Tuesday, April 06, 2010
Friday, February 19, 2010
O Incômodo Censo Agropecuário.

O Incômodo Censo Agropecuário.
Roberto Malvezzi (Gogó)
O último censo agropecuário trouxe verdades incômodas, que atiçaram a gira do agronegócio brasileiro. Afinal, a pobre agricultura familiar, com apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área agrícola, é responsável ?por 87% da produção nacional de mandioca, 70% da produção de feijão, 46% do milho, 38% do café , 34% do arroz, 58% do leite, 59% do plantel de suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e, ainda, 21% do
trigo.
Acontece que a agricultura familiar, além de ter menos terras, tem menos recurso público como suporte de suas atividades. Recebeu cerca de 13 bilhões de reais em 2008 contra cerca de 100 bilhões do agronegócio.
Portanto, essa pobre, marginal e odiada agricultura tem peso econômico, social e uma sustentabilidade muito maior que os grandes empreendimentos.
Retire os 100 bilhões de suporte público do agronegócio e veremos qual é realmente sua sustentabilidade, inclusive econômica. Retire as unidades familiares produtivas dos frangos e suínos e vamos ver o que sobra das grandes empresas que se alicerçam em sua produção.
Mas, a agricultura familiar continua perdendo espaço. A concentração da terra aumentou e diminuiu o espaço dos pequenos. A tendência, como dizem os cientistas, parece apontar para o desaparecimento dessas atividades agrícolas.
Porém, saber produzir comida é uma arte. Exige presença contínua, aproximidade com as culturas, cuidado de artesão. O grande negócio não tem o ?saber fazer? dessa agricultura de pequenos.
E, bom que se diga, não se constrói uma cultura de agricultura de um dia para o outro. A
Venezuela, dominada secularmente por latifúndios, não é auto suficiente em nenhum produto da cesta básica. Exporta petróleo para comprar comida.
Chávez, ao chegar ao poder, insiste em criar um campesinato. Mas está difícil, já que a tradição é fundamental para haver uma geração de agricultores produtores de alimentos.
O Brasil ainda tem ? cada vez menos ? agricultores que tem a arte de plantar e produzir comida. No Norte e Nordeste mais a tradição negra e indígena. No sul e sudeste mais a tradição européia de italianos, alemães, polacos, etc. É preciso ainda considerar a presença japonesa na produção de hortifrutigranjeiro s nos cinturões das grandes cidades.
Preservar esses agricultores é preservar o ?saber fazer? de produtos alimentares. Se um dia eles desaparecerem, o povo brasileiro na sua totalidade sofrerá com essa ausência. Para que eles se mantenham no campo são necessárias políticas que os apóiem ostensivamente, inclusive com subsídio, como faz a Europa.
Mais, muito mais do que pão. Reflexão na Campanha da Fraternidade Ecumênica

LEMA DA SEMANA:
"Jesus respondeu ao tentador: está escrito: Não só de pão viverá o ser humano, mas de toda palavra que procede da boca de Deus". Mateus 4.4.
Esta palavra é uma resposta para todas as tentativas de escravizarem o ser humano. Somos diariamente atordoados por propostas mágicas para alcançar uma vida material melhor, riquezas, etc. A economia de hoje é um grande mercado. O mais importante é comprar e vender. Propagam a magia de transformar pedras em pão. As "coisas materiais" valem mais do que a vida dos seres humanos. Somos seduzidos pela proposta do tentador.
Jesus, no entanto, com amor sem fim diz não para a magia. E nessa palavra anuncia que a vida não é só pedra / pão, mas é vida / pão. Aquele pão que inclui a paz, a dignidade, a esperança, a comunhão, a diaconia a esperança e a fé.
De Deus procede a vida / pão. Posso não ter nada, nem onde morar confortavelmente, mesmo assim posso ter dignidade, esperança, horizontes abertos, sensibilidade e forças para buscar a paz e a justiça, o pão de cada dia em comunhão com Deus.
Mensagem do pastor Dr. Walter Altmann para a abertura da CAMPANHA DA FRATERNIDADE ECUMÊNICA.
Boletim Semanal do Sínodo Sudeste - IECLB
Wednesday, February 17, 2010
Friday, February 12, 2010
Campanha da Fraternidade 2010 - Ecumênica


Tema: ECONOMIA E VIDA
Lema: “Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6,24)
Objetivos desta Campanha da Fraternidade Ecumênica
Objetivo geral: Unir Igrejas Cristãs e pessoas de boa vontade na promoção de uma economia a serviço da vida, sem exclusões, contruindo uma cultura de solidariedade e paz.
Objetivos específicos:
- denunciar a perversidade de um modelo econômico que visa em primeiro lugar o lucro, aumenta a desigualdade e gera miséria, fome, morte
- educar para a prática de uma economia de solidariedade, de cuidado com a criação e valorização da vida como bem mais precioso
- conclamar as Igrejas, as religiões e toda a sociedade para a implantação de um modelo econômico de solidariedade e justiça para todos.
Esses objetivos devem ser trabalhados em quatro níveis:
- social – eclesial – comunitário - pessoal
Por que escolhemos esse tema?
Um olhar, mesmo rápido, sobre o mundo em que vivemos nos mostra sinais preocupantes, em relação ao sistema econômico e cultural em que estamos vivendo. Alguns são fatos bem comuns do cotidiano. À nossa volta estão coisas assim: Diz o anúncio de automóvel: É carro silencioso, mas fala muito sobre você. - Bill Gates anuncia que o objetivo de seu negócio é “tornar nossos produtos obsoletos, antes que os concorrentes o façam”. - Tantas vezes se diz: Não vale a pena consertar... é melhor jogar fora. - O anúncio de cartão de crédito promete: “As melhores coisas da vida passam por aqui.”: O jornal narra o dia de uma coletora de lixo. Ela não tem o mínimo necessário, mas o filho quis e ela arranjou para ele um video game e um celular. Mas vemos à nossa volta também outra vida e outro mundo Gente sofre nas filas dos hospitais... e o dinheiro que deveria ir para a saúde tem outros destinos. Crianças estão na escola, mas não aprendem a ler... Idoso aposentado sustenta a família desempregada.
Pense no que está por trás de tudo isso, condicionando os desejos da população e/ou criando situações desumanas. As necessidades básicas são atendidas? Como o desejo do supérfluo acaba se tornando mais dominante? Há pessoas enriquecendo a cada dia e pessoas pedindo esmola. Há corrupção e aplicação de dinheiro público para favorecer os que já têm demais e falta de recursos para saúde, educação, alimentação. Há pessoas egoístas e há pessoas generosas e solidárias.
Que sistema é esse? Que política é essa?
Enquanto isso, continuamos vendo gente vivendo na rua, migrantes que deixam sua terra com tristeza, enganados por falsas promessas ou expulsos pelo avanço de uma indústria que consegue tudo o que quer, serviços públicos funcionando mal enquanto o dinheiro dos impostos acaba servindo para proteger os mais poderosos.
Multidões não têm o necessário. Mas uma minoria não consegue nem usufruir o que têm, por excesso de riqueza. E, no meio, gente de todas as classes está sendo pressionada a se avaliar pelos padrões do consumo e não por seu valor pessoal.
Criticando com ironia esse sistema que faz das pessoas meras vitrines do que o mercado exibe, que faz cada um se auto afirmar pelos objetos que usa, Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema “Eu, etiqueta”, que termina assim:
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
de não ser eu, mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
O poeta não queria gente se comportando como coisa, escrava do mercado. Deus também não quer. O ser humano tem um valor que precisa estar acima de tudo que é “coisa”, lucro, pressão de mercado.
O planeta, uma grande vítima da idolatria do mercado
Deus criou a vida. O planeta tem o necessário para sustentá-la e para nos maravilhar com a variedade, a sabedoria e a beleza da Criação. As montanhas, rios, florestas bonitas que Deus nos deu não podem ser sepultadas sob as conseqüências das sobras dos sistemas de produção que servem ao lucro. Nossa casa planetária precisa ser bem cuidada, é a única que temos e pertence a todos.
Uma forte motivação bíblica
A Bíblia é um livro sagrado muito ligado ao que acontece aqui neste mundo. Nela fica claro que a maneira fundamental de agradar a Deus é cuidar bem daquilo que ele criou com sabedoria e amor. É isso que Deus quer: gente feliz, em segurança e fraternidade, numa terra bem cuidada que pertence a todos. É por isso que a missão que o ser humano recebe ao ser criado é “cultivar e guardar” o jardim do Éden (Gn 2,15), símbolo da vida em harmonia, paz e justiça. Não é difícil imaginar como é impossível haver “paraíso” para todos numa sociedade de tão profundas e injustas desigualdades econômicas. É por isso também que, na descrição do final feliz da Humanidade, o Apocalipse nos mostra uma cidade em que as portas não precisam ser fechadas (Ap 21,25) e onde a “árvore da vida” dá fruto todos os meses (Ap 22,2). É a segurança que vem de uma vida sem medo, sem injustiças, com fraternidade e partilha.
Um grande fato, centro da memória do registro do Antigo Testamento, é a libertação da escravidão do Egito. Deus não quer seu povo – como não quer nenhum povo – explorado nos seus direitos e no seu trabalho. Mas não basta libertar, é preciso educar para a liberdade, a partilha, a igualdade. Os judeus até hoje dizem: “Foi preciso um dia para o povo sair do Egito e quarenta anos para o Egito sair do povo.” Ou seja: o povo precisou um tempo maior para aprender como deveria viver, para não repetir o esquema de injustiça do qual havia sido libertado. As leis de Deus são parte importante dessa “educação” para a vida livre, fraterna e solidária.
Nisso podemos destacar alguns exemplos:
- Até hoje os judeus se destacam pela estrita observância do sábado. É dia de honrar a Deus de modo especial. Mas, que interessante! Deus se sente honrado se nesse dia ninguém pensar em lucro (não se trabalha), se o escravo e o trabalhador tiverem direito ao descanso, se até os animais puderem repousar. Esse ritmo de vida ligado ao número sete tem outros desdobramentos. No sétimo ano, o escravo é libertado e não pode ser jogado na sociedade sem recursos, para virar escravo de novo: deve ser dispensado com uma indenização, meio de recomeçar a viver com liberdade. ( Dt 15,12-15). De sete em sete anos se proclama o perdão das dívidas (Dt 15,1-2). A terra também descansa no ano sabático (Ex 23,10-11). Depois de 7x7 anos, vem o ano do jubileu, em que cada um retoma a propriedade que havia vendido em momento de aperto (Lv 25, 8-13).
- Na caminhada pelo deserto, a distribuição do maná é um símbolo importante da partilha que Deus deseja para seu povo (Ex 16,4-21). O maná, como toda a obra de Deus na natureza, é dado de graça para todos. Cada um tem o direito de recolher o que precisa, mas se pegar demais, o excesso apodrece. É um retrato simbólico da podridão que acompanha, ainda hoje, o acúmulo indevido de bens, que lesa o direito de outros.
- Os profetas clamam por justiça econômica: o órfão, o estrangeiro e viúva (símbolo dos mais carentes) não podem ficar desamparados sem que isso configure uma ofensa a Deus. Eles cobram dos governantes, a honestidade e o compromisso com os direitos dos mais fracos. Isaías, por exemplo, denuncia:
Ai daqueles que promulgam leis injustas, que redigem medidas maliciosas, para tapear o fraco na justiça, roubar o direito de meu povo explorado, para fazer viúvas suas vítimas e roubar dos órfãos. (Is 10,1-2)
Deus não aceita nem culto, homenagem, sem a prática da justiça e da fraternidade que se reflete no uso dons bens materiais. O mesmo Isaías nos mostra Deus advertindo:
Quando estendeis para mim as mãos, desvio meu olhar. Ainda que multipliqueis as orações, de forma alguma atenderei. É que vossas mãos estão sujas de morte. Limpai-vos, limpai-vos, tirai da minha vista as injustiças que praticais. Parai de fazer o mal, aprendei a fazer o bem, buscai o que é correto, defendei o direito do oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Depois podemos discutir, diz o Senhor. (Is 1, 15-18)
Em outras palavras: sem a justiça da economia que não desampara os pequenos, Deus não quer conversa conosco. Muitos outros textos proféticos teriam indicações semelhantes, muitas leis do Pentateuco visam proteger trabalhadores e pobres, para que um filho ou filha de Deus não seja sacrificado no altar idolátrico da economia.
Jesus age também colocando o ser humano acima da pressão econômica
Ele adverte: Não ajunteis tesouros aqui na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e os ladrões assaltam e roubam. Ao contrário, juntai para vós tesouros no céu... (Mt 6,19)
Reconhecendo que nossas escolhas no uso do dinheiro revelam quem somos de fato, ele observa: Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. (Mt 6,21) E se, em vez dos tesouros do céu, nosso coração estiver com os tesouros da terra, não sobra lugar para o Deus verdadeiro e instala-se a idolatria de servir a outro tipo de “deus”. Então Jesus faz a advertência que serve de lema para a nossa Campanha:
Ninguém pode servir a dois senhores: ou vai odiar o primeiro e amar o outro ou vai aderir ao primeiro e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro! (Mt 6,24)
E Jesus não ficou só no discurso. Toda a sua vida foi um testemunho de simplicidade no uso dos bens materiais, de solidariedade com os pobres, de distribuição gratuita dos dons de Deus, sem nenhuma ambição de bens ou glórias mundanas.
Um texto básico, escolhido para iluminar nossa Campanha
A equipe que trabalhou na Campanha pensou em destacar uma passagem bíblica para ancorar a reflexão a ser feita. O grupo escolheu o encontro de Jesus com Zaqueu (Lc 19,1-10):
Tendo entrado em Jericó, Jesus atravessou a cidade. Apareceu um homem chamado Zaqueu, chefe dos coletores de impostos, muito rico. “Zaqueu todo alegre acolheu Jesus em sua casa. Vendo isso, todos murmuravam; diziam: “É na casa de um pecador que ele foi se hospedar”. Mas Zaqueu, adiantando-se, disse ao Senhor: “Pois bem, Senhor, eu reparto aos pobres a metade dos meus bens e, se prejudiquei alguém, restituo-lhe o quádruplo”. Então Jesus disse a seu respeito: Hoje veio a salvação a esta casa.
Fonte: CONIC
Saturday, January 16, 2010
Deus imerso no humano

Ricardo Gondim
Quem é Deus? Por que existe algo ao invés de nada? Estupefatos, contemplamos o céu estrelado, a fúria das marés e inquirimos: Por que a beleza? Diante da mente humana, buscamos entender como nasceu amor e ódio, criatividade e maldade. Onde está Deus? Podemos entender a transcendência absoluta?
A cultura semítica, de onde Jesus formulou os seus conceitos, não especulava, mas se contentava em relacionar-se com Deus como Pai. Judeu nômade, profeta ou sacerdote, não esboçava cartilha para entender a Divindade. Javé não era objeto de estudo, não participava de uma elaboração lógica, dedutiva, que procurava captar mentalmente o ser divino. Na tradição judaica, Deus era crido na dimensão existencial e poética. Eles se contentavam em narrar os atos de Deus na história, na imanência. Não havia preocupação de encaixá-lo em uma racionalidade analógica e dedutiva.
Quando o cristianismo primitivo precisou dialogar com o mundo greco-romano, os Pais da Igreja, geração que sucedeu os apóstolos, mostraram-se cuidadosos em demonstrar que a fé cristã era mais que uma seita judaica. Eles lutavam para que o cristianismo sobrevivesse em um mundo que debatia ideias. A fé, confrontada com o pensamento platônico, não deixaria nada a desejar.
Vários pressupostos filosóficos sobre a Divindade foram então absorvidos pelo cristianismo. Assim como cristianismo influenciou de forma decisiva o Ocidente, o Ocidente também o transformou. A teologia que se consolidou passou a repetir o conceito aristotélico de que a divindade é um “Motor imóvel”. Já que perfeição significava imobilidade na filosofia, Deus era concebido como tão absolutamente perfeito, que nunca poderia experimentar qualquer mudança. Caso mudasse, deixava de ser Deus. Qualquer alteração, para pior ou para melhor, significava não ter, anteriormente, a perfeição absoluta. E um Deus que não fosse perfeito não era Deus.
Quando o cristianismo se espalhou, inúmeros deuses povoavam o mundo antigo - o Panteão estava lotado deles. Ninguém franzia a testa se escutasse sobre a Encarnação. Não espantava acreditar que Deus encarnou e foi visto caminhando pelas estradas poeirentas da Palestina. A dificuldade, a loucura, era afirmar que um contador de histórias, um carpinteiro frágil, manso e amigo de gente imperfeita, era Deus e, pior, havia morrido por mãos humanas.
Isso não era só um paradoxo, mas uma insanidade: Como? Deus morrer? A morte de Jesus, não só demolia o edifício conceitual da filosofia, como se colocava como a contradição mais escandalosa. Essa mensagem correu o mundo. O Transcendente absoluto, o Deus dos deuses, podia ser melhor compreendido olhando para Jesus de Nazaré. As conjecturas gregas não colavam nele. O Filho do Homem não tangenciava Movedor imóvel de Aristóteles.
É preciso retomar a ênfase do cristianismo primitivo. Jesus não se parece com Deus como “Ato Puro”. Em Cristo, Deus não é apático e não está preso pela camisa de força da metafísica. A Divindade se fez gente e mostrou-se comovida de “viscerais afetos” por uma viúva a caminho de enterrar o filho. Chorou diante da sepultura de um amigo (Ah, como a dor humana dói em Deus! – “Em toda a angústia deles, foi ele angustiado” – Isaías 63.9). Irritou-se com a opressão religiosa. Entendeu, e acolheu, as lágrimas de uma prostituta.
Realmente Jesus não se parecia com o que fora dito sobre Deus. A pregação cristã nasceu em cultura distinta da helênica. O Reino que Jesus anunciou não encontrava paralelo na cultura, nos mitos, nas tragédias. O Deus de Jesus estava além do alcance de poderosos e sábios; mas podia ser intuído por puros de coração, crianças e marginalizados. Para detectar réstias do mundo espiritual, era preciso ouvir o inaudível, ver o imperceptível, tocar no intangível. Grãos de mostarda, ovelhas indefesas, gente inoperante, escravos inúteis, pecadores indignos, filhos pródigos, prostitutas, leprosos, cegos, mendigos, exorcistas informais, lírios e pardais, compunham o mosaico que revela Deus.
Jesus não se fantasiou, não encarnou por um breve período, mas assumiu a contingência humana com todas as consequências, inclusive a de morrer. Exageradamente humano, libertou homens e mulheres da exigência de se tornarem deuses - A plenitude da Divindade habitou em Jesus de Nazaré. Deus mostrou-se imerso no humano. Não era preciso procurá-lo na trans-história, no sobrenatural, mas na vida. “O Reino de Deus chegou!” Jesus foi a revelação mais próxima que jamais teremos de Deus, que escolheu vulnerabilizar-se em seu amor.
Outras divindades podem ser descartadas como ídolos.
Soli Deo Gloria
Tuesday, December 22, 2009
Acerca da Ulbra
Nota de esclarecimento
A Presidência da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) tem sido, nos últimos dias, questionada por diversas vozes preocupadas sobre a situação da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Em face disso, vem esclarecer:
1. Há no Brasil mais de uma igreja luterana. As duas maiores são a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) e a Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB).
2. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) – ou qualquer uma de suas instituições, sínodos, paróquias e comunidades – não tem nenhum vínculo com a ULBRA, entidade esta vinculada a uma comunidade da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB).
3. Mesmo sem nenhuma ligação, a IECLB se entristece e lamenta profundamente que a situação enfrentada pela referida universidade esteja causando um impacto negativo às comunidades luteranas em geral, bem como ao conceito de identidade luterana, tão caro a esta igreja.
4. Esperamos que as causas e eventuais responsabilidades sejam esclarecidas o quanto antes, e, principalmente, que os direitos das comunidades escolar e da saúde sejam plenamente resguardados.
Porto Alegre, 17 de abril de 2009
Walter Altmann
Pastor Presidente
Monday, December 21, 2009
O deus que não é Deus

Ricardo Gondim
Existe um deus que não é Deus. O único com força para enfrentar a Deus. Essse deus não vive em alguma dimensão cósmica ou ponto do universo. Seu oratório é a mente humana. Ele é um deus familiar, pois vive nos espelhos da alma. Mesquinho, cobra desempenhos impossíveis. Inclemente, castiga as inadequações dos fracos com fúria. Ofendido por uma pessoa, dizima gerações inteiras. Imprevisível, age com um humor indetectável.
Existe um deus que não é Deus. Capaz de ofuscar o próprio Deus, misturou-se em todas as religiões. Sanguinário, exige sacrifício para estender a sua compaixão. Impassivo, privilegia os eleitos e condena o resto. Indiferente, descarta a prece da criança quando não se encaixa em seus propósitos. Distante, volta as costas para os miseráveis em nome da coerência.
Existe um deus que não é Deus. É possível encontrá-lo nos paços sacerdotais, nas leis canônicas, nas teologias que o sistematizaram. Ele vingou na religião e a cúrias já mapearam as suas ações. Sem bondade, ele defende a virtude. Sem graça, faz apologia da verdade. Os cristão sabem que ele existe; já provaram o fel de sua justiça na Inquisição. O homem-bomba de hoje testemunha o seu furor para os muçulmanos. Ele aparece em cada campanha de oração pentecostal para mostrar como é difícil ganhar o seu favor.
Existe um deus que não é Deus. Ele é uma divindade que não suporta ver Jesus almoçando com pecadores, bebendo vinho perto de mulheres suspeitas, elogiando pagãos ou prometendo o Paraíso para gatunos. Esse deus precisa desaparecer, pois é um ídolo malvado. E só com a sua morte nascerá o Salvador.
Soli Deo Gloria.
THE WCC IS DISAPPOINTED BY THE OUTCOME OF THE COPENHAGEN CLIMATE SUMMIT

As the excitement of the Copenhagen climate change talks subside, the time for matching reality with expectations has begun. From the perspective of the World Council of Churches (WCC) the outcome of the negotiations unfortunately did not match expectations.
“With a lack of transparency, the agreement reached this past week by some countries was negotiated without consensus but rather in secret among the powerful nations of the world,” WCC Programme Executive on climate change Guillermo Kerber said.
“This has proven to be a strong strike against multilateralism and the democratic principles in the UN system,” he said.
The agreement, which is being called the Copenhagen Accord, was negotiated between five countries, the U.S., China, India, South Africa and Brazil. It maintains that the scientific thinking for keeping temperature increase below 2 degrees Celcius is important, but failed to make commitments to reduce emissions to keep the temperature rise in check.
While the accord is being framed as an “essential beginning” according to the UN Secretary General Ban Ki-moon, many non-governmental groups are saying it does little to end the damage of climate change, particularly for the poorest.
Members of the WCC delegation attending COP 15 were unanimous in criticizing the agreement and recognized that once more, the poorest people will be those most affected by this unfair deal, Kerber said.It is urgent that negotiations among all countries are resumed with the objective to have clear reduction targets for industrialized countries to decrease 40% CO2 emissions by 2020 and an annual fund of 150 billion US to be allocated for adaptation in the most vulnerable developing countries, as Archbishop Desmond Tutu called for at the handover of the Countdown to Copenhagen signatures calling for climate justice.
“Although this is not the first time an agreement is not reached in a COP” recalled Elias Abramides, the leader of WCC delegation, “this time it was worse because of the lack of transparency and shadow negotiations by some countries without involving all.”
“Copenhagen was a missed opportunity by the industrialized countries to lead by example” said Prof. Jesse Mugambi from Kenya and a member of the WCC Working Group on climate change. “While countries like China and India came with concrete measures they have voluntarily taken to reduce CO2 emissions, they are not committed to do so as they are not members of the Annex 1 countries of the Kyoto Protocol. Most of the industrialized countries didn’t show the needed commitment to lead the whole world in an effective way to address the challenges of climate change.”
"The struggle continues" Kerber, said. “We need to build on the incredible mobilization by churches and the civil society over the next year, with prayers, bell ringing, and advocacy action, to reach a fair, ambitious and binding deal in Copenhagen which was not achieved because of the unwillingness of most of industrialized countries.”
“The ecumenical delegation as well as the whole civil society betrayed because of this outcome, but will continue to work for the needed agreement among all nations,” he concluded.
Natal e Ano Novo. Christmas and New Year
Best wishes of Merry Christmas and blessed 2010.
Que o Natal seja um início de um ano repleto de paz e de bênçãos de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus encarnado.
May Christmas be just a begging of a world full of peace and the year of 2010 be full of blessings from our Lord Jesus Christ, the love of God encarnated.
Um falso Deus chamado jesus cristo
Um falso Deus chamado jesus cristo
Pr. Márcio de Souza.Friday, December 18, 2009
Devolvam - Por Paulo Brabo

Infelizmente, o mundo continua dividido entre feiticeiros e químicos, cientistas e filósofos, gramáticos e poetas. Digo infelizmente porque não foi sempre assim.
Houve tempo em que os astrônomos se enamoravam pelo piscar das estrelas, os físicos acreditavam que uma linda bordadeira havia costurado o universo e os biólogos celebravam que o ser humano respirasse, mesmo tendo sido um boneco de barro.
Houve tempo em que os jumentos falavam, as estéreis geravam filhos (extra)ordinários, os anjos matavam milhares de soldados agressores, os cajados secos floresciam e o sol parava para esperar que os mais frágeis prevalecessem na guerra.
Houve tempo em que as fadas ajudavam as órfãs, o beijo do príncipe ressuscitava a princesa do sono, os espelhos se rebelavam para responderem com honestidade e as crianças, talhadas em madeira, viravam gente.
Houve tempo em que a metáfora reinava na literatura. A copa das árvores era um cálice verde de onde respinga orvalho da manhã, a saudade, uma mulher que arruma o quarto do filho que já morreu e a alma da lua se escondia na garganta do galo que soluça seu canto na madrugada.
Só quero que me devolvam o que roubaram de mim.
Houve tempo em que se falava de Deus como suspiro, olfato ou paladar.
Nele, encontrávamos o colo materno, perdido desde a adolescência. Deus era pastor solitário que, sentado numa pedra, espiava suas ovelhas a pastar numa montanha distante; era o amante que abandona um harém para cortejar sua amada; era o juiz que assume a briga dos mais frágeis; era o médico que traz um bálsamo para aliviar a dor da alma; era o amigo que se achega como irmão; era o rei que anuncia a chegada de uma nova ordem; era o pai que educa seus filhos para uma existência madura e autônoma.
Houve tempo em que se liam os textos sagrados com reverência. Diante do numinoso, o mortal tremia; diante do sagrado, o pecador temia; diante do infinito, o finito se perdia, diante do eterno, o humano encolhia.
Lentamente, teólogos e exegetas, cientistas e técnicos, gramáticos e lingüistas, minaram os sonhos e fantasia dos meninos, esvaziaram a verdade dos poetas, quiseram explicar o mistério, captar a verdade, sistematizar Deus, dissecar o poema e criticar a alegoria. E conseguiram!
Eles exilaram os magos que correm atrás das estrelas; sumiram com os profetas alucinados que falam de rodas de fogo no céu; queimaram as mulheres que sentem no corpo, o êxtase do divino.
Esses assassinos da beleza, no ímpeto de explicar o impossível e mapear os rumos do Espírito, deixaram o mundo mais pobre, a fé mais segura, a oração menos incerta e Deus ficou pequeno.
Agora, quem precisar de milagre, pode dispor de hábeis evangelistas que ajudam a abrir as janelas do céu; quem tiver dúvidas, pode comprar exaustivos manuais sobre Deus; quando a vida parecer ameaçadora, é possível domesticá-la, contratando profetas de aluguel.
Minha alma, porém, anseia pela poesia que me abandone reticente; pela prosa que me ferva o sangue; pela ficção que me comova as entranhas; pelo drama que me arrepie a pele; pelos personagens que saltem dos palcos para encarnar em mim.
Sinto que Deus ainda vive no sonho das crianças; ainda habita onde reside a musa do poeta; ainda se revela no desejo do profeta; ainda se move além do horizonte utópico do guerreiro.
Sinto que sua habitação fica no vazio, no nada, e que sua glória se esconde numa nuvem espessa e ofuscante.
Sinto que posso perceber sua verdade no desconhecido absoluto e no inaudível, escutar sua voz.
Sinto que Deus é vento imperceptível, verdade diáfana e mistério espantoso.
Portanto, morro para o anseio de fazer análise sintática ou crítica textual dos textos sagrados. Já não invejo os apologetas, só quero que me devolvam o que roubaram de mim: a alma dos poetas, o coração dos meninos e a leveza dos bailarinos.

World Council of Churches - News Release
Contact: +41 22 791 6153 +41 79 507 6363 media@wcc-coe.org
CLIMATE DEAL MUST BE SIGN OF HOPE, SAYS WCC
"The present day reality shows that our sincere efforts have not been enough to bring in the age of social justice and peace," according to a statement delivered to the plenary of high-level segment of the United Nations Climate Change Conference in Copenhagen, Denmark on Friday, 18 December on behalf of the World Council of Churches (WCC) and its ecumenical partners.
"The result we expect must be imbedded in justice, equity, solidarity, ethics and love: love for you yourselves, for your families, for your neighbour, for your offspring and for our life-sustaining planet," the statement continues. "It will be a sign of hope for the future, and it will bring peace on earth to people of good will, today and for the years to come."
Wednesday, December 09, 2009
Onde está o teu Deus?

“Por que estás abatida, ó minha alma”? Por que te perturbas dentro de mim?
“Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu.”
Deus não se esconde, nem no silêncio, nem na demora, nem no abandono. Ele nunca se esconde. Nós é que podemos demorar para vê-Lo ou reconhece-Lo, mas Ele sempre esteve e sempre estará lá. Como estava na cruz, no aparente abandono do Filho. Por isso não importa a situação por mais dura e terrível que estejamos vivendo. Tenhamos a coragem de fazer a oração da entrega: “Senhor, nas tuas mãos entrego a minha vida. Tu estás ao meu lado, por isso nada temerei”.
A angústia cega nossos olhos, fecha nossos ouvidos, endurece nosso coração.
Ah! Deus, como preciso que tu me alentes, me dês conforto, me tires desta agonia.
Deus meu, ouve a prece deste teu servo.....
Saturday, December 05, 2009
NOTA ACERCA DA ORAÇÃO EM CAUSA PÚBLICA

NOTA ACERCA DA ORAÇÃO EM CAUSA PÚBLICA
Nesta semana, o Brasil inteiro, estarrecido, tem testemunhado nos noticiários da televisão vídeos com figuras políticas recebendo maços de dinheiro vivo e guardando-os em bolsas ou no interior de suas peças de vestuário. Uma das imagens divulgadas também mostra uma oração de agradecimento.
Nesse contexto, a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB tem sido perguntada quanto a uso e significado da oração em relação a questões públicas. Afirmamos que o verdadeiro sentido da oração é ser uma interlocução confiante e despojada com Deus, nunca um instrumento de busca ou registro de benefícios pessoais injustificados. As pessoas cristãs também intercedem em favor das autoridades constituídas, pedindo a Deus que as oriente em suas ações, para que estejam sempre voltadas ao interesse público, em particular às necessidades das pessoas mais vulneráveis. Nunca é demais relembrar que a Igreja cristã foi constituída não como um balcão de negócios, mas como comunidade de pessoas falhas, mas agraciadas, que por isso mesmo exercem a liberdade cristã assim obtida no serviço desinteressado ao próximo e, de coração, no louvor a Deus.
A oração também é espaço para que as pessoas confessem a Deus suas falhas e as injustiças porventura por elas cometidas, pedindo com sinceridade por perdão e dispondo-se a, com a ajuda de Deus, corrigir os caminhos desviados. A oração cristã se inspira no próprio Senhor Jesus Cristo, que neste período de Advento, que antecede ao Natal, é celebrado como “Deus que vem a nós”, como “Deus entre nós”. Ele veio a nosso mundo e a nossa história, colocando-se ao lado dos seres humanos, para viver o amor divino e resgatar todo ser humano do mal.
No tocante às imagens por nós testemunhadas, a IECLB espera que todas as eventuais responsabilidades sejam exaustivamente apuradas e as instâncias competentes tomem sem delongas as medidas cabíveis e ansiadas pela população. A IECLB expressa esses votos, no espírito natalino do cântico dos anjos, dando louvor a Deus nos céus e proclamando a paz na terra.
Porto Alegre, 4 de dezembro de 2009.
Walter Altmann
Pastor Presidente

Wednesday, December 02, 2009
Eu já falei, ta pago!
Pr. Márcio de Souza
BOM HUMOR, MAU COLESTEROL

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BOM HUMOR, MAU COLESTEROL
© Mario Persona
http://www.marioper sona.com. br/cafe/archives /00000261. htm
Bom humor, mau colesterol
http://g1.globo. com/Noticias/ Rio/0,,MUL139821 7-5606,00. html
Ela sorriu para mim, por isso decidi levá-la para jantar. Não é
sempre que a gente encontra um sorriso assim, muito menos em um
supermercado. Tive sorte. Se ela não tivesse sorrido, aquele jantar
não teria acontecido.
Um sorriso faz toda a diferença, especialmente no atendimento ao
cliente. Ficam excluídos desta obrigação coveiros, carcereiros e
proctologistas. Porém, na grande maioria dos casos, o sorriso
sempre será bem-vindo e até obrigatório.
Mas como sorrir quando é obrigação? Com a atitude mental adequada,
o que você obtém quando aprende a rir de si mesmo e das
circunstâncias. Sim, porque o sorrir é um gentil subproduto do rir
de si mesmo, uma das técnicas utilizadas para se fazer humor.
Humor é como colesterol: tem do bom e do ruim. O pior humor, e
também o mais fácil de se produzir, é o que apela para a linguagem
chula, muito usada nos tempos da ditadura e da censura. O pessoal
pagava para ir ao teatro rir de palavrão e chamava aquilo de cultura.
Uma variação moderna é a dos programas humorísticos de TV para a
terceira idade, ricos em sexo, malícia e colesterol, mas pobres em
cenários: quando não é na praça, é na sala de aula.
O humor chulo também é comum entre compositores de funk, pagode ou
axé, sei lá, que gostam de brincar com cacófatos. Geralmente quem
faz esse tipo de humor, e o público que o aprecia, não sabe o que é
cacófato.
Subindo na escala encontramos o "humor às custas do outro", que
escolhe uma vítima para debochar. Como acabo de fazer com os
compositores de funk, pagode ou axé, sei lá. Esta técnica faz o
humorista e sua plateia se sentirem superiores, o que pode ser
muito engraçado ou não passar de um patético deboche infundado para
chamar a atenção.
Foi o caso do ator Robin Williams na entrevista que deu ao David
Letterman. De uma tacada só ele debochou da Oprah, da Michelle
Obama e da Pátria Amada, ao comentar a vitória do Brasil para
hospedar as Olimpíadas:
"Chicago enviou a Oprah e a Michelle. O Brasil mandou 50 strippers
e meio quilo de pó. Não foi uma competição justa", insinuou Robin
Williams enquanto a plateia obedecia ao sinal luminoso que dizia
"LAUGH".
O humor seguinte na escala é aquele que faz do próprio humorista a
vítima. Quando rio de mim mesmo, eu me fragilizo e me torno
deliberadamente vulnerável. É por isso que costumo abrir minhas
palestras sorrindo de forma ampla, geral e irrestrita. O público
que acha graça, logo entra na minha. O público que não acha, pensa
que eu sou bobo e me olha com um olhar caridoso de quem diz: "Ok,
vamos dar uma chance a ele".
É esse o humor das pessoas de bom humor, que não têm medo de se
expor ao ridículo ou de rir de circunstâncias que, para outras,
teria o efeito de uma TPM das bravas. Como diz o ditado, "quem ri
de si seus males espanta". Tudo bem, esta é a versão para quem nem
cantar sabe.
Finalmente, a forma mais inteligente, nobre e saudável de se fazer
humor é quando o humorista transforma a si mesmo e a toda a plateia
em vítimas. São as situações nas quais todos, sem exceção, se
enxergam ridículos e acabam rindo um riso companheiro e solidário.
É como se todos andassem na rua distraídos e batessem a cabeça no
mesmo poste ao mesmo tempo.
Este é o humor que desopila o fígado, alivia as tensões e une as
pessoas, ao invés de separá-las. É o humor que se transforma em um
sorriso duradouro e contagiante, como o sorriso com que ela sorriu
para mim na seção de frios do supermercado.
Seus olhos negros como azeitonas, sua pele de um branco que
lembrava mussarela, seus cabelos dourados como queijo cheddar e
lábios carnudos e vermelhos como uma fatia de salame me fizeram
salivar.
A balconista me observava sorridente, enquanto eu a parabenizava
por sua criatividade. Coloquei no carrinho a pizza com cara de moça
que a balconista criara, e fui para casa jantar bom humor e mau
colesterol.
Friday, November 27, 2009
ADVENTO!!!!!!



Em At 9.1-2 diz: “Saulo, respirando ainda ameaças e morte contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e lhe pediu cartas para as sinagogas de Damasco, a fim de que, caso achasse alguns que eram do Caminho, assim homens como mulheres, os levasse presos para Jerusalém”.
Em At 19.23 diz: “Por esse tempo, houve grande alvoroço acerca do Caminho”.
Os primeiros cristãos eram chamados de: “os do Caminho” e o Projeto de Deus era chamado de: “o Caminho”.
Falando em “caminho” nos lembramos da família camponesa sem terra Abraão e Sara que caminhou, sob a orientação de Deus, da Mesopotâmia em direção à Terra Prometida.
A família camponesa escrava no Egito de Moisés e Miriam caminhou com seu povo pelo deserto, guiados pela luz de Deus, em direção à Terra Prometida com a proposta de construir uma nova sociedade sem classes, onde não haveria escravos e senhores.
Os juízes palestinos Gideão e Débora caminharam por Canaã para organizar os camponeses israelitas a fim de manter a terra conquistada e o Projeto de Deus que queria uma sociedade sem classes sociais, sem Estado, sem Templo, livre, onde todos tem acesso à terra e uma sociedade, que propõe conforme Dt 15.4: “para que entre ti não haja pobre”.
Os profetas Isaías e Zacarias caminharam pela Palestina para advertir o povo de seus pecados e para falar da esperança do Messias, que vem como Servo Sofredor.
João Batista caminhou pelo deserto da Judéia para anunciar que o Messias irá chegar. Como preparo batizava no rio Jordão, longe do Templo e de graça, para a remissão de pecados, pois a salvação nos é dada de graça pela fé.
A família camponesa nazarena, José e Maria, caminhou para Belém, por causa de uma ordem opressora imperialista romana, para se recensear; e neste processo nasce marginalizado numa estrebaria aquele que libertará a todos de todas as opressões e morte e fará todas as pessoas livres, como lembra o apóstolo Paulo em Gl 5.1: “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão”.
Os magos, que eram estrangeiros, caminharam por terras longe de sua pátria na procura do rei dos judeus que não foi encontrado no palácio do rei Herodes, mas numa estrebaria, rodeado por pastores empobrecidos e marginalizados, deitado numa manjedoura à margem da cidade de Belém.
Os 12 discípulos e o grupo de mulheres, que seguiam Jesus e serviam, caminharam com Jesus pela Palestina para anunciar que o reino de Deus já “está dentro de vós” (Lc 17.21), dizendo ainda, conforme Lc 6.20: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”.
Jesus caminhou para Jerusalém para ser crucificado e ressurreto no terceiro dia para nos mostrar a vitória de Deus sobre a morte e sobre todas as mortes em vida.
Nós hoje caminhamos com estas luzes porque somos a luz do mundo, como nos falou o Cristo, enquanto camponês peregrino sem terra e sem teto Jesus de Nazaré, conforme Mt 5.14 dizendo: “Vós sois a luz do mundo”. Jesus lembra ainda em Mt 5.16: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. Pois: “Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte” (v. 14).
Sejamos, pois, luz do mundo. Sempre!
Günter Adolf Wolff
Thursday, November 26, 2009
Um pouco de política

IMPRESSIONANTE O QUE UM TORNEIRO MECÂNICO PODE FAZER.
BALANÇO BRASIL 2009
O ex-presidente FHC mandou um recado esta semana pela televisão ao Senhor Lula da Silva para que trabalhasse mais, mentisse menos e não pensasse em terceiro mandato.
Com base em dados publicados pela imprensa, tomo a liberdade de fazer um pequeno balanço comparativo dos 8 anos do governo FHC com 7 anos do governo LULA.
Balanços comparativos são previstos na Lei das Sociedades Anônimas (art. 176),
DADOS DO GOVERNO | F H C | L U L A |
RISCO BRASIL | 2.700 PONTOS | 200 PONTOS |
SALÁRIO MÍNIMO | 78 DÓLARES | 210 DÓLARES |
DÓLAR | R$ 3,00 | R$ 1,78 |
DIVIDA FMI | NÃO MEXEU | PAGOU |
INDUSTRIA NAVAL | NÃO MEXEU | RECONSTRUIU |
UNIVERSIDADES NOVAS | NENHUMA | 10 (2 NA BAHIA) |
EXTENSÕES UNIVERSITÁRIAS | NENHUMA | 45 (3 NA BAHIA) |
ESCOLAS TÉCNICAS | NENHUMA | 214 |
VALORES E RESERVAS DO TESOURO NACIONAL | 185 BILHÕES DE DÓLARES NEGATIVOS | 209 BILHÕES DE DÓLARES POSITIVOS |
CRÉDITOS PARA O POVO - PIB | 14% | 34% |
ESTRADAS DE FERRO | NENHUMA | 03 (EM ANDAMENTO) |
ESTRADAS RODOVIÁRIAS | 90% DANIFICADAS | 70% RECUPERADAS |
INDUSTRIA AUTOMOBILIÍSTICA | EM BAIXA 20% | EM ALTA 30% |
CRISES INTERNACIONAIS | 04 ARRASANDO O PAÍS | NENHUMA PELAS RESERVAS ACUMULADAS |
CÂMBIO | FIXO: ESTOURANDO O TESOURO NACIONAL | FLUTUTANTE: COM LIGEIRAS |
TAXA DE JUROS SELIC | 27% | 8,75 % |
MOBILIDADE SOCIAL | 2 MILHÕES DE PESSOAS SAÍRAM DA LINHA DE POBREZA | 23 MILHÕES DE PESSOAS SAÍRAM DA LINHA DE POBREZA |
EMPREGOS | 780 MIL EMPREGOS | 11 MILHÕES DE EMPREGOS |
INVESTIMENTOS EM INFRAESTRURA | NENHUM | 504 BILHÕES DE REAIS PREVISTOS ATÉ 2010 |
POLICIA FEDERAL | 80 PRISÕES | 2.750 PRISÕES |
ROMBO NO ESTADO BRASILEIRO | 30 BILHÕES (ou mais) NAS PRIVATIZAÇÕES | 200 MILHÕES DE REAIS PELOS MENSALEIROS |
MERCADO INTERNACIONAL | SEM CRÉDITO PARA COMPRAR UMA CAIXA DE FÓSFORO | INVESTIMENT GREAT |
ECONOMIA INTERNA | ESTAGNAÇÃO TOTAL COM DESINFLAÇÃO INERCIAL | INCLUSÃO DE CONSUMIDORES E SURGIMENTO DE INVESTIDORES |
REFORMAS POLITICA, ADMINISTRATIVA, TRIBUTÁRIA | NENHUMA | NENHUMA |
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Günter Adolf Wolff