Monday, March 09, 2009

Água


Ping, ping, ping, ping...

Como o tic-tac de um relógio, marcando o passar do tempo, a água pinga fazendo um barulhão. Talvez esteja pingando na beirada de uma pedra, ou no telhado, quando chove plenamente. Quem sabe é de uma torneira mal fechada onde o recurso mais precioso e vital da sociedade é inconscientemente desperdiçado.
O barulho da água pingando é saudado com alegria, depois do tempo da seca. O som destas gotas atingindo o solo traz a promessa de transformação, de sementes germinando, de plantações trazendo frutos, de esperança para o futuro, de frescor. Este gotejar é também o som da justiça.
Há mais de dois mil anos o profeta Miquéias chamava a humanidade para as três dobras da espiritualidade da resistência e da persistência. “Pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus” . É para espiritualidade da persistência, para esta espiritualidade da sustentabilidade que nós, cristãos, somos chamados quando a inicia um novo tempo da quaresma.
Séculos atrás o profeta romano Oviedo disse que o gotejar da água quebra a pedra, não por força, mas por persistência. Numa sociedade onde tudo é apressado e de soluções instantâneas, as virtudes da disciplina da quaresma não são fáceis de serem vendidas. O tripé da espiritualidade de Miquéias nos chama a sermos a água gotejando sobre a pedra, continuamente, para salientar os temas da água e da justiça em nossas próprias comunidades e através do mundo.
Loren Kerkof, um padre franciscano, dos EEUU, também nos encoraja a desenvolver o tripé da espiritualidade como resposta à realidade ecológica de nosso planeta, realidade que aponta para a necessidade de aprofundar a relação com Deus; o senso de responsabilidade moral e o chamado para promover o reino de justiça de Deus.
“A eco-espiritualidade se dá conta que a terra é um reflexo do divino; esta vê o universo como um sacramento de Deus, uma encarnação de Deus. Contemplar a beleza e a presença de Deus em todas as coisas pode nos levar a uma metanoia, uma conversão que nos move a responder à crise enfrentada por nosso planeta, nossa casa, a criação de Deus.”
Como o cervo que anseia pelas correntes de águas puras no Salmo 42, há o anseio para que em nosso mundo as coisas sejam diferentes, por água límpida, por uma relação mais profunda com Deus, por uma maneira mais justa de relacionamentos e vida entre as pessoas.
A crise de água e a falta de justiça no acesso à água é parte da crise em que nosso planeta se encontra. Kerkof diz que a questão que enfrentamos hoje é tão somente “Como então iremos viver?”
Desta maneira quaresma é muito mais sobre tomar tempo de se questionar, olhar para a maravilhosa criação de Deus, se dar conta de como cada um de nós leva a vida nos dias de hoje e está conectado ao todo da vida neste precioso e frágil planeta, e perguntar a nós mesmo o que significa, frente a esta realidade, seguir Jesus. É sobre contemplar um belo lago, uma fonte de água pura ou apenas um copo de água gelada. É também assumir um compromisso de ser parte da longa luta por justiça e água para todos.
Enquanto andamos humildemente com Deus através da quaresma nós também olhamos adiante, para a promessa de um mundo de valores transformados oferecidos pela ressurreição de Cristo na Páscoa. Esta transformação precisa começar por cada um de nós.
Conseguir justiça e água para mais de um bilhão de pessoas em nosso planeta, que não tem acesso à água pura e limpa para beber não vai acontecer de um dia para o outro. Este será sempre um longo processo de defesa gotejando, de campanhas e ação direta. Algumas vezes vai parecer como se não tivesse impacto algum. Exige de nós não só o compromisso intelectual e político, mas também precisa da espiritualidade da persistência, que nos sustenta enquanto seguimos Jesus e tentamos ser água que coroe as montanhas de injustiça.
A promessa é de Cristo, a fonte de água viva, nos sustentará enquanto caminhamos adiante e regamos as novas sementes de justiça.
Amém.

Água é o tema proposto para meditação para a quaresma pelo Conselho Mundial de Igrejas. Visite em http://www.oikoumene.org/en/activities/ewn-home/resources-and-links/seven-weeks-for-water.html

Saturday, June 07, 2008

Ecumenismo e eu

Minha Igreja no movimento ecumênico


Uma frase que ouvi de um renomado doutor em teologia: “Eu amo minha IECLB”. Esta frase foi proferida pelo P. Dr. Gottfried Brackemeier em uma atualização teológica aos pastores do Sínodo Centro-Campanha Sul, em 2005 e reflete um posicionamento do qual compartilho.

Fui batizado dentro da IECLB, mas sou apenas a segunda geração de minha família nesta Igreja. Os Hollas através do mundo são, em sua maioria, Católicos Romanos, meu avô se tornou luterano por opção, pois foi habitar em uma localidade onde havia somente a “Igreja do Sínodo Luterano”. Em todos os casos, a IECLB é a Igreja onde fui batizado, educado, confirmado, me
casei e batizei minha filha, sem contar que fui ordenado pastor, função que cumpro em uma paróquia com nove comunidades.


É importante falar do amor pela IECLB, pois com ela partilho e dela aprendi minhas convicções teológicas e confessionais e isto inclui meu posicionamento radical de respeito às demais confissões e religiões. A minha IECLB é ecumênica por excelência, ainda que parte dos membros desta igreja não entenda assim, e isto também é por força de seu posicionamento de respeito às diferentes opiniões.

Criei-me em meios diversos dentro de uma mesma igreja e isto moldou muito meu modo de sentir e ser igreja. Enquanto meus pais viviam um modo tradicional, pendendo ao pietismo, participava dos meios carismáticos da IECLB nos arredores de São Leopoldo. Na época da Faculdade, Escola Superior de Teologia, ainda mantinha esta dualidade, sem ser esquizofrênico.

Enquanto me aproximava de movimentos mais ligados à Teologia da Libertação, mantinha minha membrezia na comunidade onde havia sido confirmado,na Scharlau.

“Unidade na Pluralidade” não foi somente um discurso, mas sempre consegui visualizar e manter a minha fé e confissão mesmo em ambientes que para muitos parecia tão diverso, por um lado freqüentar uma comunidade ligada ao movimento carismático na IECLB, por outro me interessar pelos rumos mais revolucionários da teologia, ou por uma teologia que atendesse mais aos anseios sociais e antropológicos dos membros. Por um lado, o anseio pelo mágico do carismatismo, por outro as necessidades físicas e sócias das pessoas.

Este convívio com extremos dentro de uma mesma Igreja faz perceber que também dentro das diversas denominações há divergências, mas que quando olhadas como parte de uma mesma fé produzem crescimento e partilha.

Da mesma maneira é o convívio e relacionamento com outras religiões. Muitos usam o termo tolerância, mas de minha parte eu prefiro utilizar respeito. Lembro que em minha entrevista de admissão na EST – então chamada de FACTEOL – me foi perguntado sobre o meu posicionamento com relação às outras religiões, como cristão. Lembro-me que falei que eu era cristão e que o cristianismo o único caminho, até que alguém me provasse o contrário. Um dos professores então analisou de eu não estar firme na minha fé, ao que eu respondi que não foi o que eu tinha falado, mas que devemos sempre considerar a possibilidade de o outro poder estar certo, respeitando a sua opinião, pois quando colocamos de antemão o posicionamento de que o outro está errado, fechamos automaticamente a possibilidade de diálogo. Este é um posicionamento que tenho para a minha vida, seja no diálogo com outras denominações, seja no diálogo com outras religiões. Eu parto do princípio que, no ponto de vista do interlocutor este está certo, bem como eu, de meu ponto de vista.

Em meus trabalhos paroquiais tive experiências diversas. Na primeira paróquia, Gravataí, em meio ao movimento carismático da IECLB, não havia a possibilidade de trabalho conjunto com as igrejas históricas, mas havia possibilidade e cooperação com as igrejas pentecostais e batistas. Em Sobradinho, onde estou atualmente, sempre houve diálogo e cooperação mútua, seja com a Igreja Católica Romana, seja com as igrejas pentecostais e igreja batista. Com a Igreja católica Romana chegamos a co-celebração mútua, seja na matriz católica, seja no templo da IECLB. Também a colaboração mútua com as igrejas pentecostais e celebração conjunta em eventos públicos.

Não há como fugir da ecumene, ela é parte integrante da fé cristã. Se nos desligamos dela sofremos o risco de nos tornarmos guetos, trancados em nós mesmos que perdem o sentido de ser, ou a base de ser cristão, a busca pelo outro, pelo próximo, pelo diferente, pelo apartado, pelo marginalizado.


Tuesday, January 15, 2008

Identidade

Identidade

A identidade de um indivíduo não pode ser concebida no individualismo, egoistamente. Identidade somente se estabelece a partir do coletivo e comunitariamente. Daí procede a nossa identidade divina, a nossa “semelhança e imagem de Deus”, a partir do coletivo. Apesar dos biblistas falarem de “plural magestático” quando, na história da criação (Gn 1), quando Deus diz “façamos o homem à nossa imagem e semelhança”, este cabe mais ser analisado como “plural comunitário”

A definição individualista da identidade de um indivíduo, que caracteriza a sociedade ocidental, se iniciou na Idade Moderna – Dês Cartes “Penso, logo existo” – trouxe prejuízo à humanidade, com o hedonismo exacerbado, o lucro a qualquer custo e o acúmulo infinito de bens por um indivíduo.

Friday, December 07, 2007

Credos


Credo da Juventude

Cremos no Deus criador e solidário.

Cremos em Jesus Cristo, amor que se fez gente.

Cremos no Espírito Santo, sopro de vida e criatividade.

Cremos na juventude.

Cremos na coragem da juventude de mudar o mundo.

Cremos no poder da indignação e no engajamento da juventude.

Cremos na esperança, na alegria e na beleza de sonhar.

Cremos na força e na felicidade do amor.

Cremos na solidariedade ecumênica e na sua força renovadora da sociedade.

Cremos no serviço a favor da vida e no amor ao próximo.

Cremos no direito de todas as pessoas à cidadania.

Cremos na luta apaixonada pelo direito à vida abundante.

Cremos que agora é o momento de agir.

Cremos na unidade.

Cremos na diversidade.

Cremos na justiça.

Cremos na paz!

(Elaborado na Consulta da Juventude sobre Cidadania e Diaconia: Gente Nova Construindo um Novo Mundo, promovida pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE, de 2 a 5/7/01, Salvador/ BA).

Creio

Creio que nunca estou sozinho. O Pai está comigo.

Mas também entre as pessoas eu não estou só.

Ao meu lado está a grande comunhão da Igreja.

Ela é constituída de gente que o Espírito Santo ama,

E por isso ela é chamada SANTA.

Ela não existe apenas em minha própria comunidade ou em meu país;

Ela está em todos os lugares, em todos os países do mundo,

Em todas as partes da terra e entre pessoas de todas as raças.

Eu faço parte dela.

Eu a reconheço no batismo, no sinal da água.

Eu a reconheço na Ceia do Senhor, no pão e no vinho, nos quais Cristo está presente.

Eu a reconheço quando encontro pessoas que falam de Jesus

E que divulgam a sua palavra e a sua vontade.

Creio que nós cristãos estamos bem perto uns dos outros,

Apesar de muitas coisas nos separarem.

Creio que aqueles que pertencem ao Espírito Santo e que por isso são chamados “santos”

São UM ao redor de todo o nosso planeta, porque Cristo nos mantém unidos.

Lutero

Creio em Deus que criou a mim e a todas as criaturas, que me deu e sustenta meu corpo com todos os seus membros e meu espírito com todas as suas faculdades; que me provê abundante e diariamente o alimento, vestimenta e habitação e todo o necessário para a vida. Que me ampara contra todo perigo e me protege e guarda de todo mal; e tudo isto Ele faz sem nenhum mérito ou dignidade de minha parte, por sua pura bondade e sua divina misericórdia. Isto é certamente verdade.

Creio que Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é meu Senhor. Me redimiu a mim, perdido e condenado, libertando-me do pecado, da morte e do poder do maligno, não com ouro ou com prata, mas com seu sangue e seus sofrimentos

e por sua morte inocente, para que eu lhe pertença para sempre e viva uma vida nova como Ele mesmo, que ressuscitou dentre os mortos, vive e reina eternamente. Isto é certamente verdade.

Creio que o Espírito Santo me chama pelo Evangelho, me ilumina com seus dons e me santifica, me mantém na verdadeira fé, na Igreja que Ele congrega dia a dia.

É Ele também quem perdoa plenamente meus pecados, assim como a todos os crentes. É Ele quem no derradeiro dia me ressuscitará dentre os mortos e me dará, com todos os fiéis em Cristo, a vida eterna.

Isto é certamente verdade. (Martinho Lutero).

Credo jovem

Cremos em Deus, que nos ensina a perdoar, que nos dá esperanças, para não pensar que tudo está perdido, que nos dá forças para superar os momentos difíceis e que nos á fé.

Cremos em Deus, amigo, companheiro, Deus, que nos dá tempo.

Cremos em Deus, que nos pede que sejamos seus missionários e que nos guia para que sejamos cada dia melhores.

Cremos em Deus, que nos protege em meio aos perigos da vida.

Cremos em seu Filho Jesus, que se deu por cada um de nós e que, por isso, nos ensina a nele confiar.

E cremos no Espírito Santo, que uma vez mais reviveu em nós a força da unidade.

Creio em Deus Criador

Creio em Deus Criador.

Creio que ele, movido pelo seu eterno e inexplicável amor, tomou a iniciativa de servir a humanidade com o seu poder criador, presenteando-nos com a criação do universo, todo ele integrado e completo, para ser nosso lar.

Serviu-nos com a sua própria imagem, dando-nos a liberdade e a capacidade para participarmos de sua obra criadora.

Creio que o poder criador de Deus, concedido às nossas mãos vazias, nos permite estar a serviço da vida neste mundo.

Creio em Jesus Cristo. Creio que ele, movido pelo seu eterno e inexplicável amor, tomou a iniciativa de nos servir com a sua vida, cruz e ressurreição, reconciliando o mundo com Deus.

Creio que o poder reconciliador de Cristo, concedido às nossas mãos vazias, nos permite estar a serviço da reconciliação neste mundo.

Creio no Espírito Santo. Creio que ele, movido pelo seu eterno e inexplicável amor, tomou a iniciativa de nos servir com a criação da Igreja de Cristo, despertando e consolando as pessoas que crêem.

Creio que o poder mobilizador do Espírito Santo, concedido às nossas mãos vazias, nos permite ser uma Irmandade corajosamente solidária, que está a serviço da vida neste mundo.

Creio

Creio em Deus, Criador do universo, que criou mulher e homem à sua imagem, entregou aos dois o cuidado do mundo e viu que isto era muito bom.

Creio em Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido de Maria de Nazaré, que escutava

e valorizava as mulheres e as protegia contra os seus acusadores; que tinha mulheres discípulas, que o seguiam e serviam, que apareceu primeiro a Maria Madalena e às mulheres e as enviou para levar a mensagem da Ressurreição aos discípulos de Jesus.

Creio no Espírito Santo, que foi derramado sobre homens e mulheres no dia de Pentecostes.

Creio no Espírito Santo, que anima a comunidade da Igreja cristã em direção

à igualdade, pois todos, homens e mulheres, são um em Cristo Jesus.

Friday, September 14, 2007

Lá vem o PATO!!!!!!!!!!!!!!!



"Lá vem o pato,
pato aqui,
pato acolá.
Lá vem o pato
só pra ver o que é que há."

Esta é o pedaço de uma letra de uma canção infantil do Chico Buarque, mas hoje, 14 de setembro de 2007, bem que podia ser o hino nacional do povo brasileiro. Afinal este é o sentimento que temos após a votação no senado do processo por falta de decoro parlamentar do Sen. Renan Calheiros.

A gente se sente um verdadeiro PATO que sustenta uma corja de poíticos que não faz absolutamente nada, a não ser maracutaias para gastar o dinheiro dos impostos. É mensalão, obra superfaturada, licitação fraudada, obra inexistente e por aí afora.

Devemos fechar o congresso? Isto já foi feito, lembra das aulas de história? Foi fechado o congresso e iniciou uma ditadura que durou 2o anos.

O que precisa é aprendermos a votar. Votar não obedecendo interesses, agradecimentos ou amizade, mas votar na busca de um Brasil melhor. Eu ainda penso que a pior das democracias é melhor que a melhor das ditaduras, mas devemos aprender a utilizar o poder do voto.

Wednesday, August 29, 2007

De casamentos e bicicletas!


"Não sei se caso ou se compro uma bicicleta!" Este é um ditado bastante popular que mostra uma pessoa que se encontra com um grande dilema. Este dilema se caracteriza entre o ficar com está ou mudar por completo a vida.
Há muitos momentos na vida em que gostaríamos de jogar tudo para o alto, dar um chute na bunda do chefe, começar do zero, mudar por completo o que se está fazendo ou o modo de viver. É aí que entra este dito popular.
No entanto, na maioria das vezes optamos por continuar como está. Ou não temos alternativa viável - a noiva para casar é feia pra dedéu! - ou temos medo da novidade de vida - apesar da noiva ser bonita, não sabemos como será o convívio com a sogra!
Chegamos a conclusão que o melhor, apesar da vontade de buscar algo novo, é nos acomodarmos e ficarmos como estamos - "comprar a bicicleta".
É por estas e outras que nos acomodamos, preferimos a certeza do momento do que a incerteza do futuro. E assim vão se repetindo os políticos do nosso congresso, os governos municipais desde sempre, o jeito de ser igreja e por aí afora.
Afinal, onde buscar coragem?
"Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?"(Romanos 8.31)
Podemos até dizer que sabemos isto, aliás, temos até certeza, mas certeza mesmo temos das coisas como estão. É melhor não mexer com o time que está dando certo! está mesmo?



Tuesday, August 21, 2007

O que é melhor ?

O que é melhor, o voto ou o consenso? Talvez nenhum dos dois. Afinal, é a voz da maioria a voz de Deus? Estaria Nelson Rodrigues certo ao dizer "Toda unanimidade é burra"? Não sei qual seria melhor ou pior. O voto é uma característica suprema da democracia, onde a maioria mais fraca tem condições de colocar os seus desejos, expressar a sua vontade. No entanto a vontade da maioria nem sempre é melhor. Do outro lado temos o sistema de consenso, onde a boa argumentação, bem fundamentada, convence os demais sobre o que é melhor. Apesar disto, nem sempre se alcança o melhor, mas uma minoria pode fazer valer o seu argumento, quando apenas a maioria não teve o argumento adequado. Qual é o melhor, volto a questionar? Nenhum, ambos os sistemas apresentam as suas falhas e podem induzir ao erro na tomada de decisões.

Em uma ditadura se faz valer o sistema de consenso, com a argumentação - muitas vezes com o argumento das armas - de que a oligarquia sabe o que é melhor para o povo. Foi assim durante os vinte anos da ditadura militar no Brasil, onde um sistema de consenso pressuposto, escolhia nossos presidentes, governadores e até prefeitos. Já o sitema de voto tem nos dado algumas escolhas estapafúrdias. Alguns chegam a dizer, a partir disto que o povo não sabe votar, alguns tem saudade da ditadura e, pasmem, alguns chegam a desejar esta ditadura. Tivemos estranhas escolhas pelo voto, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, nas escolhas para presidente, mas se pegarmos as escolhas para o legislativo, seja federal, seja estadual, a lista às vezes parece uma piada. Ainda assim, será que foi pior ter a possibilidade do voto??????

Qualquer um dos sistemas apresenta suas falhas, seus erros. Para chegar a perfeição devemos buscar sempre o que é melhor para o todo e para a instituição que defendemos. Sempre devemos buscar o "menos pior" no momento. Eu tenho a minha opinião e cada um tem a sua.

"A pior democracia ainda é melhor que a melhor das ditaduras" Mendes Ribeiro - Pensem nisto.

Friday, February 17, 2006

babel ao contrário






A Torre de Babel é uma história bíblica que fala da intolerância e desentendimento entre as Pessoas. Conta esta história que o ser humano resolveu se proteger da ira divina e construir uma alta torre que alcançasse o céu onde habita Deus. Deus viu o egoísmo do ser humano e a exploração do irmão sobre o irmão e, andando no meio deles, mudou-lhes as linguagem, de modo que todos falassem diferentes línguas e não mais se entendessem, se espalhando pelo mundo.

No pentecostes Deus fez o completamente o inverso, na festa em Jerusalém, cinquenta dias depois da Páscoa, quando Jesus foi crucificado e ressuscitou, os dicípulos reunidos receberam o Espírito de Deus e todo o povo reunido, das mais diversas partes do mundo conhecido de então, com as mais diferentes línguas, os puderam entender.

Nestes dias aconteceu em Porto Alegre a IX Assembléia do Conselho Mundial de Igreja, começou no dia 14 e vai até o dia 24 de Fevereiro de 2006. É um zum-zum-zum de línguas diferentes que quase não dá para contar. Francês, Inglês, Espanhol, Português, Russo, Árabe, Chinês, Grego, e por aí afora. Às vezes se torna até difícil de se entender. No entanto, na busca por unidade entre as igrejas, na busca por fazer a vontade do Pai, Filho e Espírito Santo, se procura o entendimento o mais possível.

Com toda a certeza ainda não é Pentecostes, mas já é uma tentativa de reverter a Torre de Babel.

Thursday, September 01, 2005

Graças a Deus!


Obrigado Senhor!



  • Será que posso agradecer a Deus por não ter sido atingido pelo furacão
    quando tantos morreram nele?

  • Será que posso agradecer a Deus por não ter sido atingido pelo tornado,
    quando tantos perderam as suas casas?

  • Será que posso agradecer a Deus por não ter sido atingido pelo granizo,
    quando tantos perderam suas lavouras?


Com toda a certeza Deus nos protege, Deus protege os seus, mas não posso
aceitar um Deus que protege uns em detrimento de outros! Afinal Jesus disse
"Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância." (Jo.
10.10)

Com toda a certeza havia muitos que tinham um boa fé entre os atingidos pelo
furacão que atingiu o Alabama e também havia muitos fiéis no sul do Brasil,
atingido por um ciclone extra tropical. Assim podemos ir descriminando muitos
desastres da natureza, tsunami, terremoto, vulcão. Com toda a certeza não
foram castigos de Deus!



  • Talvez eu possa agradecer a Deus por estar no local certo, na hora certa e
    pedir, de todo o coração,que Deus olhe pelas vítimas e as auxilie na dor.


Deus os abençoe!

Tuesday, August 30, 2005

Sinergia

Ato ou esforço simultâneo de diversos órgãos na realização de uma mesma função. Esta função pode ser um ato de construção ou de defesa.

Conta-se a história de um grande concurso de tração de cavalos realizado no Canadá. Um dos cavalos da parelha sozinho puxou 4.500 quilos e o outro 5.000 quilos. Começaram então as apostas para ver quanto estes dois cavalos juntos puxariam. A aposta máxima estava em 9.500 quilos, que seria a soma do que os dois conseguiram individualmente. Qual não foi a surpresa quando o dono dos cavalos mandou carregar mais na carroça, chegando a 15.000 quilos. As apostas então foram altas e todos viam a derrota do dono da parelha. Este incentivando os cavalos conseguiu puxar tranqüilamente os 15.000 quilos e ganhar uma boa bolada.

A explicação para o que aconteceu está na sinergia. Forças individualizadas conseguem executar uma determinada tarefa, mas quando estas forças individualizadas são unidas em direção a uma mesma tarefa, ou uma mesma função, então esta força não é somente a soma das forças individuais, mas ela é multiplicada pela união das forças. Ou seja, a união das forças é bem maior que a soma destas.

Porque, dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; não sois apenas homens?
Pois, que é Apolo, e que é Paulo, senão ministros pelos quais crestes, e isso conforme o que o Senhor concedeu a cada um?
Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento.
De modo que, nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento.
Ora, uma só coisa é o que planta e o que rega; e cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho.
Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus.
Como encontrar a força sinérgica para fazer as coisas andar, quando a nossa tendência é seguirmos individualizados pelas nossas idéias e conceitos?
Como se deixar guiar por Deus, para que nossas forças individualizadas sejam guiadas sinergicamente?
Pensemos nisto!

Sunday, August 14, 2005

Tudo tem seu tempo

Como dizia o Cohelet (Eclesiástes 3) tudo tem seu tempo na vida, o nosso
problema, no entanto, é reconhecer o devido tempo para as coisas acontecerem.
Isto é que nos frustra!



  • Como saber se já é tempo de mudar de emprego?

  • Como saber se já é tempo de mudar de cidade?

  • Como saber se já é tempo de buscar aquela promoção?

  • Como saber se já é tempo de ir com a vida adiante.......



Simplesmente não podemos saber! Talvez devêssemos deixar de nos
preocupar com isso, seguir as palavras de Jesus em Mateus 6.25-31 e deixar de
lado a ansiosa solicitude da vida.


O que precisamos tem em mente é que Deus (Iahweh, Eloim, Alah, El...)
conhece as nossas necessidades e vai nos mostrar o exato momento para as coisas
de nossa vida.



  • Será que já é tempo... Não sei, mas Deus sabe!

Saturday, July 16, 2005

Paz para que te quero


Paz
Peace
Pace
Pax
Friedem
Shalom
Salam...

Todas estas línguas, e muitas, expressam um desejo, de um mundo justo, um mundo melhor. Mas como é a paz que nós queremos?

Será o Shalom de Davi, que queria a morte de Urias? Paz individualista, que pensa somente em si, na sua tranquilidade e no seu prazer. Paz que não se importa com outro indivíduo, mas apenas com o seu EU?

Será o Salam do Islã, que prega a guerra santa? Que não aceita o diferente e que se tranca em sua fé?

Será a Pax romana? Que mantem a paz pela força das armas e defende uma exploração do mundo em favor de seus cidadãos e criou o conceito de "guerra justa"?

Não, a paz deve ser a paz de Romero, de Mahatma Ghandi, de Bonhoeffer, de Martin Luther King, a paz ativa que levanta a sua voz contra a injustiça e a opressão, contra a tirania e o preconceito.

O verdadeiro desejo por paz não pode nos acomodar, pelo contrário, deve nos mover à servir de instrumento nas mãos de Deus para transformar este mundo, resgatando a criação como Deus a quis.

Thursday, July 14, 2005

Quanto vale um ser humano?


Nada!!!!!!
O nosso corpo não serve para nada. Não vale nada! O que é, afinal o nosso corpo?
É feito de sangue, carne e ossos, mas se olharmos com mais atenção, veremos água, fósforo, ferro, glicerina, sal, cal, carbono... muito pouco para que tenha valor. Nenhum metal nobre.

Economicamente somos valorizados pelo nosso poder de compra, ou pela força de trabalho. Valemos em nossa sociedade pelo que podemos consumir, ou produzir.

Religiosamente somos valorizados apenas pelos pares, os iguais, por cumprir as normas morais ou por se encaixar num padrão ditado pelos supostos preceitos religiosos. O que é diferente, o que não se enquadra é descartável.

Não!!!!! Mil vezes Não!

A diferença é o que nos valoriza! Se assim não fosse Deus não nos teria criado com tantas diferenças, raciais, culturais, sexuais.
O problema é quando a diferença, a contrario de ser usada para engrandecer a criação de Deus, é usada para diminuir, para humilhar, para explorar.

Nada justifica a diminuição de meu próximo, nem minha fé, nem a economia, nem a cultura (?), nem a raça, nem o sexo.

O valor do indivíduo está em fazer parte da criação de Deus. É somente a partir desta perspectiva que aprenderemos novamente a valorizar-nos mutuamente.

A verdadeira religião não está no ascetismo, no misticismo, na espiritualidade exacerbada, mas na valorização do próximo!

Wednesday, July 13, 2005

Comunhão e solidariedade.


Comunhão é a base de muitas religiões, principalmente das três grandes monoteístas, o cristianismo, o judaísmo e o islamismo. Nelas a comunhão de mesa, a recepção ao estrangeiro e ao necessitado são bases da fé.

O cristianismo adotou os preceitos básicos do judaísmo, mas as mesmas histórias que estão na "Torah" também fazem parte da tradição islâmica. Os Filhos de Abraão, como estes se auto denominam. O preceito de receber bem o estrangeiro, de ser hospitaleiro, é uma característica nas histórias dos patriarcas, pois "poderiam estar recebendo anjos". Não é para menos que a refeição comunal preconfigura a celebração cristã, a eucaristia.

  • Se o ser hospitaleiro é um preceiro básico destas três religiões a pergunta que fica é de onde surgiu o preconceito que aparece entre os fiéis destas três religiões irmãs?
  • Como posso seguir um preceito de hospitalidade e ao mesmo tempo criar em meu coração um sentimento de hostilidade?
  • Se o amor, a misericórdia e a justiça são características de meu Deus (Iahweh, El, Alah, Senhor, Jeová - ou outro nome que eu tenha aprendido), como seu seguidor não deveria eu não deveria ter estas mesmas características?

Com toda a certeza, pelos escritos sagrados, Torah ( e Nebiim, K'tubim), Evangelho ( e asCartas apostolares) e o Koram, o amor e a misericórdia de Deus são a tônica, mas o preconceito humano, o ódio e a cobiça, que cegam o fiel numa leitura fundamentalista destes escritos sagrados, transtorna o que seria a vontade de Deus.

Nós, fiéis destas três religiões, temos de nos penitenciar e assumir diante de Deus o nosso pecado de ter colocado em Deus os nossos ódios e preconceitos.

Se quisermos alcançar a vontade de Deus comunhão e solidariedade devem fazer parte de nossas vidas. Preconceito, individualismo, sectarismo não fazem parte das palavras de Deus nos escritos sagrados.

Shalom alei chem.

Salam aleikum.

Paz para todos

Tuesday, July 12, 2005

Tudo influencia tudo!


Não somos ilhas perdidas no meio do oceano que não são influenciados por nada, aliás, até estas são influenciadas pela força dos ventos e dos mares.
Como disse Carl Sagan "quando uma borboleta bate as asas na Ásia, chove na América".

O que o ser humano precisa entender é que cada ato de seu comportamento vai ter conseqüencias em tudo o que o cerca. O apóstolo Paulo, na bíblia, diz que "todo o universo geme e suporta". Assim, qualquer ato práticado por um ser humano vai ter consequencias para todo o universo e, muito mais, para outro ser humano. Basta olhar para a consequencia do abuso com a natureza.

Por isso, não tem como alguém dizer que não se importa, com que quer que seja; política, preconceito de todos os tipos, guerras, violência, opressão, tirania, miséria, pobreza...

Não sois uma ilha, pessoas, gente, seres humanos é que sois: Vivam como tal!!!!!!!!!!!!!!!!!1

Sunday, July 10, 2005

A vida as vezes parece ser difícil, mas não é.

" Temos pressa e nada disso nos interessa" A dificuldade da vida que se nos apresenta precisa ser encarada. Se olhamos para o nosso pequeno planeta azul, perdido na imensidão e escuridão do espaço, nos damos conta da pequenez, não só de nosso planeta, frente a infinitude do universo, mas muito mais de nossa pequenez frente ao planeta azul.
Problemas... Problemas... Problemas! quem não os tem?! Qual o efeito que eles causam em nossa vidas?! Como enfrentá-los?!
Com toda a certeza, não existe receita pronta, assim como os muitos planetas no espaço e a miríade de pessoas no mundo, são as maneiras e soluções na vida de todas as pessoas. Cada um precisa encontrar as suas, mas sabendo que cada busca irá, com certeza trazer as suas soluções.