Monday, March 27, 2017

IGREJA EM URGÊNCIA: NOVE MUDANÇAS QUE DEVEMOS FAZER OU FECHAR AS PORTAS!

É algo que me deixa muito triste.
As comunidades que vão reduzindo seu número de membros, ficando cada vez mais velhas, esvaziando-se até não conseguir mais se manter como comunidade. Então, vira ponto de pregação, depois, fecha as portas.
Outra igreja fechada. Esta, no século passado, tinha um potencial inacreditável. Na verdade, teve seus próprios "dias de glória", mas foi no século passado, na geração passada. Há 20 anos, poucos teriam predito o fechamento desta igreja. Hoje, é apenas mais uma estatística no cemitério eclesiástico.
Eu sei. Não podemos comprometer a doutrina. Eu sei. Nunca devemos dizer que mudaremos a Palavra de Deus.
Mas muitas de nossas comunidades devem mudar. Ou as comunidades mudam no seu jeito ou elas vão definhar até acabar.
Eu chamo essas comunidades de "igreja em urgência". O tempo é essencial. Se as mudanças não acontecerem em breve, muito em breve, essas comunidades morrerão. O ritmo da morte de comunidades e de paróquias em situação complicada, financeiramente e espiritualmente, está acelerando.
Quais são, então, algumas das principais mudanças que as comunidades e paróquias precisariam fazer? Para começo de conversa um alerta justo. Nenhuma mudança é fácil. Na verdade, eles só são possíveis no poder de Deus e com a força do Espírito Santo. Aqui eu, humildemente, penso em nove destas mudanças:
1.   Devemos parar de lamentar a morte do cristianismo
cultural. Esses lamentos não nos fazem bem. O crescimento fácil simplesmente não é uma realidade para muitas igrejas, principalmente se somos cuidadosos com a confessionalidade e com a reta pregação da palavra e dos sacramentos. As pessoas já não vêm a uma igreja porque acreditam que devem fazê-lo para serem culturalmente aceitos. A próxima vez que um membro da igreja disser: "Eles sabem onde estamos; Eles podem vir aqui se quiserem ", é melhor chamar a atenção. A “Grande Comissão” dada por Jesus é sobre ir; Não é "vinde a mim!".

2.   Precisamos deixar de ver a igreja como um lugar de conforto e estabilidade em meio à rápida mudança. Certamente, a verdade de Deus é imutável e Sua Palavra muito mais. Portanto, devemos encontrar conforto e estabilidade é nessa realidade. Mas não pense  para sua comunidade e paróquia para não mudar métodos, abordagens e tradições humanas. Na verdade, precisamos aprender a nos sentir desconfortáveis ​​no mundo se quisermos fazer a diferença. "Nós nunca fizemos isso dessa maneira antes", esta é uma declaração de morte.

3.   Devemos abandonar a mentalidade de direito. A comunidade e paróquia não é um clube onde a gente paga a contribuição para obter suas regalias e privilégios. É um posto avançado do evangelho onde todos devem se colocar em último lugar e todos devem colaborar no trabalho. Não estamos lá só para chegar no caminho, que é Jesus, com a música e o louvor, a espiritualidade calorosa e a duração dos sermões do pastor. Aqui está uma diretriz simples: Precisamos aprender a estar dispostos a morrer por causa do evangelho. Isso é o oposto da mentalidade de direito.

4.   Temos de começar a fazer.  A maioria de nós gosta mais da ideia de evangelismo do que gostar de fazer evangelismo. Tente uma simples oração e peça a Deus que lhe dê oportunidades de evangelizar. Você pode se surpreender como Ele irá usá-lo.

5.   Devemos parar de usar palavras bíblicas de formas não bíblicas. "Discipulado" não significa cuidar. A camaradagem, comunhão e amizade na comunidade não significa entretenimento.

6.   Devemos parar de nos concentrar em menores. Satanás deve se deleitar quando uma igreja passa seis meses discutindo sobre uma mudança de estatuto, sobre pontos no orçamento, sobre a troca do carro paroquial e por aí em diante. São, na maioria das vezes, tempos de negligência do evangelho.
7.   Devemos parar de atirar na nossa própria igreja. Esta tragédia está relacionada com a mentalidade de direito. Se não conseguirmos as coisas do nosso jeito então temo de atacar alguém. Iremos atrás do pastor, do membro da diretoria ou do membro da igreja que tem uma perspectiva diferente da nossa. Vamos mesmo ir atrás de suas famílias. Não deixe os valentões e os críticos perpétuos controlarem a igreja. Também somos muito bons em falar mal de nossa denominação para os outros, luteranos muito mais. Paremos de atirar pedras na nossa comunidade ou paróquia. Isso não é fogo amigável e só leva à destruição.

8.   Devemos parar de perder tempo em reuniões improdutivas, que parecem comitês e sessões de negócios. Não seria bom se cada membro da igreja só pudesse fazer uma pergunta ou fazer um comentário em uma assembleia para cada vez que ele ou ela compartilhou sua fé na semana passada? Uma pergunta somente para cada vez que colaborou para o crescimento e a evangelização?

9.   Devemos nos tornar casas de oração. Dito de forma simples, estamos fazendo muito por nosso próprio poder e vontades. Estamos realmente ocupados, mas não estamos fazendo a vontade de Deus.

Cerca de 200 igrejas vão fechar no mundo esta semana, talvez mais. Aqui em Rio das Antas temos uma fechada no centro da cidade. O ritmo acelerará cada vez mais, a menos que nossas comunidades façam algumas mudanças dramáticas. A necessidade é urgente.
Escutem bem, líderes da igreja, ministros, ministras e leigos e membros da igreja. Para muitas de nossas comunidades e paróquias a escolha é simples: mudar ou desaparecer.

O tempo está se esgotando. Por favor, pelo bem do evangelho, entreguemo-nos à vontade de Deus e faça, os as mudanças no poder de Deus.
Para quem se interessar, tem um site só com fotos de igrejas abandonadas no Brasil. http://www.lugaresesquecidos.com.br/2012/04/igrejas-e-capelas-abandonadas-pelo.html

Tuesday, March 21, 2017

No trabalho paroquial, quem é o patrão dos ministros e ministras?

Depois imemoriais tempos, quando na IECLB havia um pastorcentrismo, os ministros e ministras não são pa
trões, ou chefes nas paróquias. Ainda bem! No entanto, esta é uma questão complicada de responder frente a situações que se colocam, como renovação do TAM, “demissão” por diretorias, entendimento do TAM como contrato de trabalho, e por aí em diante.

Então, volta a pergunta, quem são os patrões nas paróquias?

Os que fundaram a comunidade que ainda estiverem vivos, mesmo que tenham investido muito na fundação, não são os patrões, muito menos os donos da comunidade – se bem que sempre tem uns que se sentem senhores feudais e são os lordes cristãos e a comunidade ou paróquia seja seu feudo. Da mesma forma não é patrão o conselho paroquias nem a diretoria. Também não o é a matriarca ou o patriarca que sempre estiveram lá e sempre tiveram seu assento na diretoria e no conselho – se não fizerem parte do conselho “eles se ofendem”, dizem alguns. O corpo nacional da igreja, da IECLB, também não o é, ainda que tenha uma “secretaria de pessoal”, bem como não o é o sínodo, ainda que tenha uma pasta com a documentação de cada um dos ministros e ministras atuantes no sínodo.
Frente ao INSS os ministros e ministras da IECLB são “equiparados a autônomos” e como tal fazem a sua contribuição previdenciária. Já uma decisão do STF diz:

 O trabalho realizado na qualidade de Pastor possui cunho religioso e não constitui objeto de um contrato de emprego, pois insuscetível de avaliação econômica, já que precipuamente destinado ao conforto e à orientação espiritual dos fiéis, bem como à divulgação do Evangelho. Não existem interesses distintos ou opostos, como no contrato de trabalho. As pessoas que prestam trabalho religioso fazem-no em nome de sua fé e de sua vocação, testemunhando sua generosidade em prol da comunidade religiosa, e não para a Igreja a qual pertencem. Também inexistente a obrigação das partes, posto que espontâneo e voluntário o cumprimento dos deveres religiosos, eis que o labor, nessa condição especial, encontra-se imbuído do espírito de fé, crença e vocação, sem a conotação material que envolve o trabalhador. Nesse sentido, a prova testemunhal e, no tocante à remuneração, tal se constitui num fundo de amparo, necessário à manutenção das necessidades do reclamante, para que este pudesse desempenhar as atividades decorrentes de seu sacerdócio, o que não se confunde com a contraprestação salarial, na verdadeira acepção do termo. TRT-3 - RECURSO ORDINARIO TRABALHISTA RO 1989608 01134-2007-055-03-00-4 (TRT-3)[1]

Desta forma, a pergunta sobre quem é o patrão dos ministros e ministras ainda não foi respondida.
Para começo de conversa, o patrão da igreja, na igreja, para a igreja é Deus. O apóstolo Paulo afirma em Romanos 12.5 (Assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.”) ou Colossenses 1.18 (E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência”) que o cabeça de tudo é Cristo. Este é o patrão em qualquer tamanho de comunidade ou paróquia, desde comunidade que se reúne em casa de membro até os megatemplos que reúnem milhares de pessoas em uma única celebração, passando pela comunidade média da IECLB, que reúne uma média de cinquenta pessoas.

Isso deveria significar um grande alívio de fardo para presbitérios e ministros e ministras, mas não é o que se sente nas relações, seja de presbitérios, seja de ministros e ministras, se bem que em minha humilde opinião estes últimos nem de longe são mais patrões ou chefes, ao menos na IECLB.
Para bem sabermos, nada é sobre nós, lideranças leigas e ordenadas. Deus é soberano! As lideranças têm suas responsabilidades. Mais assustador ainda é se dar conta que Deus é nosso chefe ou patrão – de presbitérios e ministros e ministras – e somos conjuntamente responsáveis, seja pela igreja, seja pela criação. O patrão, o chefe, em última instância é Deus, e este patrão quer ver sua igreja, também na figura de ministros e ministras e presbitérios, fazendo o bem, cumprindo a Sua vontade suprema de levar e produzir vida em abundância (Jo 10.10). Deus instituiu a igreja, nesta são instalados conselhos, presbitérios, lideranças e ministros e ministras para fazerem e liderarem no cumprimento da vontade e das ordenanças deste chefe supremo. Deus escolheu a igreja, Deus escolheu lideranças leigas! E o seu mandamento é tão somente “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. ” (J0 15.12b). Deus, como patrão, é não só bondoso, é misericordioso.

Nosso problema é consultar nosso chefe!
Ignorar a oração e a leitura das escrituras é como ir ao trabalho e nunca ler qualquer dos memorandos enviados pelo chefe, e nunca assistir a qualquer das reuniões de pessoal. A gente não pode saber o que Deus quer para a Igreja, a menos que se ouça o que Deus está dizendo. Parece simples, ou simplista, mas todos os líderes, repito TODOS, têm problemas com a oração e a vida devocional. Precisamos encorajar uns aos outros nisso. Isto, para mim, pode ser a principal coisa que eu acho que os colegas no ministério e presbitérios precisam se concentrar.

As lideranças, ministeriais e presbitérios, precisam apontar às pessoas para Deus que é realmente responsável.

Muito do trabalho das lideranças na igreja pode ser dirigir a membresia para consultar e queixar-se ao chefe real. Nós, como lideranças precisamos ser destemidos em direcionar as pessoas a orar sobre as preocupações que eles trazem para nós. A gente pode encorajar as pessoas a levantar qualquer queixa a Deus, e então ouvir a resposta de Deus. Em seguida, incentivar as pessoas a voltar para a gente com o que ouviram. Isto pode parecer um pouco piegas, mas muitas vezes é o que nos falta como liderança.

"Mas tenho Palavra do Senhor", ou “foi Deus quem me disse”
Certamente algumas pessoas abusarão disto, e lideranças muito mais, e sempre virão com uma palavra do Senhor para a qual eles acreditam que todos nós devemos aderir, afinal, com a palavra de Deus não se discute! É aqui que precisamos de um discernimento comunitário orante. As lideranças, leigas e ordenadas, ou quem quer que sejam os principais líderes, precisam ser uma comunidade de oração, de modo que quando uma queixa surge, eles também orem sobre isso. A gente não vai sempre obter respostas rápidas desta forma. No entanto precisamos aprender a parar, dar pausa, desacelerar e a desaceleração é boa, porque ajuda a gente a ouvir mais cuidadosamente a Deus.

A peneira Espiritual
Algumas pessoas conseguem ouvir o seu encorajamento ou instrução da liderança, seja leiga ou ordenada, para orar e meditar sobre as questões para que sejam realmente levadas à sério. É preciso tentar assegurar-lhes que pedir-lhes para orar e meditar é levar a questão muito à sério. É preciso mostrar ao presbitério e ao ministro ou ministra que isso não é uma maneira de eliminá-los, é uma maneira de garantir que eles estão enfrentando a queixa ou o problema de um ponto de vista espiritual. É uma maneira para todos nós chegar na mesma página, porque Deus pode mudar situações e corações quando eles precisam ser mudados.

Será que qualquer de nós, como líder, também consegue orar sobre os problemas paroquiais? Absolutamente, e orar também pela pessoa que trouxe o problema. Mas não devemos deixar que nossas queixas e questões pessoais dominem nossas próprias orações, ou dominem nossa tomada de decisão a partir da oração. Temos nossos preconceitos e nossa própria agenda ideológica e cultural
Sempre existe a liderança, leiga ou ordenada, autocentrada e a propagação de rumores mil.
Muitas vezes os líderes da Igreja são reacionários às queixas, ou levam adiante seus egos. Os líderes precisam ver quando as questões estão apenas focadas em si mesmos, sua própria experiência da Igreja, suas próprias necessidades, nas suas próprias agendas. Dirigir-lhes a Deus, à palavra, em vez de simplesmente atender às suas necessidades imediatas, é a tarefa de toda a liderança da Igreja.

Pedir às pessoas que levem suas queixas e preocupações a Deus, em culto, em meditação, em oração, também lhes ensina que Deus é a melhor pessoa para conversar, ao invés de espalhar rumores, fofocas, ou queixar-se à família e aos amigos.
Por que então não buscamos à Deus, como lideranças?
Os presbitérios e ministros e ministras são culpados de não levar suas queixas a Deus também. Os líderes da Igreja, muitas vezes, e mais do que qualquer outro membro da igreja, não se comportam como se Deus estivesse no comando.

Então, por que é que quando nós (qualquer um de nós!) temos um problema na paróquia, ficamos relutantes em buscar aquele com autoridade suprema? Talvez seja porque em algum lugar no fundo sabemos que Deus pedirá algum tipo de mudança pessoal de nós. E muitas vezes as nossas proposições, seja de ministros ou ministras, seja presbitérios, são tentativas veladas para que os outros mudem de acordo com nossa agenda e vontade, por isso não devemos de o fazer. Deus, por outro lado, está transformando todos nós.



[1] https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=Pastor+Religioso

Sunday, February 26, 2017

CINCO PRINCÍPIOS PARA AJUDAR MINISTROS E MINISTRAS A SABER QUANDO E COMO SE AJUSTAR

"Eu nunca vou me comprometer!"
- É uma questão de princípio. Eu fico com minhas armas! "
Algumas das feridas mais dolorosas no ministério são auto infligidas. Mas, às vezes, o compromisso ou o ajuste está em ordem.
Acordo, ajuste, transigência. ARGH!!!!!
Eu sei. Nós não gostamos dessas palavras. Parece que estamos fracos. Ele conota uma pessoa sem convicção, líderes que estão cedendo seu manto de liderança.

É especialmente problemático para aqueles que servem no ministério no trabalho paroquial. A gente faz teologia, 5 anos em uma faculdade, mais estágio, mais Período Prático, tudo para sermos treinados a ter convicção. A gente proclama a Palavra de Deus sem transigir, sem acordo, sem adaptação. A gente não cede. Jamais!!!!
Mas transigir, se ajustar, adaptar é de fato um traço necessário para ministros e ministras, principalmente no trabalho paroquial. Talvez muito especialmente para aqueles no ministério, numa questão amorosa que recebemos de Jesus.
Permita-me então oferecer cinco princípios básicos de ajuste para aqueles que estão em Campo de Atividade Ministerial.

1.       Decida no início de seu ministério as questões doutrinárias que você não irá comprometer jamais. Eu nunca comprometo o meu ministério a aceitar qualquer caminho de salvação que não seja através de Cristo. Eu creio sem ceder que Jesus pagou a penalidade por meus pecados na cruz. Mas não vou entrar em um debate sobre o calendário exato do retorno de Cristo ou se as ruas do céu são pavimentadas de ouro. E, sim, vou aceitar um irmão ou irmã em Cristo que tem mais dificuldades do que eu.
2.       Certifique-se de que você está lutando por princípio sobre preferência. A gente, que está no ministério, às vezes lutar por questões que não são nada mais do que aquilo que queremos, sem consideração pelo que é melhor para o corpo de Cristo, a Missio Dei e seu foco na Grande Comissão. Em última análise, o ministério não é sobre nós e o que nós queremos; Mas essa é uma realidade muito fácil de esquecer.
3.       Discernir se a desunião da comunidade ou paróquia vale o stress da  batalha. A pergunta frequente é: "É um castelo pelo qual vale a pena morrer?" A maioria das lutas e divisões realmente divisivas da igreja têm sido sobre questões em grande parte inconsequentes e de mais cunho de jogo de poder. Um exemplo é uma comunidade que se dividiu sobre uma discussão sobre a obtenção de bancos ou cadeiras, ou a briga como o ministro por causa da posição do altar, ou da cor da tinta a ser pintada o salão. Sim isso já aconteceu mesmo.
4.       Manter uma perspectiva de longo prazo. Às vezes, a gente está pronto para ir para a batalha, porque a gente só tem uma perspectiva de curto prazo. Muitas das questões de divisão tomarão conta de si mesmas ao longo do tempo. A gente nunca deve começar uma batalha onde a gente não estará por perto para ver a conclusão. A síndrome de "lutar e fugir" já feriu gravemente muitas comunidades e paróquias.
5.       Mais importante: Discernir se a questão é pessoal. Se a gente tem um problema que nos afeta pessoalmente, aí é mais provável ir à batalha sobre ele. Às vezes, os ministros e ministras têm de suportar uma temporada de dor pessoal por causa da unidade. Mas é realmente tentador entrar na briga quando você sente dor, farpas ou críticas. É preciso ser muito forte para colocar as necessidades da igreja em primeiro lugar.

Estou convencido de que ministério é uma das posições mais difíceis que uma pessoa pode ter, é estressante, dá dor de barriga, nos deixa doentes. É preciso oração, vocação, discernimento, pele espessa, paciência e uma disposição de se ajustar sobre as questões menos críticas.

Friday, February 24, 2017

Família Pastoral e ministerial para a 1ª Convenção Nacional de Obreiros da IECLB

Comentário proferido pelo pastor Nelson Weingärtner a partir da palestra de Dorothea Wulfhorts, na 1a. Convenção Nacional de Pastores e Pastoras da IECLB, no ano de2009, em Curitiba.

Como jovem eu gostava de ajudar um tio, que era ferreiro e fabricava ferramentas para o trabalho na lavoura.

Um pedaço de ferro ou de aço era colocado nas brasas até ficar incandescente... depois era martelado e batido até pegar a forma da ferramenta desejada... mas, até que a ferramenta ficava pronta, ela precisava voltar várias vezes ao braseiro.

Nossa convenção aqui em Curitiba é parecida com tal ferraria.

Os assuntos aqui tratados foram quentes e nós, obreiros e responsáveis pelos serviços de formação e administração na IECLB, fomos o aço que é colocado no braseiro, e fomos martelados e malhados  para pegar a forma que  Deus quer ver em seus ministros..

A Dorothea colocou – com grande sabedoria e empatia - diante de todos nós – a história, as alegrias e as dores da Família Ministerial.

O que vamos fazer agora com esta palestra, que mexeu conosco, que despertou concordância e certamente também discordância?

Permitam sublinhar e acrescentar alguns tópicos ao que ouvimos:

Desde o tempo da Reforma, a família pastoral, ou ministerial, como se prefere hoje, ocupou um lugar de destaque nas comunidades evangélicas e sempre tinha um status especial  e diferenciado.

O pastor, quase sempre, era muito respeitado e em certo sentido temido – muitos membros ficavam inibidos diante dele e bancavam ser, o que na verdade não eram.

Uma pequena história pessoal:

Em princípios de 1962, eu assumi meu primeiro pastorado na paróquia de Santa Isabel, minha terra natal.

Präses Stoer, presidente do Sínodo, reuniu, antes de minha designação, os membros da Comunidade e lhes explicou, que eles receberiam agora um filho da comunidade como seu pastor e acentuou:

Vocês devem amá-lo e respeitá-lo como o vosso pastor. Ele agora não é mais o filho, sobrinho, primo e amigo de vocês – mas o pastor de vocês”.
  
Quando cheguei com minha mudança, fui calorosamente recebido como pastor...mas era muito estranho, ser chamado “Herr Pfarrer” – Sr. Pastor  por meus tios, primos e ex-colegas de escola.

Quando fui celebrar o primeiro culto numa Comunidade filial, na Segunda Linha, montando o meu “Baio”, lembrei que há 14 anos passados, eu ganhava um dinheirinho de bolso para ficar de guarda, no final da tarde dos Domingos em que havia culto na 2ª Linha.

Quando o pastor aparecia lá na curva dos Rassweiler, eu saía em disparada para a venda, onde os.homens jogavam cartas e onde circulava um copo com uma cachacinha, e gritava: “Der Pfarra kemmt” = 0 pastor vem..

O copo com a caninha desaparecia e as cartas eram escondidas... sentavam em cima delas, até que pastor passara.

Nesse dia, quando voltei no fim da tarde, e cheguei lá na curva dos Rassweiler .. vi meu sobrinho sair em disparada...

Quando cheguei na venda, saltei do cavalo, entrei e fui cumprimentar os homens sentados ao redor da mesa ... eles fizeram uma pequena menção de levantar... mas não podiam... porque estavam sentados em cima de suas cartas.

Rindo, eu segurei a mão de meu tio e padrinho e disse: Vor dem pastor muss man richtig aufstehn, Onkel Betti...  e o puxei para cima, tomei suas cartas e joguei uma rodada com eles...

Assim, aos poucos, a distância entre membros e pastores diminuiu e foi superada.

Experiências semelhantes, outros colegas também tiveram.

Hoje, eu gostaria de perguntar: Será que essa superação – duma certa distância entre pastor e membros – foi bom para os serviços pastorais?

Certamente, foi necessário libertar o pastor, a Frau Pastor e os filhos do casal dum status que os forçava a aparentar algo, que na realidade eles não eram e não queriam ser.

Mas decorrer dos últimos anos aconteceu um nivelamento entre pastores e membros que, em meu entender, prejudicou os serviços pastorais, porque afetou a função pastoral, o específico do pastor.

Um certo distanciamento entre pastor e membro, como entre médico e paciente, professor e aluno é de vital importância, pois o ser humano necessita de  um parâmetro de vida.

É bom lembrar que num passado, um pouco mais distante, o respeito ao pastor tinha suas raízes na sua função e não na sua pessoa.

Exemplifico: Quando, como menino, perguntei minha avó por que a gente tinha que usar sapatos e a melhor roupa para ir a igreja, ela respondeu: porque lá vamos nos encontrar com Deus!

Como na época só acontecia um culto por mês, ninguém faltava.

Lá ao redor da igreja, antes do culto, todos se cumprimentavam e conversavam animadamente.

Cinco minutos antes de o culto iniciar tocava o sino.

Todos tiravam o chapéu e entravam na igreja com respeito e em profundo silêncio, faziam sua oração e sentavam.

Quando o pastor, paramentado, entrava na igreja e se dirigia ao altar, o sino tocava novamente e toda a comunidade se colocava de pé.

No culto vamos nos encontrar com Deus!

Essa frase é uma confissão de fé.

Nossos ancestrais sabiam o que eles estavam dizendo e fazendo quando iam ao culto.

O encontro com Deus na igreja era um momento muito dinâmico e o povo experimentava verdadeiro recondicionamento nesse encontro.

No “Gottesdienst” o pastor tinha uma dupla função: ele era porta voz de Deus na pregação, na absolvição dos pecados e na Bênção.

E era o porta voz da comunidade na confissão dos pecados e nas intercessões.

O pastor estava ciente e consciente da grande responsabilidade que lhe cabia nesse encontro com Deus e a comunidade também o sabia.

O Pastor se dirigia ao altar e ao púlpito com temor e tremor porque neste encontro ele era porta voz de Deus, e falava em nome de Deus.

A palavra Gottesdienst sempre era entendida em sentido duplo: Deus nos serve através do perdão dos pecados, através da pregação de sua palavra e da Bênção e a comunidade serve a Deus com seu canto de louvor e adoração, através da confissão de sua fé e da oração.

O culto, assim entendido e celebrado, alimentou os nossos ancestrais luteranos durante mais de cem anos.

Não havia outros serviços e as comunidades só cresciam, mesmo que restrito aos descendentes de alemães.

Pergunto: Será que o culto, de nossos dias, ainda é sentido e experimentado como um Encontro com Deus?

A igreja ainda representa um lugar santo e sagrado, diante da qual, em tempos passados, as pessoas tiravam o chapéu ao passarem por ela?

Nós pastores ainda estamos cientes e conscientes que no culto somos porta voz de Deus quando pregamos, anunciamos perdão e colocamos a Bênção sobre a Comunidade?

Gostaria de lembrar que colocar a Bênção é  muito mais que desejar a Bênção!!!  Veja Números 6,23 -27.

O culto assim entendido  é celebração genuinamente luterana.

Tenho a impressão que a reforma litúrgica dos últimos tempos, esvaziou a sobriedade e dinamicidade do nosso culto e tornou os membros inseguros... muitos de nossos membros, quando participam de cultos em outros lugares, não reconhecem mais sua Igreja.

Pergunto: Será que muitas das crises vividas hoje por pastores e suas famílias não estão relacionadas com certo esvaziamento da função pastoral?

Esse esvaziamento do “próprium” da função pastoral tem sua origem em uma serie de fatores. Cito alguns:

1)    Nossos pastores estão sobrecarregados com programas e programações. Vivem correndo para os mais diferentes grupos de trabalho nas comunidades e nos Sínodos.

2)    A conseqüência  desse corre...corre é que eles não tem mais tempo para ler, meditar, orar e preparar uma boa prédica, para então subir no púlpito como porta voz de Deus.  

3)    A falta de tempo para o Studier= e Betzimmer, - A sala de estudo e oração – como era entendido o escritório do pastor, gera muitos conflitos, por exemplo: O pastor que precisa pregar e ensinar a palavra de Deus, e não tem tempo para se preparar, torna-se superficial e no decorrer do tempo perde a sua auto-estima e autoconfiança, e, torna-se um barato mestre de cerimônias.

4)    Nesse contexto também nossas conferências de obreiros precisam ser avaliadas. Nessas conferências há espaço e tempo para reflexão teológica com exegese e temas atuais? Ou gastamos esse tempo precioso com assuntos de agenda?

5)    É preciso acentuar ainda, que todo pastor e todos os obreiros dos demais ministérios ordenados, para poderem servir bem as comunidades a eles confiadas, precisam de muita autoconfiança e auto-estima. Isso não num sentido de auto-elevação e autoritarismo, mas a partir da função e autoridade que lhes foram conferidas na sua ordenação.

A Dorothea nos forneceu, em sua palestra, muitos aspectos das dores que atormentam nossos obreiros e suas famílias e indicou possíveis saídas.

Eu gostaria de propor agora, que à partir dessa convenção, sejam tomadas algumas medidas bem concretas, precisamos ir fundo e analisar: por que há tanto descontentamento e tanta frustração entre obreiros da IECLB.

Arrisco algumas sugestões, porque somos luteranos e temos o direito de protestar:

1)    Os obreiros da IECLB precisam ser mais valorizados à partir da função para a qual foram ordenados – eles não podem continuar sendo tratados como meros empregados ou funcionários, cujo trabalho é medido pela produção.

2)    Precisamos ouvir – sem rancor e desarmado – o clamor de obreiros, que acusam nossa IECLB de estar se transformando numa Empresa e que nela reina “um espírito empresarial”!

3)    Um dos grandes culpados, que estão gerando esse clima não bom na IECLB, é “A avaliação dos obreiros”.

4)    A maneira como a avaliação é realizada não condiz com a dignidade ministerial.

5)    Já o contrato de trabalho para um período de quatro anos cerceia a dignidade ministerial e transforma o ministro em funcionário.

6)     Por isso sou de opinião que todo o sistema de avaliação e “contratação” dos obreiros deve ser revisto e encontrada outra forma de acompanhamento dos mesmos,..

7)    Obreiros cientes e conscientes de sua função não precisam ser avaliados, mas visitados por pessoas capacitadas para escutá-los, consolá-los, aconselhá-los e quando necessário também admoestá-los e mesmo repreende-los.

8)     Será que há disposição para tal mudança? E será que temos pessoas capacitadas para esse serviço?

9)    Imagino que sim. Além dos Pastores Sinodais, aos quais cabe esse serviço em primeiro lugar, podem ser convocados obreiros aposentados e outras pessoas com tato e experiência em aconselhamento.

10)                      Em meu entender, também os obreiros aposentados precisam ser mais valorizados e suas experiências mais usadas.

11)                      Outro tópico importante, que precisa ser tratado com muito carinho: Nossas famílias de obreiros, de todos os ministérios ordenados, precisam saber e sentir que elas são importantes para a nossa IECLB, que elas podem contar com sua Igreja em momentos dor, doença e crise. Em todos os Sínodos deveriam existir equipes de profissionais da saúde física e mental, credenciadas pelas respectivas instâncias da Igreja, para atender nossas famílias ministeriais.

Por fim, gostaria de dizer ainda:

Sejam criativos, estimados colegas, aprendam a discernir o central e essencial nos serviços ministeriais.

Se dediquem a esses serviços com alegria e entusiasmo e tenham coragem para dizer não aos serviços, que não são necessariamente atribuições do obreiro

Se assim procederem, com certeza, também vão encontrar espaço e tempo  para vocês mesmo e para as famílias de vocês.

Que assim seja.


Timbó, outubro de 2009                                Nelso Weingärtner

Thursday, February 23, 2017

Paróquias devoradoras de ministérios.

SEIS PRINCIPAIS TRAÇOS DAS IGREJAS DEVORADORAS DE MINISTÉRIOS.
Paróquias devoradoras de ministérios? Isto existe?

Eu nunca tinha pensado algo assim até que eu me tornei um pastor e vi a agonia de muitos colegas – e também já vivi esta agonia.

Enquanto eu estava servindo como pastor em uma paróquia, um representante do comitê de eleição de outra paróquia me chamou. Ela queria saber se eu de, em espírito de oração, considerar vir à sua igreja.

Imediatamente após a chamada, como a maioria dos ministros e ministras faz, eu fiz contato  com um amigo que serviu como pastor em uma paróquia vizinha. O que ele sabia sobre a outra paróquia em seu sínodo, uma paróquia vizinha? Suas palavras foram, pelo menos na época, estranhas e enigmáticas para mim.
"Nem pense nisso. Essa é uma paróquia de destruidora de ministérios. "

Com o tempo eu descobri o que ele queria dizer. Uma paróquia devoradora de ministérios tem uma série de ministros e ministras de muito curto prazo, raramente renovam o TAM e os pastores que partem têm poucas palavras positivas a dizer sobre eles. Como meu amigo pastor observou: "Aquela igreja te comerá vivo."
Tendo 25 anos de pastorado, em quatro sínodos, com muitas conferencias ministeriais, eu aprendi muito sobre as paróquias devoradoras de ministérios. Vi colegas abandonarem o ministério, enfartarem antes dos 50 anos, morrerem de câncer, lúpus, esclerose ou entrarem num divórcio, tudo isso muito acima da média. Na maioria das vezes, eles podem ser descritos com seis traços principais:
1.      Seus pastores não ficam por muito tempo. Essas paróquias dificilmente conhecem seus pastores antes de irem embora. Alguns pastores saem voluntariamente, mas infelizes. Outros se sentem coagidos a sair. E muitos são demitidos.
2.   A igreja tem agressores e grupos de poder. Aqueles bullies e membros do grupo de poder vêem seus papéis como primeiramente para fiscalizar o pastor no seu ministério e dirigir o seu trabalho, dizendo como deve fazê-lo. Quando o pastor se recusa, é hora de fazer o pastor seguir em frente. Muitas vezes, o grupo de força é conectado a uma única família ou a um grupo de trabalho de uma comunidade.
3.       A paróquia está em perpétuo conflito, seja entre grupos, seja entre comunidades. Mesmo os que não congregam ou são membros da paróquia ou comunidade sabem sobre os seus conflitos. As reuniões de negócios da paróquia se tornam zonas de guerra. Pastores muitas vezes acabam sucumbindo debaixo de fogo inimigo e fogo amigável.
4.       A paróquia tem expectativas não-bíblicas para o seu pastor. Pastores são bem-vindos para permanecer enquanto eles forem oniscientes, onipresentes e onipotentes, mas se eles não conseguem fazer uma só visita, ou não estiverem o tempo todo visitando, seu tempo acabou.
5.       A igreja não acredita que os pastores devem ser devidamente compensados, aliás, de preferência ele deve trabalhar voluntariamente, sem receber nada. Eu realmente ouvi uma forma desta citação direta pelo menos uma dúzia de vezes: "Se pagarmos ao nosso pastor o mínimo possível, isso vai ensinar-lhe humildade." Claro, é óbvio, que o orador dessas palavras tão bem colocadas não tinha a mínima intenção de praticar a mesma humildade. Aliás, pastor não faz voto de pobreza na ordenação.
6.       A família do pastor não é apoiada. Eu tive essa conversa com um pastor um dia. Ele disse: "Eu tive que deixar a paróquia porque não se importavam com minha família. Se minha esposa não aparecesse quando eles exigiram que ela fizesse, eles falaram sobre ela incessantemente. Muitas vezes até atrapalharam seu emprego. E eles tinham expectativas de meus filhos que eles nunca esperam de seus próprios. "
Eu bem sei. Pastores também não são perfeitos. Mas este post não é realmente sobre pastores. É sobre aquelas paróquias que acabam por trocar seus pastores no final do 1° Termo de três anos.
Eles são chamados paróquias devoradoras de ministérios. Muitas dessas igrejas vão acabar tendo dificuldade em encontrar pastores logo, logo.

Eu até imagino porque.

Wednesday, February 15, 2017

Pelo direito de ser intolerante

Vivemos num mundo onde muito se pode, “tudo me é lícito”, escreve o apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Coríntios, (I Co 10.23 a), e as pessoas parecem seguir isto ao pé da letra, esquecem-se da segunda metade do versículo, onde Paulo escreve “mas nem tudo convém”.  Parece a mesma coisa com relação às liberdades que se tomou, somos bem luteranos, dizem alguns, levamos a liberdade ao pé da letra. Não escreveu Lutero “somos livres de tudo e de todos, não estando preso nem a nada nem à ninguém?”. Faz-se questão de se esquecer a segunda metade, “somos servos de tudo e de todos, estando sujeitos a tudo e a todos por amor de Cristo”.
Bem sabemos que a tolerância é necessária, e o próprio Paulo conclama os cristãos à tolerância e ao cuidado com os mais fracos (Rm 14 e 15). No entanto tem sido confundido tolerância e cuidado com condescendência e a permissividade, pois estas não são fundamentadas no amor, mas na individualização.
Desta forma, a partir do Evangelho de meu Senhor (Mt 5 – Mt 7), venho clamar pela necessidade de sermos intolerantes:
·         Sermos intolerantes com a injustiça, pois precisamos ser saciados;
·         Sermos intolerantes com a fome, pois precisamos ser alimentados;
·         Sermos intolerantes com a corrupção, pois ela produz injustiça e fome;
·         Sermos intolerantes com a opressão, pois é mãe da corrupção;
·         Sermos intolerantes com desmandos de lideranças, pois mostram o egoísmo;
·         Sermos intolerantes com o egoísmo, individualismo, egocentrismo, pois acaba com a comunhão;
·         Sermos intolerantes com a violência, pois desumaniza os violentos e os violentados;
·         Sermos intolerantes com as guerras, pois não só desumanizam, mas matam a criação de Deus;
·         Sermos intolerantes com a poluição; pois destrói a beleza da criação divina;
·         Sermos intolerantes com os cegos pelas ideologias e pelas religiões, pois não permitem que o diferente se pronuncie;
·         Sermos intolerantes com o fundamentalismo, cristão, muçulmano, indi, shinto, etc., pois considera o próximo desamado por Deus e quer fazer de Deus objeto de sua crença cega;

Precisamos ser intolerantes até com a intransigência que não consegue ver que o diferente é possível. Jesus nos deixou um novo mandamento e dentro deste mandamento está a tolerância, mas ser tolerante em amor, em cuidado em carinho, não ser tolerante para, simplesmente deixar que tudo aconteça, o que tudo se possa.

Tuesday, February 14, 2017

9 QUESTÕES PARA DETERMINAR SE VOCÊ É UM LÍDER CRISTÃO

Muitos de nós, ministros, ministras, presbitérios, obreiros e obreiras, nos encontramos em posições de liderança, mas às vezes nos perguntamos se estamos realmente liderando. E, francamente, às vezes há pessoas ao nosso redor que também se perguntam se estamos liderando. Aqui estão algumas perguntas a fazer-se para ver se você está realmente líder como um líder cristão.

1.       Se outros conhecessem minha vida intimamente, eles gostariam de me seguir? Esta questão, é claro, cobre a parte "cristã" da liderança cristã. Se você não está vivendo de tal maneira que você modelo Cristo (1 Coríntios 11: 1), você não está dirigindo como um cristão deve.
2.       Estou incomodado com o status quo? Mesmo quando as coisas estão indo bem, os líderes fortes estão sempre orando e buscando os próximos passos para realizar o melhor de Deus. Se você está confortável com onde você e sua igreja estão, você pode estar em modo de manutenção, em vez de modo de liderança.
3.       Eu tenho uma visão de um futuro brilhante? Esta é a questão da visão. Se você não é capaz de ver o que Deus pode querer fazer através de seu ministério no futuro - ou se você simplesmente desistiu do futuro - você provavelmente está reagindo mais do que liderar.
4.       Eu vejo as pessoas como o dom de Deus ou como um meio para um fim? Se as pessoas são apenas um meio para um fim, vamos usá-los ao invés de guiá-los - e isso não é cristão. Quando os vemos como o dom de Deus, os levaremos a caminhar com Ele e a experimentar o Seu melhor. Como você vê sua congregação?
5.       Alguém está me acompanhando ou seguindo? John Maxwell e outros têm apontado que um líder sem seguidores está apenas a dar um passeio. Nenhum líder faz com que todos sigam (mesmo Jesus não o fez), mas alguém vai embarcar com um líder cristão genuíno que capta e lança a visão de Deus. Você provavelmente não está levando bem se ninguém está seguindo.
6.       Estou investindo em alguém pessoalmente? É difícil ler o Novo Testamento e não ver Jesus e Paulo como líderes que intencionalmente discipularam outros. Com base em seus modelos, a boa liderança cristã inclui derramando sua vida em algumas pessoas. Não fazer isso é perder uma das melhores oportunidades para realmente líder.
7.       Se eu sair, o ministério continuará bem? O verdadeiro teste de nossa liderança não é quando estamos "no chão"; É quando Deus nos chama e a igreja deve continuar sem nós. Se o ministério de sua igreja sofre quando você se foi, você não tem sido o melhor líder. Na verdade, é possível que você tenha construído seu próprio reino, em vez de Deus.
8.       Eu continuo aprendendo? Líderes que acham que já sabem tudo vão levar apenas até o agora. Inevitavelmente, eles irão atingir o limite de sua formação e conhecimento. Nesse ponto, tudo o que eles podem fazer é viver em modo de manutenção a menos que eles comecem a aprender novamente. Se você não está continuamente lendo, estudando, ouvindo, etc, você pode ter atingido o seu teto de liderança.
9.       Sou contrariado por alguém por minha piedade? Esta pergunta nos leva de volta ao primeiro. Se você é um líder cristão genuíno, você está garantido que Satanás o atacará (1 Pedro 5: 8). Os melhores líderes cristãos implementaram salvaguardas de responsabilidade contra os ataques do inimigo.

Quais outras perguntas você acrescentaria?

Friday, February 10, 2017

Perdemos a humanidade e ultrapassamos a animalidade.

Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro?
O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
Salmos 121:1,2

Uma morte estúpida! Não que outras mortes não sejam, a morte em si é estúpida, então todas as mortes o são. Mas um jovem, no início da vida, ser assassinado por um motivo fútil, como uma pedra lançada contra uma casa e um vidro quebrado. Não se entra no mérito da questão se o jovem jogou ou não a pedra, mas a morte.
Que mundo é este em que vivemos em que um vidro de janela, uma telha de uma casa, ou a tinta na parede, valem mais do que uma vida humana? Que mundo é este onde as mortes se tornam fúteis e banais?
Este é o mundo criado a imagem e semelhança do ser humano, de sua animalidade – ou racionalidade animal. Neste mundo se molda e se monta a realidade de acordo com o ego próprio, o egoísmo, onde o próximo, o outro não tem vez. O valor está em meus objetos ostentados, com um animal que coleciona coisas e as defende com unhas e dentes.
Este é mundo do “macho alfa”, arremedo de líder, que arreganha os dentes de quem é contrário. Que estabelece cercas e murros para demarcar seu quintal para deixar o outro de fora, de fora da festa, de fora da comunidade, de fora das benesses, de fora da vida. Mesmo se somos animais ditos cristãos, que seguem aquele que disse que quer vida e vida em abundância “PARA TODOS!” (Jo 10.10)
Este é o mundo das certezas efêmeras e dos fake News propaladas pelas mídias sociais. Um mundo de divisões onde o diferente, diferente de pele, diferente de religião, diferente de ideia, diferente de classe social, não pode ter vez nem voz e as pessoas se permitem ao ataque de ódio ao próximo que diverge.
Este é o mundo das polarizações políticas, religiosas, sociais, onde ofensas verbais podem levar às ofensas físicas. Onde opiniões não são mais discutidas nem respeitadas.
Este é o mundo onde o ser humano deixou de ser humano, mas não tornou-se algo pior, pois abriu mão de sua humanidade e consegue ser animalesco em sua racionalidade. Este não é o ser humano criado por Deus, a sua imagem e semelhança, mas algo diferente, pior, muito pior. É um ser racional, autocriado, afastado de Deus, feito à sua própria imagem, ou de imagem distorcida, um deus mamon, que não consegue mais ver o humano, muito menos ver Deus no próximo.
Elevo meus olhos para os montes e clamo por socorro! Deus, o deus de todos os nomes, Iahweh, Elohim, El, Alah, que já teve piedade da humanidade se fazendo humano em Jesus Cristo. É Jesus que nos mostra que o humano pode ser restaurado, que ainda somos imagem e semelhança deste Deus. Basta nos voltarmos para Deus, como nos voltamos para o espelho e vemos a nossa imagem, só assim, nos voltando para Deus podemos ver o Deus e o humano em nós.
Só nos voltando para Deus podemos ver o novo mundo, prometido por Deus, um mundo de vida em abundância, um mundo de vida para todos, um mundo conforme Deus criou.
O mundo que vemos é criação do ser humano, que perdeu sua humanidade e ultrapassou os limites da animalidade. Que perdeu a sua divindade, a imagem de Deus, que deveria refletir, quando se afastou de Deus.

O mundo tem fome e sede. Fome e sede de Deus, fome e sede de justiça e paz, fome e sede de respeito e longanimidade. Estes as pessoas só encontrarão novamente quando entrarem em contato com o criador, que os fez num gesto de amor.