo?



Tuesday, August 21, 2007

O que é melhor ?

O que é melhor, o voto ou o consenso? Talvez nenhum dos dois. Afinal, é a voz da maioria a voz de Deus? Estaria Nelson Rodrigues certo ao dizer "Toda unanimidade é burra"? Não sei qual seria melhor ou pior. O voto é uma característica suprema da democracia, onde a maioria mais fraca tem condições de colocar os seus desejos, expressar a sua vontade. No entanto a vontade da maioria nem sempre é melhor. Do outro lado temos o sistema de consenso, onde a boa argumentação, bem fundamentada, convence os demais sobre o que é melhor. Apesar disto, nem sempre se alcança o melhor, mas uma minoria pode fazer valer o seu argumento, quando apenas a maioria não teve o argumento adequado. Qual é o melhor, volto a questionar? Nenhum, ambos os sistemas apresentam as suas falhas e podem induzir ao erro na tomada de decisões.

Em uma ditadura se faz valer o sistema de consenso, com a argumentação - muitas vezes com o argumento das armas - de que a oligarquia sabe o que é melhor para o povo. Foi assim durante os vinte anos da ditadura militar no Brasil, onde um sistema de consenso pressuposto, escolhia nossos presidentes, governadores e até prefeitos. Já o sitema de voto tem nos dado algumas escolhas estapafúrdias. Alguns chegam a dizer, a partir disto que o povo não sabe votar, alguns tem saudade da ditadura e, pasmem, alguns chegam a desejar esta ditadura. Tivemos estranhas escolhas pelo voto, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, nas escolhas para presidente, mas se pegarmos as escolhas para o legislativo, seja federal, seja estadual, a lista às vezes parece uma piada. Ainda assim, será que foi pior ter a possibilidade do voto??????

Qualquer um dos sistemas apresenta suas falhas, seus erros. Para chegar a perfeição devemos buscar sempre o que é melhor para o todo e para a instituição que defendemos. Sempre devemos buscar o "menos pior" no momento. Eu tenho a minha opinião e cada um tem a sua.

"A pior democracia ainda é melhor que a melhor das ditaduras" Mendes Ribeiro - Pensem nisto.

Friday, February 17, 2006

babel ao contrário






A Torre de Babel é uma história bíblica que fala da intolerância e desentendimento entre as Pessoas. Conta esta história que o ser humano resolveu se proteger da ira divina e construir uma alta torre que alcançasse o céu onde habita Deus. Deus viu o egoísmo do ser humano e a exploração do irmão sobre o irmão e, andando no meio deles, mudou-lhes as linguagem, de modo que todos falassem diferentes línguas e não mais se entendessem, se espalhando pelo mundo.

No pentecostes Deus fez o completamente o inverso, na festa em Jerusalém, cinquenta dias depois da Páscoa, quando Jesus foi crucificado e ressuscitou, os dicípulos reunidos receberam o Espírito de Deus e todo o povo reunido, das mais diversas partes do mundo conhecido de então, com as mais diferentes línguas, os puderam entender.

Nestes dias aconteceu em Porto Alegre a IX Assembléia do Conselho Mundial de Igreja, começou no dia 14 e vai até o dia 24 de Fevereiro de 2006. É um zum-zum-zum de línguas diferentes que quase não dá para contar. Francês, Inglês, Espanhol, Português, Russo, Árabe, Chinês, Grego, e por aí afora. Às vezes se torna até difícil de se entender. No entanto, na busca por unidade entre as igrejas, na busca por fazer a vontade do Pai, Filho e Espírito Santo, se procura o entendimento o mais possível.

Com toda a certeza ainda não é Pentecostes, mas já é uma tentativa de reverter a Torre de Babel.