Wednesday, November 26, 2014
Saturday, November 22, 2014
Creio
Creio no Deus que não tem nome, que tudo criou.
Creio no Deus de todos os nomes, Iahweh, Elohim, El, Alah,
que a todos e tudo sempre amou.
Creio no Deus que em um nome se encarnou e neste nome seu
amor revelou.
Emanuel
– Deus conosco
Messiah
– Deus salvador
Jehoshuah
– Deus que luta as nossas lutas.
Creio no Deus que se faz presente na vida de todos os rostos
e nomes; João, José, Maria, Ana, Cláudia, Fernanda, Antônio, Armin....
Creio no Deus que está em todos os lugares e em todas as
coisas e acontecimentos; na igreja, no trabalho, no riso das crianças, no
sorriso aberto e franco, no canto do mendigo, no filhote de quero-quero
encolhido, com medo de mim.
Creio no Deus que esconde o seu rosto, ou se esconde, para
não se fazer presente na estupidez da guerra, na violência endêmica, na
exploração dos mais fracos, na injustiça aos que tem menos condições...
Creio no Deus que me leva na palma de sua mão e leva cada um
pela mão, quando estes e estas se encontram onde Deus se ausentou e virou o seu
rosto.
Com aquele
que está na guerra,
Com
aquele que sofre a violência,
Com
aquele que está doente,
Com
aquele que sofre injustiça,
Com
aquele que está sendo explorado,
Com
aquele que está em dor....
Com
aquele ou aquela que não consegue ver, nem sentir a presença de Deus.
Creio no Deus que é nada em todos, que é nada para todos,
pois ao mesmo tempo que é tudo em mim, me cuida, me protege, me leva pela mão,
me carrega, me deixa livre para ser eu mesmo e me faz responsável a partir do
amor que colocou em mim.
Wednesday, November 19, 2014
Programa de rádio de 19 de novembro de 2014.
Saturday, November 15, 2014
7 maneiras de prejudicar o seu Pastor
Pastores amam suas igrejas e seus membros. Eles estão
realmente empenhados em seus chamados. Mas eles são pessoas reais, que pode
realmente se machucar.
Se você realmente quer prejudicar o seu pastor, então este
artigo é para você.
Somente esta semana tive conversas com dezenas de pastores.
Esses pastores amam suas comunidades e paróquias e seus membros. Eles estão
realmente empenhados em seus chamados.
Mas pastores são pessoas reais, que podem realmente se
machucar ou serem machucadas!
Os pastores com quem falei na semana passada compartilharam
comigo sete temas comuns das coisas que os mais prejudicam ministros e
ministras pela maneira como são feitas.
Então, se você realmente quer prejudicar o seu pastor, siga estas
orientações cuidadosamente.
1. Criticar a família do pastor.
Poucas coisas são tão dolorosas para os ministros e
ministras como criticar suas famílias, especialmente se as críticas estão
relacionadas com questões na igreja.
2. Diga ao ministro que ele ou ela recebe demais.
Muito poucos pastores realmente ganham demais. Mas há um número de
membros da igreja que sempre gosta de fazer o pastor sentir mal sobre o sua
subsistência!
3. Não defender o pastor.
As críticas sem raiz podem ser prejudiciais. Mas ainda mais
doloroso são aqueles que permanecem em silêncio enquanto o pastor é atacado
verbalmente.
O silêncio não é de ouro, neste caso.
4. Informe o seu pastor o quanto é fácil o seu trabalho, ele não sabe
disto!
É realmente dolorido quando alguém sugere que o ministro ou
ministra trabalha somente algumas horas por semana, afinal é “só uns cultos no
final de semana”. Alguns realmente acreditam que os pastores têm vários dias
uma semana de folga.
5. Seja um crítico negativo constante.
Ministros e ministras normalmente podem lidar com a crítica
ocasional. Mas as relações verdadeiramente dolorosas são com os membros da
igreja que são constantemente negativos.
Como o membro sabe que foi vitorioso
nesta questão? O ministro ou ministra faz volta para não encontra-lo!
6. Faça comentários sobre os gastos do pastor.
Ouvi isso de um pastor na semana passada. Um membro da
igreja perguntou: "Como você pode dar ao luxo de ir à praia?" Sem
comentários!
7. Compare a atuação de seu ministro ou ministra desfavoravelmente em
relação a de outro pastor (preferencialmente de outra denominação!).
Muitas vezes, o membro quer que o ministro ou ministra saiba
o quanto ele ou ela gosta daquele “outro pastor” em comparação com você. Se
você realmente quer prejudicar o seu pastor, você precisa dar a ele ou ela a
certeza de que ele saiba o quanto é inferior.
Desta forma, se o objetivo da sua
vida é prejudicar o seu ministro ou ministra, uma ou mais dessas abordagens vai
funcionar muito bem.
Mas, se você for como a maioria dos
bons membros da igreja, você quer o melhor para o seu ministro ou ministra, então,
basta fazer o oposto destes sete.
E se você está preocupado que seu ministro
ou ministra não vai permanecer humilde, a menos que alguém coloca-lo no seu
lugar, não se preocupe. Haverá sempre uma abundância desses outros membros da
igreja ao redor.
Você se identifica com esses sete
itens? O que você acrescentaria?
Friday, September 19, 2014
Lutero e a obediência aos governantes.
Normalmente pensamos e vemos Lutero como o grande reformador
da igreja, a pessoa que mudou a maneira de ser igreja e de vivermos a fé.
Vemo-lo como aquele teólogo que redescobriu a graça de Deus e devolveu à
igreja. Quase não conseguimos ver Lutero como um reformador maior, que buscava
uma ampla reforma nas estruturas sociais e políticas de seu mundo.
A reforma não foi somente um anseio de Lutero para dentro da
igreja, mas uma necessidade que este via de serem feitas mudanças mais amplas
em toda a sociedade. Lutero ansiava por uma reforma na igreja e no mundo
secular. Muitos de seus documentos apontam para este caminho. Em 1520 escreveu
o Manifesto à Nobreza Cristã da Nação
Alemã, onde trata da separação dos dois reinos – Reino de Deus e Reino Secular
– e das responsabilidades dos governantes, também via uma reforma necessária no indivíduo
e em 1520 escreveu Da Liberdade Cristã. Em 1523 escreveu um direcionado principalmente
às Autoridades Seculares, tratando em até que ponto o povo lhes deve
obediência.
Na época da Reforma
os governantes não eram eleitos, estes tinham o direito hereditário, ou seja,
que nascia dentro de uma família nobre iria governar sobre área de domínio, seu
feudo. Ao povo aos não nobres, cabia obedecer. Os governantes carregavam para
si o direito divino e, baseados em Romanos 13, se permitiam de tudo, afinal, na
sua terra, eles eram o executivo, o legislativo e o judiciário.
Lutero, em 1526, escreve
ao príncipe da Saxônia e Turíngia sobre a atuação que seria possível , correta e
aconselhável de um nobre em seu feudo. O príncipe estava preocupado com sua
atuação e de que, havendo a separação dos dois reinos, como este poderia se
manter cristão atuando no âmbito secular.
Lutero explica que
os reinos não são excludentes, alguém está no reino secular, ou exerce função
neste, não está excluído do Reino de Deus. O universo pertence à Deus, e Deus
institui as autoridades seculares para executar a sua vontade neste âmbito de
Sua divindade.
A pessoa cristã está livre da lei, explica
Lutero, pois carrega dentro de si o amor de Deus e este prescinde da lei. A
pessoa cristã não precisa nem da lei nem de governantes que lhes guiem, já que,
guiados pelo amor de Deus, vivem o amor ao próximo, e isto até suas últimas
consequências. Porém muitas pessoas não seguem a fé e as pessoas
verdadeiramente cristãs são muito poucas. Além disto, toda pessoa cristã é ao
mesmo tempo justificada e pecadora.
Como muitos são
falsamente cristãos e os que não carregam o amor de Deus não vivem pelo amor e
graça de Deus se faz necessário uma autoridade que coloque ordem no mundo e faça
cumprir a vontade de Deus para todos. Assim Deus institui as autoridades à que
todos devem obediência, como Paulo nos escreve em romanos 13.1-7. Uma
autoridade do reino secular deve usar a lei para fazer cumprir a vontade de
Deus.
Lutero lembra os
príncipes de que estes também se encontram sob a lei secular e sob a lei de
Deus. Se nobre ou plebeu foi instituídos como governante é para cumprir a
vontade suprema de Deus de vida digna e plena para todas as pessoas, cristãs ou
não, conforme está no evangelho de João 10.10. As autoridades são instituídas
pelo próprio Deus, ao povo cabe obedece-las.
Quando uma
autoridade é colocada acima das leis e não obedece a vontade de Deus, então
esta deixa de o ser instituída por Deus. Como pode alguém executar a lei e a
vontade de Deus quando se coloca acima dela? Então o povo pode e deve confrontar
esta autoridade, desde que o faça a partir das leis e da vontade de Deus.
Ainda hoje estes
escritos são revolucionários, tanto para o povo do Reino de Deus, como para as
nossas autoridades instituídas, pelo voto ou por indicação. Às pessoas cristãs
cabe seguir a suprema vontade de Deus e o amor, aos outros cabe fazer cumprir a
lei.
LUTHER,
Martin. SECULAR AUTHORITY: TO WHAT
EXTENT IT SHOULD BE OBEYED. http://ollc.org/wp-content/uploads/2013/11/Secular-Authority-To-What-Extent-It-Should-Be-Obeyed.pdf
Tuesday, September 09, 2014
7 maneiras de ferir o seu
Pastor
Pastores amam suas igrejas e seus membros. Eles
estão realmente comprometidos com os seus chamados. Mas eles são pessoas
reais, que pode realmente ser ferido.
Se você realmente
quer prejudicar o seu pastor, então este artigo é para você.
Esta semana passada
sozinha teve conversas com dezenas de pastores. Esses pastores amam suas
igrejas e seus membros. Eles estão realmente comprometidos com os seus
chamados.
Mas eles são
pessoas reais, que pode realmente ser feridos.
Os pastores com
quem falei na semana passada compartilharam comigo sete temas comuns das coisas
que os mais prejudicam os pastores em seu trabalho.
Então,
se você realmente quer ferir o seu pastor, siga estas orientações
cuidadosamente.
1.
Criticar a família do pastor.
Poucas coisas são
tão dolorosas para os pastores como criticar suas famílias, especialmente se as
críticas estão relacionadas com questões na igreja.
2.
Diga ao pastor que ele está ganhando demais e que a culpa do orçamento da paróquia
ser alto é do pastor e sua subsistência.
Muito poucos
pastores fazem muito dinheiro na igreja e não são da IECLB. Mas há um
número de membros da igreja que gostaria de fazer o pastor se sentir mal sobre
a sua subsistência.
3.
Não defender o pastor.
As críticas podem
ser prejudiciais. Mas ainda mais dolorosas são aquelas pessoas que
permanecem em silêncio enquanto seu pastor é atacado verbalmente.
O silêncio não é ouro,
neste caso.
4.
Deixe claro para o pastor que seu trabalho é muito fácil.
Realmente machuca o
pastor quando pessoas acham que o pastor só faz o culto e de sua comunidade e
trabalha apenas algumas horinhas. Alguns realmente acreditam que os pastores
têm vários dias de folga na semana e marcam reuniões exatamente no que seria o
dia de folga do pastor, afinal, para estes, o pastor está sempre de folga!
5.
Seja um crítico negativo constante.
Pastores
normalmente conseguem lidar com a crítica ocasional. Mas as relações
verdadeiramente dolorosas são com os membros da igreja que são constantemente
negativos e só veem coisas ruins no pastor e na comunidade.
Como você sabe que
você teria sucesso no assunto para o qual você levanta a crítica? O pastor
procura sempre buscar o outro lado nas questões com relação a você.
6.
Fazer comentários sobre os gastos do pastor.
Ouvi isso de um
pastor na semana passada. Um membro da igreja perguntou: "Como você
pode se dar ao luxo de ir ao Beto Carrero?" Uau.
7.
Compare pregação e do ministério de seu pastor desfavoravelmente ao de outro
pastor, principalmente do pastor antecessor.
Muitas vezes, o
membro quer que você saiba o quanto ele ou ela gosta que pastor da outra paróquia
comparado a você. Se você realmente quer prejudicar o seu pastor, você precisa
ter certeza de que ele sabe o quanto inferior que ele é.
Assim, se o
objetivo da sua vida é prejudicar o seu pastor, uma ou mais dessas abordagens
vai funcionar muito bem.
Mas, se você for como a maioria dos bons membros da
igreja, você quer o melhor para o seu pastor. Então, basta fazer o oposto
destes sete passos.
E se você está
preocupado que seu pastor não vai permanecer humilde, a menos que alguém
coloca-lo no seu lugar, não se preocupe. Haverá sempre uma abundância
desses outros membros da igreja ao redor.
Friday, September 05, 2014
O exercício da fé cidadã - Carta aberta da presidência da IECLB
Porto Alegre, 04 de setembro de 2014
Eleições 2014
O exercício da fé cidadã
O povo brasileiro experimenta um período democrático duradouro. Ao longo de várias
décadas ele vem tendo a oportunidade para se manifestar e expressar a sua opinião por
ocasião da eleição de pessoas para funções nos níveis municipal, estadual e federal. No mês
de outubro deste ano, milhões de brasileiros e de brasileiras irão se dirigir às urnas com o
objetivo de eleger representantes para os legislativos e executivos estaduais e federais.
O cenário eleitoral mostra que essa rotina está permeada por sentimentos contraditórios.
Observa-se, de um lado, entusiasmo e grande paixão. De outro lado, verifica-se um desânimo
em setores significativos da sociedade. Apesar das mudanças e das melhorias acontecidas em
diversas áreas, podem ser elencados problemas e dificuldades que perduram.
A consolidação de uma rotina eleitoral, sinal de amadurecimento da democracia, por sua vez,
também desperta certa frustração com o sistema político brasileiro. O nível de informação
sobre a realidade cresce em meio à população e a democracia representativa parece não
dar conta das dificuldades que perduram.
O descrédito para com a classe política e a fragilidade dos processos decisórios fazem crescer
a vontade de uma maior participação cidadã nas decisões que envolvem projetos,
investimentos e gestões públicas. As pessoas querem sair da sua posição de expectadoras e
desejam uma intervenção mais decidida na formulação, implementação e fiscalização de
políticas públicas. Surge a consciência de que democracia é mais do que o simples exercício
do voto a cada dois ou quatro anos. Emerge a perspectiva de que a cidadania diz respeito à
participação e ao envolvimento político no cotidiano da vida.
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) está envolvida com o processo
político brasileiro. Ao longo das três últimas décadas, emitiu cartas pastorais, posicionamentos e
declarações sobre temas da realidade brasileira. Com toda clareza a Igreja evita separar a fé
e a política, ainda que as distinga. Com muita convicção ela afirma a dignidade da vocação
política e a reconhece como um chamado a serviço do povo com vistas à promoção da
justiça, da paz e da fraternidade.
A partir da teologia luterana, entende-se que Deus tem o Estado como instrumento de ação no
mundo. Deus coloca a seu serviço governos e instituições, independente de sua orientação
religiosa. Mesmo que ao longo do tempo tenha havido uma mudança nas estruturas políticas e
em sua representação, o Estado torna-se insubstituível. A sua superação dar-se-á somente
quando a lei estiver inscrita no coração das pessoas (Ezequiel 36.26s) e quando Deus habitar no
meio do seu povo (Apocalipse 21.3s).
A IECLB faz parte da tradição protestante que se empenha pela separação de religião e
Estado. Preconiza a defesa do Estado laico. A IECLB incentiva sempre a participação em
partidos políticos como canais institucionais que expressam valores e ideologias presentes na
sociedade brasileira. Condena vícios nefastos presentes na cultura política brasileira. Dentre
eles, destaca-se o clientelismo, o coronelismo e a defesa de interesses meramente corporativos
e pessoais. Por isso, para a IECLB, o assédio às pessoas identificadas com a fé evangélica por
parte de candidatos/as e a tentativa de transformá-las em um curral eleitoral representam um
grande desserviço à democracia.
A IECLB evita a tentação de exercer qualquer tipo de tutela sobre os seus membros. Ela não tem candidatos próprios por uma questão de princípio: ela não é partido político! A partir do Evangelho, as pessoas, ao mesmo tempo cidadãs e membros da Igreja, têm uma profunda liberdade para agir responsavelmente na sociedade e no mundo. Nenhuma pessoa pode ser coagida a agir contra a sua consciência. Nenhuma liderança eclesiástica pode impor qualquer candidatura ou proposta político-partidária. Deve, isso sim, incentivar a reflexão sobre valores e princípios a serem considerados nas escolhas políticas.
Com base nessa visão, torna-se condenável o uso e abuso de símbolos religiosos ou mesmo o nome de Deus como forma de sensibilização para ganhar o voto das pessoas. Para a teologia luterana, Deus fica descartado como cabo eleitoral e nenhuma candidatura pode arvorar-se como preferida de Deus. O uso do nome de Deus para mascarar interesses particulares torna-se uma ofensa a Seu nome. A defesa de interesses pessoais e corporativos, inclusive de igrejas, representa uma forma de egoísmo grupal. Pisoteia o valor sublime da política que se caracteriza pela dedicação ao bem comum, pela defesa da dignidade humana e pela transformação da sociedade.
A partir da liberdade proporcionada por Cristo, as pessoas evangélico-luteranas chamam a si a prerrogativa da crítica e do questionamento às instituições quando estas não estiverem a serviço da justiça, da paz e da integridade da criação. Pessoas evangélico-luteranas não voltarão as costas para a política quando regimes e governos estiverem prestando um desserviço à sociedade. Contribuirão, isso sim, para a sua reforma, seu redirecionamento, sua transformação ou sua substituição segundo os propósitos de Deus.
No ano em que a IECLB celebra seus 190 anos de história e tem como tema ”viDas em comunhão”, o processo eleitoral torna-se uma oportunidade para fortalecer vias que promovam a “paz da cidade”. Em meio à efervescência eleitoral, os membros das comunidades são chamados para o exercício da fé cidadã de forma responsável, evitando (sobretudo nos debates nas redes sociais) linguagens generalizantes de uma crítica fácil e superficial. Igualmente, todas as pessoas são conclamadas para o exame cuidadoso dos históricos de vida das candidaturas, das suas trajetórias políticas, dos seus programas, dos seus compromissos assumidos e a discernir o projeto a ser apoiado à luz dos valores evangélicos.
Exercitemos, pois, a cidadania que brota da fé! Participemos da vida política como resposta à vocação de Deus! Oremos a Deus para que a civilidade, a paz, a justiça, a harmonia, a liberdade, a democracia se tornem realidade pelos vínculos baseados no respeito, no diálogo, na gratidão, na partilha e na diaconia!
Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz vós tereis paz (Jeremias 29.7).
Nestor Paulo Friedrich
Pastor Presidente
Eleições 2014
O exercício da fé cidadã
O povo brasileiro experimenta um período democrático duradouro. Ao longo de várias
décadas ele vem tendo a oportunidade para se manifestar e expressar a sua opinião por
ocasião da eleição de pessoas para funções nos níveis municipal, estadual e federal. No mês
de outubro deste ano, milhões de brasileiros e de brasileiras irão se dirigir às urnas com o
objetivo de eleger representantes para os legislativos e executivos estaduais e federais.
O cenário eleitoral mostra que essa rotina está permeada por sentimentos contraditórios.
Observa-se, de um lado, entusiasmo e grande paixão. De outro lado, verifica-se um desânimo
em setores significativos da sociedade. Apesar das mudanças e das melhorias acontecidas em
diversas áreas, podem ser elencados problemas e dificuldades que perduram.
A consolidação de uma rotina eleitoral, sinal de amadurecimento da democracia, por sua vez,
também desperta certa frustração com o sistema político brasileiro. O nível de informação
sobre a realidade cresce em meio à população e a democracia representativa parece não
dar conta das dificuldades que perduram.
O descrédito para com a classe política e a fragilidade dos processos decisórios fazem crescer
a vontade de uma maior participação cidadã nas decisões que envolvem projetos,
investimentos e gestões públicas. As pessoas querem sair da sua posição de expectadoras e
desejam uma intervenção mais decidida na formulação, implementação e fiscalização de
políticas públicas. Surge a consciência de que democracia é mais do que o simples exercício
do voto a cada dois ou quatro anos. Emerge a perspectiva de que a cidadania diz respeito à
participação e ao envolvimento político no cotidiano da vida.
A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) está envolvida com o processo
político brasileiro. Ao longo das três últimas décadas, emitiu cartas pastorais, posicionamentos e
declarações sobre temas da realidade brasileira. Com toda clareza a Igreja evita separar a fé
e a política, ainda que as distinga. Com muita convicção ela afirma a dignidade da vocação
política e a reconhece como um chamado a serviço do povo com vistas à promoção da
justiça, da paz e da fraternidade.
A partir da teologia luterana, entende-se que Deus tem o Estado como instrumento de ação no
mundo. Deus coloca a seu serviço governos e instituições, independente de sua orientação
religiosa. Mesmo que ao longo do tempo tenha havido uma mudança nas estruturas políticas e
em sua representação, o Estado torna-se insubstituível. A sua superação dar-se-á somente
quando a lei estiver inscrita no coração das pessoas (Ezequiel 36.26s) e quando Deus habitar no
meio do seu povo (Apocalipse 21.3s).
A IECLB faz parte da tradição protestante que se empenha pela separação de religião e
Estado. Preconiza a defesa do Estado laico. A IECLB incentiva sempre a participação em
partidos políticos como canais institucionais que expressam valores e ideologias presentes na
sociedade brasileira. Condena vícios nefastos presentes na cultura política brasileira. Dentre
eles, destaca-se o clientelismo, o coronelismo e a defesa de interesses meramente corporativos
e pessoais. Por isso, para a IECLB, o assédio às pessoas identificadas com a fé evangélica por
parte de candidatos/as e a tentativa de transformá-las em um curral eleitoral representam um
grande desserviço à democracia.
A IECLB evita a tentação de exercer qualquer tipo de tutela sobre os seus membros. Ela não tem candidatos próprios por uma questão de princípio: ela não é partido político! A partir do Evangelho, as pessoas, ao mesmo tempo cidadãs e membros da Igreja, têm uma profunda liberdade para agir responsavelmente na sociedade e no mundo. Nenhuma pessoa pode ser coagida a agir contra a sua consciência. Nenhuma liderança eclesiástica pode impor qualquer candidatura ou proposta político-partidária. Deve, isso sim, incentivar a reflexão sobre valores e princípios a serem considerados nas escolhas políticas.
Com base nessa visão, torna-se condenável o uso e abuso de símbolos religiosos ou mesmo o nome de Deus como forma de sensibilização para ganhar o voto das pessoas. Para a teologia luterana, Deus fica descartado como cabo eleitoral e nenhuma candidatura pode arvorar-se como preferida de Deus. O uso do nome de Deus para mascarar interesses particulares torna-se uma ofensa a Seu nome. A defesa de interesses pessoais e corporativos, inclusive de igrejas, representa uma forma de egoísmo grupal. Pisoteia o valor sublime da política que se caracteriza pela dedicação ao bem comum, pela defesa da dignidade humana e pela transformação da sociedade.
A partir da liberdade proporcionada por Cristo, as pessoas evangélico-luteranas chamam a si a prerrogativa da crítica e do questionamento às instituições quando estas não estiverem a serviço da justiça, da paz e da integridade da criação. Pessoas evangélico-luteranas não voltarão as costas para a política quando regimes e governos estiverem prestando um desserviço à sociedade. Contribuirão, isso sim, para a sua reforma, seu redirecionamento, sua transformação ou sua substituição segundo os propósitos de Deus.
No ano em que a IECLB celebra seus 190 anos de história e tem como tema ”viDas em comunhão”, o processo eleitoral torna-se uma oportunidade para fortalecer vias que promovam a “paz da cidade”. Em meio à efervescência eleitoral, os membros das comunidades são chamados para o exercício da fé cidadã de forma responsável, evitando (sobretudo nos debates nas redes sociais) linguagens generalizantes de uma crítica fácil e superficial. Igualmente, todas as pessoas são conclamadas para o exame cuidadoso dos históricos de vida das candidaturas, das suas trajetórias políticas, dos seus programas, dos seus compromissos assumidos e a discernir o projeto a ser apoiado à luz dos valores evangélicos.
Exercitemos, pois, a cidadania que brota da fé! Participemos da vida política como resposta à vocação de Deus! Oremos a Deus para que a civilidade, a paz, a justiça, a harmonia, a liberdade, a democracia se tornem realidade pelos vínculos baseados no respeito, no diálogo, na gratidão, na partilha e na diaconia!
Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz vós tereis paz (Jeremias 29.7).
Nestor Paulo Friedrich
Pastor Presidente
Sunday, August 17, 2014
Twipar: Tiraram o Balde de Esmolas do Mendigo, Mas o Que A...
Twipar: Tiraram o Balde de Esmolas do Mendigo, Mas o Que A...: Infelizmente o mundo em que vivemos não é nada justo, algumas pessoas possuem muito e outras não possuem absolutamente nada ou então possuem...
Friday, August 01, 2014
Encontro Internacional entre representantes das Igrejas Luteranas
Qual o papel e contribuição da Igreja na sociedade para promover justiça e paz? Esta perguntou orientou o diálogo e reflexão de 27 participantes de 24 países representando diversas igrejas luteranas na MissionEineWelt em Neuendettelsau, Alemanha. A MissionEineWelt é uma instituição missionária ligada à Igreja Luterana na Alemanha, que desde 1853 envia pastores e pastoras a diversas partes do mundo para colaborarem na missão da Igreja. No Brasil, por exemplo, pastores foram enviados no século 19 para auxiliar na organização das primeiras comunidades luteranas que deram origem a IECLB. Em outras partes do mundo, o foco da missão foi compartilhar o evangelho entre povos não cristãos. Na medida em que pessoas se interessavam pela mensagem de Jesus e sua proposta de vida, surgiam igrejas luteranas na África, Ásia e Ilhas do Pacífico.
Na atualidade a MissionEineWelt mantém trabalhos de parcerias com as igrejas luteranas ao redor do mundo, inclusive sediando o encontro internacional entre representantes destas igrejas para focarem num tema específico na perspectiva da teologia luterana. Sobre o tema deste ano, o papel da Igreja na sociedade para promover a justiça e a paz, o grupo leu um dos escritos de Martinho Lutero endereçado às autoridades de sua época. Percebeu-se neste e noutras escritos o quanto Lutero era uma figura pública, engajado em orientar as autoridades e ao povo em geral nos valores evangélicos que promovem a boa e justa convivência entre as pessoas. Destacaram-se tanto as qualidades quanto as limitações do pensamento e prática de Lutero como pessoa pública. Por exemplo, como homem de sua época, Lutero escreveu contra o povo judeu por não aceitar Jesus como o Messias prometido. Posteriormente, este escrito foi utilizado pelo regime nazista na Alemanha para alimentar o ódio ao povo judeu. Por outro lado, Lutero chamou as autoridades à responsabilidade para governar tendo em vista não aos interesses pessoais de acumular riquezas e desfrutar uma boa vida, mas sim atender ao bem da população. Exercer um cargo político, portanto, é um chamado para servir a sociedade em nome de Cristo.
Na reflexão, o grupo também considerou épocas posteriores na vida da Igreja na Alemanha. Por exemplo, quando o partido nazista chegou ao poder, pessoas e comunidades cristãs estavam divididas quanto ao apoio que deveriam dar ao governo nazista e ao chamado para pegar as armas e construir através da guerra uma nova Alemanha. A reflexão incluiu a visita ao campo de concentração e trabalho escravo em Buchenwald, onde em certos momentos durante a Segunda Guerra Mundial a média de mortes por doenças, fome e maus-tratos era de 250 pessoas por dia. O grupo também visitou cidades onde Lutero viveu e exerceu sua liderança para reformar a igreja, contando com um vasto grupo de pessoas colaborando tanto no pensar como no agir.
A reflexão e diálogo do grupo sempre levavam em conta os contextos específicos das igrejas luteranas ao redor do mundo. O que se percebeu é que, como comunidade e igreja luterana, existem muitas formas diferentes de se viver a fé. Os problemas locais definem o foco e perspectiva da missão. Na Tanzânia, por exemplo, o papel público da Igreja em promover a justiça e a paz precisa incluir o diálogo e o respeito entre as comunidades cristãs e islâmicas, para que haja uma boa e fraterna convivência no país, livre de conflitos armados que geram dor e morte. No Brasil, a IECLB faz muito tempo que também está engajada nas questões de justiça e paz. Especificamente neste ano a IECLB e suas comunidades estão focadas no papel e missão da Igreja na cidade. Com a urbanização do Brasil e crescimento das cidades, o potencial para conflitos e violência entre vizinhos e moradores nas cidades aumentou. O que significa ser Igreja na cidade é a pergunta que questiona o nosso pensar e agir como pessoas e comunidades cristãs. Importante lembrar que comunidades da IECLB do interior também são influenciadas pela cultura urbana.
Qual o papel e contribuição da Igreja na sociedade para promover justiça e paz? Deus através do profeta Jeremias nos dá uma pista e orientação para nosso testemunho e missão: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei e orai por ela ao Senhor, porque na sua paz vós tereis paz” (Jr 29.7).
Pastor Armin Andreas Hollas – Paróquia de Rio das Antas, SC
Pastor Ms. Alexander Roberto Busch, Paróquia Badenfurt, Blumenau, SC
Pastor Ms. Alexander Roberto Busch, Paróquia Badenfurt, Blumenau, SC
Tuesday, July 08, 2014
2° dia, visita a cidade de Neuendettelsau
Visitas à cidade e os pontos históricos da cidade, que se misturam com o mission EineWelt e o Diakonie.
Pastor Löwen veio a este lugar, que era muito pobre e tinha apenas choupanas e começou a entidade de diaconia e as comunidade St. Nikola e St. Lorentz. Em torno da diaconia a cidade se desenvolveu e as igrejas serviram de ponto união da população. Mais tarde se criou também uma escola para a formação de missionários para atuar na Alemanha e nos novos continentes.
Durante a II Guerra o governo nazista, em uma prática de eugenia, tirou mais de mil internos, pessoas com deficiência, e as eliminou. Para estas foi construído o monumento do "Bom Pastor", junto à igreja St. Lorentz.
Com a morte do P. Löwen sua casa foi transformada em casa de formação para missionários, a semente do Mission EineWelt.
A Diakonie, hoje, emprega mais de mil pessoas na cidade e mais de 60.000 em toda a Alemanha. Apesar disto são poucas as mulheres que ainda abraçam a diaconia, seja pelo celibato, seja por motivos econômicos. A entidade foi criada para abrigar mulheres e dar elas educação e formação, mas enquanto lá estivessem tinham de manter o celibato, o que se tornou norma na organização. Como hoje as relações familiares e de casamento tem mudado, bem como o acesso das mulheres à formação, a entidade perdeu este espaço. O trabalho com pessoas com deficiência é o forte da entidade em toda a Alemanha. Estes trabalhos são mantidos hoje com verba governamental (não é o imposto da igreja) - Pensando no Brasil, onde uma oposição quer diminuir as verbas sociais cada vez mais, acabar com a APAE, por exemplo.

Estas entidades são tão importantes na cidade que a Rosa de Lutero é parte do Brasão da cidade. A fé que moveu para a mudança de toda uma realidade de pobreza no final da idade média. Uma fé isolada da realidade, sem buscar paz e justiça nesta realidade, não é fé, é fuga. Neuendettelsau é um exemplo de como a fé, mesmo que de um só, pode modificar toda uma realidade.
Durante a II Guerra o governo nazista, em uma prática de eugenia, tirou mais de mil internos, pessoas com deficiência, e as eliminou. Para estas foi construído o monumento do "Bom Pastor", junto à igreja St. Lorentz.
Com a morte do P. Löwen sua casa foi transformada em casa de formação para missionários, a semente do Mission EineWelt.
A Diakonie, hoje, emprega mais de mil pessoas na cidade e mais de 60.000 em toda a Alemanha. Apesar disto são poucas as mulheres que ainda abraçam a diaconia, seja pelo celibato, seja por motivos econômicos. A entidade foi criada para abrigar mulheres e dar elas educação e formação, mas enquanto lá estivessem tinham de manter o celibato, o que se tornou norma na organização. Como hoje as relações familiares e de casamento tem mudado, bem como o acesso das mulheres à formação, a entidade perdeu este espaço. O trabalho com pessoas com deficiência é o forte da entidade em toda a Alemanha. Estes trabalhos são mantidos hoje com verba governamental (não é o imposto da igreja) - Pensando no Brasil, onde uma oposição quer diminuir as verbas sociais cada vez mais, acabar com a APAE, por exemplo.
Estas entidades são tão importantes na cidade que a Rosa de Lutero é parte do Brasão da cidade. A fé que moveu para a mudança de toda uma realidade de pobreza no final da idade média. Uma fé isolada da realidade, sem buscar paz e justiça nesta realidade, não é fé, é fuga. Neuendettelsau é um exemplo de como a fé, mesmo que de um só, pode modificar toda uma realidade.
Monday, July 07, 2014
Seminário Summer School - Neuendettelsau
1° dia – 7 de julho de 2014
O dia iniciou com meditação juntamente com o grupo
australiano. Nos apresentaram os trabalhos do Mission EineWelt no mundo todo.
A história da Mission EineWelt que se mistura com a Diakonie Neuendettelsau.
Todo ano a entidade faz um Summer School tendo por base algum tópico da
teologia luterana e reúne participantes de todos os países onde há atuação
desta entidade.
Nas apresentações do grupo denotamos não somente diferenças
culturais, mas também de níveis teológicos, com mestres, bispos pastores e
leigos, níveis e sotaques de inglês, e
níveis profissionais. Um grupo bem heterogêneo também geograficamente.
Asiáticos da China, Índia, Coreia, Singapura, Nepal, Japão, Hong-Kong e
Malásia; Oceânicos da Austrália, Ilhas Fiji, Samoa, Austrália e Papua Nova
Guiné; Africanos do Quênia, Tanzânia, Moçambique, Nigéria, Serra Leoa, Libéria
e Congo; e Latino-americanos do Brasil, Guatemala, Colômbia e El Salvador.
O seminário se torna atrativo pela perspectiva de partilha
de experiências e trabalhos das diferentes igrejas em diferentes realidades
sociais, políticas e econômicas. Poder descobrir como diferentes igrejas, em
diferentes contextos trabalham a teologia luterana e de como esta teologia
influencia a sociedade e a atuação da comunidade na realidade em que os membros
vivem.
A separação dos dois reinos, secular e espiritual, ou a
obediência à autoridade secular na teologia luterana será a linha de orientação
das palestrar e debates no seminário.
Já pudemos perceber como Deus trabalha no contrário, ou na
contramão da sociedade. Pelos posicionamentos fortes e firmes das igrejas
luteranas no mundo, a partir de sua fé e de sua confissão estas apresentam uma
subversão da ordem vigente. A teologia luterana, desde a reforma, tem sido
importante nas mudanças de posicionamentos de seus membros, a partir da fé e da
confessionalidade.
Friday, July 04, 2014
A caminho

Estar a caminho faz parte da vida cristã. O apóstolo Paulo
diz, “Irmãos, não penso que eu mesmo já o
tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que
ficaram para trás e avançando para as que estão adiante prossigo para o
alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” (Fp 3.13-14)
Estar a caminho é a certeza que já se saiu do ponto de
partida, com o olho na meta, mas sabendo que ainda não se está lá. Tem muita
coisa para fazer, a gente até faz uma lista para não se esquecer de nada. O que
levar? Será que não é muito peso? Será que estou fazendo tudo o que preciso? Temos
muitos preparativos a fazer antes de começar a viajem e muitos cuidados durante
a viajem. Também como cristãos temos nossa lista e nossas inseguranças. O que
carregamos nas nossas malas muitas vezes é pesado demais. Ou então queremos
levar conosco tudo e todos. Viajamos pela vida com alvo ao Reino de Deus e
estamos num misto de preparo para e já estar a caminho.
Temos cuidados a tomar e listas a seguir, mas o alvo já está
garantido, como uma passagem que se nos foi dada, com todas as garantias. Mesmo
sabendo que a passagem é garantida a gente não se contém, tem de verificar e
certificar várias vezes. Ah! Como nós nos sentimos inseguros em nossa salvação!
Vivemos na certeza de que esta já nos foi alcançada por Cristo, mas precisamos
de garantias. Não nos damos conta que a não é completar a lista que vai nos
levar ao alvo, mas a passagem que já foi comprada. Ainda assim nos angustiamos,
verificamos, corremos, preparamos..... ufa!!! Acabamos por não aproveitar a
viajem de tão concentrados nos preparativos.
De repente nos damos contas que nem a viajem depende de nós.
Tem a esposa que leva até a rodoviária. Tem o motorista do ônibus que o conduz
com calma. Tem os pilotos e comissários de bordo, que cuidam de cada detalhe. A
nós resta aproveitar. Ao mesmo tempo cuidar dos companheiros de viajem: da
senhora idosa, sentada do outro lado do corredor, que não consegue puxar a
cortina, pois o sol incomoda; a senhora grávida, que não consegue alcançar o
compartimento de bagagem, pois sua condição complica; o senhor que nunca viajou
de avião e se sente desconfortável. No caminho tem pessoas que precisam da
nossa atenção e cuidado. Não precisamos nos importar com a viajem, podemos
aproveitar e ao mesmo tempo cuidar uns dos outros.
Na viajem temos muitas baldeações e paradas. Na casa do
colega de viajem um tempo, em aeroportos outros tempos, até que, finalmente,
nos encontramos no destino. A vida também é cheia de paradas, baldeações e
mudanças. Mudamos rotas, mudamos paradas, umas mais curtas outras mais longas,
mas continuamos prosseguindo, até alcançarmos o nosso destino.
A vida, sempre se disse, é uma grande viajem, mas nos
esquecemos de trata-la como tal. Vamos aproveitar o passeio, fazendo o que
precisamos, mas aproveitando, na certeza de que Jesus já nos preparou um lugar
e a passagem já está paga.
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também
em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.
Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:1-6
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.
E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.
Mesmo vós sabeis para onde vou, e conheceis o caminho.
Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?
Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:1-6
Thursday, June 26, 2014
Entrevista do Cardeal Bergoglio a um repórter comunista - Uma mente iluminada mesmo !
Repassando: interessante
Virou PAPA pelo seu discernimento...
Entrevista ou, melhor dizendo, tentativa de fazer o cardeal Bergoglio entrar numa “saia justa”.
Se você puder repassar esta história, que reflete o pensamento do novo Papa é possível que as coisas mudem para melhor!
Começa a circular a transcrição de uma entrevista feita com o atual Papa quando ele era o então cardeal Bergoglio, na Argentina.
Na realidade foi uma emboscada realizada pelo jornalista Chris Mathews da MSNBC, mas Bergolio encurralou Mathews de tal forma que a entrevista nunca foi ao ar, porque, ao perceber que seu plano havia falhado, Mathews arquivou o vídeo.
Porém, um estudante de Notre Dame, que prestava serviços sociais na MSNBC, apoderou-se dele e o deu para seu professor.
O destaque da entrevista é a discussão sobre a pobreza.
A entrevista começou quando o jornalista, tentando embaraçar o Cardeal, perguntou-lhe o que ele pensava sobre a pobreza no mundo.
O cardeal respondeu:
" - Primeiro na Europa e agora nas Américas, alguns políticos têm se dedicado a endividar as pessoas, fazendo com que fiquem dependentes.
- E para quê? Para aumentar o seu poder. Eles são grandes especialistas em criação de pobreza e isso ninguém questiona. Eu me esforço para lutar contra esta pobreza.
- A pobreza tornou-se algo natural e isso é ruim. Minha tarefa é evitar o agravamento de tal condição. As ideologias que produzem a pobreza devem ser denunciadas. A educação é a grande solução para o problema.
- Devemos ensinar as pessoas como salvar sua alma, mas ensinar-lhes também a evitar a pobreza e a não permitir que o governo os conduza a esse estado lastimável "
Mathews ofendido pergunta: - O senhor culpa o governo?
" - Eu culpo os políticos que buscam seus próprios interesses. Você e seus amigos são socialistas. Vocês (socialistas) e suas políticas, são a causa de 70 anos de miséria, e são culpados de levar muitos países à beira do colapso. Vocês acreditam na redistribuição, que é uma das razões para a pobreza. Vocês querem nacionalizar o universo para poder controlar todas as atividades humanas. Vocês destroem o incentivo do homem, até mesmo para cuidar de sua família, o que é um crime contra a natureza e contra Deus. Esta vossa ideologia cria mais pobres do que todas as empresas que vocês classificam de diabólicas”.
Replica Mathews: - Eu nunca tinha ouvido nada parecido de um cardeal.
" - As pessoas dominadas pelos socialistas precisam saber não têm que ser pobres"
Ataca Mathews: - E a América Latina? O senhor quer negar o progresso conseguido?
"O império da dependência foi criado na Venezuela por Hugo Chávez, com falsas promessas e mentindo para que se ajoelhem diante de seu governo. Dando peixe ao povo, sem lhes permitir pescar. Se na América Latina alguém aprende a pescar é punido e seus peixes são confiscados pelos socialistas. A liberdade é castigada.
- Você fala de progresso e eu falo de pobreza. Temo pela América Latina. Toda a região está controlada por um bloco de regimes socialistas, como Cuba, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela, Nicarágua. Quem vai salvá-los (a América Latina) dessa tirania?"
Acusa Mathews: - O senhor é um capitalista.
" - Se pensarmos que o capital é necessário para construir fábricas, escolas, hospitais, igrejas, talvez eu seja capitalista. Você se opõe a este raciocínio?"
- Claro que não, mas o senhor não acha que o capital é retirado do povo pelas corporações abusivas?
- "Não, eu acho que as pessoas, através de suas escolhas econômicas, devem decidir que parte do seu capital vai para esses projetos. O uso do capital deve ser voluntário. Só quando os políticos se apropriam (confiscam) esse capital para construir obras públicas e para alimentar a burocracia é que surge um problema grave. O capital investido voluntariamente é legítimo, mas o que é investido com base na coerção é ilegítimo ".
- “Suas idéias são radicais”, diz o jornalista.
- "Não. Há anos Khrushchev advertiu: "Não devemos esperar que os americanos abracem o comunismo, mas podemos ajudar os seus líderes com injeções de socialismo, até que, ao acordar, eles percebam que abraçaram o comunismo". Isto está acontecendo agora mesmo no antigo bastião da liberdade. Como os EUA poderão salvar a América Latina, se eles próprios se tornarem escravos de seu governo? "
Mathews diz: - “Eu não consigo digerir (aceitar) tal pensamento”.
O cardeal respondeu: - "Você está muito irritado porque a verdade pode ser dolorosa. Vocês (os socialistas) criaram o estado de bem-estar que consiste apenas em atender às necessidades dos pobres, pobres esses que foram criados por vocês mesmos, com a vossa política. O estado interventor retira da sociedade, a sua responsabilidade. Graças ao estado assistencialista, as famílias deixam de cumprir seus deveres para obterem o seu bem-estar, incluindo as igrejas. As pessoas já não praticam mais a caridade e veem os pobres como um problema de governo.
- Para a igreja já não há pobres a ajudar, porque foram empobrecidos permanentemente e agora são propriedade dos políticos. E algo que me irrita profundamente, é o fato dos meios de comunicação observarem o problema sem conseguir analisar o que o causa. O povo empobrece e logo em seguida, vota em quem os afundou na pobreza ".
Sunday, May 04, 2014
Convite para a participação na Santa Ceia - Sinal dos Tempos.
O documento em anexo, parecer da Comissão de Teologia e Relações Eclesiásticas, CTRE, foi aprovado na Convenção da IELB, que se encerra amanhã.Tinha mais de 1200 votantes e foi aprovada por ampla margem. Com isto deve terminar , nas poucas comunidades que ainda a praticavam, a exclusividade de membros da IELB na S;Ceia. Na minha opinião, esta medida já deveria ter sido tomada a muito tempo. O foco do proximo amplo debate deve ser o ministério feminino.
Convite
para a participação na Santa Ceia
1.
Fundamentos
a.
A
Santa Ceia é instituição do Senhor Jesus Cristo,[1] portanto é Ceia “do
Senhor” e não de alguma igreja ou denominação, em particular, nem mesmo da
Igreja Luterana. É claro, por outro lado, que, embora sendo "do
Senhor", a Ceia foi entregue à Igreja para ser administrada ou alcançada a
todos aqueles a quem ela foi destinada.[2] Assim, a Ceia "é o verdadeiro
corpo e sangue de Cristo SENHOR, em e sob o pão e vinho, que a palavra de
Cristo ordena a nós cristãos comer e
beber," (Catecismo Maior, 4ª
parte: Do Sacramento do Altar, 8; ênfase acrescentada), isto é, a seus
seguidores, as ovelhas que ouvem a sua voz,[3] que, havendo-se examinado
(1Co 11.28), dela participam para receber a remissão de seus pecados, vida e
salvação.[4]
b.
Desde
os primeiros anos da história da Igreja cristã, desenvolveu-se o zelo pastoral
no sentido de que a Ceia fosse celebrada condignamente e fosse recebida por
aqueles a quem se destina e não por pessoas declaradamente não-cristãs ou hereges
manifestos. Com o surgimento do denominacionalismo, há denominações que têm adotado
a prática de restringir a participação na Ceia do Senhor apenas aos membros constantes
no seu rol de membros. Isso passou a se denominar de "comunhão
fechada". No entanto, sendo a Santa Ceia instituição do Senhor Jesus
Cristo, Paulo, em conformidade com isso, em 1Coríntios 10.21 se refere a ela
como "mesa do Senhor" e, em 1Coríntios 11.28, atribui a cada cristão
o ônus de se examinar "a si mesmo, e assim coma do pão e beba do
cálice". Assim, a CTRE entende que a expressão "comunhão
fechada" até pode ser usada, mas no sentido bíblico de que, sim, a comunhão
é "fechada" a cristãos, e somente a cristãos. Em linha com isto, no Catecismo Menor, Lutero, explicando as
palavras "Dado em favor de vós" e "derramado para remissão dos
pecados", diz (VI 8; ênfase acrescentada): "E o que crê nessas palavras tem o que elas dizem e expressam, a
saber, 'remissão dos pecados'." Conclui-se, pois, que isto, obviamente, ocorre,
independente da denominação cristã a que externa ou visivelmente essa pessoa
"que crê nessas palavras" esteja vinculada.[5]
c.
Por
outro lado, a partir de 1Coríntios 11.27, se há feito referência ao perigo de
participar da Ceia "indignamente" e, assim, se há restrito o acesso à
Ceia do Senhor, ou, até, intimidado pessoas a buscar a Ceia, em sua fraqueza.
Lutero, porém, esclarece isso de forma contundente, no Catecismo Maior (4ª parte: Do Sacramento do Altar, 58-59, 61-62):
"Consequentemente, deve distinguir-se aqui entre as pessoas. Aos
insolentes e asselvajados cumpre dizer que se abstenham do sacramento, pois não
estão preparados para receber a remissão dos pecados, já que não a desejam e
não gostam de ser justos. Os outros, entretanto, que não são pessoas rudes e
dissolutas assim e gostariam de ser justas, não devem afastar-se do sacramento,
muito embora de resto sejam débeis e frágeis.... Por isso deve essa gente
aprender que a máxima sabedoria é saber que nosso sacramento não se fundamenta
em nossa dignidade, pois não nos batizamos como tais que sejam dignos e santos;
nem nos confessamos como se fôssemos puros e sem pecado; mas, ao contrário,
como pobres e míseros homens, e precisamente por sermos indignos. A menos que
se trate de alguém que não deseja graça e absolvição e não tem a intenção de
corrigir-se. Aquele, porém, que gostaria de alcançar graça e consolo, deve
impelir a si mesmo e a ninguém permitir que o intimide."[6] E Lutero ainda acrescenta:
"Ademais, deveria impelir-te, por causa de ti mesmo, a tua própria
necessidade, que te pesa na cerviz e constitui a razão desse mandar, atrair e
prometer. Pois o próprio Cristo diz: 'Os sãos não precisam de médico, e sim os
doentes', quer dizer, os que estão cansados e sobrecarregados com o pecado, o
medo da morte e as tentações da carne e do diabo. Por conseguinte, se estás
sobrecarregado e sentes a tua fragilidade, então vai alegremente ao sacramento
e recebe refrigério, consolo e vigor. Porque se queres esperar até que estejas
livre de tais coisas, a fim de chegares puro e digno ao sacramento, então terás
de abster-te para sempre" (Ibid.,
71-73).[7] Pois, ao contrário da visão distorcida da
dignidade, Lutero, no Catecismo Menor,
de modo muito simples descreve quem é realmente digno: "Mas
verdadeiramente digno e bem preparado é aquele que tem fé nesta palavra: 'Dado
em favor de vós' e 'derramado para remissão dos pecados' " ("VI
Sacramento do Altar", 10).
d.
Na
Ceia, pois, o Senhor Jesus oferece e dá o seu próprio corpo e o seu próprio
sangue[8] para perdão dos pecados, para
o fortalecimento da fé e a certeza da vida eterna[9]; isso ele oferece e dá a todos os cristãos, que, arrependidos
de seus pecados, anseiam pelo perdão e buscam fortalecer-se em sua luta contra
o pecado, a morte e o diabo.[10] Portanto, a Ceia do
Senhor destina-se a cristãos batizados que, sabendo examinar-se, reconhecem
serem pecadores miseráveis, incapazes de se apresentarem diante de Deus sem o
perdão que é oferecido de modo especial através da Ceia, e, assim,
apresentam-se à Mesa do Senhor, para, na comunhão do verdadeiro corpo e do
verdadeiro sangue de Cristo, serem perdoados e fortalecidos em sua fé.
e.
De
modo que, na Ceia do Senhor, cada cristão, ao tomar e comer, em, com e sob[11] o pão, o corpo de Cristo,
e, ao tomar e beber, em, com e sob o vinho, o sangue de Cristo, experimenta e
usufrui, por um lado, a mais íntima comunhão possível com Cristo, neste mundo; e,
por outro lado, experimenta e usufrui também a comunhão mais íntima possível
com os irmãos comungantes, visto que todos comem e bebem do mesmo corpo e
sangue de Cristo, o cabeça da Igreja.
2.
Convite Oral:
Partindo destes fundamentos, sugere-se que, no culto com Santa Ceia, siga-se o
seguinte procedimento:
a.
Antes
de tudo, é o pastor, conforme lemos na Confissão de Augsburgo, quem exerce, em
nome da igreja, "o poder das chaves ...(que) é o poder e ordem de Deus de
pregar o evangelho, remitir e reter pecados e administrar e distribuir os
sacramentos".[12] Isto ressalta a
importância do cuidado pastoral também em relação à administração da Ceia do
Senhor.
b.
Em
segundo lugar, nos cultos com Santa Ceia, que, felizmente, são cada vez mais
frequentes ou até dominicais, é importante, ao realizar o ato litúrgico da
"Confissão e Absolvição", o pastor relacione este ato de rendição à
graça perdoadora de Deus à busca da Santa Ceia.[13] A Confissão de Augsburgo acertadamente diz: "Pois conserva-se
entre nós o costume de não dar o sacramento àqueles que não foram previamente
examinados e absolvidos" ("Artigo XXV: Da Confissão", 1).[14]
c.
Em
terceiro lugar, é importante que, também na pregação, o pastor, ao anunciar o
evangelho, inclua referência à Ceia a ser celebrada a seguir e aos benefícios
que o cristão dela obtém com sua participação.[15] Na verdade, como diz
Lutero, faça-se "exortação e animação no sentido de que não se deixe
passar em vão esse grande tesouro" (Catecismo Maior, 4ª parte: Do Sacramento do Altar, 39.)
d.
Finalmente,
segue o ato litúrgico da instituição da Ceia, após o qual, o pastor, sempre
lembrado de sua responsabilidade de "cura d'almas", dirige a todos os
cristãos presentes no culto o convite para participarem da Ceia do Senhor, mais
ou menos nestas palavras:
(1)
Conforme
nos ensina a Palavra de Deus, a Mesa do Senhor está agora preparada com os
alimentos mais preciosos da parte de Deus, a saber, o próprio corpo e sangue do
Senhor Jesus Cristo, oferecidos e distribuídos juntamente com o pão e o vinho;
e ele mesmo, o Senhor Jesus, nos convida a recebê-los.
(2)
Portanto,
a.
se você, que é cristão batizado e aqui confessou a verdadeira fé cristã, nas
palavras do Credo Apostólico (ou, Niceno);
b.
se você, conforme teve oportunidade também de confessar, está arrependido
dos seus pecados e sente-se como quem precisa de ajuda em sua luta contra o
pecado, contra o temor da morte e as forças do inferno;
c.
se você crê que o corpo de Cristo, oferecido e distribuído no pão,
"foi dado em favor de você", e que o sangue de Cristo, oferecido e
distribuído no vinho, "foi derramado para remissão dos seus pecados";
e,
d.
se você quer, com a ajuda de Deus e este alimento celestial, obter
perdão, força, consolo e crescer na comunhão íntima e profunda com o Salvador
Jesus, e, assim, melhorar a sua vida;
e.
venha à "mesa do Senhor" (1Co 10.21); venha e receba aqui, na
comunhão do verdadeiro corpo e sangue de Jesus, o perdão dos pecados, o fortalecimento
da fé e da esperança e da comunhão no Salvador Jesus Cristo.
(3)
No
entanto, se alguém de vocês tiver alguma dúvida ou sentir alguma inquietação
para vir à Ceia, procure o pastor após o culto ou durante a semana, para buscar
esclarecimento maior e, então, jamais deixar de participar desta Ceia
confortadora de Jesus.
3.
Convite Escrito (no boletim ou programa do culto): Há igrejas que distribuem todos os
domingos, no início do culto, um boletim informativo ou um programa do culto. Sugere-se,
portanto, que, neste boletim ou programa, o pastor, em seu cuidado pastoral,
utilize também este meio para ajudar os participantes na compreensão dos
benefícios da Ceia do Senhor e, assim, costumeiramente coloque o seguinte:
Santa Ceia: Em nosso culto, hoje, haverá a celebração da Santa Ceia.
Como cristãos luteranos, cremos, conforme as Escrituras Sagradas o expressam,
que na Santa Ceia o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue do Senhor Jesus
Cristo são distribuídos e recebidos no pão e no vinho, para o perdão de todos
os nossos pecados e para o fortalecimento de nossa fé. Se você é cristão
batizado, foi instruído sobre o que é a Ceia e os seus benefícios, e que
confessa os seus pecados a Deus e deseja viver uma nova vida em Cristo, você é
convidado a celebrar a Ceia do Senhor conosco. Eis algumas perguntas que podem ajudar
você na preparação para a participação proveitosa na Ceia do Senhor:
a.
Estou
convencido de ser um pecador e me sinto mal por causa dos meus pecados e
arrependido por tê-los cometido?
b.
Creio
eu que o corpo e o sangue de Cristo são oferecidos e distribuídos na Ceia, para
perdão dos meus pecados, para fortalecimento da minha fé e comunhão mais íntima
e profunda com o próprio Cristo?
c.
Pretendo,
realmente, com a ajuda de Deus e deste alimento celestial, melhorar a minha
vida?
Se a sua resposta for “sim”, seja bem-vindo à Ceia do Senhor
e receba perdão, vida e salvação! Se, porém, houver alguma dúvida ou falta de
clareza a respeito da Ceia do Senhor, não hesite de procurar o pastor, seja
após o culto, em outro dia, ou por telefone, e-mail, etc. Importante mesmo é
buscar o quanto antes a Ceia do Senhor, pois nela, de modo único, se
aprofundará a nossa comunhão com o Salvador Jesus Cristo.
Comissão de Teologia e Relações
Eclesiais
Documento de Estudo - 2013
[1]
Os textos bíblicos que relatam a instituição da Santa Ceia são os seguintes:
Mateus 26.26-28; Marcos 14.22-24; Lucas 22.19-20; e 1Coríntios 11.23-25.
[2]
Já houve vários momentos em que a CTRE se pronunciou sobre um ou mais aspectos
da Santa Ceia, como, por exemplo, em "Pessoas leigas na celebração
(consagração e distribuição) da Santa Ceia" (Parecer 01/2003). No caso
específico do presente documento, uma carta conjunta dos presidentes da IELB e
IECLB, foi produzida e enviada em junho de 1999, sobre "Acolhimento
Mútuo", dando algumas recomendações. Consulta a estes documentos poderá
ajudar na compreensão de um assunto tão sensível.
[3]
É assim que Lutero se refere à Igreja Cristã (Artigos de Esmalcalde, XII 1-2): "Pois, graças a Deus, uma
criança de sete anos sabe o que é a igreja, a saber, os santos crentes e 'os
cordeirinhos que ouvem a voz de seu pastor' (Jo 10.3)."
[4]
No Catecismo Menor, Lutero descreve
assim o proveito que nos traz a Ceia do Senhor (VI 6): "Isto nos indicam
as palavras: 'Dado em favor de vós' e 'derramado para remissão dos pecados', a
saber, que por essas palavras nos são dadas no sacramento remissão dos pecados,
vida e salvação. Pois onde há remissão dos pecados, há também vida e
salvação."
[5]
No Catecismo Maior, Lutero, falando
sobre "qual a pessoa que recebe esse poder e proveito", diz assim (4ª
parte: Do Sacramento do Altar, 33-34): "É, em palavras bem sumárias,
conforme ficou dito acima, no batismo, e em muitos outros lugares, aquele que
crê conforme rezam as palavras e o que trazem. Pois não são ditas ou
proclamadas a pedras e paus, mas àqueles que as ouvem. A esses diz: 'Tomai e
comei', etc. E como oferece e promete perdão dos pecados, não pode ser recebido
de outra maneira senão pela fé." A eclesiologia luterana é precisamente
esta: é a mais ecumênica de todas, pois não dizemos que só luteranos são
igreja, nem repetimos batismo e até reconhecemos que, mesmo sob uma espécie, a
ceia não deixa de ser ceia, por mais que seja incompleta.
[6]
Ver também Mateus 11.28: "Vinde a mim todos os que estais cansados e
sobrecarregados, e eu vos aliviarei." Este versículo é citado por Lutero,
no Catecismo Maior, seguido do
seguinte: "De forma nenhuma se há de considerar o sacramento como se fosse
coisa prejudicial, da qual cumprisse fugir, mas como medicina inteiramente
salutar e consoladora, que te ajuda e te dá a vida, tanto na alma quanto no
corpo. Porque onde está restaurada a alma, aí também está auxiliado o corpo.
Por que então essa nossa atitude como se se tratasse de veneno em que a gente
comesse a morte para si mesmo?" E, pouco mais adiante: "Aqueles,
porém, que sentem sua fraqueza, e dela gostariam de ver-se livres, e desejam
auxílio, cumpre-lhes que considerem e utilizem o sacramento unicamente como
precioso antídoto contra o veneno que têm consigo. Pois aqui deves receber, no
sacramento, perdão dos pecados da boca de Cristo, perdão que encerra em si e
traz consigo a graça e o Espírito de Deus, juntamente com todos os seus dons,
proteção, defesa e poder contra a morte e o diabo e toda desgraça" (4ª
parte: Do Sacramento do Altar, 68 e 70).
[7]
Quanto aos realmente "indignos", a Fórmula de Concórdia esclarece (Epítome VII, 18): "Cremos,
ensinamos e confessamos também que existe apenas uma espécie de convivas
indignos, a saber, os que não creem. A respeito deles está escrito: 'O que não
crê já está julgado.' Por uso indigno do santo sacramento esse juízo cresce,
torna-se maior e é agravado. 1Co 11.(27,29)."
[8]
Como diz a Confissão de Augsburgo (X 1):
"Da ceia do Senhor se ensina que o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue
de Cristo estão verdadeiramente presentes na ceia sob a espécie do pão e do
vinho e são nela distribuídos e recebidos." (cf. Apologia da Confissão, X)
[9]
Na Confissão de Augsburgo (XXIV:30),
temos: "o santo sacramento foi instituído ... a fim de que por ele se nos
desperte a fé e se consolem as consciências, as quais pelo sacramento percebem
que Cristo lhes promete a graça e a remissão dos pecados."
[10]
No Catecismo Maior, Lutero descreve o
quanto o cristão precisa deste fortalecimento, em vista dos ataques do pecado,
do mundo e do diabo (4ª parte: Do Sacramento do Altar, 23-27):
"Conseguintemente, é com razão que se chama alimento da alma, que nutre e
fortalece o novo homem. Pelo batismo primeiramente nascemos de novo. Todavia,
como ficou dito, permanece no homem, não obstante, a velha pele, em forma de
carne e sangue. São tantas as obstaculizações e acometidas do diabo e do mundo,
que muita vez ficamos cansados e débeis, e vez que outra também claudicamos.
Por isso o sacramento nos é dado para diária pastagem e alimentação, para que a
fé se restaure e fortaleça, a fim de que nessa peleja não sofra revés, porém se
faça incessantemente mais vigorosa. Pois que a vida nova será de constituição
tal, que cresça e progrida sem solução de continuidade. Terá de sofrer,
entretanto, muita oposição. Pois o diabo é inimigo assim furioso: quando vê que
lhe resistimos e atacamos o velho homem, e que ele não nos pode surpreender à
força, então por todos os lados anda à solapa e rodeia, experimenta todas as
artimanhas, e não desiste até cansar-nos afinal, de modo que ou renunciamos a
fé ou desanimamos e nos tornamos apáticos ou impacientes. É para isso que é
dado o consolo, a fim de que o coração busque aqui nova força e refrigério,
quando sente que a coisa se lhe vai tornando demasiadamente pesada."
[11]
As Confissões Luteranas usam, às vezes, uma destas preposições, outras vezes,
duas. Werner Elert, referindo-se a esta variação no uso das preposições,
conclui que isso "prova que elas não têm a tarefa de dar uma definição
precisa. Segundo o autor, parafraseiam o simples fato de que pão e vinho
continuam pão e vinho, sendo, porém, no ato sacramental, portadores da
presença, do oferecimento e da recepção do corpo e sangue de Cristo" (nota
44 de Arnaldo Schüler, sob "Artigo X: Da Santa Ceia", da Confissão de Augsburgo, traduzida do
alemão).
[12]
Confissão de Augsburgo, Artigo
XXVIII, 5.
[13]
Em dias especiais, quando a Ceia, por exemplo, for objeto também da pregação, o
pastor até poderia, embora isso não seja de acordo com a ordem tradicional, deslocar
a Confissão e Absolvição para depois do sermão. Em favor disso, pode-se
argumentar da seguinte forma: (1) Poucas congregações têm, inserido em seu
culto, uma alocução confessional, no início do culto, antes da confissão e
absolvição, em dias da celebração da Ceia, como se fazia em outros tempos. (2)
Sem tal alocução, mas com um sermão focado na Ceia, o deslocamento da confissão
e absolvição para depois da pregação poderia ser muito benéfico. (3) Além do
mais, por várias razões, boa porção de comungantes, infelizmente, chega
atrasada e não participa da confissão e absolvição, no início do culto; de modo
que o seu deslocamento eventual para depois da pregação compensaria isto também.
[14]
A Apologia da Confissão ("Artigo
XXIV: Da Missa") também enfatiza isto, ao dizer: "Pois entre nós
realizam-se missas todos os domingos e em outros dias de festa, nos quais o
sacramento é administrado aos que querem fazer uso dele, depois de terem sido
examinados e absolvidos."
[15]
Lutero, por exemplo, no Catecismo Maior
(4ª parte: Do Sacramento do Altar, 31-32), enfatiza este ponto.
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